Guer Toshav

O Site Bnei Noach
Projeto Noaismo Info
APRESENTA

 

Perguntas e Respostas

 

O QUE REALMENTE É GUER TOSHAV NA TORÁ?

 

Vocês acharam mesmo que o Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info não ia tratar deste tema (um dos temas mais confusos que existe sobre Bnei Noach)?
O momento chegou, graças a D’US!

Portanto, vamos esclarecer por completo o tema de Guer, Guer Tsedec e de Guer Toshav, que inclusive é um tema do qual muitos rabinos mau-caráter se utilizam para enganar seus seguidores, tanto lhes permitindo fazer o que quiserem, quanto também para tirar $ deles.

Certamente, daqui ficará evidente o motivo de não mencionarmos certos rabinos e suas instituições em lugar algum do Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info.

 

Guer-Tsedek – Um Justo Convertido

A palavra guer tem muitos significados. A raiz verbal da qual deriva implica permanência. No entanto, em sua forma substantiva significa um “estrangeiro” ou “peregrinador.” Quando usado sozinho, guer quase sempre significa um convertido. Quando guer é de alguma forma usado junto com a palavra Tosháv, significando um Guer Toshav, então aí trata-se de algo totalmente diferente de um convertido. O Talmud dedica uma extensa análise para determinar as interpretações corretas do uso do termo Guer na Torá. Para maior clareza, o Talmud qualifica seu próprio uso de guer com o termo Tsêdek, significando um justo convertido. O termo Guer Tsedek, tal como usado no Talmud e códigos da lei judaica, significa exclusivamente uma conversão ao judaísmo (por completo).
O termo Guer Tsêdek é usado em cinco lugares no Talmud babilônico (Bava Metzia 71a, Bava Metzia 111b, Gittin 57b, Yevamos 48b e Sanhedrin 96b) e duas vezes no Talmud de Jerusalém (Bava Metzia 5:4 e 9:10).

Se um guer tsedek é um convertido completo ao judaísmo, então porque é que o Talmud os chama de um guer tsedek e não simplesmente de um “judeu”? A razão é que um convertido não é 100% idêntico a um judeu nato. Por exemplo, uma mulher convertida não pode se casar com um Kohen (descendente de Aharon). Um convertido também não pode servir numa posição de autoridade comunitária (tal como ser um rabino de sinagoga) nem sentar-se num beit din (tribunal rabínico). Para efeitos de discussão das leis envolvidas, o Talmud deve ter alguma forma de distinguir um convertido de um judeu nato. Devemos notar também que não há outro termo em hebraico para converter-se – apenas Guer Tsedek.

[Nota sobre a conversão: Inclusive, a verdade sobre a conversão para o judaísmo é que] todos os que querem se converter e se tornar judeus podem voluntariamente fazê-lo. Além disso, gentio algum pode ser coagido a se converter (Hilchót Melachím 8:10a).

 

Ben-Noach, Bat-Noach, Bnei-Noach

O termo Ben-Noach ou Benei Noach ocorre em cerca de cinquenta lugares no Talmud e Rashi. No entanto, ele é usado principalmente em seu significado simples: “um filho (descendente) de Noé”, como um termo genérico para todos os não-judeus.

Ben Noach e Bat Noach significam, respectivamente, um Filho de Noé e uma Filha de Noé. Bnei Noach é a forma plural de ambos os termos.

É possível que o termo ben Noach implique algo mais? Existe uma identidade real e positiva chamada “Noaíta”?

 

Dos Sábios das Nações

[Agora, a nossa posição, ou seja, a posição do Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info (e não a posição do Rav Avraham Chaim Bloomenstiel).

O Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info entende que indivíduos que são “dos sábios das nações” não são quem não têm conhecimento da existência das Sete Leis de Noé como Mandamentos de Hashem para todos os integrantes dos povos do mundo, e que, portanto, as realiza em algum aspecto (mas halachicamente falando, obviamente isto se dá apenas de maneira superficial, parcial) ou podemos dizer, realiza normas (regras/costumes) provindos das Sete Mitsvót, pensando serem meramente questões sociais ou questões religiosas, ou seja, eles as vêem ou as entendem como leis sociais ou leis religiosas — i.e., leis impostas pela sociedade ou leis de sua religião. Estas pessoas que são religiosamente ou socialmente boas até merecem ser “elogiadas, mas não recebem nenhuma recompensa no Mundo Vindouro.” (Ou, como bem o explica o Rabino Supervisor do Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info, o Rav Shimshon Bisker, de Israel: “A sua boa ação lhe trará frutos, porém, ela não conectou a ação com a eternidade, portanto, essa ação não lhe trará frutos eternos. Os frutos serão somente neste mundo físico.”) Quem realiza de suas normas [(as normas derivadas das Sete Mistvót)] devido à lógica (social ou religiosa) tem a recompensa de estar realizando voluntariamente, isto é, não porque foi ordenado, a pessoa não realiza por obrigação Divina, assim, a sua recompensa é menor, ou seja, é apenas neste mundo [como aclarado pelo Rav Shimshon Bisker].
Quem cumpre de fato o que está denominado como Sete Mistvot, as cumpre como Mandamentos de D’US – dados pelo PRÓPRIO D’US para a humanidade –, ou seja, porque a pessoa sabe que ela foi ordenada a cumpri-Los, ela os cumpre por obrigação Divina, ela terá a verdadeira recompensa, o Mundo Vindouro.

[E mesmo quanto ao suposto “cumprimento” das Leis por questões religiosas, que logicamente não é exatamente por questão de Hashem, isto não é o cumprimento de Mitsvot mas tão somente a realização de normas com aparência das Leis Divinas. Por que? Porque] a aceitação dos Sete Mandamentos Noaíticos deve ser baseada na aceitação da Revelação no monte Sinai (conforme claramente indicado por Rabi Maimônides: Hilchot Melachim 8:11). Isso, diz Hazon Ish, deve ser acompanhado pelo reconhecimento da natureza vinculativa das 613 Mistvot sobre os judeus e de tudo o que daí decorre. Essas condições claramente não são preenchidas por nem uma comunidade de fé não-judaica.

Antes, o Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info entende que “dos sábios das nações” fazem parte exatamente aqueles que têm algum conhecimento de que tais leis existem como mandamentos divinos e as cumprem exatamente “por conta da aliança original com Adão e Noé”. Em outras palavras, elas cumprem as Leis Divinas, elas observam os Mandamentos, e não que elas simplesmente realizam algum aspecto destas Leis.

Estas pessoas sim são verdadeiramente sábias. Pois acreditam em D’US e acreditam que ELE deu sim mandamentos universais para a humanidade mediante Adão e Noé. Dentre os sábios das nações há dois níveis de sabedoria: aqueles que chegaram de alguma forma ao conhecimento de que mais do que essas leis terem sido entregues para Adão e Noé, elas foram reordenadas por D’US para todos os povos do mundo na Entrega da Torá para o povo judeu no monte Sinai, e aqueles que não estão cientes deste fato. Obviamente, ambos são igualmente sábios. Porém, não estão no mesmo nível. (Pois, como veremos mais à frente, aquele que entende que os Mandamentos Universais foram dados por D’us uma terceira vez, como dissemos, na Entrega da Torá no monte Sinai, e aceita cumpri-los por este motivo especificamente, além de sábio das nações ainda ganha o status mais elevado de justos das nações (ou gentio justo) ou mais adequadamente de devotos (de Hashem) das nações — em outros lugares chamados de piedosos das nações.)

De toda forma, é fato que não é nada fácil, ou seja, é sim trabalhoso, exige sim muito esforço, chegar sozinho — por conta própria, sem aprender com um judeu ou pelo judaísmo — à conclusão de que D’US deu Mandamentos para toda a humanidade por meio de Adam e Noá. E portanto é óbvio que, assim como bem o diz o próprio Rav Avraham Chaim Bloomenstiel, estas pessoas “ainda receberão recompensa.”]

 

MiChassidei Umot HaOlam

O Talmud em Sinhedrin 105a prova que os Umot Ha’Olam, as nações gentílicas, têm uma parte no Mundo Vindouro se forem chassidim, piedosos. Portanto, um não-judeu que mantém as Sete Mitsvot (Mandamentos) [exatamente como isto que elas são: Mistvot, Leis Divinas (Mandamentos, Preceitos, dados por D’US na Torá)] é chamado de MiChassidéi Umót Há’Olám, dos Piedosos (ou Devotos) Não-Judeus, e recebe recompensa no Mundo Vindouro. Contudo, ele só merece esta recompensa se aceita e observa as suas mitsvot do ponto de vista de que foram transmitidas e reafirmadas ao mundo através de Moisés no Sinai.

Para se tornar um Noaíta, a pessoa deve aceitar as Sete Mitsvot sobre si mesma a partir da convicção de que elas são divinamente ordenadas, tendo sido ordenadas ao mundo por D’US, através de Moisés, que reafirmou o pacto selado com Adão e depois com Noé. Ao aceitar as Sete Mitsvot como tal, torna-se MiChassidei Umot HaOlam, um Gentio Piedoso, o status mais elevado que pode alcançar um Ben Noach.

Esta aceitação é pessoal e não requer aceitação perante um Beit Din [o que também significa que não requer um certificado assinado por qualquer rabino].

 

Guer Toshav – Um não-judeu que reside na terra de Israel [(somente na época do Templo em Jerusalém)]

O termo guer toshav tem criado uma confusão especial para os Noaítas modernos.
O guer toshav é referido em muitos lugares na Torá:
Êxodo 12:43-45; Levítico 25:6, 35, 40, 45, 47; Números 35:15.

O termo guer, da raiz hebraica gar, que significa “morar”, refere-se a um estrangeiro, estranho (forasteiro) ou imigrante. Toshav significa “residir”. Um guer toshav é, portanto, um residente estrangeiro: um não-judeu que reside na terra de Israel entre o povo judeu. No entanto, a Torá nos diz: Eles [idólatras] não habitarão em sua terra, para que não lhe façam pecar contra Mim e adorar seus deuses (Êxodo 23:33).
Vemos que um guer toshav deve abandonar suas crenças e práticas idólatras para viver em Israel.
Como isso é feito na prática? Até que ponto um não-judeu deve repudiar a idolatria para ele poder residir em Israel? O Talmud (Avodá Zará 64b) explica que o futuro guer toshav deve comparecer perante um Beit Din (tribunal religioso judaico)* [ – “que é a base da atual idéia de se declarar perante um rabino[**] ou um tribunal judaico” (Rav Shimshon Bisker) – ] e aceitar por si mesmo a responsabilidade de observar fielmente as sete leis noaíticas.

* Um tribunal rabínico judaico de três juízes. Um Beit Din julga questões de direito religioso e monetário na comunidade judaica.

[** Ou de ter um certificado assinado por um Rabino.]

No entanto, o Talmud (Arakhin 29a) nos diz que não há nenhum status de guer toshav em nossos dias.

No entanto, alguns rabinos têm instruído Noaítas a aceitar o status de guer toshav mesmo hoje em dia. Outros rabinos não têm buscado conferir o status de guer toshav, mas têm requerido que os Noaítas em potencial aceitem seus mandamentos perante um Beit Din (tribunal rabínico judaico). Ambos são desnecessários.

A halachá (lei religiosa decisiva) é que não há necessidade nem benefício para alguém aceitar as Sete Mitsvot diante de um Beit Din. Tal aceitação perante um Beit Din não terá nenhum efeito no status religioso do Ben Noach, na capacidade dele de cumprir as mitsvot, ou no mérito que ele recebe por cumprir as mitsvot.

(E esta é exatamente a corajosa posição do nosso Rabino, o Rabino Supervisor do Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info, o Rav Shimshon Bisker, conforme o seu livro IMPRESSO: Bnei Noach Guia Básico.)

RESUMINDO:

Um guer tsedek é um não-judeu que se converteu ao judaísmo. Não tem outra definição.

[Um ben-Noach é um descendente masculino de Noé. Uma bat-Noach é uma descendente feminina de Noé. Bnei Noach são descendentes de Noé.]

Aquele que realiza algum aspecto das Sete Mitsvót com base na lógica ou com base na moral (ainda que não religiosa [isto é, como meras leis sociais/comunitárias]) [(e também mesmo aquele que realiza algum aspecto delas com base em sua religião)] é elogiado, mas não recebe nenhuma recompensa no Mundo Vindouro.

[Sábio das nações – é um Ben-Noach que reconhece (por conta própria ou porque alguém assim o ensinou) que O CRIADOR deu mandamentos universais para a humanidade por meio de Adão e Noé (sendo ainda que alguns têm o conhecimento do fato de que as mitsvót universais também foram dadas depois de Noé por meio de Moisés na Entrega da Torá, mas outros não).]

MiChassidei Umot HaOlam – um Justo (Piedoso/Devoto) das Nações – é um Ben Noach que aceitou as Sete Mitsvot. Sua aceitação está ligada à revelação no Sinai – ele aceita as leis noaíticas como uma extensão desta revelação. Em troca, ele recebe todo o mérito de “aquele que é ordenado e cumpre” e merece uma parte do Mundo Vindouro. A pessoa se torna um Ben Noach ao aceitar as leis Divinas universais sobre si mesmo. Não há nenhuma forma especial dessa aceitação.

 

GUER-TOSHAV E MORAR EM ISRAEL

O Shulchan Aruch e todos os outros codificadores decidem de acordo com o Rabi Maimônides que é proibido aos idólatras se estabelecerem permanentemente em Israel. Esta regra, entretanto, só se aplica quando Israel tem soberania e autoridade sobre os não-judeus em sua terra.

Os gentios não-idólatras têm permissão para residir em Israel?

De Maimônides:
Você não comerá carne abatida indevidamente – você a dará ao guer dentro de seus portões para que ele a coma… (Deuteronômio 14:21). Este versículo instrui o judeu a dar carne inadequadamente abatida a um guer. Agora, poderíamos supor que esse “guer dentro de seus portões” é um convertido ao judaísmo. No entanto, isto não pode ser assim, porque um convertido é como um judeu nato em sua obrigação de observar as leis dietéticas. Se, no entanto, este versículo fala de um não-judeu, então deve se referir a um não-judeu que não é um idólatra. Caso contrário, como é permitido a um judeu dar a carne a um não-judeu? Um judeu não pode favorecer um idólatra com presentes!

 

O Guer-Toshav

A partir deste versículo e de muitos outros, vemos que a Torá antecipa a presença de gentios não-idólatras em Israel, referindo-se a tais indivíduos como guer toshav. Um guer toshav é, portanto, um estrangeiro residente: um não-judeu que reside na terra de Israel entre o povo judeu.

[Para saber o que realmente é idolatria na Torá, veja:

Curso Bnei Noach parte 10

e

Cristianismo é ou não é idolatria?

.]

 

Os benefícios de um Guer Toshav

Uma pesquisa da literatura midráshica, mishnáica, talmúdica e haláchica, revela que o guer toshav, embora não seja judeu, desfruta de muitos dos benefícios reservados aos judeus que vivem em Israel. No entanto, o guer toshav também está sujeito a muitas das mesmas restrições que se aplicam aos idólatras. Ao contrário de um idólatra, um guer toshav tem permissão para se estabelecer, mesmo permanentemente, em Israel.

[É interessante que mesmo quando é permitido ao guer-toshav se estabelecer permanentemente em Israel,] “o guer-toshav não pode residir em Jerusalém.”
Também, “o guer-toshav não pode participar do sacrifício de Pessach.”
Além disso, mesmo “o vinho do guer-toshav é proibido para consumo (dos judeus, assim como o é o vinho dos idólatras).” [Tudo isso mostra como realmente um guer-toshav não é um convertido – como guer toshav não é o mesmo que guer tsedek.

O que, portanto, todos e cada não-judeu tem de ter em mente definitivamente é o simples fato de que] um não-judeu que aceita as leis noaíticas devido à aliança sinaítica (ganhando o status de justo das nações) continua sendo um não-judeu. A única mudança prática está na natureza de sua recompensa. Quando um não-judeu se torna judeu (mediante a conversão[*]), no entanto, a conversão confere uma identidade legal, metafísica e espiritual inteiramente nova.

[* “A conversão ao judaísmo precisa ser por um tribunal judaico de orientação ortodoxa que é respaldado pelos grandes sábios da nossa geração. A pessoa que se converte precisa estar disposta a viver uma vida judaica ortodoxa, segundo a lei judaica – se sujeitando às 613 mitsvót× –, que tem como base o Shulchan Aruch. Depois da conversão um guer não pode voltar atrás, ele não pode voltar a ser um ben-Noach.” (Rabi Mordechai A.)

× Lembrando que, como o explica o Moré Gavriel Weber, 613 Mandamentos são só o começo. Na verdade existem 4.000 leis (que um judeu deve cumprir na sua vida).

Veja

COMO TER UMA VIDA SIGNIFICATIVA?

]

 

Como um não judeu se torna um Guer Toshav

Segundo os Chachamím (a maioria dos sábios): um guer toshav é um não-judeu que, [para morar em Israel na época do Templo,] diante de três estudiosos da Torá aceita observar as Sete Leis de Noé.

Múltiplas opiniões podem ser aceitáveis em questões de história ou homilética (Rabino Meir; outros), mas podemos aceitar apenas uma única ideia como obrigatória em questões de prática. Uma das muitas regras para decidir a halachá, ou seja, a prática, é que a opinião da maioria é decisiva (ver Chulin 11a).

Os Chachamim, sendo a maioria, são, portanto, a halachá. Como esperado, os estudiosos posteriores decidem a halachá (a prática) de acordo com os Chachamim: um guer toshav é um não-judeu [residente em Israel] que aceitou, perante três estudiosos, a observância das sete leis noaíticas.

Ainda assim, um estudioso, Rashi, é inconsistente em sua definição de guer toshav. Em vários lugares, Rashi parece definir guer toshav usando os critérios do rabino Meir (a saber: que um guer toshav é um não-judeu que, perante três estudiosos da Torá, aceitou não adorar ídolos). Sua opinião, a de Rashi, não é aceita como halachá. Estranhamente, no entanto, Rashi governa como os Chachamim em Avodá Zará 24b.
[Portanto, daqui entendemos como simplesmente não podemos confiar de modo algum nos comentários bíblicos de Rashi quanto à prática das Categorias de Leis Divinas Universais. Por conseguinte, também entendemos claramente como não podemos confiar em nem um rabino ou instituição judaica que “ensina” sobre as ramificações dos Preceitos Universais baseado no Rashi.]

Rabi Maimônides (Hilchot Melachim 8:10-11, Hilchot Avodat Kochavim 10:6, Hilchot Issurei Biah 14:8 e Hilchot Shabat 20:14), o Arbá Turim (Yoreh Deah 124 – ver Bais Yosef ad loc.), e o Shulchan Aruch (Yoreh Deah 124:2), todos registram a posição dos Chachamim como conclusiva: para se tornar um guer toshav, um não-judeu [para morar em Israel na época do Templo] deve aceitar os Mandamentos Universais sobre si mesmo perante um beit din, um tribunal de três estudiosos qualificados.

 

Quando o status do Guer Toshav se aplica?

A lei do guer toshav só se aplica quando o ciclo do Jubileu está em plena observância. Rabi Maimônides codifica esta qualificação como lei (Hilchot Issurei Biah 14:8) e ela é aceita como tal por todas as autoridades posteriores. O ano do Jubileu foi plenamente observado até cerca de 600 aec. Portanto, até cerca de 600 aec, um não-judeu podia comparecer perante um beit din, um tribunal rabínico, e prometer sua aceitação das leis de Noé. Ao fazê-lo, ele obrigou a comunidade judaica a apoiá-lo e sustentá-lo (em Israel). Ele também desfrutava de certos direitos de residência e outros direitos.

O ano do Jubileu só é observado quando as tribos estão morando em seus territórios. Com o exílio de Gad e metade de Manassé em cerca de 600 aec, a observância do ciclo cessou. Uma vez que a observância total do ano do Jubileu cessou por volta de 600 aec (Maimônides, Hilchot Shemitá 10:8), nem um guer toshav foi aceito por Israel desde aquela época.

Claro que isto significa que a aceitação de guer toshav não é possível no nosso tempo, como escreve o Rabi Maimônides:
“Mesmo que um não judeu venha e aceite sobre si mesmo toda a Torá[*], com exceção de um pequeno detalhe, nós ainda não o aceitamos (como um guer toshav)”, e, “um guer toshav só pode ser aceito em um tempo quando o ano do Jubileu está em plena observância. Quando o ano do Jubileu não está em plena observância, só podemos aceitar convertidos plenos.”

O ciclo do Jubileu é o ciclo agrícola e legal de 50 anos observado durante os tempos antigos. Não é mais observado em nossos tempos. No 50º ano, o ano do Jubileu, todos os servos contratados foram libertados (Levítico 25:39-40).

[* Nota do Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info:
se fosse este o caso, o que obviamente não o é.
Pois, como explica o próprio Rav Avraham Chaim Bloomenstiel:
“Noaítas podem aceitar quaisquer mitsvot adicionais desde que essas mitsvot sejam lógicas e benéficas para a sociedade e para o indivíduo. Além disso, eles não podem aceitar essas mitsot unicamente por motivações religiosas.”]

A conclusão prática, haláchica, é que guer toshav e Noaíta são duas identidades independentes. Nem sempre podemos aprender de um para o outro. Embora todo guer toshav seja um noaíta de fato, cada Noaíta não é um guer toshav. Afinal, guer toshav não existe mais em nossos tempos. Portanto, nós (judeus) não aceitamos guer toshav hoje em dia.

Por Rav Avraham Chaim Bloomenstiel (Course: The Noahide Laws, para a Noahide Nations Academy of Shem)

© Rav Avraham Chaim Bloomenstiel
© Rav Shimshon Bisker

© Projeto Noaismo Info

Traduzido do inglês por Projeto Noaismo Info: © Projeto Noaismo Info

Dedicado a alguns amigos específicos: André, Zaqueu, Daniela, Wagner, Lucilene, Fernanda, Paulino… . 

 

Apesar de todo esse gigantesco texto para explicar sobre Guer Tsedec e Guer Toshav, o Rav Shimshon Bisker, o Rabino Supervisor do Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info, também o explica mas em apenas algumas linhas, como você poderá verificar adquirindo os únicos livros IMPRESSOS do Brasil de tema Bnei Noach do Rav Shimshon Bisker:
BNEI NOACH GUIA BÁSICO (partes 1 e 2).

BNEI NOACH GUIA BÁSICO

O Rav Shimshon Bisker também é autor do livro digital: Coleção Tudo Sobre Conversão ao Judaísmo. Veja-o na nossa Livraria virtual Projeto Noaismo Info.

Curso Bnei Noach parte 30 – ESPECIAL: LIVRARIA virtual Projeto Noaismo Info

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O Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info é um site (projeto) noaítico, a saber, não se trata de um site judaico (um site de Judaísmo especificamente) e sim de um site voltado para Bnei Noach. O Noaísmo (ou, movimento Bnei Noach — a observância das Sete Leis de Noé da Torá dada por D'US a Moshé) é a Fé original da humanidade. Bem vindo ao Site Bnei Noach de maior conteúdo do Brasil, e que conta com a Supervisão Rabínica do estimado Rav Shimshon Bisker, de Israel. Bnei Noach* (בני נח)/ Filhos de Noá (popularmente, Noé) / Noaítas / Brazilian Noahites / Noahites of Brazil / Noajitas; Comunidade Bnei Noach do Brasil; Movimento Bnei Noach no Brasil. * Variações: Bnai Noach / Benêi Nôach / Bnei Noah. Fé Noaica / Fé Noaítica. Noaísmo / Código Noaítico / Pacto do Arco-Celeste. ( Sobre distribuir os nossos artigos, veja https://sitebneinoachprojetonoaismo.info/copyright/ ) Contato: sitebneinoach@gmail.com

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