A Vida Espiritual dos Judeus e a Vida Espiritual dos Não-judeus
Por o Rebe (Rabi Menachem Mendel Schneerson), o líder da nossa geração; e,
Por Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info

Ensinamentos e Mandamentos de D’us na Torá para os Não-judeus

Muitos ex-evangélicos, sentindo falta da igreja, também começam a se judaizar, ou por conta própria ou por influência dos ex-messiânicos.
Quem foi que disse que o Rebe alguma vez, ainda que uma única vez, incentivou ou estimulou ou mesmo orientou ou instruiu um não-judeu a adotar qualquer prática (símbolo ou sinal) requeridamente judaica (e ainda mais com a desculpa esfarrapada de que se ganhará méritos por isso)?
Quem quer que ensine isso (mesmo se for rabino e mesmo se for chabad) está indo contra os ensinamentos do Rebe e portanto do nome do Chabad (e se for um judeu ou rabino não-chabad, está indo contra os ensinamentos de Rambám (Rabi Maimônides) que também nunca fez isso e em quem o Rebe sempre se baseou).
Ultimamente temos visto surgir muitos tipos de rabinos tratando do tema Bnei Noach. Mas por que há tantas diferenças de opiniões entre eles e também deles em relação a tudo o que é ensinado no Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info? Bom, como foi dito, tais diferenças existem por se tratarem exatamente de opiniões. Acontece que a grande maioria desses rabinos só agora começaram a aprender sobre o tema benêi Nôach e portanto eles ainda estão despreparados para ensinar este tema. Por outro lado, infelizmente, mesmo em se tratando de alguns que já lidão com este tema a algum tempo, temos também a questão de que uma grande parte dos rabinos não ensinam a realidade, ou seja, não ensinam aquilo que é, mas ensinam o que eles ACHAM que deveria ser. Mesmo quando citam fontes ou autoridades (mestres), tais rabinos apresentam-nas de acordo com aquilo que eles pensam ou acham que deveria ser, que eles gostariam que fosse, ou que eles supõem que é o que os bnei-Noach gostariam que fosse. Portanto, trata-se do gosto deles mesmos, ou de se fazer o gosto dos benêi Nôach (de alguns, lógico), ao invés de se querer fazer o gosto de QUEM realmente importa, o gosto de Hashém.
É daí que vem a diferença. Nós, o Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info, (e logicamente de acordo com rabinos competentes) estamos comprometidos em ensinarmos aquilo que é, independente de se os não-judeus vão aceitar ou não, se vão gostar ou não. Muitos rabinos por aí estão falando não daquilo que é, mas do que eles mesmos acham que deveria ser.
O Rebe disse:
“O objetivo de cada não-judeu é cumprir as diretrizes de D’us tal como definidas nas Sete Leis Noaíticas. As Sete Leis Noaíticas, tanto quanto os Dez Mandamentos, foram dadas por D’us. Enquanto elas são um requisito essencial para o bom funcionamento da sociedade, e contêm instruções profundas para cada indivíduo, o compromisso total do ser humano com o seu cumprimento é baseado na sua Origem Divina, isto é, na autoridade Divina, a autoridade do UM e ÚNICO D’us, não nas invenções humanas que podem ser mudadas e modificadas para se adequarem aos seus próprios interesses.”
Como podemos notar, o Rebe enfatiza que ambos os conjuntos de Leis “foram dados por D’us.” Porém, o Rebe está mesmo fazendo uma distinção de dois conjuntos de Leis, as Sete Leis Noaíticas e os Dez Mandamentos. Por que?
Porque, como ele mesmo (o Rebe) explica:
“Os Dez Mandamentos são a base de toda a Torá e incluem toda a Torá.
Toda a Torá, i.e., “todas as 613 Mitsvót”, explica Ráshi, “estão incluídas nos Dez Mandamentos.”
A Torá foi dada ao povo judeu.
No Monte Sinái os judeus ouviram do PRÓPRIO D’us os Dez Mandamentos e os próprios judeus escreveram-nos [(na (bíblia) — Torá)].
Cada judeu, desde o nascimento, é o herdeiro de toda a Torá — “A Torá que Moshé nos ordenou é a herança da congregação de Yaacóv.” (Deuteronômio 33:4)
“Yaacóv” representa e inclui todas as pessoas do povo judeu.
Toda a Torá está incluída nos Dez Mandamentos, os quais estão todos incluídos no primeiro mandamento. No primeiro dos Dez Mandamentos, D’us diz a todos os judeus: “EU sou Havayah, seu D’us, que lhe tirou do Egito.”
Na Matán Torá (entrega da Torá no Monte Sinái), cada judeu experimentou a Shechiná (Presença Divina) falando diretamente e pessoalmente com ele.
A entrega da Torá [é] o evento que forjou a identidade dos judeus como a nação escolhida de D’us.
Está escrito (no profeta judeu Isaías/Yeshayáhu 43:10): “Vocês são minhas testemunhas”, o que significa que a função dos judeus é testemunhar a DIVINDADE no mundo — dar testemunho do NOME de Havayah — que D’us foi, é e será(*). Este testemunho é concretizado através dos Dez Mandamentos.
[Porém,] a escolha de D’us dos judeus em Matán Torá não está associada a qualquer superioridade possuída pelos judeus não desfrutada pelos não-judeus. Em outras palavras, não foi por causa de qualquer distinção elevada possuída pelos judeus, como ser um “reino de sacerdotes”, mas simplesmente por pura liberdade de escolha — o desejo sublime de D’us.”
(* “O nome Havayah (esta forma é um rearranjo das Quatro Letras — o Tetragrama (י-ה-ו-ה) (Y-H-V-H)) inclui os tempos passado, presente e futuro em um termo◇. Refere-se àqueles aspectos de D’us que estão acima da ordem natural — como ELE é passado, presente e futuro simultaneamente, além das limitações de tempo e espaço. Em outras palavras, refere-se às qualidades transcendentais de D’us.”
◇ Este termo não é exatamente uma palavra porque é indizível, impronunciável. “Ele contém as letras de todos os três tempos היה (passado), הוה (presente), e יהיה (futuro).”
Mas, por que D’us escolheu chamar a SI MESMO por quatro letras que não formam uma palavra? Exatamente para usá-las como o símbolo de SUA INFINITUDE, que naturalmente é indescritível.)
Mas, se tanto as Sete Leis dos noaítas quanto os Dez Mandamentos dos judeus são constituídos por Leis Morais e vêm de D’us, por que essa diferenciação feita pelo Rebe?
Eis o ponto em questão: os Dez Mandamentos não são todos Leis Morais. Há uma exceção. O Rabi Aryeh Kaplan nos explica:
“Duas das principais partes do judaísmo são a moral e o ritual.
[Ademais] das leis morais…, o judaísmo contém muitas leis rituais.
As leis rituais (Mitsvót Edót) não têm base moral. As leis rituais incluem as festividades, as leis de Cashrút, e coisas como Talít, Tsitsít, Tefilín, Mezuzá […, enfim, tudo o que] foi dado para os judeus em particular e não para todos os povos.
Entre os muitos rituais do judaísmo, encontramos um ritual primordial que se destaca dos outros.
Este é o Shabát.
De todos os muitos rituais do judaísmo, apenas um é mencionado nos Dez Mandamentos.
O Shabát é o ritual singular que marca o judeu.
É o único ritual mencionado nos Dez Mandamentos.
O Shabát é a instituição mais importante do judaísmo. É o ritual primordial, o próprio marco essencial da nossa fé.
Não apenas o Shabát é o único ritual que aparece nos Dez Mandamentos, como é também repetido com mais frequência na Torá do que qualquer outro mandamento.
Nossos grandes profetas quase nunca mencionaram qualquer ritual. Sua tarefa era advertir Israel quanto à fé e à moralidade. Mesmo assim, eles atribuíram grande importância ao Shabát (Isa. 56:1, 58:13; Jer. 17:21; Ezeq. 20:23; Nê. 13:15).
O Shabát é o ponto central da fé judaica.”
Como foi dito que “todas as 613 Mitsvót estão incluídas nos Dez Mandamentos”, conclui-se que todas as Mitsvót Edót (todas as Leis Rituais) estão incluídas — representadas — no ritual do Shabát.
E o próprio Rebe atesta isto, pois ele explicou:
“Cada conceito e Mitsvá na Torá simultaneamente abrange toda a Torá.”
Então, de fato, o Shabát engloba todas as Edót, todos os sinais distintivos dos judeus.
O Shabát é o símbolo maior — o símbolo por excelência — de todos os mandamentos que foram ordenados particularmente aos judeus além daqueles que lhes pertencem (dos quais o gentio NÃO ganha mérito algum por fazê-los, antes, pratica o pecado de Chidúsh Dat).
“Por isso, a Torá diz (Êx. 16:6, 29): “Vede [filhos de Israel], Havayah vos deu o Shabát.”
O Shabát foi outorgado ao povo judeu quando receberam o maná pela primeira vez.
Recordamos o Êxodo e o milagre do Maná cada vez que celebramos o Shabát.
A Torá nos [(exclusivamente aos judeus)] ordena (Êx. 31:13, 16-17; Lev. 23:1-3): “Os filhos de Israel devem … fazer o Shabát … no sétimo dia.”(*
* Não é o sétimo dia que é Shabát, é NO sétimo dia que se faz um Shabát — e são os judeus que fazem-no.)
© Rabi Aryeh Kaplan
Assim, em vista de tudo o que foi explicado acima, vemos como exatamente a Lei Ritual de Shabát é a linha divisória entre os Dez Mandamentos dos judeus e os Sete Mandamentos dos noaítas.
“Assim, os aspectos singulares do estilo de vida judaico do povo judeu sobre as nações gentias se evidencia principalmente no dia de [(fazer)] Shabát.” Diz o Rebe.
Vimos aí que o Shabát é uma Lei Ritual e que “as leis rituais (Mitsvót Edót) não têm base moral” e que elas foram “dadas para os judeus em particular.” Assim, ao passo que as 613 Mitsvót dos judeus são constituídas de Leis Rituais e Leis Morais, as Sete Leis dos noaítas são de fato constituídas somente de Leis Morais porque “são para o bom funcionamento da sociedade”, como disse o Rebe.
Portanto, ao passo que a moralidade, e o seu fundamento, que é D’us (e conhecer D’us leva a falarmos com ELE — orar), são uma questão universal, as Mitsvót Edót são uma questão particular, pois são os sinais distintivos dos judeus como povo escolhido por D’us:
“Havayah (foi QUEM) escolheu (os filhos de) Israel para SI, (o povo de) Israel como SEU tesouro entre todos os povos.” — Tehilím/Salmos 135:4;
“Vocês (filhos de Israel) serão para MIM um Reino de Servos de D’us e um Povo Separado (de todos os outros povos).” — Shemót/Êxodo 19:6;
“Pois você (povo de Israel) é um povo sagrado para Havayah, seu D’us. Havayah, seu D’us, escolheu você (Israel) para ser um povo estimado por ELE dentre todas as nações”. — Devarím/Deuteronômio 7:6; 14:2.
“E todas as nações da terra verão que o Nome de Havayah está sobre você (Israel), e elas temerão você.” — Devarím/Deuteronômio 28:10.
Não se deve misturar as coisas. Repetidamente o Rebe frisou a distinção entre as duas identidades espirituais (a Identidade Espiritual Israelítica e a Identidade Espiritual Noaítica) e os seus respectivos caminhos espirituais.
Ele falou sobre “fazer do mundo inteiro uma morada para D’us espalhando Torá e Judaicidade entre os judeus e espalhando as Sete Mitsvót dadas aos descendentes de Noá entre os não-judeus.”
O Rebe SEMPRE falou de que “nós — os JUDEUS — temos a responsabilidade de alcançar todos os judeus em todos os lugares e espalhar Judaicidade, Torá e (613) Mitsvót a todos os judeus!
Temos a responsabilidade de alcançar todos os judeus — de chegar até os judeus não praticantes não afiliados — para trazer todos os judeus para a Judaicidade.
Em nossos tempos há uma missão especial de espalhar a Judaicidade para os judeus de um nível inferior, aqueles que são judeus só de nome.
Devemos fazer o que for possível para aproximar os judeus da Torá e da Judaicidade de maneira agradável e pacífica, sem divisões ou controvérsias.
Todo judeu deve ser ensinado, e encorajado a praticar sua Judaicidade.
Somos ensinados que quando pretendemos trazer outro judeu para mais perto da Judaicidade, não devemos renunciar a qualquer parte da Torá, diminuir a Torá para impressioná-lo ou agradá-lo, e assim persuadi-lo. Não vai funcionar. Pois, qual é sua essência, sua identidade, seu verdadeiro ser? Sua observância das 613. A Torá de Moshé se aplica a todo judeu individual, onde quer que ele esteja e como ele esteja, para viver sempre como um judeu.
Portanto, quando um judeu vive sua vida de acordo com os ditames da Torá, ele faz com que todos os dias sejam um dia de Judaicidade. Sua vida torna-se reconhecidamente permeada por Judaicidade e ele treina e educa seus filhos no caminho da Torá. Este é o cumprimento adequado do seu papel e missão.
Além disso, este alcance aplica-se também aos não-judeus. Segue-se que [nós, judeus,] também temos a responsabilidade de influenciar as nações do mundo. Elas também devem aprender os Princípios da Torá dados por D’us que se aplicam a elas nas línguas que elas entendem.
O papel de emissário é realmente relevante para cada judeu.
Um emissário que fielmente realiza a sua missão, que compreendeu completamente e corretamente a intenção do enviante quanto ao curso correto de sua missão, alcança o nível de ser intimamente um com quem o enviou. “Um emissário é equivalente a própria pessoa que o enviou.” Por outro lado, ele deve estar cautelosamente alerta para não se desviar de sua missão; se ele se desvia de sua missão, ele já não pode mais ser considerado um emissário, e assim ele automaticamente perde sua identificação com o enviante.
[Portanto, o AUTÊNTICO] emissário cumpre a sua missão com cuidados meticulosos: entre os judeus, o [AUTÊNTICO] Shalíach (emissário) deve gerar e iluminar suas vidas com Judaicidade — e os não-judeus devem aprender as Sete Leis Noaíticas que lhes são pertinentes, para o mundo ser um lugar decente e civilizado.
Em algo que um não-judeu é ordenado, é dever de um judeu convencê-lo a seguir esse mandamento.”
As palavras do Rebe são por si só evidentes. Não há o que interpretar. Então, ou você as entende exatamente como ele as disse, ou você as distorce e as adultera.
Infelizmente, estamos vendo muitos judeus (e isso inclui rabinos) quanto não-judeus (no Brasil e no mundo todo) fazendo mau uso do nome do Rebe (e do Chabad), ensinando falsidades e levando os outros a praticar erros (principalmente o pecado de Chidúsh Dat, como já vimos na outra página).
É óbvio que o noaíta não possui Judaicidade, ele não é judeu! Então, o noaíta não tem como disseminar Judaicidade (Mitsvót Edót/Leis Rituais) entre os judeus e muito menos entre os próprios não-judeus (São “os judeus (não os não-judeus, que) devem cumprir os mandamentos de fortalecimento e disseminação da Judaicidade entre os judeus.” Diz o Rebe. E os judeus devem fazê-lo “entre os judeus”, não entre os não-judeus). Se, ainda assim, de algum modo, ele (o não-judeu) o faz (pratíca algum ou qualquer aspecto de Edót — de Leis Rituais), ele está indo contra a natureza das coisas — a dele e a dos outros (“Cada judeu é obrigado a ensinar aos não-judeus as SUAS sete Mitsvót que asseguram a preservação da ordem natural.” — Rebe), contra os ensinamentos do Rebe, contra os Mandamentos de Hashém (D’us). A função do noaíta diz respeito somente às Leis Noaíticas e ao meio em que ele vive (i.e., entre os não-judeus).
O judeu é quem tem duas funções. E ao judeu cabe quatro responsabilidades instruídas explicitamente pelo Rebe:
1. “influenciar os judeus”;
2. “influenciar os não-judeus”;
3. “trazer outro judeu para mais perto da Judaicidade.” Isto “significa envolver-se com os demais, dedicar-se a eles e transformá-los em judeus da Torá.” Isto se dá através da “disseminação da Judaicidade entre os judeus que são obrigados a estudar a Torá, TODA a Torá, para cumprir todas as 613 Mitsvót que ele é instruído como judeu”;
4. “convencer o não-judeu das SUAS obrigações” — não do que ele não é obrigado (as Mitsvót Edót). Isto se dá através de entre os não-judeus disseminar NÃO Judaicidade mas: “A responsabilidade das [nações] de estudarem as partes da Torá relativas às Mitsvót que elas devem manter.”
Mesmo com todo o exposto, caso ainda lhe reste alguma dúvida, ouçamos mais uma vez o próprio Rebe:
“Todos [os judeus] devem disseminar a Torá entre os judeus e também entre os não-judeus nas áreas pertencentes a eles. A disseminação do estudo da Torá conduz à expansão do cumprimento das Mitsvót.
Temos de procurar o judeu que está cercado e dominado por dúvidas e incertezas, apatia e frieza em relação a Judaicidade, e ajudar este judeu a chegar mais perto de Hashém. Mas devemos também permanecer firmes e imutáveis na nossa própria Judaicidade à medida que nos aventuramos a alcançar outros judeus — aqueles que estão distantes da Judaicidade, aproximando-os cada vez mais da Judaicidade.
A responsabilidade de influenciar as nações do mundo a cumprir as Sete Leis Noaíticas recai também sobre os judeus.
Quando um não-judeu é influenciado a pensar em D’us e a cumprir aquelas Mitsvót que lhe são ordenadas — as Sete Leis Noaíticas com todas as suas implicações e detalhes, este mundo se torna um lugar de morada para D’us. O mundo físico se torna o lugar de habitação de D’us e aí SUA Essência é abertamente revelada.”
São muito claras as palavras do Rebe:
se o não-judeu não está cumprindo as “Mitsvót que lhe são ordenadas”, ou até se o não-judeu está cumprindo as “Mitsvót que lhe são ordenadas” mas está também praticando as que NÃO lhe são ordenadas — “os sinais que distinguem os judeus das outras nações”*, o mundo NÃO se torna um lugar de morada para D’us.
* Isto é, ainda que o gentio cumpra suas leis mas se ele também está praticando alguma Mitsvá Edót, ele não está obrigatoriamente tornando o mundo um lugar melhor porque ele está adotando uma identidade espiritual que não é a sua e está enganando aqueles que o veem fazer isso e está errando, praticando Chidúsh Dat.
Foi dito: “Cumprir aquelas Mitsvót que lhe[s] são ordenadas”, e não, ‘cumprir as Mitsvót que NÃO lhes são ordenadas.’ Os judeus devem “em algo que um não-judeu É ORDENADO convencê-lo a seguir esse mandamento”, quer dizer, os judeus devem “influenciar os não-judeus a cumprir os SEUS mandamentos.”
Veja, o próprio Rebe está dizendo que os judeus devem influenciar os não-judeus a praticar os mandamentos dos não-judeus, NÃO os dos judeus. Que os não-judeus devem fazer aquilo que foram ordenados, não o que não foram ordenados.
Isto se dá porque:
“[Uma] relação [é] estabelecida [com D’us] através da realização de Mitsvót: A aceitação do jugo do céu e sua prontidão para seguir as diretrizes de D’us estabelece um vínculo entre [a pessoa] e D’us.
Uma Mitsvá é a vontade de D’us. O fato de alguém poder cumprir a vontade de D’us deve ser a maior fonte de satisfação. A satisfação de aproximar-se de D’us. No entanto, deve-se tomar cuidado para assegurar que se tenha prazer com cumprir a vontade de D’us e não com as dimensões auto-satisfatórias da observância de Mitsvót. Deve-se evitar que surjam sentimentos de auto-satisfação. Na verdade, deveríamos estar felizes por termos cumprido uma Mitsvá, porque esta (Mitsvá) é a vontade de D’us e porque o SEU desejo foi realizado. A razão para a felicidade de alguém é que a vontade de D’us foi cumprida, não que ele A cumpriu.”
Assim, a diferença entre os noaítas que cumprem SUAS Mitsvót e os não-judeus que pratícam Mitsvót Edót — mandamentos que não lhes foram ordenados porque foram ordenados particularmente aos judeus —, explica o Rebe, é que quanto ao primeiro, “alguém é ‘mandado fazer’, o que não é o caso [do segundo]. Esse ‘comando’ produz a conexão do comandante e do comandado. Este detalhe está faltando” ao segundo. Então a prática do segundo é vazia, pois se dá somente entre ele e ele mesmo.
No caso do primeiro (do noaíta que pratíca SUAS Mitsvót), “ele [a observa] porque D’us o ordena a fazer assim.” E “é um mérito para nós (noaítas que praticamos apenas as nossas próprias Mitsvót) sermos cuidadosos em observar todos esses (nossos) mandamentos diante de Havayah, nosso D’us, como ELE nos ordenou.” (Devarím/Deuteronômio 6:25, Torá Rashí, Maayanot)
Já no caso do segundo (do não-judeu que cumpre Edót) NÃO há “comandante e comandado” — porque não foi com ele que “O COMANDANTE” falou, não foi a ele que “O COMANDANTE” comandou. “Ele [não] foi ordenado por D’us a fazê-la [mas ele a] observa por sua própria iniciativa.
[Apenas] em algo que um não-judeu é ordenado é dever de um judeu convencê-lo a seguir tal mandamento.
A própria palavra Mitsvá está relacionada com a palavra tsavtá que significa “conexão” ou “união”.
Uma pessoa que realiza uma mitsvá forja uma conexão ou relacionamento com D’us — com AQUELE que dá esse comando [para ela].
Este é o significado do ensinamento dos Sábios de que “a recompensa por uma mitsvá é uma mitsvá”, ou seja, a mitsvá em si é sua maior recompensa. A recompensa por uma mitsvá é a conexão que faz com D’us.”
Portanto, apenas o primeiro está seguindo os ensinamentos do Rebe e do Chabad.
Como explica o próprio Chabad:
“Um mandamento não é tal a não ser que é EMITIDO PARA outro, uma conexão não é tal a não ser que se é conectado a outro.”
Se você não foi ordenado você não é o comandado. Se você não é o comandado então não há comandante algum.
E, se você não foi ordenado, não há mandamento.
Sem mandamento, sem conexão (através de mandamento).
Se um “OUTRO” não Se conectou a você (não falou com você), não há conexão. Simples assim.
O não-judeu que pratíca Edót não só NÃO está se conectando a D’us ao praticá-las (nem está ganhando mérito algum*), como ainda está roubando dos judeus (e do PRÓPRIO Hashém por assim dizer) os ‘seus sinais distintivos’ — “os sinais que devem ser associados exclusivamente aos judeus”, nas palavras do Rebe (e assim cometendo o pecado de Chidúsh Dat).
* “Mérito e recompensa(**) o não-judeu recebe pela sua obrigação de observar as Sete Leis Noaíticas.” Diz o Rebe (a frase inteira está mais abaixo).
E exatamente como já vimos em Devarím/Deuteronômio 6:25.
** Por outro lado, “O SANTO, bendito seja, quis fazer com que o povo de Israel tivesse muitos méritos; por isso, deu-lhes a Torá e Mitsvót em abundância◇.” — Rabi Chananiá ben Acashiá (Pirkêi Avót).
◇ Sobre este dito, o Sêfer HaChinúch destaca as Mitsvót de “mezuzá, tsitsít e tefilín”.
E o Talmúd (Menachót 43b), sobre o tsitsít, declara “que uma vez que uma pessoa é obrigada nesta Mitsvá de franjas rituais, ela é obrigada em todas as (613) Mitsvót [e] que esta Mitsvá de franjas rituais é equivalente a todas as Mitsvót da Torá.”
E seguindo as diretrizes do Rebe — daqui há 4 parágrafos — para saber ou descobrir quem então deve praticar esta Mitsvá de tsitsít (e consequentemente todas as Mitsvót Edót (Leis Rituais)), se o judeu ou o Bnei Noach, constatamos:
“Havayah disse a Moshé: “Fale aos Benêi Yisrael (filhos de Israel — NÃO aos Benêi Nôach — )e lhes diga que façam para eles (os filhos de Israel) franjas rituais (tsitsít) nas pontas de suas vestes… EU sou Havayah, seu D’us, QUEM tirou vocês do Egito para ser seu D’us.” (Bamidbár/Números 15:37-41)
E como já foi exposto (a declaração inteira está mais abaixo), o próprio Rebe disse: “Em algo que um não-judeu é ordenado [(não em que ele não é ordenado, como colocar tsitsít)], é dever de um judeu convencê-lo a seguir esse mandamento.”
Se você mesmo recebeu uma ordem de D’us (se foi com você que D’us falou lhe ordenando), você, como o metsuvé (‘aquele que foi comandado’), se unifica com D’us, seu metsavé (‘aquele que lhe comandou’).
Por isso é que foi dito:
“Aquele que tem a obrigação e cumpre é maior que aquele que não tem a obrigação e cumpre.” (Kidushín 31a)
As Sete Categorias de Mandamentos Noaíticos são portanto as Sete categorias de formas de conexão (união) do ben-Noach, noaíta, com Hashém — as Sete categorias de formas do noaíta se conectar com Hashém.
Observação:
Antes de pensarem nas Mitsvót dos outros em termos de “seus próprios desejos pessoais,” ou então, antes de pensarmos nas nossas Mitsvót (morais) em termos de “méritos e recompensas”, temos de estar cientes de que …
“Temos um impulso por obter coisas, por nos sentir realizados, e de nos transformar em pessoas importantes. Há muito que está em jogo na vida dependendo de como se utilize esses impulsos. D’us nos deu a Torá para nos permitir dirigir esses impulsos — para que dirijamos nossas energias para a divindade e para obter coisas significativas. Devemos tomar nossos sentimentos e emoções mais fortes e dirigí-los para D’us. E os mandamentos da Torá são meios para desenvolver a nós mesmos, para dirigir nosso impulso de obter coisas à espiritualidade e ao aperfeiçoamento do mundo.” (Rav Dovid Rosenfeld, Aish.)
Como vimos, estes “Princípios da Torá dados por D’us que se aplicam aos não-judeus” são “as Sete Mitsvót dadas aos descendentes de Noá (Noé)”, “os mandamentos universais de D’us”, NÃO “a Torá Judaica” ou “Prática Judaica” — a Judaicidade —, quer dizer, NÃO as Mitsvót que são propícias aos judeus, “os sinais que distinguem entre Israel e as nações”, como explicado explicitamente pelo próprio Rebe:
“Edót significa literalmente testemunho, referindo-se àquelas Mitsvót que dão testemunho e são sinais da relação especial de D’us com os judeus. Obviamente, quando um sinal é usado para diferenciar uma entidade de outra, ele tem de ser exclusivo da entidade escolhida. Da mesma forma, os sinais que distinguem os judeus das outras nações devem ser associados exclusivamente aos judeus.
É muito importante fortalecer “os sinais que distinguem entre Israel e as nações”. Temos de nos manter firmes em todas as questões que afetam o menor aspecto da Judaicidade.
[Sabe-se quais são] as Mitsvót [que] não se aplicam a não-judeus [por] estar escrito (na Torá): “Fala aos Bnei Israel”. Também em nossas orações diárias dizemos [referente a Elas]: “Bendito és TU, Hashém, nosso D’us, Que escolheu — distinguiu — a NÓS (os Benêi Yisrael) dentre todas as nações e línguas” e “que santificou — elevou — a NÓS (os Benêi Yisrael) com SUAS Mitsvót, e ordenou a NÓS (os Benêi Yisrael) a respeito da Mitsvá de …”.
É justo que o papel do judeu seja diferente do papel do não-judeu.
“Fale (aos) … filhos de Israel: Vocês devem ser sagrados, uma vez que EU sou Havayah, seu D’us sagrado.” É dever de um judeu iluminar o mundo inteiro com santidade, tal como expõe o Rambám: “Moshé Rabênu, em nome de D’us, ordenou convencer todos os habitantes do mundo a aceitar as Mitsvót ordenadas aos Filhos de Nôach.” Isto é, um judeu não pode fechar-se em seu pequeno mundo particular, mas deve tratar de influenciar os outros a se comportar de maneira reta e justa — cumprir a mitsvá de convencer os não-judeus a observar as Sete Leis Noaíticas.
Igualmente, ele deve convencer outros judeus a manter todas as (613) Mitsvót da Torá. E, não se deve esperar que seu companheiro peça sua ajuda, mas por iniciativa própria deve ir convencer seu companheiro a observar Torá e Mitsvót (as 613).
As Edót são as Mitsvót que servem para identificar o povo judeu.
(“O CRIADOR decidiu criar uma “Nação Escolhida”.” — Yaakov Paley (Chabad))
D’us [é] QUEM faz distinção entre o povo judeu e as nações(*). D’us prescreveu um estilo de vida especial — diferente do resto do mundo — para o povo judeu. D’us fez essas distinções e ninguém pode [anulá-las. Mas,] “a liberdade de escolha é concedida.” No entanto, o judeu não pode mudar seu status [espiritual]. Por outro lado, um convertido expressa verdadeiramente o livre arbítrio, pois ele aceita sem qualquer obrigação [inata] o compromisso de cumprir a Torá e [todas] as Misvót (as 613).
O D’us de Israel estabeleceu que se um não-judeu busca se converter à Judaicidade, ele pode ser convertido de acordo com a Halachá. Mas sem uma conversão haláchica, nada pode transformar um não-judeu em judeu e a obrigação destas Mitsvót não pode ser colocada sobre ele! [Assim, obviamente, o não-judeu só pode cumprir estas Mitsvót, as Edót,] quando ele se converte.
Um convertido alcançou um status inteiramente novo[: agora ele não é mais um filho de Nôach, mas um] membro do povo judeu[ — um filho de Yaacóv]. Antes dessa mudança em seu status, esse indivíduo não era obrigado a cumprir estas Mitsvót. Com a [conversão,] uma pessoa é obrigada a cumprir todos os mandamentos. [Se, como não-judeu, ele as cumpria, era] por sua própria iniciativa, não como resultado de uma ordem Divina.
Como judeu, [agora,] o cumprimento adequado de seu papel e missão é o caminho da Judaicidade, como ensinado por D’us na Santa Torá. Sua vida torna-se reconhecidamente permeada por Judaicidade.
Cada costume judaico é parte da totalidade da prática judaica, um padrão que distingue nosso povo como uma nação única.
A singularidade do povo judeu é expressa pelo fato deles serem “um povo, espalhado e disperso entre as nações, cujas leis são DISTINTAS das leis de todos as nações” (Est 3:8). Portanto, um judeu procura influenciar à sua volta, encorajando outros judeus a aumentar sua prática judaica e difundindo as Sete Leis Universais ordenadas a Nôach e seus descendentes entre as outras nações.
Em nossas vidas individuais temos o potencial de aumentar nossas atividades judaicas, de nos tornarmos “mais judeus” na forma como pensamos e na forma como nos comportamos. Do mesmo modo, devemos aumentar nossas atividades com os demais. Em termos simples, onde quer que haja uma pessoa, ela deve procurar outros judeus que não têm conhecimento judaico e aproximá-los da vida judaica.
Um JUDEU deve esforçar-se para influenciar um JUDEU a colocar tefilín, comer apenas comida cashér, e realizar as outras Mitsvót [Edót —] velas do Shabát, kidúsh, talít, tsitsít, contagem do Ômer, tahará e tumá (leis de pureza e impureza rituais), mezuzá, luláv, sucá.
(* “Na questão de ‘Mihu Yehudi’ — ‘Quem é judeu?’, um judeu é apenas alguém que nasceu de uma mãe judia ou se converteu de acordo com a Halachá.” Diz o Rebe.
O Rebe prossegue↓)
É permitido (um judeu) dizer a um não-judeu[, por exemplo: “Coma porco.” (Mas, como pode ser isso? Acontece que)] um não-judeu não é ordenado sobre a proibição de [comer animais não cashér, como o porco.
O próprio Ráshi escreve: “Para os outros povos do mundo D’us não proibiu nada*.” (Comentário em Levítico 11:2)]
Nessas palavras do [Ráshi], é explicitamente declarado que a permissão para dizer a um não-judeu para [comer porco] é porque “o não-judeu não é ordenado sobre a proibição [do porco].”
* Estas Mitsvót foram dadas unicamente aos judeus por causa da, como diz o próprio título do Rabi Aryeh Kaplan em A Torá Viva: “Responsabilidade Como um Povo Escolhido”, a Sua (de Hashém) “am segulá”, “nação especial” (página 934, e, veja também Deuteronômio 14:2-3).
O Rebe prossegue: “Se o não-judeu fosse assim ordenado, seria proibido dizer-lhe para transgredir e [comer porco]. Segue-se daí que em algo que um não-judeu é ordenado [(não em que ele não é ordenado, como todas as Mitsvót Edót, as Leis Rituais)], é dever de um judeu convencê-lo a seguir esse mandamento. Isto está associado com o que temos falado, que os judeus são obrigados a convencer os não-judeus a observar as Sete Leis Noaíticas. E quando os judeus demonstram interesse pelo bem-estar dos não-judeus, e explicam a eles a necessidade de observar as Sete Leis Noaíticas, os não-judeus têm respeito e honra pelos judeus (*).
(* É necessário fazermos uma pausa aqui e enfatizarmos que o Rebe está dizendo que “os judeus demonstram interesse pelo bem-estar dos não-judeus [quando] explicam a eles a necessidade de observar as Sete Leis Noaíticas” e não quando ensinam para os não-judeus as práticas caracteristicamente judaicas, os rituais judaicos, as Mitsvót Edót. E “os não-judeus têm respeito e honra pelos judeus” quando são ensinados sobre as suas próprias práticas espirituais — “as leis da Torá que se aplicam a eles: as normas de retidão e moralidade”, e não quando são estimulados ou incentivados a qualquer aspecto de algum ritual judaico. Ao contrário, quando os judeus lhes ensinam o ‘que NÃO se aplica a eles’, eles (os não-judeus) percebem que estão sendo enganados e que os judeus estão mentindo para eles e assim eles não os (aos judeus) respeitam e honram.
O Rebe prossegue↓)
Ambos são mandamentos de D’us (para o judeu): Todo judeu tem a obrigação de espalhar Judaicidade para aqueles judeus que estão distantes da prática judaica, e (a obrigação) de espalhar justiça e retidão no mundo em geral, fortalecendo a fé dos povos no CRIADOR, e assim motivando-os a cumprir os Sete Mandamentos Universais dados a Noá e seus descendentes.
Um não-judeu também deve crer em D’us e observar as Sete Categorias de Misvót ordenadas aos filhos de Noá.
As nações gentias do mundo também receberam orientações claras para sua conduta, que são as Sete Leis Noaíticas com todas as suas ramificações, para que o mundo seja civilizado e não uma selva selvagem. Assim, elas também devem se comportar de acordo com a vontade de D’us.
Os não-judeus [devem] cumprir os SEUS mandamentos — que [são para] o mundo ser um lugar decente e civilizado. Os não-judeus devem manter as leis da Torá que se aplicam a eles — as normas de retidão e moralidade.”
Para aqueles (não-judeus) que se utilizam da desculpa de “ir além da letra da Lei” para fazer o que não foram ordenados, para cumprir as Mitsvót Edót, que são particulares dos judeus como o Rebe disse acima, o próprio Rebe também explica sobre o fato de que “um chassid [é] aquele que vai além da letra da Lei EM bondade e boas ações.”
E qual é então a intenção em o gentio ver o judeu praticando Mitsvót que são dele somente (praticando suas Mitsvót exclusivas) — as Leis Rituais ou Mitsvót Edót?
“Vós (judeus) sereis (por fim reconhecidos e) chamados de sacerdotes de Hashém e sereis (então) aclamados como ministros de nosso D’us.” (Isa. 61:6)
Como explicado pelo Rebe, as Edót são Mitsvót identificadoras e testemunhais: elas identificam o povo judeu como um povo separado, escolhido por Hashém, e testemunham a existência da Divindade através da existência de Seu povo. Assim, citando o tefilín como exemplo, o Rebe explica:
“Tefilín é a idéia de subjugar a mente e o coração a D’us, e, ainda que a mitsvá de tefilín é apenas para os judeus, a idéia por trás disso — a submissão da mente e do coração a D’us — aplica-se também aos não-judeus. Assim, [quando] um judeu influencia outro judeu a por o tefilín [e o não-judeu vê isso, o] não-judeu é influenciado a pensar em D’us e cumprir aquelas Mitsvót que lhe são ordenadas (as Sete Leis Noaíticas).”
Veja, é o próprio Rebe quem está dizendo que o não-judeu vê o judeu fazendo uma prática pertencente a ele, e o não-judeu é levado a pensar em D’us e a cumprir as suas Mitsvót (“aquelas Mitsvót que lhe são ordenadas”) e não a querer descaradamente copiar o judeu adotando para si mesmo aquele ritual (que ele, o gentio, não foi ordenado).
Portanto, três situações que temos aí são:
a prática das Edót “é apenas para os judeus”;
e obviamente é de “judeu [para] outro judeu”, não de judeu para não-judeu; e,
quando o não-judeu vê o judeu praticando suas Leis Rituais, ele (o não-judeu) não deve querer copiá-lo, querer praticar a mesma coisa, antes, ele deve “pensar em D’us (QUEM criou essa distinção e QUEM deu diferentes Mitsvót para cada um) e cumprir com as Mitsvót que lhe são ordenadas”, não que não lhe são ordenadas.
Rabinos (brasileiros e estrangeiros) e alguns outros judeus que “obstinadamente continuam a percorrer seus caminhos errados [(ensinando e estimulando práticas judaicas entre os não-judeus)] na esperança de colher ganhos financeiros enquanto arrastam seus seguidores e estudantes junto com eles, devem se arrepender. É claro que é muito mais difícil se arrepender quando você também tem feito os outros errarem.
No entanto, devemos ser otimistas de que este esclarecimento ajudará também aqueles que foram arrastados a também se arrependerem. Neste momento a verdade foi apurada e todos podem ver quem ele realmente é e no que ele está realmente interessado.
Espero que todos aqueles que estão nessa situação vejam a verdade e saiam de seus estados confusos e façam o que for necessário para corrigir o problema.”
Pois é tão errado “judeus que se comportam como não-judeus” quanto não-judeus que assumem uma identidade judaica por se apossar das práticas requeridas dos judeus.
Mas, por que há rabinos que chegam a dizer que os não-judeus PODEM praticar certas Mitsvót (daquelas que os não-judeus não devem praticar de modo algum)?
Pode ser por equívoco, por ignorância, ou por irresponsabilidade mesmo. De qualquer forma, a questão é que quanto a poder, qualquer um PODE qualquer coisa. Qualquer pessoa pode pensar, falar ou fazer qualquer coisa.
A palavra pode significa simplesmente que a pessoa tem a capacidade de conseguir fazer ou realizar tal coisa (qualquer coisa), então, praticamente todos podem tudo. Agora quanto a dever, aí já é uma outra questão. Portanto, o ponto não é se pode ou não pode fazer tais coisas (como adotar práticas particularmente judaicas) mas sim se deve ou não deve.
Resumindo, então, todo o acima até aqui, em poucas palavras, é como o Rabi Moshé Speiser declara:
“Existe um propósito supremo para o mundo como um todo — a conscientização e aceitação global de Hashém como sendo O CRIADOR do universo. Isto significa que o propósito da criação é que cada homem, mulher ou criança aceite voluntariamente Hashém e as leis que ELE determinou para a humanidade.
Hashém espera que suas criaturas sejam éticas e façam o que é certo, tanto a nível pessoal quanto a nível interpessoal.
A humanidade precisa das orientações da Torá para saber distinguir entre o correto e o incorreto. É a mensagem de Hashém para o humano e o “manual de instruções” da vida.
Existe também uma Torá para os não-judeus, são as Sheva Mitzvot B’nei Noach — Shéva Mitsvót Benêi Nôach — (as sete leis de Noá (as sete leis de Noé)). Estas são leis básicas para uma sociedade saudável. Quando um gentio cumpre com estas leis, ele está cumprindo com sua missão no mundo, se conectando com Hashém e cultivando um relacionamento com ELE.
Existe uma Torá específica para os judeus, esta contém as 613 Mitsvót.
A Torá, que é a Sabedoria e a Vontade de Hashém, nos ensina a viver nossas vidas corretamente e nos possibilita alcançar os mais elevados níveis espirituais.”
O Rebe NUNCA disse que as nações receberam Leis Rituais e menos ainda que elas (as nações) podem ou devem se apropriar de (na verdade, copiar, imitar,) quaisquer Leis Rituais dos Judeus — uma, algumas ou todas, como já foi mostrado até aqui. Mas, prossigamos:
“A diferença entre judeus e não-judeus se expressa em relação à observância da Torá. O povo judeu é obrigado a observar 613 Mitsvót da Torá e os não-judeus são obrigados a cumprir exclusivamente as Sete Leis Noaíticas com todas as suas ramificações, que, aliás, não são pouca coisa, como explicado em várias fontes.
[Assim,] a ação é essencial para difundir Torá e Judaicidade [somente] entre judeus e as Sete Leis Noaíticas entre não-judeus.
Cada judeu deve se esforçar para cumprir todas as 613 Mitsvót de que ele está encarregado como judeu.
A singularidade do povo judeu é claramente evidente para todos na esfera da Judaicidade, estudo da Torá e observância das Mitsvót (as 613).
Não-judeus, no entanto, lidam unicamente com os “Sete Mandamentos dos Filhos de Noá”, com todas as suas ramificações e extensões. Em algo que um não-judeu é ordenado [(não em que ele não é ordenado, como todas as Mitsvót Edót, as Leis Rituais)], é dever de um judeu convencê-lo a seguir esse mandamento. Todos [os não-judeus] devem manter as leis da Torá que se aplicam a eles. Todos devem cumprir os mandamentos universais de D’us — as Sete Leis Noaíticas —. [Nós, judeus,] devemos divulgar este fato para que a observância das Sete Leis Noaíticas seja universalmente aceita e executada.
D’us, O CRIADOR do mundo, não abandonou a SUA obra, mas deu orientações claras de como o mundo pode ser decente e civilizado e duradouro. As nações do mundo receberam um código Divino de conduta, as Sete Leis Noaíticas, que consistem em: acreditar em D’us e não praticar idolatria, não assassinar, não roubar, não cometer adultério ou incesto (ou homossexualidade), não blasfemar contra D’us, proibido a crueldade para com os animais e estabelecer um sistema judicial. Estas Sete Leis Noaíticas são declarações gerais, que, com suas ramificações e extensões, abrangem inúmeros detalhes(*.
* Por exemplo, o Rebe diz: “Os não-judeus também foram ordenados a criar famílias.”)
As Sete Leis são as regras Divinas de conduta. A observância dessas leis faz do mundo um lugar seguro e decente para se viver. É dever do judeu fazer com que todos os povos levem a vida justa e digna que vem do cumprimento das Sete Leis Noaíticas. Como os judeus podem influenciar os não-judeus a reconhecer D’us — O D’us de seus antepassados, Noá e Adám — e a se comportar de acordo com a observação das Sete Leis Noaíticas e todas as suas ramificações?
[Antes de tudo,] o judeu não se envergonha de observar a Torá e Mitsvót (as 613). Quando um não-judeu vê que um judeu se orgulha de sua identidade judaica, ele demonstra mais respeito pelo judeu. [E, depois disso, o] judeu deve, a todo momento, em qualquer caso, contar ao não-judeu sobre sua obrigação de observar as Sete Leis Noaíticas — e o mérito e recompensa que o não-judeu recebe por esta observância tanto neste mundo quanto no Mundo Por Vir.
[O judeu deve esclarecer ao não-judeu que não basta o não-judeu cumprir as suas Sete Mitsvót apenas como “regras sociais” ou “regras religiosas (quer dizer, de suas religiões)”, ele as tem de] cumprir porque elas foram ordenadas por D’us, na Torá. Um judeu permite que o não-judeu ganhe vida no Mundo Vindouro contando-lhe sobre as Sete Leis Noaíticas [(i.e., contando-lhe sobre as Mitsvót Universais de Hashém na Torá).
A partir daí, o não-judeu começa,] em todas as oportunidades, quando se encontra com sua família e amigos, a falar com eles da necessidade de pensar em D’us e orar a ELE — e mesmo que não ore, o próprio pensar em D’us serve como oração — e de se comportar com mais retidão.
E já que “uma Mitsvá leva a outra Mitsvá”, é certo que quando um não-judeu fala a outro sobre O CRIADOR do mundo, isso leva a outra Mitsvá: a necessidade resultante de conduzir-se honesta e corretamente. [E então,] o segundo não-judeu fala a um terceiro, que fala a um quarto, e assim por diante.”
Como vimos, e como veremos ainda mais, os noaítas (Bnei Noach), obviamente, não devem pensar que por suas Mitsvót serem apenas Leis Morais, elas são menos importantes ou têm menos valor do que a observância das Leis Rituais pelos judeus. Nem devem pensar que por não existir Leis Rituais no Noaísmo (o movimento Bnei Noach da Torá), o que fazem no seu serviço a D’us é pouco, e/ou, não é possível o crescimento espiritual.
As Leis Noaíticas, mesmo sendo composta somente de Leis Morais, são “as diretrizes de D’us” para as nações. Assim, os noaítas “as cumpre porque [foi] D’us [QUEM] lhes ordenou” estas Leis exatamente assim (como elas são).
O Rebe continua:
””E Havayah será REI sobre o mundo inteiro, e nesse dia Havayah será UM e SEU NOME UM.” (Zac. 14:9) Isto inclui a realeza, não apenas sobre os judeus, mas também sobre as nações gentias.
O reconhecimento do papel de D’us como CRIADOR e REI deve levar ao cumprimento de SUA vontade e diretrizes. E, como um rei justo e benevolente, SUAS diretrizes são certamente justas e benéficas para Seus súditos. Da mesma forma, ELE forneceu os meios pelos quais o humano sabe como servir o rei, para saber o que é permitido e o que é proibido. ELE nos deu a Torá.
Torá é uma palavra derivada da palavra “horaá”, que significa direção e ensino — para nossa conduta diária em todos os momentos.
As pessoas devem se comportar como seres humanos decentes, dispostos a renunciar seus interesses privados pelo bem público. Um comportamento decente e responsável significa a eliminação da idéia de que “quem é mais forte prevalece”. É preciso ignorar suas próprias idéias do que é melhor e fazer aquilo que D’us, AQUELE que sabe o que é melhor para o humano e a humanidade, manda. Um judeu deve servir como um exemplo vivo para os judeus — e os não-judeus — na sua vizinhança de como se comportar de uma maneira decente e humana. Logo, um judeu, em suas relações com as nações gentias, também as influencia para reconhecer e servir D’us. Então elas também cumprirão os mandamentos dados a elas, as Sete Leis Noaíticas, incluindo também por parte delas o necessário estudo [da Torá] (“nas áreas pertencentes a elas”) e a caridade (tsedacá*). Dado que elas reconhecerão que há um MESTRE do mundo, todas as nações servirão D’us “em harmonia” (Sof. 3:9), e deixarão de lutar umas contra as outras.
“Nação alguma levantará sua espada contra outra, e não aprenderão mais a guerrear.” (Isa. 3:4)
Portanto, como preparação para a vinda de Mashíach, também é importante difundir a observância das Sete Leis Universais ordenadas aos descendentes de Noá.
Não devemos esquecer nossos concidadãos não-judeus. Devemos aproveitar [qualquer] oportunidade para encorajar todas as pessoas a aprender e cumprir as Sete Leis Universais ordenadas aos descendentes de Noá. Exortar a humanidade a cumprir as Sete Leis Noaíticas, porque elas são mandamentos de D’us para a humanidade.
O Rambám em seu Código determina que um “Filho de Noá” deve cumprir os Sete Mandamentos porque D’us os ordenou em Sua Torá e nos informou através de Moshé que os Filhos de Noá já haviam sido ordenados. Isto significa que o gentio se conduz em consonância com os Sete, não por consenso, conclusões lógicas, concordando que esta é uma conduta apropriada, mas em vez disso, por este comportamento ser baseado no comando de D’us através de Moshé.
Só assim poderão os Sete conduzir ao tipo de mundo previsto em “não para o caos ELE o criou, mas para ser um lugar de sociedade pacífica.” Não podemos confiar nas “conclusões lógicas” do homem, porque o homem é “subornado” com interesses que não a razão e a justiça. Nós vimos o resultado dessa filosofia, a moralidade baseada puramente na inteligência humana. Vimos uma nação (a Alemanha nazista), numerada entre as nações desenvolvidas e cultas, civilizada e educada, que desenvolveu toda uma filosofia de leis — com a participação de estudiosos e filósofos — que trouxe ao mundo grande destruição, devastação e “caos” sem precedentes.
A única precaução contra tais resultados é, como observado anteriormente, por reconhecer que o cumprimento dos Sete é porque “D’us os ordenou na Torá”, quando o comportamento do homem é determinado pelas instruções DAQUELE “que trouxe à existência toda a existência.” ESTE transmitiu “através de Moshé” orientação clara, clara e iluminada (pois a “Torá é luz”), para a conduta do homem. Não há nenhum recanto no mundo abandonado à escuridão pela Torá, e certamente não há nenhum ser humano na face da terra negligenciado, privado de orientação para sua conduta.
Pode ser que D’us crie o homem, dê a ele um propósito e então lhe permita tropeçar na escuridão, sem saber como ou de que maneira cumprir sua missão?
Quando O SANTO, bendito seja ELE, habitou o mundo com pessoas criadas na “imagem de D’us” e lhes deu uma missão, ELE também lhes deu um farol de luz para iluminar seu caminho na vida. Esta “luz da Torá” brilha e dirige e ensina o caminho certo para o homem na vida.
O homem que vive à luz destas instruções forma um mundo apto a ser “civilizado”, estável e produtivo, duradouro. Com esta abordagem, o homem não será “subornado”, pois assim que ele estiver inclinado a se desviar, ele se lembrará que a mesma Torá ordena: “Não aceite suborno, pois o suborno cega os olhos dos sábios e distorce as palavras dos justos.” (Shemót 23:8) [(Pois qualquer texto da Torá referente “às leis da moralidade — “referindo-se à relação entre humano e humano e, em um sentido mais amplo, entre o humano e o mundo” — aplica-se a todos, mesmo aos não-judeus.” — Rabi Eliezer Zalmanov, do Chabad.)]
Um fato notável será iluminado. A grande maioria dos regimes, os diferentes estilos de comportamento das religiões do mundo, incluindo aqueles que podem ser classificados como idólatras, são explicitamente baseados na Torá de Moshé, conforme explicado detalhadamente em O Cuzarí.
Uma vez que a conduta do mundo é baseada na Torá e a Torá está vinculada a todos os judeus, segue-se que cada judeu tem a responsabilidade de assegurar que o mundo viva de uma maneira que leve à “sociabilidade” através da observância dos Sete Mandamentos com todas as suas implicações e detalhes.
Ao mesmo tempo, cada judeu deve se esforçar para cumprir todas as 613 Mitsvót que ele é instruído como judeu, incluindo a Mitsvá de iluminar o mundo ao seu redor, através dos Sete Mandamentos. [Assim, todos verão] que ele (tal judeu) tem responsabilidades impostas a si mesmo pelo seu judaísmo, e o ouvirão porque terão um senso de confiança de que estão conversando com um homem que busca a verdade e quer divulgar a verdade, pois ele pessoalmente vive de acordo com os ensinamentos da Torá da Verdade e da Vida que ensina o que fazer no cotidiano da vida — já que Torá significa “instrução”.
Nós temos de revelar a verdade, que O CRIADOR está no mundo, e tudo e todos devem esforçar-se por concretizar o objetivo de fazer do mundo “um lugar de sociedade pacífica” — incluídas também as setenta nações, que são obrigadas a cumprir com as Sete Leis Noaíticas. Esta paz deve negar ciúmes, guerra e competição. Deve trazer verdadeira convivência pacífica entre todas as pessoas em todos os aspectos da vida, para que haja assistência mútua, para a paz, em nome de D’us.
O judeu individual deve lembrar que seu papel é servir o seu CRIADOR, influenciando todos os que entram em contato com ele; trazer a paz e revelar a honra de D’us para que todos aceitem de bom grado e alegremente o Reinado e o governo de D’us, ou seja, as 613 Mitsvót para os judeus e as sete Mitsvót para as outras nações. O pensamento, a fala e a ação serão permeados com o espírito de servir D’us [ainda que,] naturalmente, a inclinação para o mal argumente que nossas ações individuais, a fala, e especialmente o pensamento, são insignificantes.
Nos encontramos entre os gentios para implantar a Divindade entre esses gentios. Eles também devem ser instruídos a perceber que eles existem, que eles foram criados, para a honra de D’us e devem aceitá-la de bom grado!
Aqueles que realmente querem que o mundo não se torne uma selva e querem construir e proteger a sociedade devem ensinar a moralidade baseada na Divindade, ‘no olho que vê e no ouvido que ouve.’
Como diz o Rambám, assim como devemos saber que a nossa Torá é a Torá de Moshé, da parte de D’us, assim as nações também devem ser ensinadas que suas sete Mitsvót são ensinadas por Moshé, da parte de D’us.
Embora permanecêssemos negligentes neste esforço, D’us tem mudado o estado de espírito e a atmosfera (das coisas), e um despertar tem vindo dos gentios.
Um judeu (principalmente no setor da política) deve usar toda a sua influência para introduzir discussões, estudos e atividades que espalhem o conhecimento e a aceitação das Sete Leis Noaíticas com todos os seus detalhes. Isto pode ser feito pacificamente. Nossa influência pode ser exercida com palavras, palavras da Torá, a Torá da paz, cujos caminhos são agradáveis, para explicar que tudo o que ensinamos vem de D’us. Quando estas palavras emanam do coração, elas penetram no coração e cumprem seu propósito.
No entanto, há indivíduos insensatos que são veementemente contra (a divulgação das Sete Mitsvót entre as nações gentias)! Eles não têm autoestima por seu judaísmo nem por sua humanidade.
As únicas pessoas que argumentam contra (esta divulgação) são aquelas que perderam sua imagem Divina e se tornaram escravas da inclinação para o mal.
Devemos trabalhar diligentemente a respeito [do fato de que] é da responsabilidade de todo judeu, através do seu serviço Divino, iluminar o mundo e influenciar os não-judeus a aceitar as Sete Leis Noaíticas. No entanto, se você quer mudar e melhorar o mundo, você deve começar primeiro aplicando esse princípio a si mesmo. Aperfeiçoe-se primeiro e então você também influenciará o resto do mundo. Todos os aspectos de sua conduta devem ser regidos pelas diretrizes da Torá.
Quando introduzimos a Divindade em todas as nossas atividades do coração, da boca e das mãos, então afetamos todo o nosso ambiente. O Rambám nos ensina que a Primeira Mitsvá é pensar sobre a, e saber da, existência de D’us, que ELE é O CRIADOR, O MESTRE do mundo, etc. Mas não se deve apenas acreditar em D’us — deve-se também conhecê-LO. Nas palavras da Escritura: “Conhece (tu) O D’us dos vossos pais.”
(* “A Mitsvá da tsedacá é [quando] uma pessoa pega o dinheiro que ela ganhou através de seu trabalho no mundo material e o doa com um propósito espiritual. Isto é, quando alguém dedica seu tempo, energia e dinheiro para ajudar os outros, recursos que poderiam ter sido usados para promover seus próprios interesses.
Quando uma pessoa (o judeu ou o noaíta) ouve a respeito de alguém em algum lugar do mundo que está precisando de ajuda em suas necessidades materiais — comida, bebida, abrigo, roupas, etc. —, mesmo não o conhecendo ou suas qualidades, ela apenas sabe que ele existe, e sabe que o mesmo D’us criou os dois, ela deve fazer tudo ao seu alcance para ajudá-lo. Essa pessoa deixa de lado suas preocupações e de sua família, e ajuda.
Ao se dedicar a ajudar os outros, tal pessoa cumpriu sua missão como ser humano, verdadeiro, decente, carinhoso e altruísta, e experimenta a verdadeira paz de espírito e alma — além das bênçãos de D’us para o sucesso em sua vida pessoal.
Porém, quando os judeus ouvem a respeito de um judeu necessitado, a assistência material é insuficiente. Não se pode satisfazer o corpo e ignorar a alma judaica. É preciso fazer o máximo para garantir que as crianças judias recebam uma educação judaica, e as pessoas que residem em instituições judaicas, incluindo hospitais, devem ter comida judaica. Entre judeus, deve-se também espalhar Judaicidade.” Diz o Rebe.
E tendo em mente toda essa explicação do Rebe, ainda é preciso estar ciente de que “a importância da tsedacá é que não se trata de “caridade”. Não é opção, nem depende da boa vontade dos que dão. É uma obrigação legal.” (Rabi Jonathan Sacks).)
“Em termos do serviço Divino de uma pessoa ao seu CRIADOR”, o que acontecerá às nações depois da revelação de Mashíach (o verdadeiro messias)?
“Não precisamos converter o mundo inteiro![*]
A intenção de D’us é que os judeus se envolvam no refinamento do mundo [(elevá-lo e espiritualizá-lo)].
[Por exemplo,] através da recitação de Tehilím (Salmos**), o mundo é refinado e elevado. A recitação de Tehilím é relevante para todos os judeus, mesmo os mais simples.
O caminho da Torá nos leva a purificar as nações do mundo. Nosso interesse não é eliminá-las, mas refiná-las. Pois mesmo no tempo futuro as nações continuarão a existir.
Rambám (o Rabi Maimônides) escreveu: “o mundo inteiro retornará à fé original” [i.e., à fé de seus antepassados Nôach e Adám (NÃO está escrito: ‘todos os humanos se tornarão judeus’)], pois o mundo inteiro se dedicará ao conhecimento de D’us (Havayah).
Na era messiânica, “o mundo será preenchido com o conhecimento de D’us como o mar cobre o oceano” (Isa. 11:9), ou seja, o mundo existirá. No entanto, será “encoberto” pela revelação da Divindade. [Por exemplo,] o mar contém muitas criações, mas, quando se olha para o mar, se vê o mar, não as criações nele contidas. Da mesma forma, assim como na metáfora das criações no mar, na era messiânica, a Divindade será revelada e não precisaremos procurar e investigar para encontrar D’us. Pelo contrário, primeiro veremos o espiritual, a fonte, que cobrirá todas as criaturas. [Assim,] todas as criações, mesmo as nações gentias, continuam existindo na Era Messiânica.
Cada entidade em particular no mundo foi criada por D’us. Então, os gentios continuarão a existir. [A diferença será que] na era messiânica, todas as nações e povos aceitarão a autoridade de D’us sobre eles. E porque D’us é eterno, qualquer coisa que pode exaltar D’us também deve possuir um elemento de eternidade. No entanto, a humanidade só será capaz de buscar livremente o conhecimento Divino e aumentar sua consciência divina se cada judeu trabalhar para transformar o mundo ensinando aos gentios as Sete Leis Noaíticas e “aperfeiçoar o mundo sob a soberania do Todopoderoso.”
Já que estamos vivendo na última geração antes da redenção messiânica, e que a revelação da Divindade abrangerá até mesmo os gentios, como explicado, segue-se que esta é a tarefa de nossa geração:
é necessário trabalhar para alcançar os não-judeus e encorajá-los tanto a aceitar as sete categorias de mandamentos que eles são obrigados a cumprir como a viver pacificamente e generosamente uns com os outros.
Há aqueles que se recusam a envolver-se em tais atividades explicando que fazê-las poderia incomodar ou aborrecer os gentios.
Cada um de nós (judeus) tem uma clara obrigação haláchica de fazer tais esforços para, como explica o Rambám: “Da boca do Todopoderoso, Moshé, nosso mestre, ordenou-nos a obrigar todos os habitantes do mundo a aceitar sobre si mesmos os mandamentos dados aos filhos de Nôach.”
Eles não se dão conta de que a finalidade para a qual D’us lhes providenciou entrar em contato com o gentio é cumprir a mitsvá de ensinar-lhe as Sete Leis Noaíticas e explicá-las de uma maneira que um gentio é capaz de entender.
[É verdade que pode acontecer que, ainda que] o judeu chegue a um não-judeu de uma maneira agradável e amigável [para] informá-lo de sua responsabilidade dada por D’us de observar as Sete Leis Noaíticas, o não-judeu [venha a lhe] dizer: “Quem lhe designou para pregar para mim? Se D’us quer que eu faça algo, ELE poderia me dizer diretamente!”
No entanto, [há muitos gentios (por aí) esperando ansiosamente pela oportunidade de aprender com um judeu sobre] assuntos espirituais. [Assim,] o judeu que influencia o gentio em assuntos espirituais, também o ajuda a alcançar o sucesso em seus objetivos físicos, porque então sua vida será baseada no princípio de: “D’us não criou o mundo para que houvesse caos, mas ELE o formou para ser um lugar de sociedade pacífica” (Yeshayáhu 45:18), uma conduta social baseada na justiça e retidão (observando as Sete Leis Noaíticas).
A vida de acordo com os Sete Princípios Noaíticos estará isenta de qualquer rebeldia contra as leis sociais.
[Ao deparar-se com um não-judeu] disposto a aceitar a orientação dos judeus na área das Sete Leis Noaíticas, o judeu deve [de fato] ajudá-lo a atingir seus objetivos espirituais:
separe alguns momentos para, com simpatia e genuína boa vontade, discutir (com o não-judeu) assuntos que irão enriquecer a vida dele e trazer bênçãos pessoais adicionais; para (ele) cumprir o seu papel na vida mediante a observação das Sete Leis Noaíticas.
Espero que a partir de agora todos os judeus realizem esta missão de convencer o gentio de suas obrigações, de influenciar as pessoas do mundo a cumprir seus mandamentos.
Todos devem aumentar a observância da Torá, os judeus e também os não-judeus nas áreas que lhes pertencem.
[Mas para que isto ocorra,] o judeu tem de falar especialmente com os gentios sobre este maravilhoso ensinamento baseado na Torá que são as Sete Leis Noaíticas, pois então os não-judeus sentirão que o judeu se preocupa com seu bem-estar espiritual assim como (com) a bênção física que vem como resultado.”
* E como o próprio Rebe já deixou completamente claro, nem precisam judaizar todo mundo.
** O Rebe usa os Salmos de exemplo porque em momento algum eles dizem que as nações deixarão de existir ou que todas elas se tornarão judias.
Outra prova de que na era messiânica as nações existirão e não se tornarão judias, continua explicando o Rebe, é que:
“O profeta (Yeshaiáhu 56:7) nos diz: “a Minha casa será chamada de Casa de Oração para todas as nações.” Isto se relaciona com os esforços para influenciar os gentios a manter as sete leis universais dadas aos descendentes de Nôach como o exige o Rambám. Este verso naturalmente está ligado ao tempo da redenção, aos dias do Rei Mashíach, quando o Bêt Hamicdásh será reconstruído. Ele (o verso) se refere claramente ao Terceiro Bêt Hamicdásh, que será um edifício eterno, assim como a salvação será eterna.
Nesse tempo, “eu darei a todos os povos uma língua pura a fim de que invoquem o Nome de Havayah e O sirvam em harmonia” (Sofonias 3:9) e então o Terceiro Bêt Hamicdásh será uma verdadeira Casa de Oração para todas as nações do mundo.
A separação entre o povo judeu e as nações do mundo são vitalmente necessárias pois é declarado (em Êxodo 3:19): “Eu farei uma distinção entre Meu povo e teu povo”. “Distinção” — em hebraico, “pedut”, que literalmente significa “redenção” — indica que naquele momento “Meu povo” (judeus) e “teu povo” (gentios) estavam juntos no Egito — e, portanto, era necessária uma distinção, uma separação.
Assim também na (futura) redenção é necessária uma separação entre “Meu povo” e “teu povo”. Por outro lado, mesmo em tal estado de coisas [(quer dizer, mesmo na Era da redenção)], um “pedut” é efetuado. Não apenas está o “Meu povo” separado do “teu povo”, mas há uma completa e total distinção entre eles. [Em outras palavras,] mesmo quando Mashíach vier e todas as nações servirem D’us, ainda haverá distinções entre judeus e gentios; os gentios se relacionarão com as Sete Leis Noaíticas e os judeus com a Torá e as (613) Mitsvót.
A disseminação da Judaicidade [deve-se dar apenas] entre os judeus, que são obrigados a estudar a Torá [das 613 Mitsvót]. Gentios, no entanto, lidam apenas com [a Torá d]os “Sete Mandamentos dos Filhos de Noá”, com todas as suas ramificações e extensões.
Tudo e cada pessoa tem seu próprio propósito ou tarefa, e isto não torna alguém mais importante ou menos (importante), pois todos são importantes na totalidade das coisas, assim como todo membro ou órgão de um corpo é importante. De fato, se um membro desejasse mudar sua função, isso não apenas perturbaria sua harmonia pessoal, mas também perturbaria a harmonia total.
Assim como os diferentes membros do corpo cumprem as funções apropriadas para eles, para diferentes pessoas foi designado diferentes tarefas, e, portanto, todas as criações devem cumprir suas tarefas que lhes foram encarregadas: os gentios com sua tarefa, o cumprimento das Sete Leis Noaíticas, os judeus com sua tarefa, o cumprimento das 613 Mitsvót. Por razões conhecidas apenas pelo PRÓPRIO D’us, ELE desejou que houvesse muitas nações no mundo, mas apenas um povo judeu, um povo que deveria ser separado e diferente de todas as outras nações, com um destino e função próprios. Mesmo na futura era messiânica, como foi profetizado por nossos profetas, haverá uma distinção entre o povo judeu e os não-judeus, onde os judeus manterão as (suas) 613 Mitsvót, enquanto os gentios terão de (continuar a) observar APENAS sete mandamentos com todas as suas ramificações e extensões, o que também não é pouca coisa, como explicado em várias fontes.
Que D’us conceda que muito em breve se cumpra a promessa de que a Divindade SE revelará nas vidas de todas as pessoas, na terra, pois o espírito de impureza será removido e todos servirão D’us juntos — mas cada um à sua maneira.”
Por o Rebe e Projeto Noaismo Info
Discursos e Cartas do Rebe: © Chabad.org
Traduzido por Projeto Noaismo Info: © Projeto Noaismo Info

© Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info
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