Se, como muitos cristãos e messiânicos admitem hoje, Jesus era judeu, quem conhece melhor a sua história senão os próprios judeus?
Jesus existiu mesmo ou é uma lenda?
Quem era Jesus?
A VERDADEIRA história de Jesus e do cristianismo
O Jesus histórico dentro do judaísmo
Por Projeto Noaismo Info

© Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info
(Atenção: na transliteração dos termos hebraicos o “sh” tem som de “CH”. Por exemplo: “Hashém”, “Mishná”, “Yêshu”, “Shimeón”, etc.
Atenção: na transliteração dos termos hebraicos o “ch” tem som de “RR”. Por exemplo: “Nôach”, “Perachyáh”, “Yochanán”, “Pêssach”, etc.
Exemplos de termos hebraicos contendo o “sh” (som de “CH”) e o “ch” (som de “RR”): “mashíach”, “Shátach”, etc.)
Houve uma época em que os cientistas (ateus) ficaram inclinados a tratar todos os tipos de fundadores de religiões como puras lendas. Assim, pessoas como Avrahám e Moshé, Gautama Buda, Jesus e Mohammed, etc., tornaram-se mitos. Porém, no âmbito histórico, as coisas nunca funcionaram dessa maneira (os historiadores em si nunca ensinaram a não-historicidade dessas personagens). Hoje em dia, qualquer pesquisador que defenda que qualquer uma das pessoas citadas acima é um mito, uma lenda, não é levado a sério. Hoje em dia, está comprovado pela História que essas pessoas existiram de fato. Hoje em dia, há unanimidade entre os historiadores de que em algum momento da História existiu mesmo um homem chamado Jesus. A controvérsia existente hoje não é mais sobre se ele existiu ou não — ele existiu sim — mas sobre que tipo de pessoa ele era.
O judaísmo nunca duvidou da historicidade de Jesus. O judaísmo sempre aceitou que Jesus existiu de fato (alguns poucos judeus individuais — influenciados por ateus — sustentam que Jesus é um mito). Os grandes mestres judeus nunca negaram a historicidade de Jesus.
Outra questão comprovada, um fato, é o de que Jesus nasceu judeu. Ele não era um gentio. E aqui também o judaísmo sempre concordou e ensinou que Jesus nasceu judeu de fato. Porém, nascer judeu não significa ter de morrer judeu. A pessoa pode se desviar da Fé, e deixar de ser judeu. E aqui entramos numa questão praticamente desconhecida das pessoas em geral, que, segundo o judaísmo, Jesus, apesar de ter nascido judeu, não permaneceu judeu a vida toda, ele se desviou, tornou-se idólatra e também fundador de uma nova fé, e assim deixou de ser judeu.
Hoje em dia, a maioria dos historiadores afirmam que Jesus não apenas nasceu judeu mas que também morreu judeu, ou seja, que Jesus era um judeu exemplar, que praticou o judaísmo toda a vida, que ele seguia a Torá, que ele nunca fundou uma religião.
Apesar dessa opinião ser apresentada como um fato pela maioria dos historiadores hoje em dia, esta não é a posição do judaísmo (ainda que alguns judeus individuais defendam-na também). Além disso, há outros detalhes de sua vida — curiosos e interessantes — apresentados de maneira diferente pelo judaísmo.
O Jesus histórico e fatos de sua vida
Jesus não viveu no primeiro século de nossa era. Jesus (ou Yêshu, como ele é chamado dentro do judaísmo) nasceu em 3671 da Criação ou 90 antes da era comum. Portanto, Jesus nasceu há 2107 anos, no reinado de Alexandre Yannái (ou Alexandre Janeu) (veja tabela abaixo). Jesus viveu na chamada era hasmoneana. Sim, Jesus viveu quase 100 anos antes do que dizem que ele viveu. Míriam, sua mãe, era noiva de Yochanán (João) (que em uma linha talmúdica questiona-se se o marido dela não era o Pappos), mas concebeu de outro homem, um não-judeu (ref. Rabi Maimônides), Yossêf* (José) (daí ela ser referida também pelo apelido depreciativo “stadá”, abreviatura de “esta [senhora] desviou-se de seu marido”, ou seja, um sinônimo de ‘infiel’). Yêshu nasceu em Beit Lechem e foi originalmente chamado Yehoshúa (Josué). (E como foi que ele passou de Yehoshúa para Yêshu? Porque Yêshu é um acrônimo de “yemach shemo vezichro” ou “que seu nome e memória sejam apagados”.)
Yêshu foi educado normalmente, como um judeu. Ele foi aluno de seu tio, irmão de Míriam, o Rabino Yehoshúa ben Perachyáh**, um sábio da Torá, e que também foi presidente do Sanhedrín. Mas, num determinado momento, Jesus abandonou o judaísmo, a Torá, o D’us de Israel (Hashém). Jesus esteve no Egito e lá aprendeu feitiçaria. E depois de retornar do Egito para a Terra de Israel, Jesus realmente praticou a feitiçaria e também praticou a idolatria e ainda fundou uma nova religião, desencaminhando a muitos judeus (por exemplo, só os que o escoltavam eram 300). Portanto, Jesus nasceu judeu (sua mãe era judia), mas deixou o judaísmo e tornou-se idólatra e falso profeta, um apóstata.
Um homem chamado Yehudá (Judas) — apoiado pelos Sábios — se dispôs, então, a trabalhar para desacreditá-lo (chegando até mesmo a fingir ser um discípulo seu). Por fim, Yeshú foi capturado e sentenciado à morte (não foi capturado, julgado e morto pelos romanos — tampouco por Pôncio Pilatos —, não, mas) pelos próprios judeus — pelo tribunal judaico (ref. Rabi Maimônides; Talmud). Aos 36 anos, em 3707 da Criação ou 54 antes da era comum (portanto, há 2071 anos), no reinado de Yochanán Hyrcanus II (ou João Hircano II), na véspera de Pêssach, Jesus foi apedrejado e depois foi pendurado num madeiro (e não crucificado/pregado numa cruz romana). Nesta época (de 54 aec, quando Yêshu foi executado), o presidente do Sanhedrín era o Rabi Shimeón ben Shátach (irmão da rainha Salomé Alexandra, a esposa do rei Alexandre Yannái/Janeu) (veja tabela abaixo).
* É muito interessante a tese de Rochus Zuurmond: “Continuo achando bem provável que “Pantera/Pandera” seja uma deformação acintosa d[a palavra grega] parthenos = virgem. Deformar, de propósito, o nome de um inimigo era (e é) um uso bastante comum.” Bart D. Ehrman diz: “Em grego, a palavra para virgem é parthenos, cuja grafia se aproxima de Panthera.” Neste caso, portanto, Yêshu é o “ben Pandira (ou, ben Panther)”, e não o seu pai, Yossêf. Ou seja, Yossêf não se chamava “Yossêf Pandira” ou “Yossêf ben Pandira”. O pai de Yêshu era conhecido simplesmente como Yossêf, e somente Yêshu era chamado “ben Pandira (Panther/Pantera/Pandera/Pander)”, apelido distorcido de “ben parthenos” (filho da “virgem”).
O Jesus cristão, o Jesus fundador do cristianismo, ele é o Yêshu ben Panthera e o Yêshu ben Stadá.
** A obra judaica Pirkê Avót (A Ética dos Pais, ou, A Ética dos Sábios) contém um dito do Rabi Yehoshúa ben Perachyáh (em 1:6 {Capítulo 1, Mishná 6}).
Logo após a sua morte, 12 dos seus discípulos se encarregaram de ir pregar para as nações. E a Terra de Israel, por 30 anos, continuou dividida entre judeus e seguidores da fé yeshuítica (judeus apóstatas). Foi uma época muito conturbada para o povo judeu, como nunca acontecera. Os judeus eram perseguidos e mortos (por “judeus”). Por fim, os Sábios escolheram o Tsadíc Shimeón (Simão) Cefas para dar um jeito nesta situação (interessante notar que o autor de Coríntios distingue Cefas — tratado pelos cristãos como se realmente tivesse sido um cristão — de 12 homens (além do próprio fato de que Paulo também não fazia parte dos 12)). Ele, fingindo ser um enviado de Yêshu, conseguiu fazer com que os cristãos (os judeus apóstatas) parassem de perseguir e matar os judeus e conseguiu também, finalmente, fazer os cristãos e o cristianismo se desligarem por completo dos judeus e do judaísmo. Ele escreveu os Evangelhos e outros livros sagrados cristãos e introduziu muitos novos costumes (novos mandamentos e novas festividades) entre os cristãos. Curioso e interessante é o fato, segundo algumas opiniões, de que ele (Shimeón) ficou conhecido entre os cristãos como Paulo (porém, segundo outras opiniões, Shimeón e Paulo eram duas pessoas distintas). Historicamente falando, Shimeón Cefas e Paulo foram duas pessoas históricas distintas que viveram em épocas distintas. Shimeón Cefas foi contemporâneo do próprio Yêshu. Paulo viveu cerca de uns 100 anos depois de Yêshu e Shimeón. Ele foi o responsável pelo cristianismo que surgiu no primeiro século de nossa era ou pelo menos o responsável por sua própria versão de cristianismo se tornar a mais popular no primeiro século de nossa era. (E, muito provavelmente, Paulo não era judeu. Ele foi o que hoje conhecemos como os messiânicos, um cristão hebraísta, quer dizer, um cristão se passando por judeu — veja por exemplo, 1 Coríntios 9:20.)
Portanto, Shimeón ajudou a salvar o povo judeu fingindo ser um seguidor de Yêshu, mas ele mesmo não era apóstata, antes, permaneceu fiel ao judaísmo até a sua morte (ele fez os cristãos construirem uma caverna em uma montanha em Roma sob a alegação de que ele precisava de uma área isolada para falar com Yêshu, quando, na verdade, ali ele cumpria a Torá).
(↓PARÁGRAFOS ATUALIZADOS (2020)↓)
Depois da ruptura entre o judaísmo e a fé yeshuítica, os próprios gnósticos se dividiram em diversos grupos. A princípio, os gnósticos, imitantes de Yêshu, naturalmente eram extraviados do judaísmo, judeus apóstatas, inimigos do judaísmo, o que significa dizer inimigos de Hashém, da Torá e do povo judeu.
Afastados definitivamente dos judeus, com o passar do tempo, eles mesmos começaram a se dividir em vários grupos. Passou-se a haver grupos gnósticos já não tão apáticos ao judaísmo. Outros que até mesmo acabaram prosseguindo com algumas práticas judaicas específicas mas dando uma nova interpretação a elas. E assim um determinado grupo com o tempo acabou ganhando um certo destaque: os ebionitas. Os ebionitas foram gnósticos que resolveram seguir por outro rumo. Em geral, eles vieram a se simpatizar com os judeus e o judaísmo, e terminaram por resgatar todas as práticas judaicas. Desenvolveram então um pseudo-“judaísmo”, e eram até mesmo confundidos (por outros não-judeus) com os judeus.
Foi aí que eles decidiram então que era necessário reescrever a história de Yêshu e do cristianismo à sua própria maneira. Os ebionitas, considerando-se “judeus”, “repintaram” Yêshu e o cristianismo como tendo absolutamente tudo a ver com os judeus e o judaísmo e a Torá e o D’us de Israel. A propósito, foram exatamente eles mesmos que começaram a defender a idéia de que Yêshu não era o idólatra e apóstata que os judeus diziam que era, mas que ele havia, sim, sido um judeu exemplar, que praticava o judaísmo e a Torá, e que morreu fiel a Hashém*. Eles desenvolveram a sua doutrina central de que Yêshu foi o primeiro judeu que conseguiu cumprir a Torá em sua totalidade, tornando-se assim o “cristo”. Segundo eles, agora que Yêshu tinha demonstrado como cumprir a Torá por completo, outros judeus também conseguiriam isto.
(↑PARÁGRAFOS ATUALIZADOS (2020)↑)
* É interessante o fato de que dentro dos próprios ebionitas haviam aqueles que afirmavam que Yêshu era de fato filho de Maria com (um) José, e outros que afirmavam que Yêshu havia mesmo nascido de uma virgem.
Posteriormente veio a existir entre estas duas linhas cristãs (gnósticos e gnósticos ebionitas) uma terceira linha (a de Paulo — ou então a que Paulo abraçou e deu a sua própria interpretação) que, a princípio, não era evidente, mas que a partir do final do 1° século da nossa era para o começo do 2°, começou a tomar corpo e a se destacar (os proto-católicos/aqueles que faziam uma mescla dos conceitos gnósticos com os conceitos ebionitas).
Portanto, estes são os fatos:
Existiu, sim, um homem chamado “Jesus” (na verdade, Yehoshúa, que depois tornou-se Yêshu). Era filho de Míriam e Yossêf (José). Yêshu ficou famoso entre os judeus por dizer-se o “ben ‘parthenos'” (o “filho da ‘virgem'”), palavra da qual se derivou a forma “panthera”. Mas os judeus também chamavam-no de o “ben stadá” ou o “filho da “infiel””. O judaísmo assim nos diz. E este homem histórico nasceu, sim, judeu. Porém, se apostatou. O cristianismo nasceu, sim, dentro do judaísmo/os seguidores diretos de Yêshu eram judeus (o cristianismo não é uma religião gentia; não foram gentios que inventaram o cristianismo, foram judeus apóstatas (judeus que até então eram de fato judeus mas que, ao assumirem uma nova Fé, se desligaram ou foram desligados do judaísmo). Agora, também é certo que, apesar do cristianismo ter nascido dentro do judaísmo, ter sido fundado por um judeu (de nascimento/um judeu apóstata, o Yêshu), sua Fé não era e nunca fôra judaica. A pregação cristã começou com um judeu, mas a Fé pregada por ele não era de modo algum de origem judaica. Daí podemos agora compreender porque a Fé cristã está tão intimamente enraizada no mundo gentio (apesar de sua origem judaica): influências egípcias, persas ou zoroastrianas, gregas ou platônicas, etc., porque o próprio Yêshu teve contato com estas crenças (algumas ou todas) e as incorporou em seus ensinamentos. Porém, ainda antes mesmo do que seria o 1° século de nossa era, o cristianismo já havia se separado do judaísmo e se tornado uma religião independente e distinta. Com o tempo uma corrente se distinguiu dos gnósticos em geral, os ebionitas. Eles decidiram então reescrever a história de Yêshu e seus seguidores a seu próprio modo. E por fim, no que seria o final do 1° século de nossa era para o começo do 2° século, uma terceira forma de cristianismo (fundada por Paulo — ou abraçada por ele e reestruturada) se consolidou. Este cristianismo (proto-católico), da mesma maneira que o cristianismo ebionita, reescreveu a história de Yêshu e seus seguidores a seu próprio modo, mas foi INOVADOR em transportar Yêshu de cerca de uns 200 anos antes para uns 100 (o que seria o início do nosso 1° século).
Mas, por que este cristianismo (proto-católico), diferente dos ebionitas, acabou transportando a vida de Yêshu e seus seguidores de 90 antes da era comum para o que seria o início do nosso 1° século? Eles falsificaram o ano de seu nascimento para convencer as massas de que a destruição do Bêt Hamicdásh ocorreu pouco depois de sua morte e que foi uma punição aos judeus por terem-no matado.
Enfatizando, agora em outras palavras:
A questão de que Yêshu não seguia a Torá não é uma invenção de “Roma”*;
a questão de ter Yêshu nascido de uma “virgem” também não é uma invenção de “Roma”;
a questão da divindade de Yêshu (o deus-homem) também não é uma invenção de “Roma”;
e, a questão de que Yêshu fundou uma nova Fé também não é uma invenção de “Roma”.
De acordo com o judaísmo, o próprio Yêshu deixou o judaísmo e pregou (fundou) uma nova Fé (religião) (o próprio Yêshu ensinava que a Torá — a Lei de Moshé — foi anulada), e o próprio Yêshu se dizia nascido de “virgem”, se dizia o messias, e se dizia até mesmo divino ou deus (ou o próprio deus em pessoa) (foi ele mesmo que distorceu e aplicou a si mesmo muitos textos bíblicos – tais como Isaías 11:1 (daí ele também ser chamado no judaísmo de Yeshu Hanotsrí (Yêshu o notsrí) — palavra que depois foi deformada pelos cristãos resultando em ‘o nazareno’); (Is.) 7:14; Salmos 110:1; etc.).
(E, também, até mesmo a própria questão da acusação contra os judeus pela morte de Yêshu não é uma invenção de “Roma”, pois, de fato, foi o tribunal judaico que executou Yêshu.)
* Por exemplo, não foi “Roma” ou Constantino que trocou o shabát pelo domingo, foi o próprio Yêshu que instituiu a celebração do domingo.
Sobre Flávio Josefo
Quanto ao que se chama de “testemunho de Flávio Josefo” (Testimonium Flavianum), no livro História dos hebreus, devemos levar em conta o fato de que nas passagens em que Josefo realmente trata de Pôncio Pilatos, em parte alguma ele o conecta a Yêshu (é na suposta passagem de Yêshu que Yêshu está conectado a Pôncio Pilatos, não o contrário (e esta menção nos lembra, e muito, o chamado “credo apostólico” {aliás, todo o parágrafo “de Josefo” nos faz lembrar do credo})), assim como também o fato de que nem Herodes, nem Arquelau, nem Agripa, e nem João (Batista) estão conectados a Yêshu.
E o mesmo ocorre no livro Guerra dos Judeus, onde nem Herodes nem Arquelau nem Pilatos são conectados a Yêshu.
E é interessante notar que por mais que Josefo trate de Herodes, em momento algum ele descreve uma chacina de bebês (a chamada “matança dos inocentes”). Bart D. Ehrman explica: “O fato [é] que não há nenhum relato, em qualquer fonte antiga, sobre o rei Herodes massacrar crianças em Belém, ou em seus arredores, ou em qualquer outro lugar.”
Mas e quanto à “Tiago, irmão de Jesus chamado o Cristo” escrito por Josefo na História dos hebreus? O certo é que pode mesmo esse Tiago ter tido um irmão chamado Jesus, que logicamente não é Yêshu, ou também pode não ter tido, então, ou a frase inteira, “irmão de Jesus chamado o Cristo”, ou, “chamado o Cristo”, são interpolações cristãs. Alguns têm defendido que apenas “chamado o Cristo” é uma interpolação, e que esta passagem se refere à Tiago, o irmão do sumo sacerdote Jesus ben Daneu (Damneus) (ou Jesus ben Damnaios). Por outro lado, por exemplo, a historiadora Tessa Rajak defende que a frase inteira é uma interpolação.
(De acordo com o judaísmo, qualquer um destes dois conceitos está correto, já que mesmo que Yêshu tenha tido um irmão chamado Tiago, este Tiago viveu OBVIAMENTE no tempo de Yêshu, ou seja, no 1° século ANTES da era comum e não no 1° século da nossa era.)
Roque Frangiotti nos diz de Voltaire sobre Josefo:
“Voltaire, ao comentar essa [suposta] passagem [de Jesus em Josefo], observa que: “Os cristãos, por uma dessas fraudes ditas piedosas, falsificaram grosseiramente um passo de Josefo. Atribuem a esse judeu, tão fanático de sua religião, quatro linhas ridiculamente interpoladas”.” “Na sequência, Voltarie [observa o seguinte:] “Esse historiador [Flávio Josefo], que não dissimula nenhuma das crueldades cometidas por Herodes, nunca fala do [suposto] massacre, por ele ordenado, de todas as crianças (o massacre dos inocentes),” em consequência do nascimento de Jesus, conforme afirma o “novo testamento”.
É interessante notar que, lendo o relato de Josefo, se removermos a suposta passagem de Yêshu, o parágrafo anterior se encaixa bem ao posterior, com o texto fluindo naturalmente.
A historiadora Tessa Rajak (bem como alguns outros historiadores) (assim como fê-lo Voltaire) defende que o parágrafo inteiro é uma interpolação cristã. E, logicamente, levando em conta o ensinamento do judaísmo — o de que Yêshu existiu mesmo e viveu uns 100 anos antes da data cristã popular (na verdade, nasceu em 90 antes da era comum) — fica mais do que evidente que, de fato, a passagem inteira de Josefo é uma interpolação cristã.
Já quanto à Tácito, ele estava tratando dos cristãos e apenas escreveu o que ouvira dizer sobre Jesus (e como se dizia que fora morto por Pôncio Pilatos, é isso mesmo o que ele escreveu).
Ateus não-acadêmicos inventaram o “deus-sol Jesus”
Os defensores da teoria do “deus-sol Jesus” oferecem alegações “sensacionalistas tão extravagantes, errôneas e mal fundamentadas que não é de se surpreender que não sejam levados a sério pelos” “estudiosos autênticos” de história antiga. Se os textos sensacionalistas escritos por estes não-acadêmicos (quer dizer, não-especialistas) “despertam alguma reação nos estudiosos qualificados, é simplesmente de perplexidade por ver matérias tão inexatas, com base em pesquisas tão malfeitas, sendo publicadas.” Estudiosos “desse gênero” (os defensores do deus-sol Jesus) “não deveriam se surpreender de ver que suas idéias não são levadas a sério por estudiosos autênticos (professores universitários de estudos religiosos – especialistas em Novo Testamento, cristianismo primitivo e religiões antigas em geral), que seus textos não são resenhados em publicações acadêmicas ou mencionados pelos especialistas da área.”
“Historiadores da antiguidade sérios ficam escandalizados com” as teorias de que os deuses pagãos, como “Osíris, Dionísio, Attis, Adônis, Baco, Mitra”, etc., “nasceram em uma caverna em 25 de dezembro do ventre de uma virgem mortal diante de pastores e reis magos,” transformaram água em vinho, tiveram 12 seguidores, etc., morreram (e morreram, as vezes, até mesmo crucificados, e morreram como sacrifício pelos pecados do mundo), ressuscitaram, ascenderam ao céu e voltarão à Terra. “Não existem evidências” históricas para essas afirmações sensacionalistas. “Nenhuma fonte antiga diz nada disso sobre Osíris, nem dos outros deuses.” Estas afirmações “são repletas de inconsistências e dados obviamente falsos.”
Ex-cristãos, os Bnei Noach e Yêshu (Jesus)
Muitos ex-cristãos (que agora se dizem noaítas ou Bnei Noach) têm atacado sua antiga religião afirmando que Yêshu não existiu realmente, que ele é uma invenção, um mito (semelhante aos mitos dos deuses pagãos) — indo contra a sua historicidade apoiada tanto pelos historiadores quanto pelo próprio judaísmo. Porém, esta teoria (do Jesus mitológico) é utilizada exatamente pelos ateus* — que obviamente também pregam que Hashém não existe, e que, por exemplo, ELE nunca SE revelou no Monte Sinai ao povo judeu — a 3 milhões de pessoas — no ano 2448 da Criação (não tendo havido também a Criação) — pois obviamente é mais cômodo e prático para eles (os ateus) simplesmente afirmarem que Moshé (Moisés) e Yêshu (Jesus) não existiram. Tais ex-cristãos, ao invés de dizerem que Yêshu não existiu, o que não é a verdade (e prestando assim um desserviço), deveriam dizer a verdade**, a de que ele existiu sim, mas também dizer (na verdade, ensinar, e não, debater) a verdade de que Yêshu (Jesus) abandonou o judaísmo, que ele era um transgressor, um violador dos Mandamentos de Deus (Hashém), que ele não vivenciava a Torá (A Palavra Única — original — de Deus (Hashém)), e que ele desviou muitas pessoas da devoção a Deus (Hashém). E que são por estes motivos, verdadeiramente, que ele não é e nunca foi considerado o mashíach pelos judeus.
* Certamente há ateus que aceitam a historicidade de Yêshu.
** Estes Bnei Noach (ex-cristãos) devem rever seu pré-conceito e reavaliar sua posição extremista refletindo exatamente em, se Yêshu não existiu de verdade, de que modo, então, o próprio judaísmo revela o ano em que ele viveu, quanto tempo viveu, o ano em que ele morreu e porque e como ele morreu.
Como Yêshu não existiu se a história da existência dele foi tirada de dentro do próprio judaísmo?
Como explica o Rabi Moshe Bogomilsky (Chabad): “É interessante notar que a informação autêntica que os cristãos têm sobre Yêshu é tirada de nossas fontes. A razão é que, durante sua vida, o mundo em geral soube muito pouco sobre ele e não teve nenhuma consideração por ele. Cerca de cem anos após sua morte [(metade do primeiro século da nossa era)], certos indivíduos decidiram torná-lo o fundamento de sua nova crença e começaram a fabricar [algumas] histórias de sua glória.”
* * *
Devarím/Deuteronômio 13:1-6, 11, 12; 21:22, 23
“Tudo quanto EU (D’us) vos ordeno (aos judeus) (na Torá — os 5 livros de Moshé), isso cuidareis de fazer; não acrescentareis nem subtraireis a isso nada. Se um profeta se levantar no meio de ti (alguém de dentro do próprio povo judeu), ou um sonhador, e te der um sinal do céu ou um milagre da terra, e realizar-se o sinal ou milagre de que te falou, e te disser: ‘Vamos atrás de outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los!’ — não obedecerás às palavras daquele profeta ou daquele sonhador; porque Havayah, vosso D’us, vos está testando para saber se amais a Havayah, vosso D’us, com todo vosso coração e com toda vossa alma. Após a Havayah, vosso D’us, andareis; a ELE temereis, Seus mandamentos (mitsvót) guardareis e a Sua voz ouvireis; a ELE servireis e as Suas qualidades adotareis. E aquele profeta ou aquele sonhador será morto (será julgado, condenado e executado pelo Tribunal judaico), porquanto pregou falsidade em Nome de Havayah, vosso D’us, que vos tirou da terra do Egito e que vos remiu da casa de escravos, para vos desviar do (judaísmo, o) caminho (espiritual) que (O PRÓPRIO) Havayah, vosso D’us, vos ordenou (aos judeus) para andar nele; e eliminarás o mal do meio de ti. E o apredejarás, e morrerá, pois procurou desviar-te de Havayah, teu D’us, que te tirou da terra do Egito, da casa de escravos. Todo o (Povo de) Israel ouvirá (sobre tal execução) e temerá, e não voltará a fazer uma COISA MÁ como esta no meio de ti.
E quando houver num homem um pecado digno de pena de morte (por apedrejamento) e for executado, (após a sua execução ainda) o pendurarás num madeiro. Mas não pernoitará seu cadáver no madeiro, porém certamente o enterrarás no mesmo dia, porquanto o pendurado é um desprezo a Havayah, e não contaminarás a tua terra (de Israel), que Havayah, teu D’us, te dá em herança.”
* * *
* * *
Interessante notar que segundo o Báal Haturím (Rabi Yaacóv ben Ashér), as palavras (em Devarím/Deuteronômio 13:2) “um profeta (se levantar) no meio de ti” têm o valor numérico de 387, o mesmo valor numérico das palavras “esta é a mulher e seu filho” — referindo-se à mãe infame (Míriam/Maria) que trouxe para o mundo um filho (Yêshu o notsrí) que se tornou o fundador do cristianismo.
Portanto, já existia na própria Torá uma dica de que Yêshu era um falso profeta e deveria ser morto.
* * *
Cronologia Hasmoneana (Época de Jesus/Yêshu – Os contemporâneos de Jesus/Yêshu)
● Yêshu (Jesus)
(Jesus não foi um mito. Ele existiu mesmo. Ele viveu)
de 3671 a 3707 da Criação;
data secular: de 90 aec a 54 aec;
36 anos de vida;
nasceu há 2107 anos;
morreu há 2071 anos.
(Viveu quase 100 anos antes da data que lhe foi atribuído pela igreja.)
● Rei Alexandre Yannái (A. Janeu)
de 3636 a 3685 da Criação;
data secular: de 125 aec a 76 aec;
49 anos de vida;
rei da Judéia;
reinou 27 anos: de 3658 a 3685 da Criação (103 aec a 76 aec).
● Rabi Yehoshúa ben Perachyáh (Y. b. Perahiá)
irmão de Míriam, mãe de Yêshu, tio de Yêshu;
professor de Yêshu;
Sábio da Torá, foi também o presidente do Sanhedrín no período de cerca de 3623 a 3678 da Criação (c.138 aec a 83 aec).
● Rabi Shimeón ben Shátach (Simão ben Shetach)
irmão da rainha Salomé Alexandra (esposa do rei Alexandre Yannai);
foi o presidente do Sanhedrín no período de 3678 a 3703 da Criação (83 aec a 58 aec).
● Rainha Shulamit Alexandra (ou Salomé A.)
também conhecida como Shalomtsion* Hamalka (A paz de Tsión-A rainha);
esposa do rei Alexandre Yannai;
irmã do Rabi Shimeón ben Shátach;
(viveu) de 3621 a 3694 da Criação;
data secular: de 140 aec a 67 aec;
73 anos de vida;
reinou 9 anos: de 3685 a 3694 da Criação (76 aec a 67 aec).
* Shlomtzion.
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A verdadeira história de Jesus e do cristianismo PARTE 2
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Este material e muito bom, só achei confuso a parte que diz que foram os judeus que julgaram a yeshu; um outro rabino For Leon diz que na quela época não existia o sinedrio
Prezado António Moreira, ficamos felizes com o seu comentário.
Como o senhor pode observar, estamos falando de um jesus que não viveu no primeiro século da nossa era, mas daquele que viveu cerca de 100 anos ANTES da data que lhe foi atribuída pela igreja. No entanto, mesmo bem no começo do 1° século da nossa era, o sanhedrín ainda podia julgar casos capitais. Para a suposta data da morte de jesus segundo a igreja, realmente o sanhedrín já não poderia tê-lo condenado. Mas como dissemos, não estamos falando de 20 a 40 E.C., e sim, de 60 a 50 Antes da Era Comum.
“No ano de 28 E.C., quando os romanos dominavam a Terra de Israel, o Sanhedrin foi destituído de grande parte de seu poder. Sua assembléia deixou de se reunir na Câmara da Pedra Talhada, transferindo-se para outro cômodo do Monte do Templo, em nítida indicação de que tinha sido forçada a abdicar de sua autoridade de julgar casos capitais.”
Veja toda a explicação em
http://www.morasha.com.br/leis-costumes-e-tradicoes/o-sanhedrin-a-suprema-corte-do-povo-judeu.html
Muito interessante essa matéria
Aprendi muito grato pela matéria