As suas almas que reencarnam e a sua alma que não reencarna

O Site Bnei Noach
Projeto Noaismo Info
APRESENTA

 

As suas almas que reencarnam e a sua alma que não reencarna

Por Rabi DovBer Pinson

 

Guilgul: Reencarnação das Suas Almas
A Torá fala [por exemplo] do encontro entre Moshe, a alma de Hevel/Abel, e Yitro, a alma de Kayin/Cain, e sua reconciliação.

Existe o nosso eu autobiográfico, o “eu” pessoal, que inclui a nossa forma particular de pensar, de sentir e de interagir com os outros. É a isto que você costuma se referir quando diz ‘eu me conheço’. O que você está realmente dizendo é que você conhece sua história.

Cada pessoa tem sua própria história. Quando uma pessoa nasce, ela nasce com uma alma individual com um tipo particular de alma. Imagine uma folha de papel em branco, simbolizando o início da vida de alguém. Ela está vazia; experiências de vida ainda não foram escritas nela. Por outro lado, esta folha em branco já tem uma tonalidade, uma textura e um peso. Algumas folhas de papel têm uma tonalidade amarela; outras têm uma tonalidade azul mais sutil, e outras são cinzas. Algumas são foscas e outras são mais brilhantes.

Todos nós temos inclinações naturais e modos de ser, mesmo antes de nossa história de vida começar a se desdobrar. Uma pessoa está mais inclinada a ser generosa e outra está mais inclinada a ser contida. Tais são os matizes particulares no fundo de nossa história, informando como a história será vista e compreendida. Cada dia e cada momento estamos ‘escrevendo’ nossa história. Nossos pensamentos, ações e experiências estão sendo impressos em nosso papel, em nossas Nefesh, Ruach e Neshamá particulares.

Diferentes personalidades vão experimentar o mesmo evento de forma diferente, de acordo com sua ‘tonalidade’ ou tipo de alma. Todas as variedades de almas, com suas diferentes percepções e histórias de vida, estão enraizadas em diferentes partes da alma primordial de Adam Kadmon/Adão Primordial[*]. Algumas almas estão enraizadas na ‘cabeça’ deste ser, e algumas se derivam de suas ‘mãos’, ‘coração’, ou ‘pés’.

[* Adam Kadmon não se trata do primeiro ser humano, mas de um mundo ou um plano da realidade.]

Almas ‘cabeça’ podem gravitar em direção a atividades intelectuais, enquanto almas ‘mãos’ podem tender a trabalhar com destreza manual. As almas ‘coração’ podem transbordar de emoção ou devoção, e as almas ‘pés’ podem ser orientadas para estilos de vida ativas e movimentadas. Os padrões genéticos do nosso corpo físico, juntamente com a nossa educação, condicionamento e ambiente, são todas expressões providenciais do nosso tipo de alma.

Cada imagem da alma é holográfica; uma alma ‘cabeça’ não carece de coração, e uma alma ‘coração’ tem alguns atributos ‘cabeça’. Cada expressão distinta da alma primordial possui todas as capacidades de pensar, sentir, trabalhar e se mover. No entanto, alguém nascido com uma alma ‘cabeça’ que decide se ocupar com atividades e preocupações da alma ‘mão’, está agindo contra sua verdadeira natureza. Isto impede que a pessoa se realize plenamente.

Para ser um ser humano plenamente realizado e atualizado, precisamos articular quem realmente somos, nossa expressão distinta da alma precisa ser totalmente expressa. Este é o nosso Tikun ou aperfeiçoamento….

…Todos nós temos áreas de singularidade ou especialidade onde brilhamos, e outras áreas onde não brilhamos tanto. Algumas pessoas são humanitários notavelmente compassivos e ainda acham desafiador se relacionar com suas próprias famílias. Alguns se destacam nas relações familiares e são pais, filhos, irmãos ou irmãs exemplares, mas enfrentam dificuldades na hora de fazer caridade e desfazer-se de seu dinheiro suado. As áreas em que brilhamos mais intensamente estão diretamente relacionadas às nossas raízes particulares dentro da alma coletiva de Adam. Nosso eu consciente, incluindo nossas ações, palavras, pensamentos, experiências e memórias, são expressões de nossa alma pessoal. Isto é o que a nossa alma é para a eternidade.

Como princípio geral, nossa individualidade ou brilho especial, aquela parte de nossa alma que se manifestou como nossa singularidade, não reencarna. Ela não precisa reencarnar porque através de seu desenvolvimento, seus desafios e sucessos, ela já alcançou plenamente o Tikun nesta vida. As partes de nós que precisam ser reencarnadas e re-pessoalizadas são os aspectos de nossa alma com os quais tivemos pouca experiência nesta vida….

 

Por Rabi DovBer Pinson
Traduzido do inglês por Projeto Noaísmo Info: © Projeto Noaismo Info

© Rabi DovBer Pinson
© Projeto Noaismo Info

Em memória de e para a elevação da alma de A.R.

 

PARA APRENDER MAIS SOBRE A VIDA APÓS A VIDA, VEJA:

O mundo atual, o Mundo Vindouro, a Era Messiânica, a Ressurreição dos Mortos, e a Reencarnação

 

O Rav Shimshon Bisker também trata de temas como alma, reencarnação…, em alguns de seus livros. Adquira os livros digitais do Rav Shimshon Bisker na Livraria virtual Projeto Noaismo Info:

Curso Bnei Noach parte 30 – ESPECIAL: LIVRARIA virtual Projeto Noaismo Info

Site Bnei Noach (BRA)_Bnei Noach_Filhos de Noé_Leis Universais_Projeto Noaismo Info

© Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info

Mazal Tov, O Que Significa?

O Site Bnei Noach
Projeto Noaismo Info
APRESENTA

Mazal Tov, O Que Significa?

 

“Mazal Tov” é uma conhecida expressão usada pelos judeus (e agora pelos Bnei Noach também) para desejar boa sorte.
Mas, qual é a origem desta expressão?

Mazál pode ter diferentes conotações dependendo do contexto, mas todas elas estão conectadas a sua definição básica:
algo que goteja para baixo desde cima.
De fato, os signos do zodíaco em hebraico são chamados mazalot, já que guiam desde as estrelas. Também se utiliza Mazal para referir-se à raiz da alma.

A cabalá diz que apenas uma parte da nossa alma habita em nosso corpo, enquanto que a parte principal, nosso mazal, permanece acima, brilhando sobre nós à distância.

É por isso que, ocasionalmente, podemos receber um fluxo extra de energia da nossa alma no alto, sobretudo nos momentos de celebração como nascimentos ou um casamento.

Assim, quando dizemos para alguém Mazal Tov, estamos lhe dando uma benção:
que essa gota de inspiração de sua alma no alto não se dissipe. Que você seja consciente das bênçãos na sua vida e esteja preparado para receber mais.

 

Traduzido do espanhol por Projeto Noaísmo Info: © Projeto Noaismo Info

© Jabad Argentina
© Projeto Noaismo Info

 

Para aprender mais sobre alma e vida após vida, adquira os livros digitais do Rav Shimshon Bisker, de Israel, em nossa livraria, a Livraria virtual Projeto Noaismo Info:

Curso Bnei Noach parte 30 – ESPECIAL: LIVRARIA virtual Projeto Noaismo Info

Site Bnei Noach (BRA)_Bnei Noach_Filhos de Noé_Leis Universais_Projeto Noaismo Info

© Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info

Frase: …“obedecendo a um mandamento, nosso mérito”…

Frase

“A Torá explica que faz parte da natureza humana se rebelar contra tudo que lhe é imposto. Por isso, quando fazemos algo porque estamos obedecendo a um mandamento, nosso mérito é maior do que no caso de a mesma ação ser fruto de uma simples vontade.”
— Rabi Y. David Weitman

Site Bnei Noach (BRA)_Bnei Noach_Filhos de Noé_Leis Universais_Projeto Noaismo Info

© Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info

Bnei Noach e Incensos

O Site Bnei Noach
Projeto Noaismo Info
APRESENTA

PERGUNTAS & RESPOSTAS

 

Pergunta
É permitido acender incensos em casa? Se gosto do aroma, há algum problema nisso? Ou simplesmente acender incenso já é idolatria?

Resposta
O Rav Shimshon Bisker, o Rabino Supervisor do Site Bnei Noach Projeto, responde:

“Acender incensos depende, se é somente para o aroma, não há problema, porém, se é pelos espíritos, é problema.
Portanto, acender
incensos não tem nenhum problema: acender incenso para ter bom cheiro.

O problema é acender incenso para fazer trabalhos para os espíritos (aqui o Rav se refere aos espíritos angelicais), para chamar espíritos, porque aí é idolatria.

Os espíritos tiram proveito do incenso, isso a cabalá explica. A cabalá explica que as forças ou entidades do lado negativo não têm o fundamento da água e nem da terra, eles têm o fundamento do ar e do fogo, e assim eles têm como se aproveitarem da fumaça que sai do incenso.

Assim, somente que acender incensos para entidades é considerado idolatria.”

 

Observação do Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info: nós recomendamos que ao adquirir incensos, que eles sejam produtos neutros, ou seja, adquira sem marcas ou desenhos idolátricos.

 

© Rav Shimshon Bisker
© Projeto Noaismo Info

Dedicado a R.B.O.

Site Bnei Noach (BRA)_Bnei Noach_Filhos de Noé_Leis Universais_Projeto Noaismo Info

© Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info

Na bíblia judaica há histórias que são de fato alegorias?

Histórias Bíblicas

Perguntas & Respostas

 

Pergunta:
De que forma eu posso vir a saber quais histórias da Torá, bem como de toda a Tanach (bíblia judaica), são realmente verdadeiras — aconteceram de verdade — e quais não — sendo apenas alegorias?

 

Resposta:
Sua pergunta é muito interessante e importante. É fato que todos nós, judeus e não-judeus, sempre ouvimos falar de não se levar todas as palavras da bíblia ao pé da letra. Mas será que isto vale para todas as histórias bíblicas?

Respondendo a sua pergunta, o Rebe, Rav Menachem Mendel Schneerson, explica:
“A Torá não é apenas um livro de boas e VERDADEIRAS histórias; mas é também um Ensinamento; uma lição de como viver neste mundo.”

Mas a quais histórias o Rebe se refere como “verdadeiras”? Algumas ou todas?

Deixemos que ele próprio responda:
“As histórias também são instruções já que fazem parte da Torá, que quer dizer “instrução”. A história [então contada em qualquer parte da Torá] realmente ocorreu, não é preciso dizer, pois é parte da Torá da Verdade, mas a intenção da história é guiar e instruir.”

Então o Rebe está nos dizendo que nem uma única história da Torá, na verdade de toda a Tanach, é uma alegoria, mas que todas elas ocorreram de verdade? Sim. E que ele próprio enfatize isso:
“As histórias da Torá devem ser entendidas LITERALMENTE. É verdade que TODAS as histórias da Torá REALMENTE OCORRERAM, com todos os seus detalhes de acordo com a compreensão direta da narrativa bíblica. É tudo da “boca” do ONIPOTENTE. É tudo ‘a Torá Perfeita de D’US’, pura e sagrada Verdade.”

Por Rav Menachem Mendel Schneerson (o Rebe)
Traduzido do inglês por Projeto Noaísmo Info: © Projeto Noaismo Info

© Rav Menachem Mendel Schneerson
© Projeto Noaismo Info

Em memória de H.S.

Site Bnei Noach (BRA)_Bnei Noach_Filhos de Noé_Leis Universais_Projeto Noaismo Info

© Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info

O que significa estar sob as asas da PRESENÇA DIVINA?

O Site Bnei Noach
Projeto Noaismo Info
APRESENTA

 

EM HOMENAGEM AO MORÉ SR. CHAIM REISNER, O FUNDADOR DA ORGANIZAÇÃO ASK NOAH INTERNATIONAL, PELO UM ANO DE SEU FALECIMENTO, E EM HOMENAGEM AO REBE PELO SEU 119° ANIVERSÁRIO DE NASCIMENTO

 

Estar sob as asas da Shechiná

 

Atenção:
Nas palavras transliteradas, o “ch” tem som de “RR”: Charán.
Nas palavras transliteradas, o “sh” tem som de “CH”: Shechiná (shechiná, lê-se cherriná); Rashi; Moshe.

 

Pergunta:
O que significa estar “sob as asas da Shechiná”?

 

Resposta:
Vejamos a explicação de Rashi sobre Gênesis 12:5. Mas antes, vejamos o que diz Gênesis 12:5:
“E Avram tomou Sarai, sua esposa, e Lot, seu sobrinho, e todos os seus bens que eles tinham adquirido e todas as pessoas que eles fizeram em Charán, e partiram em direção à terra de Canaan. E eles chegaram à terra de Canaan.”

Rashi explica o significado midráshico da frase “e todas as pessoas que eles fizeram em Charán“:
“Aqueles que ele (Avram) introduzira sob as asas da Shechiná — PRESENÇA DIVINA.
Avraham convertia os homens, e Sarai as mulheres. Assim, as Escrituras atribuem a eles (o mérito), como se eles os houvessem feito.”

Isto foi antes da Torá ser dada no Monte Sinai, quando os israelitas se tornaram o povo judeu, então a “conversão” referida por Rashi significa que Abraham e Sara convenceram muitas pessoas em sua cidade natal de Charán a rejeitar a idolatria e a aceitar e seguir o Único D’US Verdadeiro, e essas pessoas foram inspiradas a se tornarem seus seguidores. Abraham e Sara não apenas ensinaram seus seguidores a acreditar no Único D’US, CRIADOR do Céu e da Terra, mas também a observar os Sete Mandamentos que D’US ordenou através de Noá. Em termos simples, estas pessoas se converteram em gentios justos — pessoas não-judias que elevaram suas almas. Com esta fé e obediência a D’US, elas mereceram receber bênçãos e ter uma estreita ligação com A PRESENÇA DIVINA de D’US (a Shechiná), e ganhar recompensa espiritual neste mundo e em sua vida após a morte. O termo eufemístico para este avanço espiritual é estar “sob as asas da Shechiná”.

O Lubavitcher Rebe expôs em uma palestra:
“Falando de Avraham e Sarah, a Torá se refere às “pessoas que eles fizeram em Charán”. Rashi explica que se diz que eles “fizeram” as pessoas, “pois eles as introduziram sob as asas da PRESENÇA DIVINA (a Shechiná)”. Avraham “convertia” os homens, e Sarah “convertia” as mulheres. A Escritura considera isto como se eles as tivessem “feito”.
Rashi não diz “conversão ao Judaísmo”, pois este é um fenômeno que começou apenas depois da revelação da Torá (no Monte Sinai). Em vez disso, ele enfatiza, “eles as introduziram sob as asas da PRESENÇA DIVINA”. Isto também explica por que o Targum Onkelos (a tradução aramaica) traduz o versículo como: “aqueles que eles fizeram subservientes à Torá[*]”, e não “aqueles que eles converteram”.” [Enquanto o Rabi Moshe Wisnefsky traduz:
“Os seguidores que eles tinham persuadido a aceitar o monoteísmo”. Observação do Projeto Noaísmo Info.

* A Torá das Sete Leis — as Leis Noaíticas.]

 

Por Organização Internacional Ask Noah (que reconhece e aprova o Site Bnei Noach Projeto Noaísmo Info)
Traduzido por Projeto Noaísmo Info

© Ask Noah International
© Projeto Noaismo Info

Site Bnei Noach (BRA)_Bnei Noach_Filhos de Noé_Leis Universais_Projeto Noaismo Info

© Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info

Confissão noturna

O Site Bnei Noach
Projeto Noaismo Info
orgulhosamente APRESENTA

 

A Confissão Noturna

 

Por Rav Shimshon Bisker, o Rabino Supervisor do Site Bnei Noach Projeto Noaísmo Info

 

Você sabia que, como nos esclarece o Rav Shimshon Bisker, de Israel:
Toda noite antes de dormir é importante se arrepender dos erros, retificá-los, e fazer uma confissão, inclusive com as próprias palavras. Isto porque no momento em que a pessoa dorme a alma se desconecta parcialmente do corpo e uma parte dela eleva-se e transporta-se para outro plano. Somente a parte inferior da alma permanece ligada ao corpo. A parte da alma que se desconecta do corpo segue para uma dimensão espiritual e lá ela é julgada pelas ações que ela realizou nesse dia que passou. Neste julgamento é decidido sobre a sua continuidade neste mundo.

Como durante o sono a pessoa vivencia um julgamento é digno dela se arrepender de seus erros e retificá-los antes de dormir e assim receber uma sentença de outro nível.

É muito importante encarar a confissão da forma correta, ou seja, com a intenção de consertar os erros e criar méritos para alongar o tempo de vida. A confissão não é uma expressão de desistência ou de fraqueza, de forma alguma. Todo o objetivo do arrependimento e da confissão é se desenvencilhar de ações que lhe trazem prejuízos e danos tanto em nosso mundo físico como em âmbito espiritual e demonstrar a vontade de estar ‘limpo’ perante O CRIADOR. De fato, como já foi explicado, é aconselhável que todos façam o arrependimento e a confissão antes de dormir [recitando um texto e acrescentando as suas próprias palavras ou expressando-se com as suas próprias palavras].”
© Rav Shimshon Bisker

 

O livro digital Guia Bnei Noach de Bênçãos e Orações diárias, gratuito, revisado, aprovado e recomendado pelo Rav Shimshon Bisker, contém a Última Bênção Antes de Dormir com uma pequena confissão. Baixe-o em

Curso Bnei Noach Parte 9: Guia Bnei Noach de Bênçãos e Orações Revisado e Aprovado pelo Rav Shimshon Bisker em PDF gratuito

Site Bnei Noach (BRA)_Bnei Noach_Filhos de Noé_Leis Universais_Projeto Noaismo Info

© Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info

Reza de confissão para quem se encontra em uma situação delicada de saúde

O Site Bnei Noach
Projeto Noaismo Info
APRESENTA

Reza de confissão para quem se encontra em uma situação delicada de saúde

 

Nestes tempos difíceis de pandemia devido ao Covid-19, além do que já há de situações desagradáveis decorrentes de outras doenças, é muito importante estarmos cientes da existência de um texto de confissão para quem se encontra em uma situação delicada de saúde.

O nosso prezado Rabino, o Rabino Supervisor do Site Bnei Noach Projeto Noaísmo Info, o Rav Shimshon Bisker, nos forneceu o texto com a seguinte explicação:
“Uma pessoa que se encontra doente ou em um estado delicado de saúde vivencia um julgamento em que é decidido sobre a sua continuidade neste mundo e a qualidade de vida em que seguirá dali em diante. Portanto, é digno dela se arrepender de seus erros e retificá-los e fazer uma confissão, inclusive com as próprias palavras, e assim receber uma sentença de outro nível.
Traremos em seguida a sugestão de um texto de confissão para aqueles que tem interesse em pronunciá-lo, contudo, vale apontar que cada pessoa pode acrescentar as suas próprias palavras e abrir o coração no momento de sua confissão exclusiva diante do CRIADOR.

Texto de confissão resumido recomendado pelo livro Kitsur Shulchan Aruch:

“Estou consciente, D’us, de que a minha cura e a minha morte estão em SUAS mãos. Que seja de sua vontade que TU me cures — que eu tenha uma cura completa. Por outro lado, caso eu deixe este mundo, que a minha morte seja a expiação de todas as transgressões — tanto daquelas que eu transgredi sem intenção quanto daquelas que eu transgredi intencionalmente —, e que TU coloques a minha porção no mundo das almas — no ‘Gan Eden’ — e que TU me dês o mérito de usufruir do Mundo Vindouro guardado para os justos.”

Se a pessoa desejar, ela pode alongar a confissão especificando mais detalhadamente as transgressões das quais ela deseja se desfazer (Kitsur Shulchan Aruch 193, 13-14).”

Por Rav Shimshon Bisker

© Rav Shimshon Bisker
© Projeto Noaismo Info

 

Adquira na nossa Livraria virtual o Livro Digital “Vontade de Viver” do Rav Shimshon Bisker, de Israel

Site Bnei Noach (BRA)_Bnei Noach_Filhos de Noé_Leis Universais_Projeto Noaismo Info

© Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info

A verdadeira história de Jesus e do cristianismo PARTE 2

O SITE BNEI NOACH PROJETO NOAISMO INFO
orgulhosamente apresenta:

 

A verdadeira história de Jesus e do cristianismo PARTE 2

B”H

 

Observação:
Apesar de não ser necessário, ainda assim, faremos uma confissão.
Exatamente em dezembro de 2006, começamos a desenvolver o que poderia vir a ser a 2a parte de A verdadeira história de Jesus e do cristianismo. No entanto, em vista de até janeiro de 2007 não a termos desenvolvida, acabamos deixando-a de lado. E assim passaram-se 14 ANOS. E esse mês, em dezembro de 2020, finalmente desenvolvemos a matéria, e agora, finalmente, graças a Hashém, a publicamos.

 

 

Yêshu (Jesus ou Yeshuá) era um pecador.
(Aqui estamos falando do Jesus nascido judeu. Do Jesus filho de uma judia, Miriam (Maria).)
Que tipo de pecador era Yêshu?
O Rabi Maimônides (Rambám) diz:
“[D]aquele que faz com que os outros errem e os afasta (da observância da Torá) como Yeshuá.”

 

O Rabi Dovid Rosenfeld explica que “o Rambám lista pecadores tão repudiáveis que perdem sua parte no Mundo Por Vir. A segunda metade da lista do Rambám [trata de] pessoas cuja rebelião não é filosófica — eles presumivelmente acreditam em D’us e em Sua Torá, mas cujo comportamento é tão pecaminoso a ponto de separá-los inteiramente da nação judaica.”

 

Mas como Yêshu chegou a esse nível?
O Rabi Maimônides menciona novamente Yêshu quando ele explica que “cinco coisas bloqueiam o caminho do arrependimento diante daqueles que as fazem”, enquanto uma dessas cinco coisas é:
“Aquele que desgraça seus professores da Torá, já que isto faz com que eles o rejeitem (lit., ‘o afastem’) e o banem, como Yeshuá e Guechazí. E uma vez banido, ele não encontrará ninguém que o ensine e o instrua no verdadeiro caminho.”

 

O Rabi Dovid Rosenfeld explica sobre estas palavras de Rambám:
“O Rambám dá dois exemplos de tais alunos [que desgraçaram seus professores] — um é Guechazí (“Gai’chazi” em hebraico) e o outro é Jesus.

O Talmud (Sotá 47a e Sanhedrín 107b) afirma que deve-se sempre “afastar com a esquerda, enquanto se aproxima com a direita”. Ou seja, mesmo que tenhamos de repreender os outros, devemos fazê-lo gentilmente, nunca afastando os pecadores por completo. Não se deve, continua o Talmud, fazer como Elishá (Eliseu) fez com Guechazí ou como o Rabi Yehoshúa ben Perachiá fez com um de seus alunos. Em ambos os casos, o professor afastou seu aluno com demasiada dureza, fazendo com que o aluno se extraviasse completamente.”

 

O Rabi Heshy Grossman nos resume tal história.

“Depois que Yannái Hamélech (Alexandre Yannai ou Alexandre Janeu, o Rei)[, instigado pelos tzadokim ou saduceus*,] assassina brutalmente os Sábios de Israel, o Rebe Yehoshúa ben Perachyáh (ou Perahiá), o receptáculo da Torá em sua geração e o Gadól Hadór (grande sábio de sua geração), foge com vida para Alexandria, Egito. Quando a paz volta à terra, e ele é chamado a retornar, ele retorna com honra ao povo que aguarda ansiosamente sua chegada.

 

[* Uma observação: diferentemente do que diz o livro O Cuzarí, Yannái não foi instigado por caraítas, nem estes surgiram naquela época, antes, ele foi instigado por tzadokim/saduceus.
Os tzadokim surgiram (em Israel) no período do segundo Bêt Hamicdásh e na era dos Tanaim enquanto os caraim/caraítas surgiram no período dos Gueonim (Idade Média) em Bavel e na região do Crescente Fértil. Tanto histórica quanto religiosamente, não há conexão direta entre os tzadokim e os caraim. Os tzadokim morreram séculos antes dos caraim aparecerem em cena.
Os caraítas (caraim) não são judeus. (Ref. Rabi Yirmiyohu Kaganoff)]

 

Em seu exílio, entre seus alunos [que incluia Yehudá ben Tabái — daí uma versão da história com o seu nome (veja, por exemplo, https://www.hidabroot.com.br/o-comportamento-do-juiz-no-julgamento-a-etica-dos-pais-capitulo-1-mishna-8/) —], estava um homem que estava destinado a destruir o mundo — ‘Yêshu Hanotsrí’ — aquele que se extraviou. (A ênfase é nossa.)

O Talmud (versão não censurada) descreve um ato que leva o Rebe Yehoshúa a reconhecer a verdadeira natureza de seu aluno, e Yêshu é excomungado diante dos olhos de todo o Israel. Mandado embora repetidas vezes, ele tenta mais uma vez buscar o consentimento de seu Rebe: “Um dia ele (o Rebe Yehoshúa ben Perachyáh) estava recitando o Shemá quando (Yêshu) se aproximou dele. Ele tinha em mente aceitá-lo e lhe acenou com a mão (para esperar). Ele (Yêshu) pensou que ele estava deixando-o de lado. Ele se foi, ergueu um tijolo, e o adorou. … Jesus realizou feitiçaria, incitou os judeus a se envolverem na idolatria e desviou Israel.” (Sotá 47a)

Aqui está a separação dos caminhos[,] o ponto de separação, deixando Yêshu de lado para sempre.”

 

Tendo em conta que Yêshu foi aluno do Rebe Yehoshúa ben Perachyáh, lembremo-nos, como dito na Parte 1, que Míriam, a mãe de Yêshu Hanotsrí, (irmã do Rebe de Yêshu, Yehoshúa ben Perachyáh) era noiva de Iohanán (João) mas concebeu de outro homem, um não-judeu, Yossêf (José)*, e, lembremo-nos também que em um parágrafo do Talmud questiona-se se não é Papus (Pappos, Pappus) o marido de Miriam.
É preciso esclarecer que ao passo que Yêshu Hanotsrí viveu uns 100 antes da nossa era, Papus viveu uns 200 anos depois de Yeshú Hanotsrí (ou seja, no segundo século de nossa era).
Conhecido como Papus ben Yehudá, ele foi líder de uma rebelião sob o imperador romano Adriano (117 ec a 138 ec). Sábio e Tsadíc, Papus ben Yehudá era amigo de outro Sábio, o Rabino Akivá ben Yossêf (um filho de convertidos que se tornou o líder da Torá mais influente na história do povo judeu, com a única exceção de Moisés), que viveu de 1 ec a 121 ec (outra data diz de 20 ec a 140 ec) (e que, como Moisés, morreu aos 120 anos).
Portanto, Papus era contemporâneo do Rabino Akivá, do Rabino Shimón bar Yochái (ou Rashbí, aluno de Akivá) e do Shimón bar Kochbá (ou, Shimón bar Kozíva) (veja Talmúd, Berachót 61b e Guitín 90ab).
Assim, não temos como saber quando e de que maneira ocorreu esta confusão no Tratado do Shabát 104b. Uma possibilidade é que a esposa de Papos ben Judá também se chamava Miriam. De qualquer maneira, Papus era judeu, enquanto (Yossêf) o pai de Yêshu Hanotsrí era gentio (não-judeu).

* Amolon (Theodboldus Amulo), arcebispo de Lyon no século IX (841), referiu-se às idéias judaicas sobre a origem de Jesus:
“Ele é ímpio e filho de um ímpio, a saber, (filho de um homem) de origem incerta[••], a quem chamam de [Yossef] Pandera: com quem dizem que a mãe do (nosso) Senhor cometeu adultério, e desta forma ele (Jesus/Yeshuá), em quem acreditamos, nasceu.”

•• Rabi Maimônides afirma que se trata de um gentio, então, “de origem incerta” na frase acima significa que não se sabe se ele (Yossêf) era romano ou grego (Orígenes diz que Celso diz que ele era um soldado romano; por outro lado, “Pandera” ou “Pandira” — “Pantera” — é um nome grego).

 

Yêshu (Jesus ou Yeshuá) tornou-se um apóstata.
O Rabi Iehudá Haleví, autor de O Cuzarí, nos diz:
“Jesus e seus companheiros foram classificados como apóstatas (que abandonaram o judaísmo, fundando uma nova seita e batizando-se no rio Jordão).”

Porém, precisamos discernir que mesmo entre os Sábios de Israel, apesar da unanimidade da apostasia de Yêshu e de seu propósito final (a destruição do judaísmo — da Torá e do povo judeu), eles divergem quanto ao significado dos meios usados por Yêshu para chegar ao fim pretendido:
para alguns, ele inventou uma religião, para através dela ele destruir o judaísmo (sim, certamente ele não a inventou para “apenas” suplantá-lo, mas para suprimi-lo);
para outros, ele não organizou uma nova religião, ele queria “apenas” causar, era um desordeiro e subversivo, e pretendeu que as massas o imitassem, com o objetivo de que isso acarretasse a extinção do judaísmo
(veja A verdadeira história de Jesus e do cristianismo PARTE 3: Rabi Maimônides).

Na verdade, este é o verdadeiro motivo pelo qual Yêshu não é considerado o mashíach pelos judeus.
Como poderia um apóstata ser um líder de Israel, e quanto mais o Líder final de Israel?

Portanto, quando os judeus e os noaítas (Bnei Noach) dizem que não acreditam em Jesus, isto não significa que eles acreditam que ele não existiu, mas que não acreditam que Jesus é o mashíach (o verdadeiro messias) e muito menos ainda que Jesus é A PRÓPRIA Elohút — DIVINDADE — ou parte DELA).
Porém, isto não é tudo. A questão ainda é muito mais profunda. Quando os judeus e os noaítas dizem que não acreditam em Jesus, a grande verdade é que eles estão querendo dizer que não acreditam que Jesus era um servo de D’us. Jesus não serviu D’us, e levou outros a também não servirem D’us. O Rabi Maimônides declarou:
É um mandamento (da Torá) exterminar hereges, traidores e apóstatas israelitas e levá-los ao poço da destruição [alusão ao Salmo 55:24], pois eles oprimem Israel e afastam o povo de D’us, como é o caso de Jesus, o cristão[*], e” outros.
Assim, Jesus não é o mashíach (o verdadeiro messias judeu) porque ele abandonou o judaísmo (ele abandonou D’us, a SUA Palavra, e os SEUS Mandamentos) e enganou muitas pessoas, mas não porque ele não cumpriu nenhuma profecia bíblica.
Afirmar que Jesus não cumpriu profecias é um equívoco muito comum. Ele cumpriu sim:
Devarím/Deuteronômio 13:1-5
(o judaísmo não nega e nunca negou que Yêshu Hanotsrí — Jesus — foi capaz de realizar certas façanhas. Mas mesmo realizar milagres não é prova de se ser um servo de D’us, muito pelo contrário, pode ser prova exatamente de se ser um falso profeta, como O PRÓPRIO D’us declara à Israel);
Devarím/Deuteronômio 13:6, 11-12; e, 17:2-7; e, 21:22-23
(é interessante notar que as sete cartas genuinamente paulinas não tratam nem uma única vez de Pôncio Pilatos.
E também é interessante notar que por todo o “novo testamento”, mas principalmente em Atos e em 1 Tessalonicenses (2:15), mesmo diante do dogma criado pela Igreja de que Yêshu foi executado por Pôncio Pilatos, ainda remanescem vestígios da história original (a judaica) de que foram realmente os judeus que executaram Yêshu*.
Surpreendentemente, Gálatas (3:13) (uma das cartas genuinamente paulinas) chega até mesmo a se referir a Yêshu como “o pendurado (no madeiro) [que] é um desprezo para Hashém”, sendo tal método imposto EXCLUSIVAMENTE de imediato aos já falecidos executados por apedrejamento (julgamento e execução realizados pelo Sanhedrín (tribunal judaico), não por romanos)*;
Devarím/Deuteronômio 17:9-13
(como vimos acima, e como ainda veremos um pouco mais, Yêshu desgraçou seu Rebe — sendo que o seu professor era ninguém menos que o próprio Líder do Sanhedrín (de cerca de 3623 a 3678 da Criação, ou, c.138 aec a 83 aec) e o seu próprio tio, irmão de sua mãe);
Daniel 7:8, 20-25
(“ele pretenderá modificar as regras do tempo e a própria lei” — e de fato, a data de sua existência foi modificada, além de ter sido usada para dividir a História em antes dele e depois dele, e ainda substituir o calendário bíblico cuja contagem é desde a Criação de Adão e Eva.
E “modificar a própria lei”, a Própria Palavra de D’us, a Torá, inventando um “novo testamento”);
Daniel 11:14, 35-39
(com toda a certeza do mundo um filho renegado do judaísmo tentou se exaltar, e se exaltar tanto ao ponto de se considerar o próprio Hashém em pessoa, sem qualquer consideração por nada nem ninguém, estabelecendo essa nova visão de fé por quase todo o mundo, e, como já tinha sido profetizado na bíblia judaica, no versículo 36, Yêshu seria considerado até mesmo um “rei” pelos cristãos — como todos eles hoje em dia dizem que ele reina nos céus).

 

* Ao contrário do que muitos pensam ou do que aprenderam (erroneamente), o Sanhedrín, também chamado de Beit Din Hagadol — a Suprema Corte judaica —, renunciou ao seu poder de julgar penas capitais no ano 3788 ou 28 ec.
Ainda assim, haviam os sanhedrins menores, que consistiam em 23 juízes, em cada cidade grande, que também tinham jurisdição em todos os casos regulares que envolviam a pena capital. As penas de morte (que eram 4) foram abolidas formalmente pelas cortes de justiça no ano 30 ec (Ref. Rabi Aryeh Kaplan em Enciclopédia do Pensamento Judaico).

 

O Rav Shimshon Bisker, de Israel, resume a verdadeira história de Jesus, explicando:
“Yêshu é o nome de Yehoshúa, Yehoshúa é o nome dele (de Jesus) de verdade. Yeshu é uma sigla [cujo significado é] “que seja borrada sua lembrança”, e aí a tradução ficou “Jesu”. É daí que veio o nome dele que é chamado (Jesus) que é a sigla: “que seja apagada a sua lembrança”, aí ficou a sigla para a história.
O rabi dele chamava Yehoshúa.
Ele (Yêshu/Jesus) brigou com os sábios, atacou os sábios, e a Torá fala para escutar os sábios.
Ele (Yêshu/Jesus) foi fundar o (cristianismo), foi se declarar o messias, foi se declarar contra os sábios, fez milagres com O NOME de D’US — que ele tirou do Templo de Yerushaláim botando dentro da perna dele.
Aí, das pessoas que queriam salvar a reputação dele, que queriam colocar ele como o verdadeiro messias, começou a surgir o (cristianismo) [assim como, posteriormente,] o catolicismo, quando eles começaram a seguir os passos de Yêshu.”

 

 

Agora vamos analisar três pontos (na verdade, quatro, sendo três agora conjuntamente e um depois, separadamente) (e ao final desse primeiro ponto voltaremos à história acima).

 

• 1° ponto:

O que o Talmud quer dizer com: “ergueu um tijolo, e o adorou”? Yêshu fez isto literalmente? Ou esta passagem é alegórica?

O Rebe (Rabi Menachem Mendel Schneerson) nos explica:
“O Talmud, ao falar de designar uma falsa divindade, dá como exemplo: “Ele ergueu um tijolo”.”

Portanto, não foi um acontecimento literal, Yêshu não ergueu realmente um tijolo e o adorou. Antes, isso é um modo de dizer que ele “produziu um novo deus próprio”, ou seja, ele rejeitou Hashém D’us, O CRIADOR.

Mas que novo deus Yêshu produziu para si mesmo? Que deus Yêshu começou a pregar no lugar de Hashém? Qual foi a idolatria que ele realmente praticou? A de si mesmo. Sim, é isso mesmo o que você leu. O deus que Yêshu começou a pregar no lugar de Hashém foi ele mesmo. Ele passou a declarar-se Deus (o próprio Hashém). Isso não é uma invenção de Roma, de Paulo, do Vaticano ou de Constantino. Isso não foi uma inserção feita posteriormente no novo testamento por pessoas que estavam desvirtuando a suposta mensagem “original” de Yêshu. Pregar que a sua própria pessoa era o próprio Hashém, o próprio Deus, na Terra, era a verdadeira mensagem de Yêshu. Essa era, de fato, a mensagem original dele. Como explica o Rabi Heshy Grossman: Yêshu é “o homem que se pensa Deus”, “um homem que se faz Deus”, e que a partir de agora começa a tramar “um novo testamento que pretende continuar a visão profética de uma época anterior.”

 

Agora vamos expandir um pouco mais a história acima do Talmud. O Rabi Heshy Grossman prossegue:

“Após um exílio forçado em Alexandria, o Rebe Yehoshúa ben Perachyáh retorna a Jerusalém, acompanhado de seus alunos, entre eles Yêshu Hanotsrí.

No caminho, eles param em uma pousada, onde são tratados com grande honra.

“Como é amável esta estalajadeira”, disse o Rebe Yehoshúa ben Perachyáh, elogiando os méritos dela.

Yêshu Hanotsrí[, pensando que o seu Rebe estava apontando o quão ela era bonita,] disse: “Mas, Rebe, os olhos dela são bem redondos!” [o que significa que ela não era tão bonita assim].
[N.T.: sim, Jesus/Yeshuá concentra o seu olhar na estalajadeira, enfatizando a feiura dos olhos dela.]

“Rashá!” (“Perverso!”), declarou o Rebe, “é nisso que você está envolvido?”. O Rebe então o colocou em Chérem [isto é, o baniu da comunidade]… .” (Sotá 47a, versão sem censura do Talmud).”

 

Para esclarecimento, o Rabi Heshy Grossman nos explica:

“Yêshu é mandado embora não por olhar para mulheres bonitas, mas por supor que seu Rebe estava fazendo o mesmo. Ele faz pouco caso das palavras dos Sábios, zombando da Torá que eles representam.”

 

 

• 2° ponto:

No quinto parágrafo, as próprias palavras do Rabi Dovid Rosenfeld e do Talmud nos dá a entender que a culpa da existência do cristianismo é na verdade do Rabi Yehoshúa ben Perachyáh: “O Talmud (Sotá 47a e Sanhedrín 107b) afirma que deve-se sempre “afastar com a esquerda, enquanto se aproxima com a direita”. Ou seja, mesmo que tenhamos de repreender os outros, devemos fazê-lo gentilmente, nunca afastando os pecadores por completo. Não se deve, continua o Talmud, fazer como Elishá (Eliseu) fez com Guechazí ou como o Rabi Yehoshúa ben Perachyáh fez com um de seus alunos. Em ambos os casos, o professor afastou seu aluno com demasiada dureza, fazendo com que o aluno se extraviasse completamente.”

Pois bem, deixemos que o próprio Rabi Dovid Rosenfeld se explique:

“Não devemos culpar o Rabi Yehoshúa por indiretamente gerar o cristianismo. Embora o Talmud o culpe por ser muito duro, ele sabia quando bastava, quando já era o suficiente. Ele não teria ido longe demais; foi D’us QUEM quis que isso (um mal-entendido entre os dois) acontecesse [e que disso resultasse o cristianismo.

Nesta lição nos voltaremos para] Yeshuá, também conhecido como Jesus (ou Yêshu).

O Talmud na verdade faz muito pouca referência a Jesus e ao Cristianismo. Há talvez meia dúzia de referências a ele em todo o Talmud — uma obra que fala de quase tudo o mais sob o sol. [N.T.: Na verdade, são apenas 9 menções em 63 tratados da Mishná (9 não contando as duplicações, porém se incluídas as passagens que, repetidas, aparecem em tratados diferentes, chegamos ao total de 20 menções na Mishná — o código de leis judaicas que formou a base do Talmud).]

Em dois lugares (Sotá 47a e Sanhedrín 107b) o Talmud diz o seguinte: Deve-se sempre afastar com a esquerda enquanto se aproxima com a direita — ou seja, nunca afaste os pecadores com demasiada força, ao contrário de Elishá, que fez isso com Guechazí, ou do Rabi Yehoshúa ben Perachyáh, que fez isso com “um de seus alunos” — quer dizer, Jesus.

A propósito, o Talmud em Sotá usa a frase propositadamente oblíqua “um de seus alunos”. Em Sanhedrín, o Talmud se refere explicitamente a Jesus pelo nome (“Yêshu Hanotsrí;” Notsrí=Nazareno, razão pela qual os cristãos são chamados de “Notsrím” em hebraico hoje em dia). Além disso, a edição do Talmud de meu pai (c. 1950) omite ambas as passagens, graças à censura. Meu próprio Talmud (1970) não contém a história em Sanhedrín com sua referência explícita, mas contém a passagem em Sotá. Até hoje, nem todas as edições do Talmud incluem a versão do Sanhedrín.

De qualquer forma, voltando ao nosso texto parcialmente censurado, o Talmud registra o seguinte. Houve um incidente no qual o Rei hasmoneu Yannái matou muitos sábios da Torá (por causa de um debate a respeito de sua estirpe). O Rabi Yehoshúa ben Perachyáh e seus alunos fugiram para Alexandria. Quando a estabilidade voltou, ele e seus alunos voltaram à Terra Santa. Na volta, eles ficaram em uma certa pousada (administrada por uma mulher). A anfitriã lhes prestou um serviço excepcionalmente bom. O Rabi Yehoshúa comentou: “Como é amável esta matrona!” Seu aluno rebelde, interpretando mal a intenção de seu professor, respondeu: “Meu mestre, os olhos dela são bem redondos.” O rabino respondeu: “Perverso! É com isto que você está lidando?!” Ele o colocou em excomunhão.

Jesus voltou ao seu mestre muitas vezes para pedir perdão. O Rabi Yehoshúa repetidamente se recusou a aceitá-lo (atraindo a crítica do Talmud de que nunca se deve afastar com demasiada força). Um dia, o aluno veio ao rabino quando ele estava orando e não pôde responder. Ele fez um sinal para que Jesus ficasse, pois naquele dia ele estava preparado para aceitá-lo de volta. Jesus, no entanto, entendeu mal o gesto e foi embora, naquele momento se separando inteiramente do judaísmo.

Há duas mensagens muito importantes contidas neste breve episódio. Por um lado, o comentário inicial de Jesus poderia ter sido visto como um mal-entendido inocente. Outra coisa, reconhecidamente menos nobre, lhe veio à mente quando seu mestre disse “como é boa esta mulher”. Talvez um erro inocente. Muito poucos de nós vemos uma mulher atraente e nem sequer nos damos conta de sua aparência.

Mas há uma grande mensagem aqui, uma das mais profundas da Torá. O Judaísmo nos ensina que um homem que estuda Torá pode crescer (espiritualmente) a tal ponto que pode ver uma bela mulher e não instantaneamente vê-la como um objeto, algo a ser desejado. O Rabi Yehoshúa viu uma mulher com um exterior atraente, mas a elogiou por seu verdadeiro valor.

Há uma segunda grande lição contida nesta história. A última vez que Jesus voltou ao seu mestre, o Rabi Yehoshúa estava preparado para aceitá-lo de volta. Houve um mal-entendido e isso não aconteceu. [Como foi dito anteriormente, o ponto aqui] é que não devemos culpar o Rabi Yehoshúa por indiretamente gerar o Cristianismo. Pois D’us quis que ocorresse um mal-entendido naquele momento crítico. Por alguma razão, D’us quis que tal desentendimento ocorresse e que uma religião falsa nascesse.”

 

 

• 3° ponto:

O Rabi Heshy Grossman nos lembra de um detalhe muito significativo:

“O Rebe Yehoshúa ben Perachyáh viveu durante o reinado dos gregos, cerca de duzentos anos antes da era comum[ — contando a era cristã (comum) a partir de Paulo (c. 50) —, o que significa que, se Yêshu era seu aluno,do Rebe Yehoshúa, então o próprio Yêshu viveu na verdade uns 200 anos antes do cristianismo paulino (isto é, da origem da Igreja)].

A afirmação cristã é esta: nós somos Israel, herdeiros da graça do céu.

Embora seu herói tenha vivido dois séculos antes, os líderes da igreja pressionam seu ponto de vista, eles são o novo povo escolhido, erguendo-se no lugar de um Templo que ardeu em chamas. Para conseguir isso, eles criam uma fraude, Yêshu, seu ‘salvador’, e alegremente tomam nosso lugar. Que conveniente, então, simplesmente mudar algumas datas há muito esquecidas, avançando duzentos anos! E dessa forma, eles colocam seu nascimento bem próximo à destruição do Templo.”

 

Na Parte 1, explicamos que o chamado Testimonium Flavianum ou Testemunho de Flávio Josefo em seu livro História dos Hebreus pode muito bem ter sido uma interpolação cristã. E se levarmos em conta que a verdadeira data da existência de Jesus é o primeiro século ANTES da era comum, fica explícito que se trata sim de uma interpolação cristã.
Por outro lado, o professor e historiador James D. Tabor diz:
“Josefo menciona Jesus de passagem. A passagem é considerada autêntica pela maioria dos estudiosos, uma vez que as adições cristãs óbvias são removidas.”
E o historiador Bart D. Ehrman tem a mesma opinião:
“A maioria dos estudiosos do judaísmo primitivo e especialistas em Josefo acredita que um ou mais escribas cristãos “retocaram” levemente a passagem.”

Se este realmente é o fato, como então pode-se explicar esta passagem à luz da verdadeira data da existência de Yêshu (Jesus/Yeshuá) nascido em 90 aec e falecido em 54 aec?
Só há uma única explicação possível:
a passagem de Josefo foi parcialmente interpolada e o mais importante de tudo — e o mais curioso e o mais interessante , ela foi deslocada, ou seja, mudada de lugar. Você alguma vez já tinha parado para pensar nisso?
Se a passagem de Josefo é mesmo autêntica, então ela só pode ter sido retirada do contexto da história do Rei hasmoneu Alexandre Yannái e colocada na época do primeiro século da nossa era. Pois, como já o sabemos, e como também afirma o Rabi Iehudá Haleví, autor de O Cuzarí:
“Jesus de Nazaré [título cristão, na verdade, o nazareno] (cuja história é bem conhecida) foi um de seus discípulos [do Rabi Yehoshúa ben Perachiá].”
E como também afirma explicitamente o Rabi Maimônides:
“Jesus “de Nazaré”, que aspirava ser o mashíach, foi executado pelo tribunal [judaico, o Sanhedrín].”

Assim, devolvida ao seu local original, a saber, a época do Rei hasmoneu Alexandre Yannái (rei de 103 aec a 76 aec), a passagem teria dito apenas:
“Houve por esta época Jesus, um fazedor de maravilhas. E ele atraiu para si muitos judeus e muitos gentios. E quando os principais homens entre nós o levaram [à morte], aqueles que o amavam no início não o abandonaram e até os dias de hoje os cristãos não se extinguiram.”

De toda forma, como admite o historiador Bart D. Ehrman:
“O fato é que esse texto tem pouca relevância para a questão da existência de Jesus.”

O Rabi Moshe Bogomilsky declara:
É interessante notar que as informações autênticas que os cristãos têm sobre Yêshu foram extraídas de nossas fontes. A razão é que, durante sua vida, o mundo em geral sabia muito pouco dele e não tinha nenhuma consideração por ele. Cerca de cem anos após sua morte [ou na metade do primeiro século da nossa era], certos indivíduos decidiram fazer dele o fundamento de sua nova crença e começaram a fabricar histórias de sua glória.”

 

O próprio ângulo de visão do Rabi Yechiel ben Yossef em sua resposta para Nicholas Donin, no Debate de Paris em 1240, que aparenta ser uma justificativa para impedir a destruição do Talmud na França, é verdadeiro em absoluto:
É fácil ver que este Jesus [citado, por exemplo, nos Tratados de Guitín 56b, e, Sanhedrín 43a e 107] não pode ser o mesmo Jesus que os cristãos adoram. Pois Josué ben Perahiá viveu mais de 200 anos antes do Jesus do cristianismo, que, em minha opinião, não é mencionado em lugar algum do Talmud. Onde aparece Jesus no Talmud, é do discípulo de Josué ben Perahiá que se fala.”

Se levarmos em conta as explicações mais acima de que ‘os cristãos criaram uma fraude, Yêshu, seu salvador, avançando duzentos anos’ — que ‘cerca de cem anos após sua morte, certos indivíduos  começaram a fabricar histórias de sua glória’, então, realmente, o Yêshu do Talmud não é o Yêshu do novo testamento da Igreja (que nasceu de uma virgem, que morreu sob Pôncio Pilatos tendo hipoteticamente vivido, então, no primeiro século da nossa era , que foi ressuscitado no terceiro dia e que posteriormente ascendeu ao céu). O Jesus neotestamentário (o filho de virgem e de espírito santo, o executado por um prefeito romano, o crucificado, o ressuscitado no terceiro dia, o ascendido ao céu) não é o Jesus de Nazaré talmúdico. O Yêshu neotestamentário é um mito, uma lenda — PARCIALMENTE. Não é que ele foi inventado em todos os sentidos (como pregam os miticistas). É um Jesus/Yeshuá/Yêshu (“Yahushuah”) remodelado, remendado, reformado. O ponto de partida foi basear-se numa pessoa real: o Jesus discípulo do Rebe Yehoshúa ben Perachyáh. Porém, é óbvio e é natural, e muitas vezes até mesmo é conveniente, que nem todo judeu está disposto a adentrar neste campo.

O fato é que a elite eclesiástica sabe a verdade:
É interessante que no Debate de Tortosa em 1413/1414, o próprio Benedito XIII, apenas um dos três aspirantes à papa, mas tratado pelo relato cristão como “Sua Santidade, nosso senhor papa Benedito XIII”, admite (no relato judaico do debate):

“Disse então o papa: “Na noite passada, estive pensando como [vós judeus] nos iludistes dizendo que nolad pode significar tanto ‘nascerá’ quanto ‘nasceu’. Mesmo que seja assim, a verdade é que Jesus nasceu no ano de 3.671 após a Criação, muito antes da destruição do Templo, que se deu em 3.828; portanto, ele nasceu 150 anos antes da destruição [do Templo de Jerusalém].””

Também é interessante que no Debate de Barcelona em 1263, o Rabi Nachmânides (Rambán) fez uma afirmação que em momento algum foi contestada pelo lado cristão (e nem posteriormente pelo papa na versão cristã do debate). Ele declarou:
“Jesus não é o messias conforme [vós cristãos] sustentais, pois ele nasceu e morreu antes da destruição do Templo de Jerusalém e seu nascimento se deu quase 200 anos antes da destruição, embora, de acordo com vossa contagem, tenha ocorrido 73 anos antes da destruição [do Templo].”

Portanto, diferentemente do Rabi Yechiel que preferiu não adentrar neste campo (e de vários judeus que assim o fazem hoje em dia), o Rambán demonstrou que a pessoa real por trás do lendário Yêshu neotestamentário é o Yêshu discípulo do Rebe Yehoshúa ben Perachyáh, que viveu em torno de 100 aec, no reinado de Alexandre Janeu, o Yêshu executado pelos próprios judeus, sendo este o entendimento também, para citar alguns exemplos, de Avraham ben Yitschak de Narbona, o Rabad II, conhecido pelo seu livro Sêfer Haeshkol; de Avraham ben David de Posquieres, o Raavad; e de Yitschak Abravanel (Abarbanel); como também o declara o Rebe, Rabi Menachem Mendel Schneerson. O Rebe esclarece:
“Nossos Sábios relatam que “aquele homem” (um termo talmúdico usado para se referir a Jesus o nazareno) foi um dos alunos do Rabi Yehoshúa [ben Perachyáh]. Mesmo depois de “aquele homem” ter abandonado a observância judaica, o Rabi Yehoshúa tentou persuadi-lo a se arrepender.

“Aquele homem” recusou, respondendo: “Eu recebi a seguinte tradição de você: ‘Uma pessoa que peca e faz com que outros pequem não tem a oportunidade de se arrepender.’”

É claro que o Rabi Yehoshúa conhecia este princípio, mas ele também sabia que se uma pessoa fizer uma tentativa sincera, seu arrependimento será aceito independentemente de sua conduta anterior. Apesar do comportamento de seu ex-aluno, o Rabi Yehoshúa o julgou capaz de se arrepender sinceramente o suficiente para recuperar o favor de D’us.”

 

 

Agora, iremos para o 4° ponto, mas cujo assunto será abordado a partir de agora.
Vamos elucidar mais uma questão.

A história no Tratado de Guitín (57a) sobre Yêshu no outro mundo é literal?
O Rabi Heshy Grossman nos resume a história e a explica:

“Onkelos, o sobrinho de Tito (filho da irmã de Tito), desejava se converter (ao judaísmo). Antes de fazer isso, ele levantou magicamente (do Guehinóm) os inimigos mortos de Israel, na esperança de esclarecer a verdade.

“Quem é mais importante nesse mundo (onde você está agora)?”, perguntou a Bila’am.

“Israel.”

“Devo então me juntar a eles (pela conversão)?”

“(Não! Pois) não procurarás a paz nem o bem deles, em todos os teus dias… (Devarim 23:7).”

Ele então trouxe os pecadores de Israel (Yêshu).

“Quem é mais importante nesse mundo (onde você está agora)?”

“Israel.”

“Devo então me juntar a eles (pela conversão)?”

“Você deve desejar o bem deles e você não deve desejar a desgraça deles.”

“Como é o castigo daquele homem (um eufemismo para o próprio Jesus) no outro mundo?”

“Ele é punido em excremento fervente, pois se diz: ‘Todos os que zombam das palavras dos Sábios são sentenciados a ferver em excremento’.”

(A Gemara comenta:) “Venha e veja a diferença entre os pecadores de Israel e os profetas das nações adoradoras dos ídolos.” (Tratado de Guitín 57a)

O humano é julgado na mesma medida em que viveu sua vida, a sua punição no próximo mundo é uma imagem espelhada da sua existência terrena.

Yêshu Hanotsrí ferve em excremento.

É a Torá Oral dos rabinos que dá o tom da vida e da lei judaica. Enquanto a Torá Escrita leva o imprimatur do céu, um selo de aprovação incontestável, a Torá Oral repousa sobre a autoridade dos Sábios; o respeito por suas palavras e a disposição de se ser humilde diante de sua análise da vontade de D’us.

Yêshu rejeita a base rabínica da Torá Oral. A Torá é a própria vida, seja ela escrita ou oral. Yêshu deixa o Beit Midrash (Casa de Estudos), repositório da vida. Descartado (da força vital de toda a existência), ele desce a uma panela fervente de resíduos, a imagem definidora de sua própria existência.”

 

Finalizaremos então esta PARTE 2 com o seguinte detalhe:
Se é verdade que Jesus (Yeshuá/Yêshu) era tão bom assim, como muitos acham que ele era, e se ele era esse judeu exemplar, cumpridor da Torá, que de forma alguma pretendeu abolir ou alterar a Torá, que conhecia todos os pormenores da Halachá (Lei Judaica), e que ainda era o mashiach e até mesmo um rabino — e que não é verdade o que o Rabi Heshy Grossman explica sobre ele nos dois parágrafos acima —, como ele pôde ensinar: “Jesus respondeu: — Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.” (João 14:6, Nova Almeida Atualizada), ou, como consta numa execrável versão hebraizada: “”Rebe Mélech Hamashíach” (rebe o rei messias — Yeshuá) disse: Eu sou Hadêrech (o caminho), Haemét (a verdade), e Hachaím (a vida). Ninguém vem ao HaAv (Pai) senão por mim.” (veja também João 3:36 e Efésios 2:8-9), em nítido e explícito contraste com o ensinamento rabínico:
“Chamo o Céu e a Terra como testemunhas:
Qualquer indivíduo, seja gentio ou judeu, homem ou mulher, servo ou amo, pode atrair sobre si A DIVINA PRESENÇA, conforme suas obras.” (Taná deBéi Eliáhu Rabá)?

 

Uma reflexão:

Neste 25 de dezembro, centenas de cristãos estarão comemorando o natal, quer dizer, o nascimento de seu “salvador”, festa essa que segundo eles mesmos celebra a família, o lar, o casamento, sendo que trata-se do nascimento do filho de uma mulher que diz: “ele não é filho do meu marido”.

 

Texto produzido por © Projeto Noaismo Info

Traduções feitas do inglês por © Projeto Noaísmo Info

© Rabi Maimônides
© Rabi Dovid Rosenfeld
© Rabi Heshy Grossmans
© Rabi Shimshon Bisker
© Rebe (Rabi Menachem Mendel Schneerson)

Site Bnei Noach (BRA)_Bnei Noach_Filhos de Noé_Leis Universais_Projeto Noaismo Info

© Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info

A Disputa de Rambán (Rabi Nachmânides)

O Site Bnei Noach
Projeto Noaismo Info
APRESENTA

 

A Disputa de Ramban (Disputa de Barcelona)

 

Disputas religiosas entre judeus e seguidores de outras religiões aparecem pela primeira vez nos tempos bíblicos. Avrahám debateu a crença em um D’us com o Rei Nimrod e seus seguidores. O confronto de Eliahu com os profetas de Baal teve elementos de um debate religioso. Numerosos sábios da Mishná e do Talmud foram forçados a participar de discussões religiosas com pagãos ou cristãos de origem judaica. Josefo registrou um debate com o antijudaico grego Ápion, chamando-o de Contra Ápion. Com a ascensão do cristianismo, tais debates tornaram-se mais frequentes, especialmente a partir do século XII. O debate mais famoso foi o da disputa de Rabí Moshé ben Nachmán Gerond, conhecido também pelo acróstico de seu nome, Rambán (não confundir com Rámbam, Rabí Moshé ben Maimón ou Maimônides), e para todo o mundo não-judaico com o nome de Nachmânides (1195-1270)*. Tal debate é único na medida em que foi o mais justo e melhor registrado de todos os incidentes desse tipo.

 

* Rambán nasceu de uma família nobre de renomados e proeminentes talmudistas, no ano 1195. Seu principal mestre de Talmúd foi o Rabí lehudá ben Iakar, e estudou a Cabalá com o Rabí Ezrá e o Rabí Azríel. À idade de 16 anos já dominava o Talmud com todos os seus comentários, e escreveu um comentário-defesa chamado Milchamot.

Quando Rambán tinha 60 anos de idade, um judeu apóstata, disfarçado de católico devoto, Pablo Christiani (ou, Paulus Christianus), desafiou os judeus para uma disputa religiosa. O debate deveria ocorrer em Barcelona, e para obter a presença do Rambán, o Rabino de Gerona — sua cidade natal (Espanha) —, este apóstata induziu Jaime I de Aragón (Aragão) (“o Conquistador”, 1208-1276) a convocá-lo, pelo que, contra a sua vontade, Rabí Moshé se viu obrigado a viajar até a Corte Real de Barcelona. Na verdade, Rambán já tinha um estreito relacionamento com o rei Jaime. O rei Jaime era um homem muito versado que empregava muitos judeus como funcionários e ignorava as exigências papais de se livrar de seus burocratas judeus.

 

Em 1263, na cidade espanhola de Barcelona, Rambán foi ordenado pelo rei Jaime I da Espanha a debater publicamente a religião judaica com oficiais da Igreja (na verdade, da Igreja religiosa católica fundada por Santo Domingo em 1216 e que desempenhou um papel de extrema importância na Inquisição). O rei concordou com o pedido do Rambán de que lhe fosse permitido falar livremente, desde que ele não denegrisse o cristianismo. A disputa se deu em quatro dias entre 20 de julho e 27 de julho de 1263 (a saber, nos dias: 20/7 (sex.); 23/7 (seg.); 26/7 (qui.); e, 27/7 (sex.)). Essas quatro sessões foram realizadas no palácio do rei com a participação de judeus e cristãos, incluindo o rei. Rambán manteve um registro do debate, que sobreviveu. Havia quatro questões principais:

Primeiro, os cristãos tentaram provar no Tanách (bíblia Judaica) que Yeshu (Jesus, o cristão) é o mashíach, e que o mashíach já tinha vindo, e então perguntaram por que os judeus não acreditavam nisso. Rambán refutou suas aparentes provas das Escrituras e argumentou convincentemente que se os judeus da época de Yeshu, que o haviam ouvido e visto pessoalmente, não acreditavam em Yeshu e haviam permanecido judeus fiéis, como se poderia esperar qualquer ação diferente dos judeus 1.200 anos depois?

Segundo, em resposta à crença cristã de que Yeshu é o mashíach, Rambán se referiu a numerosas passagens bíblicas que afirmam que o mashíach trará paz ao mundo e unirá a humanidade para seguir a verdadeira fé [que é o Noaísmo]. No entanto, argumentou Rambán, desde a época de Yeshu o cristianismo não governou o mundo. Além disso, salientara Rambán: “Desde esta época, o mundo foi preenchido de violência e injustiça e os cristãos derramaram mais sangue que todos os outros povos”. Apontou também o fato de que Roma, que outrora dominara o mundo, havia entrado em declínio no momento em que aceitara o cristianismo.

Terceiro, Rambán demonstrou como a crença cristã na Trindade e no nascimento de Yeshu não podiam ser acreditados por nenhum judeu pensante. A Trindade é pura adoração de ídolos, pois é a crença em três pessoas “divinas”, enquanto o nascimento virginal é totalmente estranho à tradição e lógica judaicas. Curiosamente, os missionários cristãos [incluindo atualmente os chamados messiânicos (cristãos travestidos de “judeus”)] ainda tentam convencer os judeus da verdade de sua religião, e a refutação de suas chamadas provas é exatamente a mesma que o Rambán usou há mais de 700 anos.

Quarto, os cristãos argumentaram que a humanidade está condenada ao inferno por causa do pecado de Adám e Chavá, e que somente a crença em Yeshu pode salvá-la desse destino. Rambán argumentou que tal afirmação não poderia ser provada, pois qualquer um pode dizer o que quiser a respeito do outro mundo. A crença em Yeshu não muda o sofrimento e a morte decretada sobre a humanidade neste mundo, o que de fato teria sido uma prova poderosa da veracidade do Cristianismo. Rambán ainda argumentou logicamente que D’us não faria a alma de uma pessoa sofrer por causa dos pecados de outra.

 

No final do debate, o rei presenteou o Rambán com 300 moedas de ouro e declarou que nunca havia ouvido ninguém tão errado defender tão bem seu caso. No entanto, isso não é o fim da história. Uma semana após o debate, o rei veio à sinagoga de Barcelona para dar uma palestra sobre o cristianismo – uma palestra na qual a presença dos judeus era obrigatória. Tendo mais ou menos derrotado a Igreja, Rambán, para escapar da ira católica, teve de fugir da Espanha*. Ele imigrou para Êrets Israel, onde morreu em 1270, à idade de 75 años. Ele foi enterrado em Haifa (Háifa).

Rambán produziu, pelo menos, cinquenta obras, na maior parte comentários sobre o Talmúd e Halachá.

 

* Os inimigos de Israel fingiram ter ganho o debate e, através de sua propaganda maliciosa, espalharam essa notícia distorcida por toda a Espanha. Indignado, Rambán publicou a verdadeira história do debate (o livro “Sefer Havikuach”) e, para dar-lhe veracidade oficial, teve seu texto ratificado pelo monarca. Entretanto, apesar do fato de Rambán não ter publicado nada que não tivesse sido expresso no debate, com o consentimento do rei, ele foi processado pelos influentes frades dominicanos através do papa Clemente IV, e posteriormente condenado ao exílio, por “blasfêmias”. Aos 72 anos, Rambán partiu para a Terra de Israel.

 

Organizado por Projeto Noaismo Info
© Projeto Noaismo Info: traduzido do espanhol e do inglês por © Projeto Noaísmo Info

Site Bnei Noach (BRA)_Bnei Noach_Filhos de Noé_Leis Universais_Projeto Noaismo Info

© Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info

 

Dedicado à A. G. W. T. e família.

Não existe a palavra D-us na Torá Original; Elohim na Torá…

O Site Bnei Noach
Projeto Noaismo Info
APRESENTA
CURIOSIDADES
VOCÊ SABIA?
Você sabia que NÃO existe a palavra D’us na Torá Original, quer dizer, na Torá em hebraico? A palavra D’us (e seus equivalentes em outros idiomas) pode estar escrita nas traduções judaicas da Torá mas a verdade é que a palavra deus (Deus ou D’us) não existe no hebraico.
A palavra hebraica que denotaria o que para nós a palavra D’us denota é o nome impronunciável “Y_H_V_H” cujo codinome na Cabalá é Havayáh. O Shulchán Aruch lhe dá o seguinte significado: “ELE foi, é e será – O ORIGINADOR de toda existência”. Ou seja, o nome Havayáh representa D’US COMO ELE É EM SI MESMO. (Veja mais detalhes em: https://sitebneinoachprojetonoaismo.info/2019/03/19/qual-e-a-maior-diferenca-entre-o-conceito-judaico-de-dus-e-o-conceito-cristao-de-deus/)
 
A palavra “el” não significa deus (D’us) mas significa literalmente poder ou força, podendo então denotar qualquer poder ou força.
 
O plural de “el” não é “elohim” mas “elím”, e esta palavra significa literalmente poderes. A palavra “elim” é usada referindo-se especificamente às forças de impureza.
 
Em geral, a palavra “elôah” tem o significado literal de AQUELE Que tem ou ELE tem o poder (em absoluto) ou todo o poder.
 
E por fim, há o plural de “eloah” que é “elohím”. “Elohim” aplicado a Hashém não significa deus (D’us) ou deuses, nem poderes, mas significa literalmente AQUELE Que possui todas as forças/poderes, ou, AQUELE Que é A FONTE (A ORIGEM) de todas as forças/poderes ou ELE é O DONO de todas as forças/poderes.
Este Nome é atribuído a Hashém quando ELE age de forma mais oculta, através da própria natureza. Não é a toa que o valor numérico de “elohim” (86) é o mesmo da palavra natureza em hebraico, “hatevá”.
Já quando Hashém age de forma mais revelada, essa expressão é chamada de Hashém (O ETERNO) ou então algum outro nome de acordo como é a expressão DELE.
 
Porém, exatamente a palavra “elohím” pode ser usada em outros contextos, com outros significados. Por exemplo:
 
um tribunal (uma corte) (ou seja, juízes) também é chamado de “elohim”, pois lhe foi dado o poder de julgar;
 
os anjos também são chamados de “elohim”, pois lhes foi dado o poder de agir;
 
até mesmo as forças de idolatria também são chamadas de “elohim acherim”, isto é, outros poderes (na verdade não se tratando de poderes reais).
Por Projeto Noaismo Info e Rav Shimshon Bisker, o Rabino Supervisor do Site Bnei Noach Projeto Noaísmo Info
Site Bnei Noach (BRA)_Bnei Noach_Filhos de Noé_Leis Universais_Projeto Noaismo Info

© Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info

O movimento Bnei Noach nos primeiros séculos da existência cristã

O Site Bnei Noach
Projeto Noaismo Info
APRESENTA

 

Há uma parte da História que certamente é desconhecida da grande maioria das pessoas. Seja porque outros que a ensinaram também desconheciam tais detalhes, seja porque outros a deturparam. A questão é que muitas vezes até mesmo nós mesmos podemos ter deduzido ou imaginado as coisas da maneira como elas realmente não foram.

É fato que o atual fenômeno Noaítico (i.e., do movimento bnei Noach) não é uma coisa que está acontecendo pela primeira vez na História. Hoje entendemos que do último século antes da nossa era até o terceiro século da nossa era, o noaísmo (o movimento Bnei Noach) era propagado por todo o mundo e se destacava cada vez mais. Certamente, o mundo pagão não era tão pagão quanto provavelmente pensamos. E certamente os pagãos não eram tão não civilizados quanto pensamos. É certo que não tivesse sido por Constantino transformar o cristianismo paulino na religião do império e ter massacrado e extinguido o noaísmo de então (sim, existiu um holocausto noaítico), o próprio noaísmo teria por fim triunfado sobre o paganismo e os cristianismos originais do último século antes da nossa era (o gnóstico e o ebionita) e ainda sobre o cristianismo paulino dos primeiros séculos da nossa era. Não, o imperador Constantino não inventou o cristianismo. Tampouco ele inventou o cristianismo paulino (obviamente inventado por Paulo). O que o Imperador Constantino fez foi apenas utilizar o cristianismo paulino como estratégia política para destruir o noaísmo (e tentar, junto, destruir o judaísmo) (ainda que isso significasse, de toda forma, a destruição do paganismo nominal).

 

A seguir, revisamos o texto de Jakob J. Petuchowski na revista Commentary de acordo com o atual conhecimento de que os “Tementes de Hashém” daquela época não se tratavam de convertidos mas de noaítas (Bnei Noach), não-judeus devotos do D’us da Torá e de Israel.

 

“Nos dias helenísticos e romanos do Segundo Templo, o Judaísmo conduzia uma propaganda divulgadora muito ativa [na verdade, propagando não o próprio judaísmo se não a fé judaica — toraítica — através do noaísmo, como explica o Rabi Tzvi Freeman: “a propagação dos valores judaicos [toraíticos] em todo o Mediterrâneo”]. Jesus descreveu os fariseus como cruzando a terra e o mar para fazer simpatizantes do judaísmo [os noaítas]. Muitos dos escritos agora encontrados nas coleções de Apócrifos e Pseudepígrafes eram originalmente folhetos de propaganda judaica dirigidos aos pagãos em sua própria língua e imagens. Josefo afirmou que não havia uma cidade grega ou bárbara em que a observância de costumes judaicos [ou mais exatamente, toraíticos (e mais precisamente, costumes noaicos — a observância noaítica): orar para um único D’us; abençoá-LO; não maldizê-LO; cumprir as sete leis noaíticas etc] não tivesse penetrado, e os autores romanos clássicos o confirmam — embora, ao contrário de Josefo, eles não achem esse estado de coisas louvável.

Essa propaganda foi em grande parte um apelo à razão: primeiro os pagãos deveriam ser convencidos da futilidade de seus ídolos, e então eles deveriam [assumir o noaísmo — podendo, posteriormente, se quisessem, se converter]. Mas o judaísmo nunca foi uma religião fácil de se assumir. Muitos pagãos, para quem seu conteúdo teológico e ético [através do próprio noaísmo] era atraente, recusaram-se a se submeter ao “jugo da Lei”. As sinagogas de Alexandria e da Ásia Menor eram frequentadas por esses [noaítas], que se tornaram conhecidos como “Tementes do D’us”.

Desse grupo também vieram muitos dos primeiros cristãos [do primeiro século da nossa era], mas as repetidas advertências de Paulo aos seus discípulos contra a adoção [da fé] judaica [e de práticas judaizantes decorrentes dos ebionitas] indicariam que a propaganda divulgadora judaica continuava a representar uma séria ameaça ao cristianismo paulino. A competição continuou por muitos anos — até que o Cristianismo venceu a batalha pela alma do velho mundo mediterrâneo ao se tornar a religião oficial do Império Romano. Condições políticas particulares permitiram ao cristianismo paulino superar seu concorrente judeu no Século 4. Daí em diante, a pena de morte foi decretada tanto para os propagandistas [do noaísmo] quanto para [os noaítas].

Visto que o judeu devia viver de tal maneira que seu comportamento constituísse uma “santificação do Nome de D’us”, havia o corolário natural de que seu exemplo bem poderia tornar O D’us judaico e [a fé judaica] atraentes para os gentios. Um indicativo disso é a história contada no Talmud sobre Simeon (Shimon) ben Shetach, que foi tão escrupulosamente honesto em uma transação comercial com um pagão que este exclamou: “Bendito seja O ETERNO, O D’us de Simeon ben Shetach!” Vinte séculos atrás, as sinagogas do mundo helenístico eram consideradas pelos pagãos educados como escolas de uma filosofia de vida viável, pela qual se sentiam cada vez mais atraídos.

Quando a Igreja medieval se empenhou no trabalho missionário, a sua intenção ideal era salvar o não crente da perdição, já que “não havia salvação fora da Igreja”. Mas isso não contrariava o sentimento judaico: podia haver salvação fora da Sinagoga. “Os justos de todas as nações têm uma parte no Mundo vindouro”. E, de fato, a retidão que daria ao Gentio o direito à sua participação na vida futura foi especificamente [exposta] no Talmud em sete regras simples de moralidade humana elementar, as chamadas “Sete Leis dos Filhos de Noé”. D’us, afirmava-se, tinha feito um pacto com a humanidade como um todo nos dias de Noé; e, ao contrário do pacto que ELE mais tarde fez com Israel, este pacto noaítico não tinha prescrições cerimoniais ou rituais. As leis noaíticas proibiam a idolatria, blasfêmia, assassinato, adultério, roubo, e a ingestão de uma parte de um animal vivo; do lado positivo, foi ordenado o estabelecimento de tribunais de justiça. [Assim,] a idéia de uma humanidade unida adorando O D’us de Israel não era nada surpreendente. 

Aqui está um problema missionário que as igrejas não precisam enfrentar: ao se tornar um judeu, o prosélito não apenas se torna um judeu crente e praticante; ele também se torna membro do povo judeu. É possível uma coisa dessas? A tradição responde que sim. Um prosélito que perguntou a Maimônides se ele poderia se juntar a seus novos correligionários na oração a “nosso D’us e D’us de nossos pais, D’us de Abraão, Isaque e Jacó”, foi informado de que ele certamente poderia fazer isso. Até hoje, o prosélito é chamado para a leitura da Torá como ben Avraham, “o filho de Abraão”. O conceito do prosélito como um “filho de Abraão” certamente significa que o povo judeu nunca foi identificado com raça ou nação no sentido moderno.

[E o que o judaísmo tem a declarar sobre o cristianismo e o maometismo?] Maimônides viu [na popularidade do] Cristianismo e do Islã uma “pavimentação do caminho para o Rei Messias”. Mas Maimônides não deixa de acrescentar: “Quando o Rei Messias chegar de verdade, eles (os cristãos e os maometistas) se arrependerão imediatamente e saberão que herdaram a falsidade de seus pais e que os seus profetas e os seus pais os desviaram.”

Site Bnei Noach (BRA)_Bnei Noach_Filhos de Noé_Leis Universais_Projeto Noaismo Info

© Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info

Você sabia? (Sobre Israel e o pecado e a doença)

O Site Bnei Noach
Projeto Noaismo Info
APRESENTA

 

Você Sabia?

 

No momento da entrega da Torá, o Povo de Israel não só foi curado de todas as suas doenças, mas também foi libertado do Anjo da Morte. Se os judeus não tivessem pecado (após a entrega da Torá), eles nunca mais teriam ficado doentes e nunca mais teriam morrido. Entretanto, seus pecados trouxeram de volta para si mesmos a praga da doença e da morte. (Mas,) com a chegada do Mashíach que traz a redenção, voltaremos a esse estado de saúde e vida eterna, breve em nossos dias.

 

© Rabi Yitzchak Ginsburgh
© Gal Einai
© Traduzido do inglês por Projeto Noaismo Info: © Projeto Noaismo Info

Site Bnei Noach (BRA)_Bnei Noach_Filhos de Noé_Leis Universais_Projeto Noaismo Info

© Projeto Noaismo Info (Site Bnei Noach)

Judeus e Bnei Noach não dizem feliz ano novo no Rosh Hashaná

O Site Bnei Noach
Projeto Noaismo Info
APRESENTA

 

Judeus e Bnei Noach não dizem feliz ano novo no Rosh Hashaná

 

Por Rabi Benjamin Blech (Aish)

 

Qual é o melhor desejo para o novo ano?

Alguma vez você se deu conta de que tradicionalmente os judeus e os Bnei Noach (noaítas/filhos de Noá) não desejam “feliz ano novo” uns aos outros?

Em vez disso dizemos a frase hebraica “shaná tová” que, apesar da má tradução que aparece em quase todos os cartões de Rosh Hashaná, não tem nenhuma conexão com a expressão “feliz ano novo”.

Shaná tová transmite o desejo de um ‘ano bom’, não de um ano feliz. E o motivo por trás desta diferença tem uma grande importância.

A revista Atlantic Monthly publicou há um tempo um fascinante artigo intitulado “Ser feliz não é tudo na vida”. A autora, Emily Esfahani Smith, ressalta: “A felicidade sem significado está caracterizada por uma vida relativamente superficial e inclusive egoísta, na qual tudo está bem, as necessidades e os desejos são satisfeitos sem dificuldade e as complicações são evitadas”.

Emily cita na reportagem à Kathleen Vohs, uma das autoras de um novo estudo publicado no Semanário de Psicologia Positiva: “Pessoas felizes obtêm sua alegria de receber dos outros ao passo que pessoas que têm uma vida significativa obtêm sua alegria de dar aos outros”. Em outras palavras, o sentido transcende o ego, enquanto a felicidade implica dar ao ego o que ele quer.

De acordo com Roy Baumeister, chefe de pesquisas do estudo: “O que separa os humanos dos animais não é a busca da felicidade, a qual ocorre em todo o mundo natural, mas é a busca de sentido, que só existe nos humanos”.

Muito antes destes estudos, os judeus já entendiam essas verdades intuitivamente. Feliz é bom, mas bom é melhor.

Desejar um feliz ano novo implica dar primazia ao ideal de uma cultura hedonista cujo objetivo principal é tirar proveito, ao passo que buscar um ano bom implica reconhecer a superioridade do significado por sobre a alegria do momento.

A palavra bom tem um significado especial na Torá. A primeira vez que encontramos esta palavra é na série de pessukím na qual D’us, depois de cada dia de criação, vê sua obra e a proclama boa. E não é só isso, quando D’us completou sua obra, viu tudo o que tinha feito e “eis que era muito bom”.

O que significa isso? De que forma era bom o mundo? Obviamente não estava sendo elogiado em um sentido moral. Os comentaristas oferecem uma profunda idéia: a palavra bom indica que cada parte da criação cumpria com o propósito de D’us; cada parte era boa porque era o que devia ser.

Este é o profundo significado da palabra bom quando é aplicada a nós e a nossas vidas. Somos bons quando alcançamos nosso propósito; nossa vida é boa quando nela se cumpre o que temos de fazer.

Um shaná tová, um ano bom — de uma perspectiva espiritual — contém muito mais bênção que um ano simplesmente feliz.

Uma vida significativa leva a uma vida feliz

Um shaná tová pode não enfatizar a felicidade, mas é a forma mais segura para alcançá-la.

Isto se deve a outra poderosa idéia que descobriram os psicólogos: que a felicidade é, no geral, um subproduto de uma vida significativa. É precisamente quando não a buscamos e estamos dispostos a deixá-la de lado por um objetivo mais elevado que ela nos visita — inesperadamente — com uma força que jamais pensamos que fosse possível.

Uma vida significativa é o objetivo supremo, e em nossa busca de uma boa vida descobriremos a recompensa da felicidade verdadeira.

Então lhe desejo um shaná tová. Que seu ano esteja cheio de significado e propósito, e a felicidade certamente virá a seguir…

Por Rabi Benjamin Blech (Aish)
© Aish.com

Traduzido e editado do espanhol por Projeto Noaismo Info: © Projeto Noaismo Info

Site Bnei Noach (BRA)_Bnei Noach_Filhos de Noé_Leis Universais_Projeto Noaismo Info

© Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info

O Judaísmo Rabínico é autêntico?

O Site Bnei Noach
Projeto Noaismo Info
APRESENTA

 

O Judaísmo Rabínico é autêntico?

Reflexões sobre a Torá viva

 

O que realmente significa ser fiel a si mesmo e às origens?

 

Por Professora Yael Shahar

 

O Povo do Livro (Não escrito)

Considerando o lugar de destaque da Torá escrita em nossos rituais comunais, muitas vezes surpreende aqueles que conhecem os judeus apenas como “o povo do Livro” que a maior parte da observância judaica não se encontra na Torá escrita. Pelo contrário, a lei judaica é a lei casuística, ou “jurisprudência”, construída ao longo de séculos de circunstâncias e respostas. A compilação quintessencial da lei judaica não é a Torá escrita, mas o Talmúd, um compêndio do tamanho da Enciclopédia Britânica que sintetiza 800 anos de discussões, argumentos, contos populares e até mesmo humor sobre o caminho certo para viver, como nação e como indivíduos.

E o Talmúd, por sua vez, esteve mergulhado por 15 séculos de discussões e respostas às circunstâncias em mudança, até os dias atuais. Assim, pode-se dizer que a Torá escrita é a base da lei judaica, da mesma forma que a Constituição Americana é a base da lei americana.

O que é o “judaísmo autêntico”

O judaísmo que conhecemos hoje — o judaísmo rabínico — seria irreconhecível para um judeu que vivia no tempo dos juízes. Aliás, o mesmo se aplicaria à lei judaica durante a Monarquia Davídica; também poderia ser irreconhecível para aqueles que estavam no Sinai.

Há aqueles que argumentam que este processo de reinterpretação contínua tornou o judaísmo de nossos dias menos “autêntico” do que o dos tempos dos nossos antepassados. Parece haver uma suposição implícita de que a Lei Judaica representada pela Torá escrita é de alguma forma mais autêntica do que a lei rabínica posterior.

Por trás deste argumento está a premissa de que “os rabinos” tinham segundas intenções que os motivou a se desviar da Torá escrita. E, no entanto, não é realmente possível atribuir segundas intenções aos Tanaím – os sábios e gigantes espirituais do período da Mishná – ou Amoraím – do período da Guemará –, simplesmente porque eles nunca representaram uma instituição unificada; a habilidosa redação do Talmúd apresenta uma imagem de unidade que nunca existiu de fato. Os sábios citados no Talmúd representavam diferentes grupos e subgrupos, alguns dos quais ficaram pelo caminho, enquanto outros ganharam o dia.

A lei rabínica é simplesmente a evolução das normas judaicas sobreviventes, incluídas as normas não escritas que se entrelaçaram com a lei escrita, e até podem tê-la precedida. Halachá incorpora não apenas um código religioso, mas também a lei civil, e durante a maior parte da história judaica, continuou funcionando como tal. As comunidades judaicas eram socialmente e legalmente autônomas, e viviam segundo suas próprias leis dentro dos impérios não-judeus maiores. Enquanto elas eram limitadas em alguns aspectos, eram autogovernadas em outros.

Embora grande parte da legislação discutida no Talmúd fosse inaplicável no exílio, sua legislação civil evoluiu para um sólido sistema econômico e social. De fato, uma das coisas mais fascinantes sobre o Talmúd (tal como é atualmente impresso) é que você pode realmente traçar a evolução do nosso atual sistema jurídico judaico lendo “do centro para a periferia” da página impressa: da Mishná para Guemará para Tosafót e comentários posteriores. Bases de dados modernas de responsas, como o Sefaria.org, lhe permitem continuar o processo além dos limites da página escrita, com responsas que chegam até os dias atuais.

A crescente Árvore da Vida

Tudo isto é para dizer que a halachá é um sistema vivo, que respira. Não é por acaso que a Torá é chamada de “árvore da vida”; ela cresce, ainda que lentamente, em resposta às circunstâncias em mudança. Voltando à analogia da lei constitucional dos EUA, podemos realmente dizer que a lei dos EUA não é “autêntica” a menos que descartemos todas as emendas e retornemos à Constituição “pura”?

Em outras palavras, admiramos a “autenticidade” das crianças. Mas o adulto é menos autêntico, simplesmente porque ele tem se adaptado às inúmeras circunstâncias que a vida tem colocado em seu caminho? Alguém diria que a criança é mais autêntica do que, digamos, um estudioso que tem passado toda a sua vida aprendendo e crescendo em seu campo, ou um músico que tem passado toda a sua vida aperfeiçoando sua arte?

Da mesma forma, o judaísmo tal como existe hoje em dia é uma cultura mais madura, tendo lidado com as vicissitudes do exílio e da falta de habitação. Não é menos autêntico do que o dos nossos ancestrais distantes. É o produto das mesmas forças que nos criaram, assim como o judaísmo de nossos ancestrais foi um produto das forças que os moldaram e definiram. Dizer que nosso judaísmo é menos autêntico por se adaptar ao seu entorno é um pouco como dizer que um pardal é menos autêntico que um velociraptor!

O Contrato com a Eternidade

Além do mais, se acreditamos que D’us tem algo a ver com nossa história, devemos ver que a Torá é dada continuamente pela mesma mão que coloca estes desafios em nosso caminho e exige que nos adaptemos a eles. A parte mais radical da frase “Torá miSinai” — Torá do Sinai — não é a noção de que a Torá foi dada de uma vez por todas. Em vez disso, é que, ao aceitar a Torá, concordamos, como nação, em nos associarmos a algo fora de nós mesmos e sermos moldados por essa força, para melhor ou para pior.

Esta é uma forma de parceria muito diferente à do Contrato Social, pelo qual os indivíduos desistem voluntariamente de certos direitos em troca de segurança. No nosso caso, concordamos em nos render, não nos direitos, mas na vontade nacional, e o fizemos cegamente, confiando em que a outra metade da parceria sabe o que está fazendo. Esta pode ser uma das razões pelas quais damos tanta ênfase ao livre-arbítrio no nível individual — porque no nível social, nós nos rendemos quase que totalmente, tendo concordado em seguir as regras que aceitamos com fé cega.

Podemos dizer que a sociedade moldada pelo nosso respeito por essas regras é inautêntica? Nós, como o músico que foi moldado por sua arte, ou o estudioso por seu aprendizado, somos o produto do que temos produzido, sob orientação da circunstância. Nós temos honrado nossa parte da Torá permitindo que ela nos molde como uma nação. Porém, ela tem sido moldada por nós também.

Para as nações, como para os indivíduos, as vicissitudes da vida são parte daquilo que nos torna quem somos; nós internalizamos suas lições e as tornamos parte de nós. Não é que nos afastamos de quem éramos — é que crescemos para abranger cada vez mais o nosso entorno. Ao fazer isso, não nos tornamos “outros”. Pelo contrário, nos tornamos “mais”.

 

Por Professora Yael Shahar

© Yael Shahar

Traduzido do inglês por Projeto Noaismo Info: © Projeto Noaismo Info

Site Bnei Noach (BRA)_Bnei Noach_Filhos de Noé_Leis Universais_Projeto Noaismo Info

© Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info