Curso Bnei Noach parte 2

O SITE BNEI NOACH PROJETO NOAISMO INFO APRESENTA

 

MINI CURSO GRATUITO DE INTRODUÇÃO AO TEMA DE BNEI NOACH

 

Idealizado por Projeto Noaísmo Info
Seleção, Organização, Edição: Proj. Noaismo Info

(Veja as palavras do próprio Rav Shimshon Bisker, de Israel, o Rabino Supervisor do Site Bnei Noach Projeto Noaísmo Info, sobre o trabalho do Proj. Noaismo Info, e sobre a menção de outros rabinos no Curso Bnei Noach, em:
ABERTURA DO CURSO SOBRE BNEI NOACH)

 

BNEI NOACH: SEGUNDA PARTE

Por Rabi Yosef Bitton, e, por Rabi Yirmiyohu Kaganoff
Traduzido do espanhol e do inglês por Projeto Noaísmo Info

 

O PACTO ENTRE D’US E NOÉ

 

D’US trouxe o dilúvio. Porém, este cataclismo não seria o fim da humanidade. A Torá nos conta que um homem chamado Noach [lê-se Nôarr] acabou por ser a exceção à regra. Nôach era um indivíduo que em relação ao resto do mundo (ou que apesar da corrupção generalizada, segundo outra opinião) se comportava com integridade e vivia consciente da existência de D’US, algo que já tinha saído da moda para o resto do mundo. D’US salvou Nôach para dar à humanidade uma segunda chance. Nôach construiu a arca e, junto com a sua esposa [Naamá], seus 3 filhos e as esposas deles — um total de 8 pessoas —, sobreviveu ao devastador dilúvio[*]. Quando Nôach desceu da arca e retornou à terra firme, construiu um altar e ofereceu sacrifícios para D’US em um claro gesto de gratidão por ELE lhe ter salvo a vida. D’US abençoou Nôach e ordenou para ele e para seus filhos que se reproduzissem e repovoassem a Terra.

 

[* Para um resumo da história de Nôach e Naamá e a família deles, veja O GUIAZINHO (⇐ clique aqui; e baixe-o gratuitamente).]

 

D’US estabeleceu um pacto formal com Nôach e seus filhos, que naquele momento representavam toda a humanidade (Gênesis 9:8-17). [Este pacto é o que se conhece pelos nomes: “As Sete Leis Noaíticas”; “Noaísmo”; “Noaitísmo”; “Pacto Noaítico” ou ainda, “movimento Bnei Noach”.]

O pacto entre D’US e Nôach consiste, por um lado, no fato de os seres humanos respeitarem as Leis originais e a nova lei que proíbe mutilar os seres vivos [para comê-los]*. A esses Mandamentos originais se acrescenta agora que o assassinato será sancionado com a pena de morte (Gênesis 9:6). O CRIADOR, por outro lado, assegura que não trará outro dilúvio. O arco-celeste será o lembrete de que a chuva irá parar e de que D’US não vai varrer a humanidade da face da Terra com um cataclismo universal.

 

* D’US autoriza Nôach e seus filhos a [matarem para] comerem carne animal (Gênesis 9:3), o que até então não estava permitido para o ser humano, já que a dieta que D’US tinha indicado para o primeiro humano consistia unicamente de sementes, vegetais e frutas. Agora, D’US permite para Nôach e para seus descendentes disporem da vida dos animais. O CRIADOR, entretanto, estabeleceu um prerrequisito que deverá ser cumprido antes de consumir a carne animal. O ser humano não poderá mutilar um animal e consumir sua carne enquanto o animal está vivo, como fazem os predadores carnívoros com as suas presas. O humano poderá comer a carne de um animal morto, devendo abater o animal antes de comê-lo, minimizando assim o seu sofrimento.

 

Este pacto sugere que a fórmula Divina para evitar novamente a corrupção da humanidade — e a sua destruição — é a formalização da lei e da ordem, através da observância das Sete Leis de Noé, que agora se tornam o conteúdo de um pacto formal entre O CRIADOR e a humanidade.

 

O JUDAÍSMO COMO PACTO

 

As Sete Leis de Noé representam o primeiro pacto de D’US com os seres humanos. Mas não foi o último. A Torá descreve a celebração de outro pacto, maamad har Sinai, o pacto do Sinái, uma aliança entre D’US e o povo de Israel. Este Pacto (em hebraico, “berít”) foi celebrado no Monte Sinai, no dia 6 do mês de Siván, 49 dias depois dos judeus partirem do Egito, onde foram escravizados por várias gerações. Os detalhes deste Pacto estão registrados no livro de Shemót (Êxodo), do capítulo 19 até o capítulo 24. Neste pacto D’US escolhe e toma a nação de Israel dentre todas as nações, a consagra como SEU povo e garante a sua existência. O povo judeu, por sua vez, se compromete a ser fiel a D’US, a obedecê-LO, e não servir, adorar ou mesmo conceber a existência de outros deuses. D’US dá para Israel a Torá, a Lei Divina, que inclui um total de 613 preceitos ou mandamentos. O povo de Israel, por outro lado, aceita a lei Divina e a adota de agora em diante como a sua Constituição Nacional.

Como parte deste Pacto, D’US também concede ao povo judeu a terra de Canaán como sua herança. Mas viver nessa terra, que posteriormente se chamará “Israel”, é um privilégio condicionado ao povo judeu ser fiel a seu Pacto com D’US. Se o povo judeu desobedecer coletivamente a lei Divina, D’US não proverá a chuva, a terra ficará empobrecida, o inimigo prevalecerá e os judeus serão exilados. Esta advertência é relembrada pelo povo de Israel todos os dias na recitação do Shemá Israel.

Esse pacto não é obrigatório unicamente para os indivíduos judeus que o aceitaram [no Monte Sinái]. Todo descendente da nação de Israel, ou seja, todo homem ou mulher nascido de ventre judaico, herda automaticamente a obrigação de obedecer todas as estipulações do Pacto do Monte Sinai, tal como uma pessoa nascida num determinado país é automaticamente obrigada a aceitar a constituição desse país. [Como também o diz o rabi Yirmiyohu Kaganoff: “Para o mundo não judaico ou para o mundo judaico não-observante, a definição de um judeu é baseada em critérios sociológicos. Mas para o judeu da Torá, a definição de judeu é alguém que é membro de um povo que é obrigado a cumprir todos os mandamentos da Torá.”]
É por isso que no hebraico talmúdico o indivíduo judeu é chamado ben berit (lit. herdeiro ou filho do pacto) que significa: “Sujeito — automaticamente vinculado — ao pacto” do Monte Sinai. E, diga-se de passagem, aqui vemos claramente que o judaísmo não é nem uma raça nem uma religião: é um Pacto entre o povo judeu e D’US.

Diferentemente do pacto entre D’US e Nôach, o pacto do Har Sinai não é nem pretende ser universal. As 613 Leis Bíblicas não são apresentadas como leis para toda a humanidade. De fato, uma grande parte dos preceitos da Torá tem a ver com a história particular do povo judeu, especialmente sua saída do Egito. A Torá, também chamada “O Livro do Pacto” ou “Testamento” (um termo que ironicamente é usado mais por cristãos do que judeus), foi concebida para — e compromete unicamente — o povo judeu, os descendentes de Israel.
A Torá, sendo a Constituição do povo judeu, contém todos os tipos de leis. E entre elas, leis que se referem a indivíduos não-judeus. Estas leis são mais bem compreendidas quando as comparamos com “as leis do estrangeiro” que aparecem em qualquer constituição moderna. Nas constituições modernas, as leis de estrangeiros e migrações determinam, por exemplo, qual o processo para a obtenção de cidadania para um estrangeiro (a naturalização); quais os direitos e obrigações de um estrangeiro que reside temporariamente no país etc.

Quando um indivíduo não-judeu quer se converter ao judaísmo, ele deve fazê-lo com a intenção de se transformar em um ben berít, uma pessoa sujeita ao pacto entre D’US e Israel.

 

ADOÇÃO DAS LEIS DE NOÉ

 

Existe uma segunda maneira pela qual um indivíduo não-judeu pode cumprir a Lei Bíblica e a vontade do D’US da Torá sem ter de adotar o Pacto entre D’US e Israel. É através da adoção voluntária do código universal de leis divinas conhecido como “Os Sete Mandamentos ou Leis dos filhos de Noé” [Sheva Mitsvot Bnei Noach].

Em hebraico, o indivíduo judeu é chamado ben berít, uma pessoa sujeita ao pacto que D’US fez com Israel e seus descendentes no Monte Sinai. E o não-judeu que vive de acordo com estas leis (o código universal) é chamado ben Noach [lit. filho de Noé], ou seja, um indivíduo que é obrigado a observar as leis universais que D’US estabeleceu para Nôach e seus descendentes.

Nos referimos ao indivíduo não-judeu que adota as leis de Noé como:

1. Ben Noach, isto é, descendente de Nôach em oposição a ben berít, judeu.

2. Michassidéi Umót haOlám, “Uma das pessoas devotas (piedosas) do mundo”, já que ele rejeita a religião na qual nasceu, e aceita comportar-se de acordo com as leis bíblicas. Para o rabi Maimônides, quando um indivíduo não-judeu [descobre estas leis bíblicas deduzindo-as através do livro de Gênesis e] se comporta de acordo com estes preceitos [divinos] por sua própria inteligência e por iniciativa própria [entendendo por si só — quer dizer, sem contato algum com qualquer judeu — que é isto que D’US quer dele — mas ainda não ciente do fato de que D’US as reafirmou novamente no Sinai por Moisés e que esta é que deve ser a razão para ele aceitá-las e cumpri-las], ele é considerado “um dos sábios das nações do mundo”.

 

[APENAS JUDEUS VÃO PARA O CÉU? OU, APENAS JUDEUS VIVERÃO NA ERA MESSIÂNICA? OS GENTIOS VÃO TODOS PARA O “INFERNO” SE NÃO SE CONVERTEREM AO JUDAÍSMO?]

 

De acordo com a tradição rabínica, um ben Noach tem parte no mundo por vir, uma vez que é por viver de acordo com estas leis que nós o consideramos “um dos piedosos [de Hashém] das nações do mundo”.

[O rabi Yirmiyohu Kaganoff explica:
“Apesar de não ser comum para um rav ser perguntado sobre as halachót (regras) que pertencem aos gentios, na verdade isso deveria ser habitual. Muitos não-judeus estão realmente preocupados com o seu futuro lugar no Olám Habá (mundo por vir) e, se as nações não tivessem sido enganadas por religiões espúrias, milhares e talvez milhões mais observariam as mitsvót de Bnei Noach que lhes foram ordenadas. É trágico que tenham sido enganadas com falsas crenças e práticas. Felizmente, há um renascimento do interesse entre os gentios em observar os requisitos dados a eles na Torá. Atualmente há muitos grupos e publicações dedicados a educar não-judeus sobre suas responsabilidades haláchicas.
A Torá [a bíblia original] se opõe à criação de religiões feitas pelo humano. Nas palavras do rabi Maimônides: “Não é permitido a um não-judeu criar sua própria religião ou mitsvá (mandamento).” (As Leis dos Reis 10:9) Criar suas próprias mitsvót (leis) implica que eu posso de alguma forma subornar D’US de que eu faço o que eu quero. Qualquer tentativa de criar uma mitsvá que não é a da Torá vai contra os objetivos de Hashém (D’US) para a humanidade. O propósito da Torá é que nos aproximemos de Hashém seguindo o que ELE nos instrui a fazer.
Hashém deu mitsvót (mandamentos) tanto para os judeus quanto para os não-judeus, e o judaísmo é a única grande religião que não reivindica o monopólio do céu. Os não-judeus também merecem olam haba se cumprem suas mitsvót. Os requisitos das mitsvót dos não-judeus são geralmente referidos como as “Sete Mitsvót dos Bnei Noach”, embora, na verdade, estas “Sete Mitsvót” sejam realmente categorias. Um gentio é obrigado a aceitar que estes mandamentos foram ordenados por Hashém a Moshé Rabênu. Os gentios [finalmente] têm reconhecido [a Verdade de que] Hashém apresentou-SE a Moshé e ao povo judeu no Sinai e nos ordenou sobre SUAS Mitsvót.
Um não-judeu que observa suas mitsvót porque Hashém as ordenou através de Moshe Rabênu se qualifica para ser um “gentio justo”, um dos Chassidéi Umót Haolám que merece um lugar no Olám Habá (mundo vindouro). Observar estas mitsvót cuidadosamente não é suficiente para tornar um gentio um chassid. Ele deve observar suas mitsvót como um mandamento de Hashém ordenado a Moshé. Os judeus devem estar familiarizados com as halachót que se aplicam a um não-judeu, uma vez que é proibido fazer um gentio transgredir suas mitsvót.
Como judeus, não fazemos proselitismo com gentios, nem buscamos convertidos. No entanto, quando encontramos não-judeus sinceros, devemos direcioná-los corretamente em sua busca pela Verdade apresentando-lhes as Sete Mitsvot de Bnei Noach.”

 

LEIS NOAÍTICAS DE HASHÉM

 

Como vimos acima e como o diz o Rebe, o Rabi Menachem Mendel Schneerson, o Líder espiritual de nossa geração:
“É um mandamento para cada judeu fazer todo o possível para promover os mandamentos que estabelecem a moralidade no mundo — as Sete Leis Noaíticas — não contentando-se apenas com explicações racionais ensinando que estas leis apelam para o intelecto e que é por isso que não se deve roubar nem furtar etc., mas sim, tal como quando os judeus aceitaram os preceitos de D’US no Sinai, do mesmo modo os não-judeus devem cumprir as Leis Noaíticas porque são preceitos de D’US transmitidos através de Moshé Rabênu. Cada judeu tem a responsabilidade de promovê-las com a ênfase colocada em que estas Leis são do CRIADOR e MESTRE do mundo, que é O ÚNICO Que realmente sabe o que é verdadeiramente bom para cada pessoa, em cada situação. D’US não deixou a humanidade tateando na escuridão. ELE lhe deu a Torá da Luz, que contém orientação e instrução, incluindo as Sete Leis para toda a humanidade, que fornece orientação clara para os não-judeus de como lidarem exatamente com todas as situações possíveis.”]

 

(O curso prossegue na próxima parte.)

 

Por Rabi Yosef Bitton
(O Rabino Bitton é o autor de Decifrando a Criação)
Traduzido do espanhol por Projeto Noaísmo Info: © Projeto Noaismo Info;
E por Rabi Yirmiyohu Kaganoff
Traduzido do inglês por Projeto Noaísmo Info: © Projeto Noaismo Info

© Rabi Yosef Bitton
© Rabi Yirmiyohu Kaganoff
© Rabi Menachem Mendel Schneerson

© Projeto Noaismo Info

 

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