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ORGULHOSAMENTE APRESENTA,
graças a D’us,
Perguntas e Respostas
Pergunta:
Rav, o Talmud é mais importante do que a Torá?
(Todas as traduções são inéditas no Brasil!)
Resposta:
Por Rav Eliezer Zalmanov:
“Não se trata de uma questão de ser mais importante, pois o Talmud faz parte da Torá, sem o qual as Escrituras simplesmente não seriam compreendidas ou poderiam ser aplicadas.”
© Rav Eliezer Zalmanov
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Traduzido do inglês por Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info: © 2025 Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info
Para entendermos melhor o papel do Talmud no Judaísmo, acompanhemos a seguinte explicação do Rav Nachmânides:
“Saibam que nós judeus temos três tipos de livros: o primeiro é a bíblia — a Torá (ou Tanah[*]) —, na qual todos acreditamos com total fé; o segundo é chamado o Talmud e é uma explicação dos Mandamentos da Torá, pois que existem 613 Mandamentos na Torá (para os integrantes de Israel), e cada um deles é explicado no Talmud e nós acreditamos nessa explicação dos Mandamentos; e também temos um terceiro livro que é chamado o Midrash, que significa ‘Sermões’. É como se [um mestre] fizesse um sermão e alguém dentre seus ouvintes gostasse tanto que decidisse registrá-lo por escrito. Quanto a este livro, o Midrash, se alguém quiser acreditar nele, muito bem, mas se não acreditar, também não faz mal.
Todo o propósito do Talmud é somente nos ensinar a prática da Torá e mostrar como nossos ancestrais a praticaram nos dias do Templo pelos lábios dos profetas e pelos lábios de Moshe nosso mestre.”
– Rav Moshe ben Nachman (ou Rav Nachmânides)
© Rav Nachmânides
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* Sobre a Torá e o Tanach, veja:
Tudo o que o Rav Nachmânides explicou acima a respeito de que é pelo Talmud que se sabe quantas Mitsvót existem para o povo de Israel, quais são elas, e a praticabilidade delas na vida do judeu, vale exatamente o mesmo para os Sete Mandamentos de Noé, como o diz o Rav Yosef Cantor:
“A Torá não os lista como sete. O Talmúd (Sanhedrín 56a) aponta sete Mandamentos na Torá e compila a lista de sete.”
Ou seja, em outras palavras, os 613 Mandamentos do povo judeu estão na Torá, mas a própria Torá não menciona o número 613 e a própria Torá não os enumera. E assim é da mesmíssima forma com as Sete Leis de Noé (com um detalhe adicional): as Sete Leis de Noé estão na Torá
(veja:
Bnei Noach: PARA OS INICIANTES parte 6 — As Sete Leis Universais de Deus dentro da Torá
e
), mas a própria Torá não menciona o número 7 e a própria Torá não as enumera, além do curioso detalhe adicional de que a própria Torá sequer as transcreve como Mandamentos (exceto 2 deles).
Portanto, o Talmud apenas explica quais são os Mandamentos Universais, quantos eles são, os enumera e discute a praticabilidade deles na vida do noaíta (ben-Noach).
O professor Ole Mads Sirks Vevle, graças a Hashem, explana um pouco mais sobre esse tema:
“Todas as pessoas já têm uma aliança existente com D’us. Nos textos rabínicos, esta aliança é referida como as Sete Leis Para os Descendentes de Noé (Sheva Mitsvot Bnei Noach). O Talmud (Sanhedrin 56b) explica que essas Leis podem ser derivadas de Gênesis 2:16. Esta é, portanto, uma aliança que remonta a Adão, o primeiro homem.
As Leis são conhecidas pelo nome de Noé pois foram dadas novamente a Noé e seus descendentes após o dilúvio. “E disse D’us a Noé e a seus filhos com ele: ‘Agora estabelecerei a minha aliança contigo e com a tua descendência’” (Gênesis 9:8-9).
Para quem lê a Bíblia Hebraica (Tanach), fica claro que existem algumas leis que são universais e que consequentemente se aplicam a todas as pessoas, independentemente da nacionalidade, lugar e tempo. Isto é especialmente verdadeiro para as Leis Morais. Ao mesmo tempo, é claro que muitas das Leis só se aplicam aos israelitas (ou seja, aos judeus). Isto se aplica especialmente às Leis Rituais. Na tradição rabínica, o ensino sobre quais Leis são universalmente válidas é resumido no título “As Sete Leis de Noé”.
Estas Leis são discutidas em todo o Talmud, mas o debate rabínico mais extenso sobre elas é encontrado no Talmud Babilônico, Sanhedrin 56-60. Maimônides codificou as Leis de Noé no Mishnê Torá, Hilchot Melachim 8:10-10:12.
A referência tanaítica mais antiga é encontrada no Tosefta, Avodá Zará 8.4:
“Os descendentes de Noé receberam Sete Mandamentos: sobre sistemas legais [dinim], sobre blasfêmia [birkat Hashem], sobre idolatria [avodá zará], sobre imoralidade sexual [giluy arayot], sobre assassinato [shefichat damim], sobre roubo [guezel], e sobre comer carne tirada de um animal enquanto ele ainda estava vivo [ever min ha’chai].”
Quando a Torá foi recebida no Sinai através de Moisés, ela continha tanto os Mandamentos específicos dados exclusivamente aos israelitas, a Lei de Moisés, quanto os detalhes das Leis de Noé pré-existentes (Mishnê Torá, Hilchot Melachim 8:11).
A Torá (a escrita e a oral) consiste, portanto, no conhecimento de duas alianças:
1) A aliança Mosaica vincula os descendentes de Israel (bnei Yisrael) no seu papel especial como guardiões e transmissores da Torá.
2) A aliança de Noé que é universalmente obrigatória para os descendentes de Noé (bnei Noach), ou seja, todos os seres-humanos (ibid. 8:10).
Isso significa que as Leis de Noé são parte integrante da Torá e que existe uma Halachá separada para os descendentes de Noé. É especificado no Talmud (Sanhedrin 74b) e em outras literaturas rabínicas que “As Sete Leis são categorias gerais, pois elas têm muitos detalhes” (Sefer HaChinuch, Mitsvá 416). Avodá Zará 14b ensina que Abrahão escreveu um tratado que consiste em nada menos que quatrocentos capítulos sobre a proibição da idolatria.
É a Torá Oral que contém os detalhes dessas Leis e o conhecimento de como identificá-las. Em todos os seus detalhes, as Sete Leis de Noé abrangem todos os aspectos de viver uma vida de acordo com a vontade de D’us para a humanidade.
Não muito depois da época de Noé, o conhecimento das Leis de Noé estava correndo o risco de se perder. Abrahão, por seu reconhecimento e proclamação do D’us Singular, foi considerado digno de se tornar o progenitor de uma nação que teria a tarefa de preservar o conhecimento das Leis de Noé e a responsabilidade de ensiná-las às outras nações (Tosafot, tratado Chaguigá 13a).
Assim, Israel recebeu a tarefa de ser “uma nação de sacerdotes” (Êxodo 19:6) e “uma luz para as nações” (Isaías 49:6; 42:6-7; 60:3). O Rabino David Kimchi (1160-1235), conhecido como Radak, escreve em seu comentário sobre Isaías 42:6 que os judeus deveriam servir como “uma luz para as nações”, ensinando-lhes como observar as Leis de Noé.”
© Ole Mads Sirks Vevle
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Traduzido do norueguês por Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info: © 2025 Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info
Para entender melhor o uso da palavra Torá no Judaísmo, veja:
e, para entender melhor o uso das palavras “Torá Escrita” e “Torá Oral” no Judaísmo, veja:
e ainda, para uma explicação bem simples e rápida do que é o Talmud, assista:
Rav Sany fala sobre o que é Torá, Talmud e Cabalá
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