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Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info
(sitebneinoachprojetonoaismo.info)
– o seu Site Bnei Noach –
APRESENTA,
graças a D’us,
Quem tem o nosso Machzor Bnei Noach já sabia, e quem não o tem, agora está sabendo (desde a publicação do artigo
) que nós Bnei Noach podemos, durante todo o mês hebraico de Elul, até o último dia de Sucot, recitar o Salmo 27.
Mas, qual o significado do Salmo 27? O que esse Salmo quer dizer? Do que esse Salmo está tratando?
Vejamos.
Por Tuvia Serber (com autorização expressa)
Este salmo foi composto pelo Rei David como um pedido a D’us para que ele pudesse se dedicar totalmente ao estudo da Torá e ao SEU serviço e não ter tantas distrações, como guerras e a liderança de um povo (Radak em seu comentário ao versículo 4).
Salmo 27
(Extraído do pt.chabad.org, e editado por Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info)
• ¹[Salmo] De David. Hashem é a luz que me guia e a fonte de minha salvação; a quem, então, temerei? (Em hebraico: “irah”, que se refere ao medo de algo conhecido (Malbim).) Hashem assegura minha existência; o que eu haveria de recear? (Em hebraico: “efchad”, referindo-se ao medo de algo desconhecido (Malbim).)
• ²Se malévolos me atacam e me pretendem destruir; tropeçam e caem.
• ³Ainda que me cerque um exército, não se deixará abalar meu coração e mesmo que desfechem guerra contra mim, minha fé (de que “D’us é minha luz e minha salvação” (Rashi)) permanecerá inabalável.
• ⁴Um anseio manifestei a Hashem e sua realização buscarei – que eu habite na morada de Hashem por todos os dias de minha vida, a fim de poder contemplar a Glória de Hashem e buscar a compreensão de SEUS Mandamentos.
• ⁵Se uma calamidade ocorrer, ELE me abrigará em SEU tabernáculo; guardar-me-á no recôndito de SUA Tenda, erguer-me-á acima do cume das montanhas.
• ⁶Protegido contra os inimigos que me quiseram destruir, trarei então oferendas de alegria (de cântico, louvor e agradecimento (Rashi e Radak)) à SUA tenda e entoarei a Hashem canções de louvor.
• ⁷Escuta, ó Hashem, minha voz (escuta o pedido do versículo 4), apieda-TE de mim e concede-me TUA resposta quando a TI eu clamar.
• ⁸Meu coração compreendeu TEU Mandamento – “Buscai MINHA Presença” – e TUA Presença, Hashem, ele busca.
• ⁹Não ocultes de mim TUA face e não me afastes de TI em ira (de acordo com o comentário de Radak, o Rei David está vendo as distrações mundanas como ira divina através da qual ele se separa do estudo da Torá e do serviço a D’us). TU tens sido meu socorro, portanto não me abandones e não me olvides, ó D’us de minha salvação!
• ¹⁰Me abandonaram meu pai e minha mãe, mas Hashem me acolheu.
• ¹¹Ensina-me TEUS caminhos, Hashem, guia-me pela vereda dos justos e protege-me dos que me odeiam.
• ¹²Não permita que prevaleça contra mim o furor dos inimigos que caluniam e trilham as sendas da violência.
• ¹³Eles me fariam desesperar (meus inimigos teriam me destruído se não fosse pelo fato de que eu tive fé em ver a bondade de D’us para comigo (Rashi e Radak)), não fora minha fé perseverante de que alcançaria neste mundo a bondade de Hashem.
• ¹⁴Confia pois em Hashem fortemente! Assim, fortalecer-se-á teu coração; confia em Hashem (a expressão “confia em Hashem” é repetida indicando que mesmo que sua oração não tenha sido atendida, ainda assim confia em Hashem (Rashi)).
“Por TI meu coração diz: ‘Busque MINHA face’, SUA face, Hashem, eu buscarei.”
A explicação simples deste versículo (Rashi) é que o coração de cada pessoa, como um enviado de D’us, diz-lhe para buscar a face de D’us.
A palavra “MINHA face” em hebraico é panai (פני), que está relacionada à palavra pnimiut (פנימיות) que significa “interior”. A relação entre “rosto” e “interior” é que no rosto de uma pessoa se pode distinguir o que está acontecendo dentro dela: se ela está feliz ou triste, se ela é inteligente ou não etc. (Torá Or, parashat Vaietzé, 23:3).
Com base nisso, o versículo também pode ser lido da seguinte forma: “Por TI meu coração diz: “Buscai meu interior” (Likutei Torá, parashat Nitzavím 44:2). O coração está dizendo à pessoa para procurar a parte mais profunda e íntima de seu próprio coração. Lá você encontrará D’us.
O pensamento hassídico explica que existem muitos níveis de serviço a D’us. Cada um desses níveis desperta um sentimento diferente no coração.
No nível mais básico, a pessoa observa os preceitos de D’us com o objetivo de receber uma recompensa. Esse é um nível muito ruim de serviço a D’us (Midrash Shmuel sobre Pirkei Avot 1:3) porque, na realidade, a pessoa está servindo a si mesma (mas ainda é chamado de “serviço” [a D’us], veja Biurím lePirkei Avot p. 46). D’us nada mais é do que um meio pelo qual a recompensa é recebida. É a recompensa que é o principal, não D’us. Isso não significa que a pessoa deva parar de servir a D’us, como dizem nossos sábios: “A pessoa deve sempre servir a D’us, mesmo sem ser por causa do céu, porque com o tempo ela aprenderá a servir a D’us por causa do céu”. (Talmud Sotá 47a). Essa atitude em relação a D’us desperta no coração um amor a si próprio escondido por um falso amor a D’us.
No próximo nível, a pessoa observa os preceitos de D’us por uma questão racional (baseado em Tanya Igueret HaKodesh, cap. 4, Likutei Torá parashat Ki Tetzé, 35:3). Quando uma pessoa contempla a grandeza de D’us, por exemplo, como Ele cria o universo inteiro e sustenta todas as Suas criaturas com bondade e compaixão, ela automaticamente desperta amor por D’us em seu coração. Mas esse amor é limitado ao quanto a pessoa compreendeu a grandeza de D’us. Em outras palavras, a pessoa serve a D’us porque seu intelecto determina que ela o faça. Portanto, a medida do amor está de acordo com a medida da compreensão intelectual. Isto é chamado “o exterior do coração” (chitzoniut haLev).
O nível mais elevado é quando a pessoa observa os preceitos de D’us sem um porquê, transcendendo o racional. Mesmo que ela não recebesse uma recompensa e mesmo que ela falhasse em compreender a grandeza de D’us porque não é capaz de compreendê-la, ainda assim ela serviria a D’us porque a alma está intrinsecamente ligada a ELE (ver Tanya capítulo 16 na nota do Alter Rebe). Este serviço a D’us também é conhecido como “Entrega Absoluta” (mesirut nefesh). Esta forma de serviço a D’us desperta no coração um nível irreprimível e profundo de amor por D’us cuja busca e objetivo é simplesmente a união com D’us, o retorno à fonte. Isso é chamado de “o interior do coração” (pnimiut haLev).
Quando a pessoa serve a D’us neste último nível, ela revela a presença de D’us em sua vida, porque o interior do coração está diretamente relacionado à presença de D’us. É por isso que o versículo diz que o coração, como um enviado por D’us, pede que ‘busquem meu interior’.
Dessa mesma forma o pensamento hassídico explica em profundidade o que D’us disse ao patriarca Avraham (Bereshit 12:1) “saia de sua terra” (baseado em Maamar Lech Lechá 5702). O texto original em hebraico pode ser lido como “Vá para si mesmo” (lech lechá). Até aquele momento Avraham havia servido a D’us com todo o seu coração e força, a ponto de ter dado sua vida por D’us (como em Ur Casdím [quando ele foi jogado na fornalha*]. Bereshit Raba 38:13. Existem níveis até mesmo na entrega absoluta a D’us, veja Likutei Sichot, vol. 20, p. 75 e seguintes). Contudo, a jornada de Avraham realmente começa quando ele se aprofunda em si mesmo, revelando assim a presença de D’us em sua vida.
[* Veja O GUIAZINHO Impresso, página 15, produzido por Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info e Rav Shimshon Bisker, Brasil.]
Por Rav Tuvia Serber
O Rav Tuvia Serber, do Chabad, é o representante latino-americano da Ask Noah International (organização judaica de divulgação das Leis Noaíticas, organização essa que reconhece o Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info).
© Rav Tuvia Serber
© Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info
Traduzido do espanhol por Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info: © Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info
Extraído de “Tehilim para todos: livro de Salmos”, 2022, Argentina.

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