O SITE BNEI NOACH PROJETO NOAISMO INFO APRESENTA
MINI CURSO GRATUITO DE INTRODUÇÃO AO TEMA DE BNEI NOACH
Idealizado por Projeto Noaísmo Info
Seleção, Organização, Edição: Proj. Noaismo Info
(Veja as palavras do próprio Rav Shimshon Bisker, de Israel, o Rabino Supervisor do Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info, sobre o trabalho do Proj. Noaismo Info, e sobre a menção de outros rabinos no Curso Bnei Noach, em:
ABERTURA DO CURSO SOBRE BNEI NOACH)
BNEI NOACH: QUARTA PARTE
Por Rabi Aharón Shlezinger
Traduzido do espanhol por Projeto Noaísmo Info
AS SETE LEIS DE NOÉ
[Existem dois caminhos espirituais: o judaísmo e as 7 Leis Noaíticas (ou, o noaísmo — movimento Bnei Noach).] As 7 Leis de Noé são os mandamentos entregues por D’US para toda a humanidade. Através deles, qualquer pessoa que não pertence ao povo de Israel pode alcançar um grau elevado e herdar o mundo por vir. Mas para cumpri-los corretamente é necessário conhecer as bases e também os pormenores.
Estes mandamentos são essenciais para se vincular apropriadamente com D’US e também com as demais pessoas. Junto com as questões espirituais, esses mandamentos contêm normas sociais, regras de conduta, ética e moral, e todo o necessário para que a população possa viver em harmonia e coerência, com regras justas e direitos equânimes. [Resumindo e em outras palavras: “os gentios não precisam se tornar judeus para alcançar a transcendência” (Rabi Mordechai Lightstone); e, as 7 leis tratam-se de “sete leis universais de moralidade que são obrigatórias para todo ser humano.” (Rabi Yanki Tauber no Chabad.org) Ou como bem o expressou o Rabi Isaac Sacca:
“Como normas civilizatórias básicas, o objetivo das Sete Leis Universais — que regem toda a humanidade — é manter a ordem social e promover valores morais nobres para o indivíduo e a sociedade.”]
Para Adám [e Havá (Adão e Eva)] foram ordenados nove mandamentos. Os sete de que falamos[*], além do mandamento de não comer da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal, e a proibição de (comer) carne[**. Por isso] estes mandamentos não se denominam: as Sete Leis de Adám. Nôach foi o primeiro a quem foi ordenado cumprir 7 leis, e por isso eles são chamados com o seu nome: as 7 Leis de Noé.
[* O próprio Rebe (o rabi Menachem Mendel Schneerson) afirmou:
“Adão, o primeiro homem, foi ordenado a respeito de sete mitsvót.”
**] “Disse Rabi Yehudá que Rav disse: Adám, o primeiro homem, não teve permissão para comer carne… . Comer os animais da terra não é permitido para você.” (Tratado de Sanhedrín 59b)
[Veja também Rashi sobre Gênesis 9:3: “Não permiti a Adám comer carne”.
Além do próprio rabi Aharón Shlezinger, também o rabi Shimon Dovid Cowen diz:
“D’US proibiu a Adám comer carne.”
De toda forma, existe a proibição de Tsaar Baalei Chaim, ou seja, de crueldade para com os animais. Este foi o sentido da lei para Adão.]
ENUMERAÇÃO DOS 7 MANDAMENTOS
Os 7 mandamentos foram mencionados no Talmud: [eles são referentes à] tribunais, maldizer D’US, idolatria, relações proibidas, derramar sangue, roubar, [e arrancar e] comer partes de um animal enquanto ele está vivo (Sanhedrín 56a).
[Observação do Projeto Noaísmo Info:
As 7 Leis Divinas de Noé e seus descendentes mais especificamente são:
1. Estabeleça leis sociais e tribunais de justiça;
2. Conheça D’US e não maldiga O NOME DELE (e reze apenas para ELE);
3. Não adore qualquer outra entidade senão Hashém;
4. Não cometa atos sexuais proibidos (adultério, pedofilia, relações homossexuais, estupro, bestialidade, incesto);
5. Não assassine;
6. Não roube; e,
7. Não coma animais vivos ou uma parte que foi desagregada enquanto o animal ainda vivia, e não seja cruel.
Veja:
As Sete Leis Universais de Bnei Noach também são expostas em palavras resumidas, simples e populares:
1. Crer em D’US;
2. Respeitar D’US;
3. Respeitar a vida;
4. Respeitar o cônjuge;
5. Respeitar os bens alheios;
6. Estabelecer justiça;
7. Respeitar a ecologia.
Interessante que] no mesmo tratado [do Talmud], na mesma folha, foi ensinado:
“A escola de Menashe tirou (da lista dos 7 mandamentos) não maldizer D’US e estabelecer tribunais, e introduziu [a proibição de] castração [esterilidade] e a de misturas [i.e., realizar cruzamentos de diferentes espécies de animais e realizar enxertia].
Na escola de Menashe se estudou: para os descendentes de Noé foram ordenados 7 mandamentos: [eles são referentes à] idolatria, relações proibidas, derramar sangue, roubar, comer partes de um animal enquanto ele está vivo, castração, e realizar misturas” (Sanhedrín 56b).
[Na sequência das duas enumerações] mencionam-se no Talmud as fontes bíblicas. [Daí] verifica-se que a escola de Menashe têm provas contundentes para apoiar os 7 mandamentos citados. E os sábios também em relação aos 7 mandamentos mencionados por eles, que citamos primeiro. Portanto, todos merecem consideração. E se observamos a enciclopédia do rabi Maimônides, encontramos que depois de enumerar os 7 mandamentos mencionados, ele declara: “Assim, são 7 Preceitos.” (As Leis dos Reis 9:1) E mais adiante ele adiciona: “Foi recebido por tradição oral que os filhos de Noé [em relação à misturas] são proibidos apenas no que diz respeito a cruzar animais [de uma espécie com outra espécie] e também a enxertar diferentes espécies de árvores.” (As Leis dos Reis 10:6)
O ENIGMA DO NÚMERO SETE
Por que o rabi Maimônides não disse que eram oito, ou mais, mas sete, e depois acrescentou a estes sete? E por que no Talmud se menciona explicitamente que são sete, ainda que há sábios que consideram outros mandamentos dentro dessa quantidade? O que tem de especial o número sete?
[O rabi Yaakov Paley explica:
“Haverá sempre uma minoria justa dentro da humanidade que estará pronta e disposta a aceitar o fardo e a beleza de se arquear corajosamente e constantemente em direção ao céu. Sempre haverá, D’US prometeu, pelo menos uma minoria que permanecerá fiel às sete leis que D’US deu para toda a humanidade: sete cores (de um arco-celeste redentor) pelas quais a humanidade pode sobreviver, prosperar e iluminar espiritualmente seu planeta. A promessa de D’US garante sua existência perpétua e sua capacidade de brilhar, para no fim de contas expandir suas faixas de influência e se tornar a maioria justa.
Alguns podem se desesperar em manter sua fé e caminhos honestos em um mundo cheio de corrupção. Ou se assustar com a tarefa de encorajar as verdades que a sociedade prefere ignorar ou ridicularizar. Entretanto, eles devem dar-se conta de que D’US observa com deleite os honestos e fiéis. O fato de se ser o único não diminui a verdade do rumo da pessoa. Arcos-celestes são minorias, mas definem os céus.
O arco-celeste é um sinal de que a escuridão não reinará incontestável para sempre, mas eventualmente se dissipará e desaparecerá da memória. A mera existência destas minorias justas — filhos de Noé, que como Noé andam com D’US —, que ao longo da história se esforçam para refletir o divino em suas vidas e ações, garante um testemunho seguro de um futuro brilhante para toda a humanidade.”]
A SOMA DOS MANDAMENTOS
Pois bem, esses 7 mandamentos são denominados assim por uma razão específica, mas isso não quer dizer que sejam os únicos mandamentos atribuídos aos descendentes de Noé. Pois já temos visto que no Talmud se mencionam outros e que o rabi Maimônides reconhece que há mais mandamentos atribuídos aos filhos de Nôach além dos sete mencionados. [Do mesmo modo, o Rebe de Lubavitch afirma:
“Há muitos assuntos não incluídos nas Sete Mitsvót que, no entanto, são de responsabilidade dos não-judeus. Uma prova clara disto é a história de Sodoma, cujos habitantes foram punidos principalmente por não demonstrarem o traço da caridade (a ponto de matar alguém que fizesse caridade). A partir daqui, vemos que há questões não incluídas nas Sete Mitsvót às quais os não-judeus são obrigados.”
O Lubavitcher Rebe, Rabi Menachem Mendel Schneerson, prossegue:
“Especialmente através de promover atos de caridade às demais nações do mundo, a caridade faz deste mundo um lugar mais [espiritualmente] civilizado. Em muitas fontes da lei judaica se explica que a caridade está incluída nas Sete Leis Noaíticas, porque a caridade é parte fundamental do objetivo destas leis que é o de fazer deste mundo um lugar [espiritualmente] civilizado. Conte-se a caridade como uma das sete CATEGORIAS da lei noaítica ou não, ela é uma parte crítica da obrigação fundamental que tem cada pessoa de fazer deste mundo um lugar [espiritualmente] civilizado. [Portanto] também todos os não-judeus tem uma missão fundamental de fazer deste mundo uma morada adequada para D’US.”]
Quer dizer que os mandamentos de Noé são muito mais, só que sete são os fundamentos (pontos principais) [(assim como o arco-celeste tem mais de sete cores mas sete são as principais)], e os sábios talmudistas discrepam unicamente em estabelecer quais são esses sete fundamentos, que contêm muitos mandamentos mais. Tal como ocorre com os seiscentos e treze mandamentos atribuídos aos filhos de Israel, que são muito mais que seiscentos e treze.
Agora, quantos são no total os mandamentos de Noé contidos nos sete que são os fundamentos?
[A QUESTÃO DAS SUPOSTAS 66 LEIS DE NOÉ E POR QUE AS CITAM COMO SE FOSSEM DE UMA AUTORIDADE*
* Nota explicativa do Projeto Noaísmo Info
Tem-se ensinado por aí que as Leis de Noé (apesar do nome “Sete Leis de Noé”) são compostas de 66 leis. Errado. E pior ainda, tem lugar que diz que são 7 Leis MAIS 66 leis (7+66), o que daria na verdade um total de 73 leis (e não 66). A questão das supostas 66 leis, de fato, é que tratam-se de 7 Leis de Noé que se desdobrariam em 59 leis. Ou seja, são 7 Leis que possuiriam 59 ramificações. Porém, as “66” leis de Noé não passam de uma teoria. Em absolutamente nem um lugar afirma-se que as Leis de Noé são 66 — o Talmud não diz isso — autoridade judaica alguma diz isso (Maimônides não disse. O Rebe não disse etc).
O responsável pela teoria das 66 leis de Noé é o Dr. Aaron Lichtenstein.
A confusão de se pensar que o Dr. Aaron Lichtenstein é uma autoridade nas Leis de Noé, e que portanto suas 66 leis comprometem os Bnei Noach, se deve ao fato de que existem DUAS (2) pessoas chamadas pelo mesmo nome.
Um, o rabi ou rav Aharon Lichtenstein, tem o seu nome com “h”. O outro, o Dr. Aaron Lichtenstein, tem o seu nome sem “h”.
Então, temos o Aharon Lichtenstein, com H, e temos o Aaron Lichtenstein sem H. Portanto, além de termos uma homofonia (palavras iguais na pronúncia e diferentes na grafia) — Aharon e Aaron —, também temos o mesmo sobrenome.
O Aharon Lichtenstein (com H) foi ordenado em 1959 pelo rabi Joseph Soloveitchik. Ele nunca escreveu um livro de Bnei Noach.
Já o Aaron Lichtenstein (sem H) não tem ordenação rabínica. E foi esse Aaron, o sem H, que não é rabino, quem escreveu, em 1981, o livro The Seven Laws of Noah (As Sete Leis de Noé), que não é um livro da Lei da Torá para Bnei Noach, e sim a sua tese de doutorado. É por isso que as suas 66 leis possuem inconsistências com as devidas obrigações dos Bnei Noach. Portanto, a confusão está no fato de não se saber que há duas pessoas chamadas pelo mesmo nome e sobrenome e no fato de que o Aharon, rabino, é que não é o autor de tal livro.
Em seu livro de tese de doutorado, Aaron empreendeu um exercício de recapitular uma lista dos 613 Mandamentos Judaicos, e ele PESSOALMENTE escolheu 66 deles que lhe pareciam (pelo menos superficialmente) se enquadrarem nas categorias temáticas dos Sete Mandamentos Noaíticos, tal como ele os entendia. Seu propósito não era dizer que os gentios tinham de observar os 66 mandamentos judaicos que ele escolheu. Ele estava apenas fazendo um esforço para rebater o argumento que algumas pessoas estavam fazendo, no sentido de que os judeus são 87,57 vezes mais abençoados que os gentios, porque os judeus têm 613 = 87,57 x 7 coisas para observar e os gentios têm apenas 7. Ele queria mostrar que a pessoa pode ver dentro da Torá que cada um dos 7 Mandamentos Noaíticos deve ter um monte de detalhes incluídos neles que precisam ser observados. E aí está a grande questão, como vimos acima, o Talmud, o rabi Maimônides e o Rebe mostram exatamente isto, que as Sete Leis de Noé são mais do que sete, pois são categorias (mas sem especular que tratam-se de “66”).
(O Projeto Noaísmo Info declara:
Essas informações acima nos foram passadas por uma pessoa que conhece pessoalmente o Aaron.)
(Continua.)
Por Rabi Aharón Shlezinger
Traduzido do espanhol por Projeto Noaísmo Info: © Projeto Noaismo Info;
E por Rabi Yaakov Paley
Traduzido do inglês por Projeto Noaísmo Info: © Projeto Noaismo Info
© Rabi Aharón Shlezinger
© Rabi Yaakov Paley
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