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Judeus e Bnei Noach não dizem feliz ano novo no Rosh Hashaná
Por Rabi Benjamin Blech (Aish)
Qual é o melhor desejo para o novo ano?
Alguma vez você se deu conta de que tradicionalmente os judeus e os Bnei Noach (noaítas/filhos de Noá) não desejam “feliz ano novo” uns aos outros?
Em vez disso dizemos a frase hebraica “shaná tová” que, apesar da má tradução que aparece em quase todos os cartões de Rosh Hashaná, não tem nenhuma conexão com a expressão “feliz ano novo”.
Shaná tová transmite o desejo de um ‘ano bom’, não de um ano feliz. E o motivo por trás desta diferença tem uma grande importância.
A revista Atlantic Monthly publicou há um tempo um fascinante artigo intitulado “Ser feliz não é tudo na vida”. A autora, Emily Esfahani Smith, ressalta: “A felicidade sem significado está caracterizada por uma vida relativamente superficial e inclusive egoísta, na qual tudo está bem, as necessidades e os desejos são satisfeitos sem dificuldade e as complicações são evitadas”.
Emily cita na reportagem à Kathleen Vohs, uma das autoras de um novo estudo publicado no Semanário de Psicologia Positiva: “Pessoas felizes obtêm sua alegria de receber dos outros ao passo que pessoas que têm uma vida significativa obtêm sua alegria de dar aos outros”. Em outras palavras, o sentido transcende o ego, enquanto a felicidade implica dar ao ego o que ele quer.
De acordo com Roy Baumeister, chefe de pesquisas do estudo: “O que separa os humanos dos animais não é a busca da felicidade, a qual ocorre em todo o mundo natural, mas é a busca de sentido, que só existe nos humanos”.
Muito antes destes estudos, os judeus já entendiam essas verdades intuitivamente. Feliz é bom, mas bom é melhor.
Desejar um feliz ano novo implica dar primazia ao ideal de uma cultura hedonista cujo objetivo principal é tirar proveito, ao passo que buscar um ano bom implica reconhecer a superioridade do significado por sobre a alegria do momento.
A palavra bom tem um significado especial na Torá. A primeira vez que encontramos esta palavra é na série de pessukím na qual D’us, depois de cada dia de criação, vê sua obra e a proclama boa. E não é só isso, quando D’us completou sua obra, viu tudo o que tinha feito e “eis que era muito bom”.
O que significa isso? De que forma era bom o mundo? Obviamente não estava sendo elogiado em um sentido moral. Os comentaristas oferecem uma profunda idéia: a palavra bom indica que cada parte da criação cumpria com o propósito de D’us; cada parte era boa porque era o que devia ser.
Este é o profundo significado da palabra bom quando é aplicada a nós e a nossas vidas. Somos bons quando alcançamos nosso propósito; nossa vida é boa quando nela se cumpre o que temos de fazer.
Um shaná tová, um ano bom — de uma perspectiva espiritual — contém muito mais bênção que um ano simplesmente feliz.
Uma vida significativa leva a uma vida feliz
Um shaná tová pode não enfatizar a felicidade, mas é a forma mais segura para alcançá-la.
Isto se deve a outra poderosa idéia que descobriram os psicólogos: que a felicidade é, no geral, um subproduto de uma vida significativa. É precisamente quando não a buscamos e estamos dispostos a deixá-la de lado por um objetivo mais elevado que ela nos visita — inesperadamente — com uma força que jamais pensamos que fosse possível.
Uma vida significativa é o objetivo supremo, e em nossa busca de uma boa vida descobriremos a recompensa da felicidade verdadeira.
Então lhe desejo um shaná tová. Que seu ano esteja cheio de significado e propósito, e a felicidade certamente virá a seguir…
Por Rabi Benjamin Blech (Aish)
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Traduzido e editado do espanhol por Projeto Noaismo Info: © Projeto Noaismo Info
