Sete Leis ou Dez Mandamentos? PARTE 2

O Site Bnei Noach
Projeto Noaismo Info
ORGULHOSAMENTE APRESENTA,
graças a D’us,

 

NÃO SÃO 10 MANDAMENTOS QUE TODOS DEVEM CUMPRIR?
(SEGUNDA PARTE)

(especial: tudo o que você precisa saber sobre Bnei Noach,
parte 2b)

 

A Pergunta Na Primeira Parte foi:
Sete Leis? Nunca ouvi falar. Não devemos todos nós — todas as pessoas do mundo — cumprir os Dez Mandamentos?

Continuação da Resposta:
O Rabino Tovia Singer, autor do livro “Let’s get biblical” e diretor do Outreach Judaism, prossegue explicando:

“Mesmo que racionalmente estas coisas [tais como não roubar, não assassinar, dar caridade, …,] me ocorram, nós temos de perceber que a razão pela qual elas parecem naturais é porque somos criados à imagem de D’us e essa é a vantagem que o ben-Noach tem sobre o judeu. Por que? Porque existem Mandamentos para um judeu que não existem para mais ninguém. Por exemplo, manter o Shabat. Manter todas as Leis do Shabat é responsabilidade exclusiva dos judeus. Então os judeus fazem kidush – para santificar o shabat. Mas, há alguma forma lógica de explicar a celebração do Shabat quando essas pessoas fazem kidush? Não. Superficialmente não faz sentido por que estamos celebrando o Shabat. Porque D’us descansou? D’us estava cansado? ELE estava com sono? Trabalhou 6 dias, 24 horas por dia, e ELE ficou exausto? Precisou de férias? Não faz sentido. E se D’us descansou por qualquer motivo, por que eu haveria de celebrar quando ELE descansou? ELE não fez nada. Eu deveria celebrar por 6 dias e no Shabat deveria parar de celebrar. Quem celebraria que D’us não fez nada? Este é um conceito muito interessante. Basta entender que o Shabat parece isso: por que D’us precisa descansar? ELE estava tão cansado que parou de criar? E por que o celebramos sem fazer nada? Deveríamos estar a celebrá-lo! Isso sim seria algo lógico. Portanto, de certa forma, quando um judeu celebra o Shabat, não é completamente racional – à primeira vista não. Por cima, isso não nos ocorre de imediato. E onde um judeu de certa forma é forçado, temos de saber que estamos mantendo o Shabat e fazemos kidush no Shabat porque D’us nos ordenou, não temos escolha, não temos outra saída.

Não há outra maneira de explicar, por exemplo, por que razão colocamos tsitsit. Não há explicação para isso, exceto que D’us nos ordenou. Não roubar, não assassinar, isso é lógico, mas as Mitsvot judaicas não são lógicas. Muitas delas não têm uma razão óbvia. Agora, se você as estuda, compreende as razões. Mas não é óbvio.

Portanto, uma pessoa que é um ben-Noach, isso significa que ela é um piedoso (ou devoto) [de Hashem] dentre as nações do mundo, uma pessoa que segue O VERDADEIRO D’US de Avraham, Isaac e Yacov e os grandes profetas de Israel. Porque tudo isso é lógico. Vocês têm algo racional a considerar.

Agora, levando em conta outros Mandamentos judaicos, por que o judeu não pode comer lagosta? Nós realmente não sabemos. Porque simplesmente Hashem nos diz na Torá que nós, judeus, os Bnei Israel, não temos permissão para comer tais animais. Outros animais, pode ser. Por isso, quando digo que não posso comer mariscos nem camarões, não posso explicar porque é que não podemos comê-los, só que D’us me ordenou isso em Levítico capítulo 11. Isso é tudo. Por isso é que ser um grande ben-Noach não é ser um cidadão de segunda classe. Algumas pessoas pensam que Bnei Noach tem uma espécie de judaísmo júnior, judaísmo light, é um cidadão de segunda classe. Não é verdade. Todas as pessoas são criadas “Tsélem Elohim” – à imagem de Hashem –; Hashem ama muito você. E a conexão das sete Leis de Noé com Hashem só o afeta se você disser ‘Estou dando caridade não porque eu me sinto mal de que essa pessoa está com fome, não, porque Hashem me ordenou.’ É por isso. Isso faz sentido, pois é lógico. Agora, por que os judeus colocam tefilim? Eu não consigo explicar. Posso, mas não é óbvio o porquê. Portanto é fácil ser judeu. É mais difícil, em certo sentido, ser um verdadeiro ben-Noach. É um nível muito, muito elevado. Ok?

Os Dez Mandamentos também são únicos em si porque os Dez Mandamentos também correspondem a todos os 613 Mandamentos judaicos. Assim como as Sete Leis são sete categorias principais, na verdade, todos os (613) Mandamentos da Torá estão, de alguma forma, conectados aos Dez Mandamentos. Na verdade, não só estão entrelaçados dessa forma, mas estão interligados entre si: o que significa o primeiro Mandamento de “não adorar nenhum outro deus, mas O D’us Verdadeiro” com o de “não assassinar”. Vejam como os cinco primeiros e depois os outros cinco realmente se integram uns com os outros. Não assassinar e não adorar ídolos é a mesma coisa. Sabem o que mais? Então é muito óbvio que os primeiros 5 Mandamentos são entre nós e o nosso Criador. É por isso que honrar seu pai e sua mãe está entre os 5 primeiros, porque seus pais também são seu Criador. E o segundo conjunto é entre nós e nossos semelhantes. 5 e 5 lhes mostram que eles são iguais. Não pense ‘ah, sou uma pessoa muito religiosa. Faço minhas orações todos os dias’. Mas, eu trapaceio nos negócios, sou totalmente corrupto; D’us não quer isso. ELE não deseja as suas orações, você está desperdiçando seu tempo. Os 5 e 5 estão interligados e eu vou mostrar para vocês como não assassine e não idolatre são realmente a mesma coisa.

Quando uma pessoa adora um ídolo, o que ela está fazendo é eliminar D’us de sua vida. Ela está dizendo ‘D’us não está na minha vida. Me livrei do D’us Verdadeiro e tenho outra coisa em seu lugar’. Quando alguém assassina, por que ela assassina? Pense sobre isso. Pense: alguém assassina porque quer produzir um cadáver? A resposta é não, nunca, eles só querem eliminar a pessoa que está viva, não se importam que agora temos um cadáver. Pense sobre isso por um momento. A propósito, assassinar não é apenas matar, significa tirar a vida de uma pessoa inocente. Em hebraico são duas palavras diferentes, matar e assassinar. Só para você saber. Pense com muito cuidado: quando alguém assassina outra pessoa, por que ela faz isso? Existem apenas duas possibilidades: uma, não quero que essa pessoa continue por perto, ou, duas, só quero fazer um cadáver. Qual é a resposta? Ninguém se importa que haja outro cadáver. As pessoas assassinam porque não querem mais que essa pessoa esteja em suas vidas, querem eliminá-la. Ninguém está interessado em abrir um cemitério — “Ó! Mais grana! Então vamos fazer uns cadáveres.” Isso nunca aconteceu. Então, assassinato é eliminar uma pessoa, eliminar a outra pessoa, e é exatamente isto o que a idolatria é. A idolatria é eliminar D’us da sua vida. Então os Mandamentos 1 e 6 (dos Dez Mandamentos) é: ‘Não ME elimine’, e, ‘Não elimine a ninguém’.

Uau! Uau! Oh! Isso está tão bom, tão delicioso! (Aqui o Rabino está muito empolgado com essa explicação da Torá.)

Eu poderia passar o dia falando de como os Dez Mandamentos, na verdade, estão todos interligados. Então eles não apenas se conectam externamente a todos os 613 Mandamentos judaicos mas também eles se cruzam entre si.
O quinto Mandamento é honre seu pai e sua mãe. O décimo Mandamento muitos dizem que é não cobiçar. Bem, o que isso significa? Não é simplesmente isso o que a Torá diz. Na verdade a Torá diz é o seguinte: “Não cobice a casa de seu amigo, sua esposa, seu burro, seu boi, o que pertence a ele.”
Pense bem sobre isso. Não diz que você não deveria querer uma bela casa. Não há nada de errado nisso. Certifique-se de dar tsedacá, o dinheiro foi ganho honestamente, …, então nada de errado em dizer: ‘Eu adoraria um dia ter uma boa casa, uma casa como a que ele tem’. Isso não é um problema. Agora, ‘Eu quero a esposa dele’; ‘eu quero a casa dele’; ‘eu quero o animal dele’; ‘eu quero o carro dele’; ‘eu quero a vida dele’. A Torá realmente diz isso: “de seu amigo”! E o que tudo isso significa? E o que isso tem a ver com honre seu pai e sua mãe?
Isso quer dizer que (quando você está cobiçando qualquer coisa que é do seu amigo) você realmente está dizendo: “Eu quero a vida dele. Eu não quero os meus pais, eu gostaria de ter nascido dos pais dele.”
Entendam. Isso é muito importante. A proibição da cobiça não significa que uma pessoa vê um belo carro ou uma bela casa e diz ‘Eu gostaria de ter um belo carro’, ou, ‘eu gostaria de ter uma bela casa. Vou trabalhar mais para isso.’ ‘Quero ter uma comida melhor. Vou trabalhar duro para isso.’ Isso não é cobiça. Cobiça é você querer do modo como diz a Torá: “Não olhe para o seu amigo e dizendo, eu quero a vida dele, quero a esposa dele, quero o carro dele, quero o dinheiro dele, quero a casa dele, quero tudo o que é dele para mim, eu quero ser ele”, isto é, ‘Eu não quero ser eu, eu não quero minha vida’, ou seja, isso é o mesmo que você estar dizendo: “Eu queria uma família diferente. Pai, mãe, eu odeio vocês. Eu gostaria é que os pais dele é que fossem os meus pais”. Entenderam? ‘Não rejeite seu pai e sua mãe’ e ‘não tente ter a própria vida de outra pessoa’. É isso o que a Torá ensina (nos Dez Mandamentos). A Torá é linda! A Torá é tão boa!

Salmos 19:8 (vers. 7 na bíblia cristã):
“A Torá do ETERNO é perfeita, ela reanima a alma; o testemunho do ETERNO é digno de confiança, tornando sábios os simples.”

Foi muito bom [este discurso]. Agradecemos pela pergunta.”

© Rabino Tovia Singer
© Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info

Transcrito e traduzido do inglês por Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info: © Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info

© Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info