B"H! O Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info trata-se de um centro educacional virtual de conhecença sobre o Noaismo/movimento Bnei Noach da Torá, que é a Fé Original da Humanidade. Portanto, este Site lhe ensina a Verdade da bíblia original, a Torá, lhe conduz à Fé dada pelo PRÓPRIO D'US para toda a humanidade: o Noaismo (heb.: Noachdút; ing.: Noahism; esp.: Noajismo), e lhe apresenta suas responsabilidades espirituais.
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O Curso Bnei Noach do Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info é composto de um conjunto de páginas correlacionadas. Cada nova página é uma nova lição. Porém, como página não possui Tag, quando publicamos uma nova página (uma lição nova do Curso) publicamos também um post que direciona para a página em questão, de modo que cada post possui as Tags (assuntos) daquela página.
Muitos ex-cristãos — se não todos — que agora são Noaítas ou Bnei Noach pensam que para o judaísmo a maior prova de que Yeshu (Jesus) não é o mashíach (messias) é o não cumprimento das profecias bíblicas messiânicas. Porém, na verdade, dentro do próprio judaísmo este fator (o não cumprimento das profecias messiânicas) ou é o menor — ou o menos importante — de todos os fatores, ou, de fato, ele nem sequer é levado em conta.
Conhecemos os Trezes Princípios da Torá e sabemos que eles afirmam:
“Sétimo Princípio: Moisés é o maior profeta, não houve antes dele, nem haverá depois quem o iguale;
Oitavo Princípio: a Torá, conforme nós a conhecemos (tanto a escrita quanto a oral), foi dada por D’us a Moisés e por ele transmitida até as nossas gerações. Moisés recebeu diretamente de D’us, no monte Sinai, duas Torót: uma escrita e a outra oral;
Nono Princípio: a Torá é imutável;
Décimo Segundo Princípio: o mashíach (o verdadeiro messias) virá, e embora demore, sua vinda deve ser aguardada diariamente.”
Como explica Chaim Szwertszarf:
“O sétimo elimina aqueles que reconhecem outro profeta completo e máximo, além de Moisés (como por exemplo, Yeshu (Jesus) ou Maomé). O oitavo elimina os críticos que acham que a Torá (Pentateuco) não foi escrita por Moisés, mas que é obra posterior, escrita por diversos autores. O nono elimina todas as novas mensagens que pretendem substituir ou acrescentar ou diminuir do que está escrito no Pentateuco ( como por exemplo, o Novo testamento ou o Coran). O décimo segundo elimina aqueles que dizem que o Messias já se revelou em absoluto.”
Como podemos observar, o 8° Princípio diz que Hashém deu duas Torót, uma escrita e a outra oral. E explicando sobre a identidade do Mashíach, Rabí Maimônides ou Rambám, declarou:
“O mashíach estudará a Torá de acordo com a Torá Escrita e a Torá Oral.”
Sobre esta afirmação de Rambám, o Rabí Abraham Stone, em seu ‘Highlights of Moshiach’, publicado pela S. I. E. (1992), diz:
“Por que Rambam adiciona estas palavras? Isso segue o final da Halachá 3 (em edições sem censura): ‘Quem quer que adicione à [Torá] ou exclui da Torá, ou interpreta a Torá incorretamente, ele é certamente um malfeitor e um herege (isso nega qualquer crença em Yeshu como o Mashiach)’.”
Portanto, para o Judaísmo basta apenas o fato de que Yeshu (Jesus) não seguiu a Torá nem de uma forma nem de outra* para ele ser descartado como o mashíach.
* Para aqueles messiânicos (cristãos que fingem ser judeus se travestindo de judeus) que iludidos ainda pensam que isso não é verdade e que Yeshu seguia sim, corretamente, a Torá e, portanto, não ensinou nada de diferente, ou seja, nada estranho à ela, daremos apenas dois exemplos: vejam João 14:6, e, João 8:42, 44, e tentem encontrar qualquer ponto em comum ou encontrar qualquer conexão dessas palavras com as palavras da Torá.
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RESPEITE O GUIA VIRTUAL TANTO NO SENTIDO DE QUE CONTÉM PALAVRAS SAGRADAS QUANTO NO SENTIDO DOS DIREITOS AUTORAIS PERTENCENTES AO PROJETO NOAISMO INFO E AO RAV SHIMSHON BISKER.
Quem é o Rav Shimshon Bisker, o Rabino Supervisor do Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info?
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GUIA NOAÍTICO (REVISADO E APROVADO PELO RAV SHIMSHON BISKER)
O Guia virtual de bênçãos e orações dos Bnei Noach
Site Bnei Noach (BRA)_Bnei Noach_Filhos de Noé_Leis Universais_Projeto Noaismo Info
O Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info (antigo site: “a-fe-original-–noaismo.info”) é Supervisionado pelo Rav Shimshon Bisker, de Israel, (tendo então, obviamente, o reconhecimento, a aprovação e a recomendação dele) e endossamos também o Rebe (Rabi Menachem Mendel Schneerson, o Rebe de Lubavitch) — o responsável pelo reavivamento do atual movimento Bnei Noach da Torá, e a organização Ask Noah International (Asknoah.org), que reconhece e aprova o nosso site — que se dedica a promover o aprendizado e a observância dos Sete Mandamentos da Torá para todos os Filhos de Noá (os “Bnei Noach”, em hebraico), e o Curso “The Noahide Laws”.
Bênçãos e Orações Diárias dos Noaítas (não-judeus devotos de Hashém) — Versão Virtual — (com a revisão e aprovação do Rav Shimshon Bisker, de Israel)
Bendito é Hashém
“Quanto a mim, na proximidade de Hashém está a felicidade a que aspiro”
Berachót & Tefilót (Bênçãos & Orações) dos noaítas (Bnei Nôach/Filhos de Noá) para serem recitadas dia a dia
# Sidur Bnei Noach; # Guia Bnei Noach; # Bençãos e Orações de Bnei Noach; # Sete Leis de Bnei Noach; # Sete Leis de Noé; # Bnei Noach; # Noaísmo; # Movimento Bnei Noach
“Para nos aproximarmos de D’us e servi-LO, é necessário conhecê-LO. Não basta apenas acreditar.” – A Luz Infinita – Um livro sobre Deus, páginas 7, 37.
“Toda vez que dizemos uma oração, estamos falando com D’us ELE MESMO*.” – Encontros entre o céu e a terra, página 36.
“A oração é o homem se relacionando e comunicando-se com” o seu CRIADOR*. Assim, o homem “não necessita de intermediários entre ele e D’us – como seres humanos, [espíritos,] anjos, “santos” ou imagens.” – Torá – A Lei de Moisés, página 229.
* Com O ABSOLUTAMENTE INFINITO E INFINDÁVEL (veja abaixo Os Princípios da Torá).
Guia VIRTUAL de Bênçãos e Orações Diárias para os Benêi Nôach (revisado e aprovado pelo Rav SHIMSHON BISKER)
Por Projeto Noaismo Info & Rav Shimshon Bisker
Tradução, produção, organização, edição e adaptação em Língua Portuguesa (Brasil) por Projeto Noaismo Info. Revisão e Aprovação Rav Shimshon Bisker
Site Bnei Noach (BRA)_Bnei Noach_Filhos de Noé_Leis Universais_Projeto Noaismo Info
Esta obra não é e não deve ser comercializada.
O Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info não comercializa esta obra. Em nosso site, disponibilizamo-la gratuitamente.
Textos por Projeto Noaismo Info & Rav Shimshon Bisker, Ask Noah International, Rabi Moshe Weiner, Rabi Dr. Jacob Immanuel Schochet, Chabad.org, Rabi Tzvi Freeman, e Editora & Livraria Sêfer
Atenção: na transliteração dos termos hebraicos o “sh” tem som de “CH”. Exemplos: “Hashém”, “Shemá”, etc.
Atenção: na transliteração dos termos hebraicos o “ch” tem som de “RR”. Exemplos: “Nôach”, “Barúch”, “Berachót”, etc.
Obras utilizadas e consultadas
A base principal deste guia é:
• Prayers for Noahides: Community Services and Personal Worship, editado pelos Diretores da Ask Noah Int., Rabi Dr. Michael Schulman e Moré Chaim M. M. Reisner, aprovado por Rabi Moshe Weiner;
• The Divine Code, Terceira Edição, versão inglesa autorizada do original em hebraico: Sheva Mitsvot Hashem, por Rabi Moshe Weiner, 2018 Ask Noah International;
• Oraciones, Bendiciones, Principios de Fe, y Servicio Divino para Noajidas, por Rabino Moshe Weiner y Rabino J. I. Schochet, Ask Noah International;
• Seven Gates Of Righteous Knowledge: A Compendium of Spiritual Knowledge and Faith for the Noahide Movement and All Righteous Gentiles, por Rabi Moshe Weiner e Rabi Dr. Michael Schulman, Ask Noah International;
• Carta a Ovadia o prosélito, Rabi Maimônides;
• Sidúr (e Machzor Editora Beith Lubavitch) Tehilat Hashem para Dias de Semana, Shabát e Yom Tov, Editora Beith Lubavitch;
• Bíblia Hebraica, por David Gorodovits e Jairo Fridlin, Editora e Livraria Sêfer;
• O Livro dos Salmos Ôhel Yossêf Yitschák, Editora Beith Lubavitch;
Outras:
• The Order – A LiturgyofNoahidePrayers,NoahideNations;
• Sidúr Sucat David Edição Mekor Haim;
• Sidúr (e Machzor) Completo com Tradução e Transliteração, Jairo Fridlin, Editora e Livraria Sêfer;
• Manual de Bênçãos, Editora Chabad.
Lido (para conhecimento), mas NÃO recomendado:
• Service From The Heart – Renewing the Ancient Path of Biblical Prayer and Service.
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CONTEÚDO
→ Algumas considerações;
→ Links do site;
→ Quanto à orações no enterro e no aniversário de passamento;
→ Nova matéria no site: Oração de confissão para quem se encontra em uma situação delicada de saúde;
● Bênçãos e Orações da Manhã
→ Bênção para imediatamente após acordar, antes de levantar-se;
→ Bênção para todas as vezes em que fazemos nossas necessidades fisiológicas;
→ Bênção para depois de vestir-se e estando pronto para iniciar seu dia;
→ Oração para ser recitada somente no período da MANHÃ, antes de qualquer outra oração: “Amo do universo”;
→ “Bendito é AQUELE que falou”;
→ “Nosso PAI, nosso REI” (para de manhã);
→ Salmos diários para de manhã;
→ Shir Shél Ióm/Cântico do Dia;
● Bênçãos no Decorrer do Dia
→ Bênção do Lar;
→ Bênção do Trabalho;
→ Antes de comer pão;
→ Ao aspirar o cheiro de fragrâncias diversas (cravo, canela, pó de café, temperos, perfumes);
→ Antes de comer arroz, macarrão, bolo, torta, cereais, bolinhos e biscoitos;
→ Antes de alimentos como chocolate, carne, peixe, ovo, mel, doces etc.;
→ Ao aspirar o cheiro de plantas condimentares ou “cheiros-verdes” (salsinha, cebolinha, coentro, hortelã, manjericão, orégano etc.);
→ Antes de qualquer tipo de bebida (água, leite, suco, chá, café etc.) exceto vinho e suco de uva;
→ Antes de beber vinho ou suco de uva;
→ Ao aspirar o cheiro de uma fruta;
→ Ao aspirar o cheiro de rosas ou de árvores ou de uma flor ou folha que cresce num pé ou árvore;
→ Antes de comer de todas as frutas que crescem em árvores;
→ Antes de comer produtos que crescem diretamente da terra
(verduras/ legumes/ raízes: cenoura, beterraba etc./ leguminosas: feijão, ervilha, milho, soja, amendoim etc./ mandioca e batatas/ as frutas: banana, melão, melancia, abacaxi, morango, mamão e papaia/ Pipoca);
→ Bênção longa para após as refeições;
→ Bênção curta para após as refeições;
→ Ao ver belas e bem formadas criações ou árvores de aspecto agradável;
→ Em agradecimento por qualquer coisa nova ou por alguma alegria, como: comprar uma roupa nova, receber um presente importante ou fazer uma compra importante para usufruto individual, e, rever um amigo ou um parente a quem não se via há 30 dias;
→ Quando se põe roupas novas pela primeira vez;
→ Ao escutar boas notícias, relativas a si próprio ou aos outros, e, em agradecimento por alguma alegria, como: receber um presente importante ou fazer uma compra importante para usufruto coletivo (mais de uma pessoa: casal, família etc.);
→ Ao escutar más notícias, Deus nos livre;
→ Antes de se submeter a qualquer tratamento ou operação médica ou antes de tomar medicamentos;
→ Ao ver relâmpagos ou um fenômeno astronômico;
→ Ao escutar um trovão ou ver/sentir um terremoto;
→ Ao ver mares, rios, desertos e altas montanhas;
→ Ao ver um oceano;
→ Ao ver um arco-íris;
● Orações no Decorrer do Dia
→ Meditação;
→ Oração para ser recitada antes do estudo da Torá;
→ “Aceitação Verbal da Unidade e Majestade de Deus”;
→ “É nosso dever”;
→ “Não há [ninguém] como o nosso Deus”;
→ Oração pela Saúde;
→ Oração pela Paz;
→ Oração pelos Pais;
→ Bênção para os Filhos;
→ Oração pelos Filhos;
→ Shalom Bait — Harmonia no Lar;
→ Oração por uma pessoa enferma;
→ Oração por um recém-nascido noaíta;
→ Prece De Viagens;
→ Oração Para Um Pedido Especial;
→ Oração de Gratidão para Hashém;
→ “A Oração Devota” ou “A Oração de Devoção dos Noaítas” (Amidá Noaítica);
→ VEHÚ – ELE…;
→ “Shemá” (“Ouve [Israel]”) – dos noaítas;
→ Os Treze Princípios da Torá;
→ O Credo de Noá (Texto e Declaração Noaítica);
→ Com relação a leitura dos Tehilím (Salmos);
→ Tehilím/Salmos 128;
→ Tehilím/Salmos 96;
→ Tehilím/Salmos 1;
→ Tehilím/Salmos 103;
→ Tehilím/Salmos 123;
→ Tehilím/Salmos 20;
→ Tehilím/Salmos 8;
● Orações da Tarde
→ Salmos diários para de tarde;
→ “Nosso PAI, nosso REI” (para de tarde);
→ “Decerto…”;
● Bênçãos e Orações da Noite
→ Salmos diários para de noite;
→ “E ELE…”;
→ A Oração de Arrependimento para todos os dias;
→ Benção para antes de dormir;
● “O Sétimo Dia”
(Considerações gerais)
→ O Shabát foi instituído no nascimento de Am Yisrael;
→ Texto: “Segundo a Halachá, os Bnei Nôach são proibidos de fazer Shabát”;
→ Mitsvót PERMITIDAS para os Bnei Nôach e Mitsvót PROIBIDAS para os Bnei Nôach;
→ Pode-se – voluntariamente –, depois do anoitecer DA SEXTA, acender uma vela;
→ Oração para ser recitada – voluntariamente – depois do anoitecer DO SÁBADO;
● Orações para Yamím Tovím (Os Dias Festivos Judaicos) (para Os Dias das Festividades Judaicas)
→ Para Pêssach, Sucót e Shavuót: “Que ascenda, venha”;
→ Para Pêssach, Sucót, Shavuót, Chanucá e Purím, e também para o Sétimo Dia: “Que a alma de todo ser vivo”.
● Amên.
Site Bnei Noach (BRA)_Bnei Noach_Filhos de Noé_Leis Universais_Projeto Noaismo Info
Não se recita bênçãos ou orações estando-se nu. Não se recita bênçãos ou orações no banheiro ou próximo a ele.
>> As Berachót e Tefilót (Bênçãos e Orações) podem ser recitadas pelos noaítas (Bnei Nôach/Filhos de Noé) individualmente ou em grupo todos os dias ou em qualquer dia, e em qualquer horário, uma vez ou quantas vezes desejarem, DESDE QUE não haja indicações – havendo indicações, é óbvio que estas deverão ser respectivamente obedecidas.<<
É apropriado recitar as bênçãos e as orações em voz audível.
“Somente as Bênçãos e Orações em Hebraico Serão Ouvidas?
O primeiro tratado do Talmúd, intitulado Bênçãos, traz a clara permissão para [nós judeus] recitarmos bênçãos e orações no idioma que nos seja mais cômodo, mais conhecido, mais familiar.”
Se é assim para os próprios judeus, tanto mais para nós, Bnei Noach. Portanto, Benêi Nôach não são obrigados a recitarem bênçãos e orações em hebraico. Deve-se recitá-las no idioma que lhes é conhecido, familiar.
“Há uma noção popular segundo a qual as bênçãos e as orações não proferidas em hebraico constituiriam uma grande heresia. Pois heresia é justamente esta noção oriunda da falta de informação.”
–– Herman Wouk, judeu ortodoxo, neto do Rabi Mendel Leib Levine.
Ou, como bem o explica o Rabi Ro’i Margalit: “Todas as orações de todos os tipos e em todos os idiomas ditas do fundo do coração servem e trazem bênçãos.”
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01 → Bênção para imediatamente após acordar, antes de levantar-se
Dou graças a TI, Rei vivo e eterno, pois TU misericordiosamente devolveste minha alma dentro de mim. Tua fidelidade [para comigo] é grande.
02 → Bênção para todas as vezes em que fazemos nossas necessidades fisiológicas
Bendito és TU, Hashém, nosso Deus, Rei do universo, que formou o homem com sabedoria, e nele criou muitos orifícios e cavidades. É revelado e conhecido diante do Trono da TUA glória que se apenas um deles fosse bloqueado, ou um deles fosse aberto, seria impossível existir mesmo por um curto momento. Bendito és TU, Hashém, que cura todo ser vivo e faz maravilhas.
03 → Bênção para depois de vestir-se e estando pronto para iniciar seu dia
Meu Deus, a alma que TU me deste dentro de mim é pura. TU a criaste, TU a formaste, TU a sopraste em mim, e TU a preservas dentro de mim. E TU a tomarás de mim, finalmente, e a devolverás dentro de mim no Tempo Vindouro, na ressurreição dos mortos. Enquanto a alma estiver em mim, dou graças a TI, Hashém meu Deus, Mestre de todas as obras, Senhor de todas as almas. Bendito és TU, Hashém, que devolve almas aos corpos mortos.
TU, Hashém, remove o sono dos meus olhos e a sonolência das minhas pálpebras.
E que seja TUA vontade, Hashém, nosso Deus, nos acostumarmos a (estudar) TUA Palavra, A Torá, e fazer-nos apegar aos TEUS mandamentos universais. Não nos leves ao pecado, nem à transgressão ou iniquidade, nem à tentação ou ao desprezo; que a má inclinação não tenha domínio sobre nós. Faze com que nos apeguemos à boa inclinação e às boas ações; e fórça nossa inclinação a ser subserviente a TI. Concede-nos hoje e todo dia graça, benevolência e misericórdia em TEUS olhos e nos olhos de todos que nos contemplam.
Que seja TUA vontade, Hashém meu Deus, proteger-me hoje e todo dia dos homens insolentes e do despudor; de um homem perverso, de uma má companhia, de um mau vizinho e de uma má ocorrência; de um olho mau (inveja), de uma língua maliciosa, da difamação, do falso testemunho, do ódio dos homens, de acusações caluniosas, da morte não natural, das severas doenças e do infortúnio; do adversário destrutivo (Satán), de um julgamento severo, de um oponente implacável, e da retribuição do Guehinom.
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04 → Oração para ser recitada somente no período da MANHÃ, antes de qualquer outra oração: “Amo do universo”
(Adón Olám)
(Extraída do Sidúr)
Amo do universo, que já reinava antes da criação de qualquer criatura; quando, por SUA vontade, todas as coisas foram feitas, somente então SEU NOME foi proclamado REI. E depois que todas as coisas forem elevadas, sozinho O REVERENCIADO reinará. ELE foi, ELE é, e ELE será em glória. ELE é Um e Único, e não há outro que a ELE se compare, que se associe com ELE. Sem princípio e sem fim; poder e domínio pertencem a ELE. ELE é meu Deus e meu sempre vivo Redentor, uma fortaleza em tempos de aflição. ELE é meu estandarte e meu refúgio, minha porção no dia que eu O chamo. Em SUA mão eu confio o meu espírito, quando eu durmo e quando eu acordo. E com minha alma, meu corpo também, Hashém está comigo, eu não temerei.
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05 → “Bendito é AQUELE que falou”
(Barúch Sheamár)
(Extraída do Sidúr)
Bendito é AQUELE que falou e o mundo surgiu; bendito é ELE; bendito é AQUELE que diz e faz; bendito é AQUELE que decreta e cumpre; bendito é AQUELE que cria (mantém) o universo; bendito é AQUELE que SE compadece da terra; bendito é AQUELE que SE compadece das criaturas; bendito é AQUELE que recompensa com abundância àqueles que O temem; bendito é AQUELE que vive para sempre e existe eternamente; bendito é AQUELE que redime e salva. Bendito seja O SEU NOME. Bendito és TU, Hashém, nosso Deus, Rei do universo, Deus benevolente, PAI misericordioso, que é louvado pela boca de SEU povo Israel, exaltado e glorificado pela língua de SEUS devotos e SEUS servos e pelos Salmos de David, TEU servo. Nós TE enalteceremos, Hashém, nosso Deus, com louvores e cânticos; TE exaltaremos, louvaremos e glorificaremos, TE proclamaremos REI, e mencionaremos TEU NOME, nosso REI, nosso Deus. TU és O ÚNICO – A VIDA de todos os mundos, ó REI; louvado e glorificado é SEU grande NOME para todo sempre. Bendito és TU, Hashém, REI enaltecido com louvores.
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06 → “Nosso PAI, nosso REI” (para de manhã)
(Extraída do Sidúr)
Nosso PAI, nosso REI, TU és nosso PAI. Nosso PAI, nosso REI, não temos REI, a não ser TU. Nosso PAI, nosso REI, tem piedade de nós. Nosso PAI, nosso REI, mostra-nos TUA graça e responde-nos, pois não há em nós atos meritórios; pelo TEU grande NOME, faz conosco caridade e bondade e salva-nos.
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→ Salmos diários para de manhã
(Para de manhã, os Tehilím 15, 67 e 100)
[07] ● Tehilím/Salmos 15
Um salmo de David. Hashém, quem pode habitar em TEU Tabernáculo (o Bêt Hamicdásh – Templo Sagrado)? Quem pode ascender a TEU Sagrado Monte (Tsión)? Aquele cujo caminho é de retidão, que pratica o que é direito, cujo coração se rende à verdade (isto é, que não é hipócrita {literalmente, um na boca e um no coração}). Aquele que não tem nenhuma calúnia em sua língua, que jamais praticou o mal contra seu amigo nem causou vergonha (por suas ações) a seus parentes. O malévolo lhe é repulsivo, mas ele honra aos que temem a Hashém; aquele que não anula um juramento mesmo quando lhe é danoso. Aquele que nunca empresta seu dinheiro a juros, nem aceita suborno contra o inocente. Aquele que desta forma se comporta, mesmo que sucumbe, isso não será para sempre, pois se erguerá e continuará firme sobre seus pés.
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[08] ● Tehilím/Salmos 67
Ao mestre do canto, sobre instrumentos de cordas (neguinót), um Salmo (de David), um cântico. Que (Hashém) Deus nos conceda SUA graça e nos abençoe, e que faça sobre nós resplandecer SEU semblante para sempre, para que na terra seja conhecido SEU caminho, e entre todas as nações, SUA salvação. Então todos os povos (TE reconhecerão e) TE agradecerão, ó Deus; todos os povos (TE reconhecerão e) TE agradecerão. Todas as nações se alegrarão e cantarão louvores, porque com equidade as julgarás, e as governarás para sempre (isto é, pelo caminho reto as guiarás para sempre). (E, portanto,) todos os povos (TE reconhecerão e) TE agradecerão, ó Deus; todos os povos (TE reconhecerão e) TE agradecerão. Então a terra produzirá em abundância seus frutos; e (Hashém) Deus, nosso Deus, nos abençoará. Sim, Deus nos abençoará e será reverenciado e temido até os confins da terra.
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[09] ● Tehilím/Salmos 100
Um salmo de agradecimento. (Por Moshé.) Habitantes de toda a terra, aclamai Hashém com regozijo. Sirvam Hashém com alegria e apresentai-vos com cânticos alegres diante DELE. Proclamai que Hashém é Deus; ELE nos fez e nós (judeus*) somos SEU povo e o rebanho que ELE pastoreia – somente a ELE pertencemos. Com agradecimento atravessai SEUS portões (do Bêt Hamicdásh – Templo Sagrado) e erguei louvores em SEUS pátios; rendei-LHE graças e bendizei SEU NOME. Porque pleno de bondade é Hashém; SUA misericórdia é eterna e SUA fidelidade e dedicação se estendem por todas as gerações.
(* Isto é, saiba toda a humanidade que Hashém, O D’us de Israel, é que é Deus – O CRIADOR –, e saiba também toda a humanidade que os Benêi Yisrael (os Filhos de Israel) – os judeus – são o povo criado pelo PRÓPRIO Deus para servi-LO, e para ensinar à humanidade a Verdade sobre ELE (Yeshayáhu/Isaías 43:1, 11-12, 15, 21; 44:1-2, 6-8, 21).)
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→ Shir Shél Ióm/Cântico do Dia
[10] DOMINGO
(Os Levitas costumavam cantar, de manhã, este Salmo no Bêt Hamicdásh em Yerushaláyim)
Salmo de David. A Hashém pertence a terra e tudo que nela existe, o mundo e os que nele habitam. Pois ELE a assentou sobre os mares e sobre os rios a consolidou. Quem subirá ao monte de Hashém? E quem estará no SEU Santo Lugar? Aquele cujas mãos são limpas e cujo coração é puro, que não jurou em MEU NOME em vão e não prometeu falsamente, de Hashém receberá bênçãos, uma justa recompensa do Deus de sua salvação. Tal é a geração dos que a ELE se voltam, dos que buscam a TUA Presença, ó Deus de Yaacóv. Erguei, ó portas (do Bêt Hamicdásh – Templo Sagrado), os vossos batentes; ampliai-vos, ó portais eternos◇, e entrará o Rei da Glória (para ouvir os cânticos e louvores daqueles que lá estão). Quem é o Rei da Glória? Hashém, forte e poderoso, Hashém, poderoso na batalha. Erguei, ó portas, os vossos batentes; sim, ampliai-vos, ó portais eternos◇, e entrará o Rei da Glória. Quem é este Rei da Glória? Hashém Mestre das legiões (ou massas judaicas), ELE é o Rei da Glória por toda a eternidade.(*
* Tehilím/Salmos 24)
◇ “Ó portais eternos”: eternos porque os portões do Templo não foram destruídos por seus conquistadores, mas foram engolidos inteiros pelo chão. No tempo do terceiro (e eterno) Bêt Hamicdásh, os portões ascenderão das profundezas da Terra.
Hashém (foi QUEM) escolheu (os filhos de) Israel para SI, (o povo de) Israel como SEU tesouro entre todos os povos.(*) Salva-os, Hashém, nosso Deus; junta os filhos de Israel dentre as nações, para que possam dar graças a TEU santo NOME e glorificar em TEU louvor. Bendito és Hashém, O Deus de Israel, por toda a eternidade; e que todo o povo diga: Amên, louvem Hashém!(**) Bendito és Hashém de Tsión, que mora em Yerushaláyim; louvem Hashém!(***) Bendito és Hashém Deus, O Deus de Israel, que faz maravilhas sozinho. Bendito és SEU glorioso NOME para sempre, e que toda a terra se encha de SUA glória. Amên e Amên.(****
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→ Shir Shél Ióm/Cântico do Dia
[11] SEGUNDA
(Os Levitas costumavam cantar, de manhã, este Salmo no Bêt Hamicdásh em Yerushaláyim)
Um cântico. Um Salmo composto pelos coraítas (os filhos de Côrach). Grande é Hashém e digno de ser excessivamente louvado em (Yerushaláyim,) a cidade do nosso Deus, e em SEU santo monte. O monte Tsión é o mais formoso dos lugares, a alegria de toda terra. Ele está no norte (de Yerushaláyim,) a cidade do grande rei (David. Na época do terceiro Bêt Hamicdásh, dirão:) Deus está em seus palácios; ELE é conhecido como sua fortaleza. Porque eis que os reis se reuniram e marcharam juntos (para invadir Yerushaláyim). Mas ao vê-LO, ficaram pasmados, ficaram apavorados e fugiram às pressas. Um tremor se apoderou deles ali (em Yerushaláyim), dores iguais às de uma mulher em trabalho de parto. Com o vento oriental( – este é o vento que Deus pune os malvados –), TU(, Deus,) quebraste seus navios (que vieram) de Tarshísh. Como ouvimos (de TEUS profetas), assim pudemos isto ver na cidade de Hashém Mestre das legiões, na cidade de nosso Deus, que Deus a consolide por toda a eternidade. Sobre TUA benevolência meditamos em TEU Templo (reconstruído). Assim como TEU NOME, ó Deus, é grande, assim também é TEU louvor (grande) até os confins da terra; TUA mão direita está cheia de justiça. Então alegrar-se-á o monte Tsión, rejubilar-se-ão as (outras) filhas (cidades) de Yehudá, por causa dos TEUS julgamentos. Percorrei toda Tsión (vós que reconstruí-la), andai à sua volta, contai suas torres. Contemplai suas muralhas, examinai seus palácios, para relatar (sua majestade e beleza) às outras gerações. Porque ESTE Deus (O DEUS de Israel, O DEUS da Torá, Hashém,) é o nosso Deus para todo o sempre; e é ELE que nos guiará (como um pai a seu filho) eternamente.(*
* Tehilím/Salmos 48)
Hashém (foi QUEM) escolheu (os filhos de) Israel para SI, (o povo de) Israel como SEU tesouro entre todos os povos.(*) Salva-os, Hashém, nosso Deus; junta os filhos de Israel dentre as nações, para que possam dar graças a TEU santo NOME e glorificar em TEU louvor. Bendito és Hashém, O Deus de Israel, por toda a eternidade; e que todo o povo diga: Amên, louvem Hashém!(**) Bendito és Hashém de Tsión, que mora em Yerushaláyim; louvem Hashém!(***) Bendito és Hashém Deus, O Deus de Israel, que faz maravilhas sozinho. Bendito és SEU glorioso NOME para sempre, e que toda a terra se encha de SUA glória. Amên e Amên.(****
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[12] TERÇA
(Os Levitas costumavam cantar, de manhã, este Salmo no Bêt Hamicdásh em Yerushaláyim)
Um Salmo. Por Assáf. Deus está presente numa assembléia de juízes (para ver se eles julgam com justiça); entre os juízes ELE promulga SUA sentença. Vós, porém, ó juízes, até quando sentenciareis perversamente, favorecendo os malévolos? Fazei justiça ao necessitado e ao órfão; procedei corretamente para com o pobre e o empobrecido. Livrai o necessitado e o indigente, salvai-os das mãos dos malvados. Eles, os juízes, porém, nada sabem e nada querem compreender; nas trevas da ignorância e da insensibilidade eles andam, e assim abalam os fundamentos que sustentam a terra. Eu disse: “Vós, ó juízes, sois como os anjos, todos vós sois filhos do Altíssimo!” Contudo, como Adám, também haveis de morrer (pois corrompestes vossos caminhos, assim como ele), e como qualquer príncipe haveis de sucumbir. Levanta-TE, ó Deus, e julga o mundo TU MESMO, pois a TI pertencem todas as nações!(*
* Tehilím/Salmos 82)
Hashém (foi QUEM) escolheu (os filhos de) Israel para SI, (o povo de) Israel como SEU tesouro entre todos os povos.(*) Salva-os, Hashém, nosso Deus; junta os filhos de Israel dentre as nações, para que possam dar graças a TEU santo NOME e glorificar em TEU louvor. Bendito és Hashém, O Deus de Israel, por toda a eternidade; e que todo o povo diga: Amên, louvem Hashém!(**) Bendito és Hashém de Tsión, que mora em Yerushaláyim; louvem Hashém!(***) Bendito és Hashém Deus, O Deus de Israel, que faz maravilhas sozinho. Bendito és SEU glorioso NOME para sempre, e que toda a terra se encha de SUA glória. Amên e Amên.(****
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[13] QUARTA
(Os Levitas costumavam cantar, de manhã, este Salmo no Bêt Hamicdásh em Yerushaláyim)
(Salmo de Moshé.) Hashém é um Deus de retribuição; ó Deus de retribuição, revela-TE! Ergue-TE, ó Juiz da terra, e retribui aos soberbos como merecem. Até quando, Hashém, até quando exultarão os perversos? E (até quando) se expressarão, falarão arrogantemente e se vangloriarão os malfeitores? Eles esmagam TEU povo, Hashém, e afligem TEU patrimônio. Assassinam a viúva, o estrangeiro e o órfão. Eles murmuram: “Hashém nada verá nem o saberá o Deus de Yaacóv.” Tentai compreender, ignorantes dentre o povo, e vós, insensatos, quando havereis de perceber? QUEM inplantou os ouvidos certamente escutará. QUEM criou os olhos certamente enxergará. Não haverá de punir QUEM educou as nações, e trouxe aos homens o saber? Hashém conhece os pensamentos do homem, que são fúteis. Feliz o homem que, repreendido por Hashém, DELE recebe o ensinamento pela SUA Torá, pois então dá-lhe tranquilidade na época da adversidade, enquanto para o perverso prepara uma cova. Hashém não rejeitará SEU povo nem desamparará o SEU patrimônio. Justiça será feita aos íntegros e será obedecida por todos os retos de coração. Quem se levantará a meu favor contra os perversos? Quem estará por mim contra os malfeitores? Se Hashém não tivesse me ajudado, minha alma teria cedo habitado no silêncio (da sepultura). Quando eu disse “meu pé vacilou”, TUA bondade, ó Hashém, me susteve. Quando dúvidas se multiplicavam em meu coração, TEU conforto alegrava minha alma. Pode o trono (o tribunal) da perversidade estar CONTIGO associado? Ou (estar CONTIGO associado) aquele que, sob a aparência da lei, perpetra maldades? Estes se reúnem para tramar contra a vida do justo e condenar o sangue inocente. Mas Hashém é meu baluarte, meu Deus, a Rocha do meu refúgio. ELE faz voltar sobre os malfeitores sua própria violência, e com sua própria maldade os exterminará. Sim, Hashém, nosso Deus, os exterminará.(*
* Tehilím/Salmos 94)
Hashém (foi QUEM) escolheu (os filhos de) Israel para SI, (o povo de) Israel como SEU tesouro entre todos os povos.(*) Salva-os, Hashém, nosso Deus; junta os filhos de Israel dentre as nações, para que possam dar graças a TEU santo NOME e glorificar em TEU louvor. Bendito és Hashém, O Deus de Israel, por toda a eternidade; e que todo o povo diga: Amên, louvem Hashém!(**) Bendito és Hashém de Tsión, que mora em Yerushaláyim; louvem Hashém!(***) Bendito és Hashém Deus, O Deus de Israel, que faz maravilhas sozinho. Bendito és SEU glorioso NOME para sempre, e que toda a terra se encha de SUA glória. Amên e Amên.(****
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[14] QUINTA
(Os Levitas costumavam cantar, de manhã, este Salmo no Bêt Hamicdásh em Yerushaláyim)
Ao mestre do canto, sobre (o instrumento musical) “Guitít”, um Salmo de Assáf. Cantai com alegria a Deus, que é a nossa fortaleza; aceitai a Soberania do Deus de Yaacóv (Jacob) (em Rósh Hashaná). Entoai um salmo e fazei ressoar o pandeiro, a agradável harpa e o saltério. Soprai (vós judeus) o Shofár na lua nova (de Rósh Hashaná), no dia determinado como dia da nossa festividade. Porque (soprar o Shofár em Rósh Hashaná) é um decreto (Divino – como está registrado na frase anterior –) para Israel (para despertá-los para retornarem a D’us, pois este é) um dia de julgamento para o Deus de Yaacóv. ELE o estabeleceu para Yossêf (José) como testemunho, quando este saiu para governar na terra do Egito (isto é, Yossêf foi libertado da prisão em Rósh Hashaná e tornou-se vice-rei do Egito nesse mesmo dia), onde entendeu uma língua que não conhecia. Deus disse: “Livrei seu ombro (de Israel) da carga, e do caldeirão da servidão retirei suas mãos (isto é, a escravidão dos Filhos de Israel no Egito terminou em Rósh Hashaná). Na angústia clamaste e EU te livrei; com voz de trovão te respondi e provei-te junto às águas de Merivá. Ouve, povo MEU, EU te advertirei, ó Israel, se ME escutares! Não haverá deuses estranhos em teu meio nem adoração a ídolos. EU sou Hashém, teu Deus, que te fez subir da terra do Egito; abre bem a tua boca (exponha todos os teus desejos) e EU os concederei. Mas o MEU povo não ouviu a MINHA voz, e Israel não ME quis (escutar). Assim, deixei-os seguir segundo a obstinação dos seus corações, para que atendessem seus próprios conselhos. Ah, se ME escutasse o MEU povo, se Israel trilhasse MEUS caminhos! Num instante EU abateria os seus inimigos, e contra os seus adversários alçaria MINHA mão.” Os inimigos de Israel que odeiam Hashém murchariam diante DELE, e seu castigo duraria para sempre (ie., e essa época de bênção para Israel seria para sempre). Mas a Israel ELE nutriria com o melhor dos alimentos, e com o mel que emana da rocha o saciaria.(*
* Tehilím/Salmos 81)
Hashém (foi QUEM) escolheu (os filhos de) Israel para SI, (o povo de) Israel como SEU tesouro entre todos os povos.(*) Salva-os, Hashém, nosso Deus; junta os filhos de Israel dentre as nações, para que possam dar graças a TEU santo NOME e glorificar em TEU louvor. Bendito és Hashém, O Deus de Israel, por toda a eternidade; e que todo o povo diga: Amên, louvem Hashém!(**) Bendito és Hashém de Tsión, que mora em Yerushaláyim; louvem Hashém!(***) Bendito és Hashém Deus, O Deus de Israel, que faz maravilhas sozinho. Bendito és SEU glorioso NOME para sempre, e que toda a terra se encha de SUA glória. Amên e Amên.(****
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[15] SEXTA
(Os Levitas costumavam cantar, de manhã, este Salmo no Bêt Hamicdásh em Yerushaláyim)
(Salmo de Moshé. Na era messiânica, todos declararão: ) Hashém é REI; (pois) ELE vestiu-SE de majestade; sim, Hashém vestiu-SE, cingiu-SE de força e majestade (e as nações reconheceram que ELE estabeleceu o universo). Firme e inabalado está o mundo por ELE criado. Firme está o TEU trono desde a mais remota antiguidade; TU és eterno (sem começo nem fim). Os rios elevaram, ó Hashém, os rios elevaram a voz de suas águas fragorosas. Acima, porém, do bramido das águas mais volumosas, acima do quebrado das vagas do mar, está Hashém, que é poderoso nas alturas! Fidelíssimos são os TEUS testemunhos; santidade embelezará TUA Casa (o Bêt Hamicdásh – Templo Sagrado), ó Hashém, agora e para todo o sempre.(*
* Tehilím/Salmos 93)
Hashém (foi QUEM) escolheu (os filhos de) Israel para SI, (o povo de) Israel como SEU tesouro entre todos os povos.(*) Salva-os, Hashém, nosso Deus; junta os filhos de Israel dentre as nações, para que possam dar graças a TEU santo NOME e glorificar em TEU louvor. Bendito és Hashém, O Deus de Israel, por toda a eternidade; e que todo o povo diga: Amên, louvem Hashém!(**) Bendito és Hashém de Tsión, que mora em Yerushaláyim; louvem Hashém!(***) Bendito és Hashém Deus, O Deus de Israel, que faz maravilhas sozinho. Bendito és SEU glorioso NOME para sempre, e que toda a terra se encha de SUA glória. Amên e Amên.(****
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[16] SÁBADO
(Os Levitas costumavam cantar, de manhã, este Salmo no Bêt Hamicdásh em Yerushaláyim)
Um Salmo (de Moshé). Um cântico para (os Levitas entoarem aos sábados,) o Sétimo Dia. É bom louvar Hashém e cantar louvores ao TEU NOME, ó ALTÍSSIMO! Proclamar TUA bondade toda manhã e TUA fidelidade todas as noites com uma variedade de instrumentos e com cântico. Pois TU, ó Hashém, me alegraste com TEUS feitos; com as obras das TUAS mãos me regozijarei. Quão magníficas elas são, ó Hashém, e quão insondáveis são TEUS pensamentos! Um insensato não sabe e um tolo não entende que quando os iníquos brotam como erva e os malévolos florescem (ie., quando pessoas más prosperam), é para serem destruídos para sempre. Porém TU, Hashém, permaneces eternamente exaltado, pois eis que TEUS inimigos, Hashém, pois eis que, certamente, TEUS inimigos perecerão, e todos os que praticam iniquidades desaparecerão. Exaltaste minha força como a dos chifres do (animal) “rem” e me ungiste com óleo puro (ie., e me abençoaste com grande prazer: ) Meus olhos viram a queda de meus inimigos, e meus ouvidos escutaram (a condenação) dos malfeitores que se levantam contra mim. Os justos, porém, florescerão como palmeiras e crescerão como os cedros no Líbano. Plantados na Casa de Hashém (o Bêt Hamicdásh – Templo Sagrado), florescerão nos átrios do nosso Deus. Mesmo na velhice serão vigorosos e fortes (em sua aderência à Torá e suas mitsvót) e produzirão frutos (ie., prosperarão) para declarar que Hashém é íntegro; minha FORTALEZA, em QUEM não há nenhuma falha.(*
* Tehilím/Salmos 92)
Hashém (foi QUEM) escolheu (os filhos de) Israel para SI, (o povo de) Israel como SEU tesouro entre todos os povos.(*) Salva-os, Hashém, nosso Deus; junta os filhos de Israel dentre as nações, para que possam dar graças a TEU santo NOME e glorificar em TEU louvor. Bendito és Hashém, O Deus de Israel, por toda a eternidade; e que todo o povo diga: Amên, louvem Hashém!(**) Bendito és Hashém de Tsión, que mora em Yerushaláyim; louvem Hashém!(***) Bendito és Hashém Deus, O Deus de Israel, que faz maravilhas sozinho. Bendito és SEU glorioso NOME para sempre, e que toda a terra se encha de SUA glória. Amên e Amên.(****
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● Bênçãos no Decorrer do Dia
17 → Bênção do Lar
Nesta casa haverá abundantes bênçãos dos Céus. Amor, saúde, alegria e regozijo nela habitarão, prosperidade e sucesso sempre estarão presentes. Deus a abençoará e a guardará, iluminará com SUA luz seus recintos e sobre seu(s) habitante(s) reinará a paz.
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18 → Bênção do Trabalho
Nesta porta o sucesso está garantido. Nesta entrada haverá prosperidade e sustento. Nesta atividade recairá a bênção. Neste recanto repousará a Presença Divina. Neste local fluirão bênção e paz.
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Atenção
Em uma refeição com várias bênçãos (por exemplo: um prato com arroz, mistura, verdura ou legume), deve-se recitar integralmente cada bênção sobre o seu respectivo alimento e/ou bebida provando-o logo em seguida. A ordem das bênçãos segue a ordem dos alimentos que se deseja consumir.
19 → Antes de comer pão
Bendito és TU, Hashém, nosso Deus, Rei do universo, que faz sair o pão da terra.
(Esta bênção exclui qualquer outra bênção de qualquer alimento ou bebida que for ser consumido junto com o pão (exceto a bênção do vinho ou suco de uva). Além disso, em qualquer refeição em que o pão for incluído, recita-se apenas esta bênção.)
20 → ¹Ao aspirar o cheiro de fragrâncias diversas (cravo, canela, pó de café, temperos, perfumes)
Bendito és TU, Hashém, nosso Deus, Rei do universo, que cria diferentes tipos de especiarias.
21 → Antes de comer arroz, macarrão, bolo, torta, cereais, bolinhos e biscoitos
Bendito és TU, Hashém, nosso Deus, Rei do universo, que cria diversas espécies de alimentos.
22 → ¹Antes de alimentos como chocolate, carne, peixe, ovo, queijo, gelatina, sorvete, mel, doces etc.
Bendito és TU, Hashém, nosso Deus, Rei do universo, por cuja palavra tudo veio a existir.
23 → Ao aspirar o cheiro de plantas condimentares ou “cheiros-verdes” (salsinha, cebolinha, coentro, hortelã, manjericão, orégano etc.)
Bendito és TU, Hashém, nosso Deus, Rei do universo, que cria ervas aromáticas.
24 → Antes de qualquer tipo de bebida (água, leite, suco, chá, café etc.) exceto vinho e suco de uva
Bendito és TU, Hashém, nosso Deus, Rei do universo, por cuja palavra tudo veio a existir.
25 → Antes de beber vinho ou suco de uva
Bendito és TU, Hashém, nosso Deus, Rei do universo, que cria o fruto da vinha.
26 → Ao aspirar o cheiro de uma fruta
Bendito és TU, Hashém, nosso Deus, Rei do universo, que deu boa fragrância às frutas.
27 → Ao aspirar o cheiro de rosas ou de árvores ou de uma flor ou folha que cresce num pé ou árvore
Bendito és TU, Hashém, nosso Deus, Rei do universo, que cria árvores aromáticas.
28 → Antes de comer de todas as frutas que crescem em árvores
Bendito és TU, Hashém, nosso Deus, Rei do universo, que cria o fruto da árvore.
29 → Antes de comer produtos que crescem diretamente da terra
verduras;
legumes;
raízes (cenoura, beterraba etc.);
leguminosas (feijão, ervilha, milho, soja, amendoim etc.);
mandioca e batatas;
as frutas: banana, melão, melancia, abacaxi, morango, mamão e papaia;
e, Pipoca
Bendito és TU, Hashém, nosso Deus, Rei do universo, que cria o fruto da terra.
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30a → Bênção longa para após as refeições (almoço/janta) quando comer pão ou algo feito com farinha durante a refeição
Bendito és TU, Hashém, nosso Deus, Rei do universo, que alimenta o mundo inteiro com a SUA bondade, com graça, benevolência e com misericórdia; ELE dá alimento a toda carne, pois a SUA benevolência dura para sempre. Pela SUA grande bondade, que está sempre conosco, nunca nos falta e que não nos falte alimento para todo o sempre, por SEU grande NOME. Pois ELE é um Deus bondoso que nutre e sustenta a todos e faz bem a todos e providencia alimento para todas as SUAS criaturas as quais criou. Como está dito: “TU abres a mão e satisfazes toda coisa viva com favor.” Bendito és TU, Hashém, que provê alimento a todos.
Que O MISERICORDIOSO reine sobre nós para todo o sempre. Que O MISERICORDIOSO seja bendito no céu e na terra. Que O MISERICORDIOSO envie uma bênção abundante a esta casa e sobre esta mesa na qual comemos. Que O MISERICORDIOSO abençoe o Rebe, nosso mestre. Que O MISERICORDIOSO abençoe meu pai, e minha mãe, a eles, seu lar, seus filhos e tudo que é seu; a nós e a tudo o que é nosso. Que O MISERICORDIOSO nos conceda o privilégio de alcançar os dias de Mashíach e a vida do Mundo Vindouro.
30b → OU Bênção mais curta para refeições (almoço/janta) quando não comer pão ou algo feito com farinha durante a refeição
Bendito és TU, Hashém, nosso Deus, Rei do universo, que por SUA generosidade nós comemos e graças à SUA bondade nós vivemos.
Que O MISERICORDIOSO reine sobre nós para todo o sempre. Que O MISERICORDIOSO seja bendito no céu e na terra. Que O MISERICORDIOSO envie uma bênção abundante a esta casa e sobre esta mesa na qual comemos. Que O MISERICORDIOSO abençoe o Rebe, nosso mestre. Que O MISERICORDIOSO abençoe meu pai, e minha mãe, a eles, seu lar, seus filhos e tudo que é seu; a nós e a tudo o que é nosso. Que O MISERICORDIOSO nos conceda o privilégio de alcançar os dias de Mashíach e a vida do Mundo Vindouro.
31 → Bênção curta para após cafés (manhã, tarde ou noite) e lanches
Bendito és TU, Hashém, nosso Deus, Rei do universo, que por SUA generosidade nós comemos e graças à SUA bondade nós vivemos.
(Essa berachá foi ensinada por Avrahám (Abraão).)
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>>> Em seu livro Mishnê Torá, em Berachót capítulo 10, Halachá (Lei Judaica) 1, Maimônides, ou Rambám – Rabino Moshê ben Maimón, 1135-1204 –, explica que os Sábios instituíram outras bênçãos e muitas outras declarações que não começam ou terminam com a frase: “Bendito és TU, …, nosso Deus, Rei do universo.” Tratam-se de todas as bênçãos a seguir. Entretanto, ao mesmo tempo, no capítulo 1, Halachót 3 e 4, o próprio Maimônides explica, exatamente sobre estas bênçãos, que os Sábios instituíram muitas bênçãos como expressões de louvor e reconhecimento de Deus para que as pessoas sempre se lembrem do CRIADOR independentemente de se virão a receber algum benefício (de tais situações) – como recebem, por exemplo, de se alimentarem –, ou de se virão a cumprir uma mitsvá (mandamento divino). “Assim, todas as bênçãos podem ser divididas em três categorias: a) bênçãos sobre o benefício [uma vantagem ou lucro obtido de alguma coisa]; b) bênçãos sobre mitsvót (mandamentos divinos); c) bênçãos recitadas como expressões de louvor e graças a Deus, para que em todos os momentos nos lembremos do CRIADOR e temamo-LO.” É por isso que Maimônides transcreve a cada uma delas com ‘Bendito és TU, …, nosso Deus, Rei do universo’, porque, para ele, mesmo uma bênção curta tem de começar ou terminar com “uma expressão de louvor e reconhecimento do Santo, Bendito seja.” <<<<
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32 → ¹Ao ver belas e bem formadas criações ou árvores de aspecto agradável
Bendito és TU, Hashém, nosso Deus, Rei do universo, cujo mundo é assim mesmo.
33 → Em agradecimento por qualquer coisa nova ou por alguma alegria, como: comprar uma roupa nova, receber um presente importante ou fazer uma compra importante para usufruto individual, e, rever um amigo ou um parente a quem não se via há 30 dias
Bendito és TU, Hashém, nosso Deus, Rei do universo, que nos deu vida e nos manteve e nos possibilitou chegar a esta ocasião.
34 → Quando se põe roupas novas pela primeira vez
Bendito és TU, Hashém, nosso Deus, Rei do universo, que veste os desnudos.
35 → ¹Ao escutar boas notícias, relativas a si próprio ou aos outros, e, em agradecimento por alguma alegria, como: receber um presente importante ou fazer uma compra importante para usufruto coletivo (mais de uma pessoa: casal, família, etc.)
Bendito és TU, Hashém, nosso Deus, Rei do universo, que é bom e faz o bem.
36 → Ao escutar más notícias, Deus nos livre
Bendito és TU, Hashém, nosso Deus, Rei do universo, o verdadeiro Juiz.
37 → Antes de se submeter a qualquer tratamento ou operação médica ou antes de tomar medicamentos
Que seja TUA vontade que este tratamento traga cura.
38 → ¹Ao ver relâmpagos ou um fenômeno astronômico
(Esta bênção deve ser recitada somente uma vez ao dia, e imediatamente após o testemunho do fenômeno.)
Bendito és TU, Hashém, nosso Deus, Rei do universo, que renova a obra da Criação.
(Se você ver relâmpagos e ouvir trovões simultaneamente, recite apenas esta bênção.)
(Observação: Nenhuma bênção é recitada ao ver um eclipse.)
39 → Ao escutar um trovão ou ver/sentir um terremoto
(Esta bênção deve ser recitada somente uma vez ao dia, e imediatamente após o testemunho do fenômeno.)
Bendito és TU, Hashém, nosso Deus, Rei do universo, cujo poder e força preenchem o mundo.
40 → ¹Ao ver mares, rios, desertos e altas montanhas
Bendito és TU, Hashém, nosso Deus, Rei do universo, que renova a obra da Criação.
(Observação: Nenhuma bênção é recitada ao ver uma cachoeira.)
41 → Ao ver um oceano
Bendito és TU, Hashém, nosso Deus, Rei do universo, que cria o oceano.
42 → Ao ver um arco-íris
Bendito és TU, Hashém, nosso Deus, Rei do universo, que recorda o Pacto (com Nôach), é fiel ao SEU Pacto, e guarda SUA promessa.
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>>>> Se você deseja bendizer Deus por qualquer coisa pela qual você se sente grato mas você tem dúvidas sobre qual bênção utilizar, recite a bênção mais geral naquele aspecto¹ e NÃO pronuncie o(s) NOME(S) de Deus e nem o SEU Reinado (a bênção fica assim:
Bendito és TU que…..). <<<<
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● Orações no Decorrer do Dia
43 → Meditação
“E David bendisse Hashém, e David disse: “São TEUS, Hashém, a eternidade e a majestade, e tudo o que existe nos céus e na terra; Hashém, TEU é o reinado, e TU és exaltado acima de tudo. A riqueza e a honra procedem de TI, e TU governas sobre tudo. E agora, nosso Deus, rendemos-TE graças e louvores ao TEU glorioso NOME.” [Divrê Hayamím I/1 Crônicas 29:10-13] Somente TU és Hashém; TU fizeste os céus, os céus dos céus, e todas suas hostes, a terra e tudo o que há nela; os mares e tudo o que há neles; TU dás vida a todos eles. Não temos outro REI, além de TI, DEUS de todas as coisas criadas, AMO de todos os acontecimentos. Hashém, TU livraste TEU povo Israel do Egito, os redimiste da casa da escravidão; TU, Hashém, nunca os abandonarás. Nosso REI, O GRANDE e SANTO REI, no céu e na terra, do mundo mais elevado ao mais baixo, TU és DEUS, Hashém, O Deus Todopoderoso, CRIADOR de todas as almas, MESTRE de todas as criaturas; TU és o único REI, a Vida de (todos) os mundos. Que todas SUAS criaturas glorifiquem e abençoem o Deus Todopoderoso; que rendam louvor, honra, grandeza e glória ao Deus Todopoderoso, O REI, CRIADOR de tudo. ELE cria seres sagrados – anjos servidores. Todos eles são amados, todos são puros, todos são sagrados, e todos realizam a vontade de seu CRIADOR, com temor e reverência◆. E todos eles abrem suas bocas em santidade e pureza, e abençoam e adoram, glorificam e reverenciam, santificam e atribuem soberania ao NOME de Deus Todopoderoso; eles cantam louvores ao REI, O Deus vivo e eterno, que em SUA bondade renova a cada dia, continuamente, a obra da criação.”*
◆ O Sidúr Sucat David Edição Mekor Haim explica que: “Não há nem inveja nem ressentimento entre eles.” E que: “Nada pode impedi-los de cumprir a vontade Divina.”
* Sidúr
“Rendei a Hashém a glória devida ao SEU NOME; prostrai-vos ante Hashém que é pleno de esplendor e santidade.”*
* Tehilím/Salmos 29:2
“Ó Hashém, nosso MESTRE, quão poderoso é o Teu NOME em toda a terra!”*
* Tehilím/Salmos 8:10
“Quão preciosa é a TUA benignidade, ó Deus; à sombra das TUAS asas se refugiam os homens. Pois de TI provém a fonte da vida e de TUA luz recebemos luz.”*
*Tehilím/Salmos 36:8, 10
“Ó Hashém, meu Deus, em TI eu busco refúgio … . Hashém julgará as nações … . Faz chegar ao fim o mal dos ímpios, e dá firmeza ao justo, TU que perscrutas as emoções e pensamentos de cada um, ó Deus justo.”*
* Tehilím/Salmos 7:2, 9-10
“E Deus disse: Este (arco-íris) é o sinal da aliança que EU faço entre MIM e vós, e entre toda alma viva que esteja convosco, para perpétuas gerações.”*
* Bereshít/Gênesis 9:12
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44 → Oração para ser recitada antes do estudo da Torá
(Das partes da Torá pertinentes aos Bnei Noach)
(Extraída do Sidúr)
Bendito és TU, Hashém, nosso Deus, Rei do universo, que escolheu Israel dentre todas as nações e lhes deu Sua Torá. Pois de Tsión sairá a Torá, e a Palavra de Hashém de Yerushaláyim. Bendito é AQUELE que em Sua santidade deu a Torá para Seu povo Israel. Eu não deposito minha confiança no ser humano, nem tampouco me apóio em um ser criado (anjo, espírito), mas somente em Deus que está no mais elevado céu dos céus (isto é, que se encontra além – muito acima – até mesmo das criaturas celestiais mais elevadas), Hashém, que é O Verdadeiro Deus, cuja Torá é A Verdade e cujos profetas são Profetas da Verdade, e que realiza numerosos atos de bondade e verdade. NELE eu deposito minha confiança, e a SEU Santo e Glorioso NOME pronuncio louvores. Que ELE ajude, proteja e salve todos que confiam NELE.
Recorda-me para uma vida longa, para uma vida boa e pacífica, bom sustento e meios de subsistência, alimento para comer e roupas para vestir, riqueza, honra e longevidade (na qual esteja ocupado) com TUA Palavra, A Torá, e com Tuas Mitsvót Universais. E outorga-nos nossa porção na Tua Torá das Sete Mitsvót. Concede cura total a todas as nossas dores, e abençoa toda a obra de nossas mãos. Promulga sobre nós Bnei Noach e sobre o Teu povo Israel decretos favoráveis, salvações e consolos; anula todos os decretos severos e malignos contra nós; e direciona o coração do governo, seus conselheiros e ministros, favoravelmente em relação a nós. Assim seja a TUA vontade.
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45 → Aceitação Verbal da Unidade e Majestade de Deus
(Oração composta pelo Rabi Dr. Jacob Immanuel Schochet (Chabad), primeiro rabino supervisor da asknoah.org)
Antes, recite:
Nosso PAI, PAI misericordioso que é compassivo, tem piedade de nós, e concede ao nosso coração entendimento para compreender e discernir, perceber, aprender e ensinar, observar, praticar e cumprir TUA vontade com amor. Ilumine nossos olhos em TUA sabedoria [a Torá], faça com que nossos corações se apeguem aos TEUS Sete Mandamentos, e una nossos corações para amar e temer TEU NOME, e que jamais nos envergonhemos, desonremos ou tropecemos. Por confiarmos no TEU santo, grande e assombroso NOME, podemos nos regozijar e exultar na TUA salvação. Hashém, nosso Deus, que TUA misericórdia e TUA abundante bondade nunca, nunca nos abandonem.
Deus Todopoderoso, aceitamos o que está escrito em TUA Palavra, A Torá: “E saberás hoje, e considerarás no teu coração, que Hashém – ELE é O Deus, em cima nos céus e embaixo na terra; não há nenhum outro.”(*) Aceitamos os preceitos de: “Amarás Hashém, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas posses”(◆); e “temerás Teu Deus, servirás ELE e jurarás (somente) pelo SEU NOME”(□); e “teme Deus e guarda SEUS mandamentos, pois nisto consiste todo o dever do homem.”(▲
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46 → Alênu
(Extraída do Sidúr)
É nosso dever louvar o SENHOR de tudo, atribuir grandeza ao CRIADOR de toda existência; que não nos tem feito como as outras pessoas das nações, nem nos tem causado ser iguais às outras famílias da terra; que não tem determinado nossa porção como a deles, nem nosso quinhão como aquele das suas multidões, pois eles se prostram à futilidade e à nulidade. Mas nós nos curvamos, nos ajoelhamos e oferecemos louvores diante do SUPREMO REI dos Reis, O SANTO, bendito seja, que expande os céus e estabelece a terra, cujo assento de glória está nos céus acima e cuja majestosa moradia encontra-se nas alturas sublimes. ELE é nosso Deus; não há nenhum outro. Em verdade, ELE é nosso REI, nada há além DELE, como está escrito em SUA Torá [em Devarím/Deuteronômio 4:39]: “Saiba, pois, este dia e leve ao teu coração, que Hashém é Deus; nos céus acima e sobre a terra abaixo, não há nenhum outro.”
TU tens TE mostrado para que se saiba que Hashém é O Deus; não há mais nada além DELE. Ouve, Israel, Hashém é nosso Deus, Hashém é Um Só. Pois os céus e o céu dos céus pertencem a Hashém, seu Deus, a terra e tudo que ela contém. Pois Hashém seu Deus é o Deus dos seres superiores e o SENHOR das hostes celestiais, o grande, o poderoso e o reverencialmente temido Deus, que não favorece nem aceita suborno. Quando proclamo o NOME de Hashém, atribuam grandeza ao nosso Deus. Que o NOME de Hashém seja abençoado desde agora para toda a eternidade.
E portanto nós aspiramos a TI, Hashém, nosso Deus, ver em breve o esplendor do TEU poder, para banir idolatria da terra – e os deuses falsos serão totalmente destruídos; para aperfeiçoar o mundo sob a soberania do Todopoderoso. Toda a humanidade invocará o TEU NOME, e retornarão a TI todos os ímpios da terra. Então todos os habitantes do mundo reconhecerão e saberão que diante de TI deve ajoelhar-se todo joelho, e toda língua deve jurar (por TEU NOME). Perante TI, Hashém, nosso Deus, eles curvar-se-ão e prostrar-se-ão e darão honra à glória do TEU NOME; e todos assumirão sobre si o jugo do TEU reinado. Que em breve TU reines sobre eles, para todo o sempre, pois a realeza é TUA e por toda a eternidade TU reinarás gloriosamente, conforme está escrito na TUA Torá [em Shemót/Êxodo 15:18]: “Hashém reinará para sempre.”
E está dito [em Bamidbár/Números 23:21]: “ELE não olha a iniquidade em Yaacóv nem vê a perversidade em Israel: Hashém seu Deus está com ele e o amor do REI está nele.” E está dito [em Devarím/Deuteronômio 33:5]: “E Hashém foi REI em Yeshurún (Israel) quando os líderes do povo se reuniram e as tribos de Israel se uniram.” E em TUAS sagradas Escrituras está escrito assim [em Tehilím/Salmos 22:29]: “Pois a soberania é só de Hashém, e ELE governa sobre todas as nações.” E está dito [em Tehilím/Salmos 93:1]: “Hashém é REI; ELE vestiu-SE de majestade; sim, Hashém vestiu-SE, cingiu-SE de força e majestade; também estabeleceu o mundo firmemente para que este não vacile.” E está dito [em Tehilím/Salmos 24:7-10]: “Ergam, portões, seus batentes, e sejam erguidas, eternas portas, para que o glorioso REI possa entrar. Quem é o glorioso REI? Hashém, forte e poderoso; Hashém, poderoso na batalha. Ergam, portões, seus batentes; ergam-nas, eternas portas, para que o glorioso REI possa entrar. Quem é o glorioso REI? Hashém Mestre das legiões, ELE é o glorioso REI por toda a eternidade.”
E por TEUS servos, os Profetas, está escrito o seguinte [em Yeshayáhu/Isaías 44:6]: “Assim disse Hashém, o REI de Israel e seu Redentor, Hashém Mestre das legiões: EU sou o primeiro e EU sou o último, e além de MIM não há Deus.” E está dito [em Ovadiá/Obadias 1:21]: “Salvadores subirão ao Monte Tsión para julgar o monte de Essáv, e de Hashém será o reinado.” E está dito [em Zechariá/Zacarias 14:9]: “Hashém será REI sobre toda a terra; nesse dia Hashém será Um e o SEU NOME Um.” E em TUA Torá está escrito assim [em Devarím/Deuteronômio 6:4]: “Ouve Israel, Hashém é nosso Deus, Hashém é Um Só.”
Nosso Deus, reina sobre o mundo inteiro em TUA glória, sê exaltado sobre toda a terra em TEU esplendor, e revela-TE na majestade de TEU glorioso poder sobre todos os habitantes de TEU mundo terrestre. Que tudo o que foi feito saiba que TU o fizeste; tudo o que foi criado compreenda que TU o criaste; e declare todo aquele que possua alento (de vida) em suas narinas que Hashém, Deus de Israel, é REI, e SEU reinado tem domínio sobre tudo. Purifica nosso coração para servir-TE com sinceridade, pois TU és o verdadeiro Deus, e TUA palavra, nosso REI, é verdadeira e perdura para sempre.
Decerto, os justos exaltarão TEU NOME; os corretos residirão na TUA presença.
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47 → Ên k’Elohênu
(Extraída do Sidúr)
Confia em Hashém, sê forte e encoraja teu coração, e confia em Hashém. Ninguém é santo como Hashém, pois não há ninguém além de TI; nem há ninguém tão poderoso como nosso Deus. Pois quem é Deus, a não ser Hashém, e quem é poderoso além do nosso Deus?
Não há [ninguém] como o nosso Deus; não há [ninguém] como o nosso Senhor; não há [ninguém] como o nosso Rei; não há [ninguém] como o nosso Salvador. Quem é como o nosso Deus? Quem é como o nosso Senhor? Quem é como o nosso Rei? Quem é como o nosso Salvador? (Reconheçamos e) agradeçamos ao nosso Deus; (reconheçamos e) agradeçamos ao nosso Senhor; (reconheçamos e) agradeçamos ao nosso Rei; (reconheçamos e) agradeçamos ao nosso Salvador. Bendito é o nosso Deus; bendito é o nosso Senhor; bendito é o nosso Rei; bendito é o nosso Salvador. TU és o nosso Deus; TU és o nosso Senhor; TU és o nosso Rei; TU és o nosso Salvador; TU nos salvarás. TU TE levantarás e terás piedade de Tsión, pois é hora de ser misericordioso com ela; chegou a hora estabelecida.
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48 → Oração pela Saúde
Ó, RIBONÔ SHEL OLÁM — MESTRE do universo, por TUA infinita misericórdia concede força, saúde, vigor, energia e plena capacidade para todos os nossos órgãos para que funcionem adequadamente, a fim de que nem uma doença ou dor possa nos afligir. Então, com alegria e felicidade, melhor TE serviremos. Prolonga nossos dias e faz com que sejam todos bons e felizes. Guarda-nos sob a sombra de TUAS [simbólicas] asas, a nós (isto é, a todos os que observam a Torá das Sete Leis) e à nossa família, para que não sejamos atingidos por mal desígnio algum. Que possamos, confiantes e revigorados por TI, cumprirmos a missão que tenhas nos determinado. Que esta seja a TUA vontade.
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49 → Oração pela Paz
(Extraída do Sidúr)
Concede a paz, bondade e bênção, vida, graça, benevolência e misericórdia, sobre nós Bnei Nôach e sobre todo TEU povo Israel. Abençoa-nos, nosso PAI, a todos nós como um, com a luz do TEU semblante. Pois com a luz do TEU semblante nos deste, Hashém, nosso Deus, a Torá das Sete Mitsvót, vida, amor, bondade, retidão, misericórdia, bênção e paz. E que todos os seres vivos TE agradeçam para sempre e louvem TEU grande NOME eternamente, pois TU és bom. Deus, TU és nossa salvação e ajuda perpétua, ó Deus benevolente. Bendito és TU, Hashém, “[Deus] Benéfico” é TEU NOME e a TI é adequado agradecer. “E orientará as causas entre as nações e ensinará aos povos que eles deverão transformar suas espadas em arados e suas lanças em foices, para que povo algum erga contra outro sua espada, e eles não farão a guerra nunca mais.”(*) Bendito és TU, Hashém, QUEM faz a paz.
(* Yeshayáhu/Isaías 2:4)
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50 → Oração pelos Pais
Que O DEUS que abençoou Nôach e sua família, abençoe meu pai (nome) e minha mãe (nome). Que o Rei do universo conceda a eles uma vida longa, paz, amplo sustento, ajuda celestial, saúde corporal, riqueza e honra, e uma vida imbuída do amor de TUA Torá das Sete Mitsvót. Que seja a TUA vontade cumprir os desejos dos seus corações, porque eles são os pilares do nosso lar.
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51 → Bênção para os Filhos
(Ao recitar a bênção, normalmente o pai (ou o pai e a mãe) coloca uma mão, a direita, sobre a cabeça de seu(s) filho(s) e diz)
Que Hashém te abençoe (materialmente) e te guarde (fisicamente). Que Hashém faça resplandecer SEU semblante ( — i.e., a luz da Torá —) sobre ti (para o crescimento espiritual) e seja gracioso contigo. Que Hashém volte SEU semblante para ti (com clemência) e te conceda a paz. Que o/a (nome do/a filho/a) ande com Hashém entre os justos das nações agora e para sempre.
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52 → Oração pelos Filhos
Deus de amor, haverá algo mais precioso do que nossos filhos? Existirá algum tesouro mais amado, mais puro do que essas almas queridas que trouxemos ao mundo? Ajuda-me a orientá-los corretamente, Hashém, meu Deus, e faze com que aceitem minha orientação. Ajuda (o/a nome do/a filho/a) a viverem suas vidas com fé, sabedoria e verdade.
(— N.B., L.M.)
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53 → Shalom Bait — Harmonia no Lar
Seja a TUA vontade, Hashém, nosso Deus, dar-nos de Tuas bênçãos, e cuidar de nosso amor. Põe em nossos corações a capacidade de vivermos unidos e em paz. Seja a TUA vontade que nossa união se eleve em beleza; que seja uma união de amor, companheirismo, paz e harmonia. Uma união sagrada e exitosa, plena de TUA bênção. Que saibamos nos tratar com humildade e paciência, sem altivez. Seja a TUA vontade, Deus, purificar-nos e consagrar-nos, e fazer-nos merecedores de cumprir TUA vontade todos os dias de nossa vida em conjunto. E bendiz-nos com todas TUAS bênçãos, porque TU és a fonte de toda bênção.
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54 → Oração por uma pessoa enferma
Nas mãos de Hashém estão a força e o poder para curar todas as doenças de todas as pessoas.
Que AQUELE que abençoou nosso pai Nôach e sua família, cure a pessoa enferma (menciona-se o nome da pessoa) filho/a de (menciona-se o nome do pai* da pessoa, ou se não souber, menciona-se Nôach*). Que o Santo, bendito seja, apiede-SE dele/a para restabelecer sua saúde e o/a cure, o/a fortaleça e lhe dê vigor. E que ELE SE apresse a enviar-lhe uma total recuperação a todas as partes de seu corpo e veias – entre as demais pessoas enfermas da humanidade e do TEU Povo Israel – cura de espírito e cura do corpo.
* Se estiver orando por um não-judeu. (Ou seja, para um gentio é que se menciona o nome do pai, ou caso não saiba, usa-se Nôach ou Noé). Se orar por um judeu ou judia, mencione o nome da pessoa filho/a de mencione o nome da mãe da pessoa, ou se não souber, menciona-se Sara.
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55 → Oração por um recém-nascido noaíta
Que AQUELE que abençoou Nôach e sua família, abençoe a mulher que deu à luz (menciona-se o nome dela), junto com o/a filho/a dela que acaba de nascer (menciona-se o nome do/da recém-nascido/a). Que criem-no/na para A TUA Palavra, A Torá das Sete Mitsvót, o matrimônio e as boas ações.
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56 → Prece De Viagens (Tefilát Hadêrech)
(Extraída do Sidúr)
(Para quando saímos da cidade.)
Que seja Tua vontade, Hashém, nosso Deus, conduzir-nos em paz, guiar nossos passos em paz, dirigir-nos em paz, apoiar-nos em paz e nos fazer chegar a nosso destino com vida, alegria e paz.
(Tendo em mente retornar neste mesmo dia, acrescente: e fazer-nos retornar em paz.)
Salva-nos das mãos de todo tipo de adversário e inimigo que nos espreita, de ladrões e animais selvagens pelo caminho, e de todos os tipos de calamidades que possam advir e afligir o mundo. Envia uma bênção sobre todas nossas ações e concede-me graça, bondade e misericórdia em TEUS olhos e nos olhos de todos aqueles que nos vêem, e conceda-nos abundante benevolência. Ouça a voz de nossa prece, pois TU ouves a oração de cada um. Bendito és TU, Hashém, que ouve a prece.
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57 → Oração Para Um Pedido Especial
Deus, REI do universo, que tem me dado vida, saúde, família, amigos e potencial para desenvolver-me como ser humano — para crescer espiritualmente e aproximar-me de TI, por favor, conceda-me (faça aqui todos os seus pedidos). Bendito és TU, Hashém, por isto e por tudo o que TU tens me dado.
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58 → Oração de Gratidão para Hashém
Deus amado, todo o bem que eu possa fazer neste mundo jamais se igualará ao bem que TU tens feito por mim. Nenhum dos meus atos de bondade jamais poderá se igualar a toda a bondade que TU tens demonstrado por mim. Mesmo toda a gratidão que eu possa sentir jamais será suficiente para expressar meu reconhecimento e minha gratidão a TI, Hashém, meu Deus.
(— N.B., L.M.)
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59 → A Oração Devota ou A Oração de Devoção dos Noaítas
(Nome alternativo: “Amidá” Noaítica)
(Contendo a base do modelo fornecido pelo Rabi Dr. Jacob Immanuel Schochet (Chabad), primeiro rabino supervisor da asknoah.org)
(Veja também Amidá judaica não deve ser recitada por Bnei Noach em:
“Hashém, abre meus lábios e minha boca dirá o TEU louvor.”(*
* Tehilím/Salmos 51:17)
Bendito és TU, Hashém, nosso Deus, Criador dos céus e da terra, que outorga generosas bondades. “Agradeçam a Hashém, pois ELE é bom, pois SUA bondade é eterna. Que o Povo de Israel declare que SUA bondade é eterna. Que aqueles que temem Hashém declarem que SUA bondade é eterna. Na angústia eu clamei a Hashém e Hashém me ouviu e me livrou das dificuldades. Hashém está comigo, por isso nada temerei; o que me pode fazer o ser humano? Hashém está comigo através daqueles que me ajudam, por isso posso enfrentar meus adversários. É melhor contar com Hashém do que confiar nos seres humanos. É melhor contar com Hashém do que confiar nos nobres. Hashém é minha força e meu cântico e ELE tem sido uma ajuda para mim. Quero agradecer-TE porque TU me escutaste, e TU tens sido minha salvação. Agradeçam a Hashém, pois ELE é bom, pois SUA bondade é eterna.”(*
* Tehilím/Salmos 118:1-9, 14, 21, 29)
Muito melhor é adquirir sabedoria que ouro! Melhor é buscar compreensão que acumular prata!(*) Concede-nos, graciosamente, de TI, sabedoria, compreensão e conhecimento. Assim diz Hashém, TEU REDENTOR, O SANTO de Israel: EU sou Hashém, teu Deus, que te ensina para que tenhas proveito, que te conduz pelo caminho que deves seguir.(**
Hashém conhece os segredos ocultos de todo ser vivo. Hashém explora todos os nossos pensamentos mais íntimos e sonda nossa mente e coração. Por tudo isto, nosso D’US, não somos tão atrevidos para declarar diante de TI que somos retos e não pecamos. Perdoa-nos, nosso PAI, pois pecamos; desculpa-nos, nosso REI, pois transgredimos. Nosso D’US, apaga e remove nossas transgressões e pecados da frente de TEUS olhos, como está escrito [em Yeshayáhu/Isaías 43:25]: “EU, somente EU, sou AQUELE que apaga tuas transgressões, por MIM; teus pecados não recordarei.”
“Abençoa Hashém (pois) ELE é QUEM perdoa todas as tuas transgressões e QUEM cura todas as tuas doenças” [Tehilím/Salmos 103:1-3]. “EU, Hashém, faço morrer e faço viver; EU firo e EU saro” [Devarím/Deuteronômio 32:39]. ‘Cura-nos, Hashém, e seremos curados, salva-nos e seremos salvos; pois TU és nosso louvor e nossa glória.’(*) Concede cura e remédio total a todas as nossas doenças, todas as nossas dores e todas as nossas feridas, pois TU, REI Todopoderoso, és AQUELE que cura, fidedigno e misericordioso.
(* Alusão à Yirmiyáhu/Jeremias 17:14)
Nosso Deus, nosso PAI, nosso PASTOR, nutre-nos, sustenta-nos, alimenta-nos e provê-nos com abundância. Hashém, nosso Deus, por favor não nos faças depender das dádivas dos mortais ou dos seus empréstimos, e sim somente de TUA mão. Que O MISERICORDIOSO providencie nosso sustento com honra.
Bendito és TU, Hashém, Deus benevolente, nosso PAI, nosso REI, nossa FORÇA, nosso CRIADOR, nosso REDENTOR, nosso FAZEDOR, nosso SANTO e de Yaacóv, nosso PASTOR e de Israel, o REI que é bondoso e faz o bem a todos, dia a dia. ELE nos fez o bem, ELE nos faz o bem, ELE nos fará o bem; ELE nos concedeu, nos concede e nos concederá sempre graça, bondade, misericórdia, alívio, salvação e êxito, bênção, redenção, consolo, subsistência e sustento, compaixão, vida, paz e todo bem; e que ELE nunca nos faça carecer de nenhum bem.
TU és Hashém Deus no céu e na terra, e no mais elevado céu dos céus. Na verdade, TU és o primeiro e TU és o último, e além de TI não há Deus. Junte os dispersos de TEU povo Israel dos quatro cantos da Terra; que toda a humanidade reconheça e saiba que somente TU és Deus sobre todos os reinos da terra. TU fizeste os céus, a terra, o mar e tudo o que há neles. Quem, dentre todas as obras de TUAS mãos, celestiais ou terrestres, pode TE dizer “O que TU estás fazendo? O que TU estás realizando?” Realiza, Hashém, nosso Deus, breve em nossos dias, o que TU asseguraste através de TEUS Profetas, como foi dito [em Zechariá/Zacarias 14:9]: “Hashém será REI sobre toda a terra; nesse dia Hashém será Um e o SEU NOME Um”; e como foi dito [em Tsefaniá/Sofonias 3:9]: “Então darei a todos os povos uma língua pura a fim de que invoquem O NOME de Hashém e O sirvam em harmonia”; e como foi dito (por Yeshayáhu ben Amóts) “a respeito de Yehudá e Yerushaláim: Irá acontecer nos dias derradeiros (acharít hayamím), que ao Monte da Casa de Hashém afluirão todos os povos. E a ele grandes nações virão e dirão: ‘Vamos, subamos a montanha de Hashém, até (o Bet Hamicdásh, a) Casa do D’US de Yaacóv! ELE nos ensinará os SEUS Caminhos e por eles seguiremos, pois de Tsión virá o ensinamento da Torá e de Yerushaláyim a Palavra de Hashém!’ Neste dia somente Hashém será exaltado. Os deuses falsos serão totalmente destruídos” [em Yeshayáhu/Isaías 2:1-3, 17-18]; e como foi dito [em Yeshayáhu/Isaías 11:9]: “Não causarão dano e nada destruirão em Meu santo Monte, porque a terra estará repleta do conhecimento de Hashém, como as águas cobrem o mar.” Através de todas as gerações proclamem o reinado de Deus, pois somente ELE é exaltado e santo. Seja o Nome de Hashém abençoado, de agora e para todo o sempre. Do levante do Sol ao seu ocaso, louvado é o Nome de Hashém. Hashém é sublime sobre todos os povos, acima dos Céus repousa SUA Glória! Ó Hashém, nosso Deus, quão poderoso é TEU NOME em todo o Universo.
Ouve nossa voz, Hashém nosso Deus, tem piedade e compaixão de nós, e aceita nossa prece com misericórdia e favor, pois TU escutas as preces de todos. “E há de suceder que, mesmo antes de eles clamarem, EU responderei e estando eles ainda falando, EU ouvirei.” Que em nossos dias a glória de Hashém seja revelada e a vejam todas as criaturas, pois assim o determinou Hashém.(*) Ó OUVINTE de prece, a TI toda carne virá (para rezar).(**
Reconhecemos com gratidão que TU és Hashém, nosso Deus, Deus de toda carne, nosso Criador e Criador de toda existência. Nós oferecemos bênçãos e graças ao TEU grande e santo NOME, pois TU nos deste vida e nos sustentaste; que TU continues a conceder-nos vida e a nos sustentar. Nós TE agradecemos, Hashém, nosso Deus, pela vida, graça e bondade que nos concedeste graciosamente e pelo alimento com o qual nos nutre e sustenta todo dia, a todo momento e a toda hora. Bendito é Deus, que é digno de agradecimentos.
“A TI, Hashém, virão as nações desde as extremidades da terra e dirão: ‘Nossos pais herdaram somente mentiras e coisas vãs em que não há proveito.’” [Yirmiyáhu/Jeremias 16:19] “Assim disse Hashém Mestre das legiões: Naqueles dias, dez homens de diferentes línguas e de todas as nações segurarão a orla das vestes do judeu, dizendo: ‘Iremos contigo, porque sabemos que Deus está contigo!’” [Zechariá/Zacarias 8:20-23] Hashém, o domínio é TEU, a força está em TUA mão (esquerda), o poder em TUA destra, e TEU NOME é reverenciado sobre tudo que TU criaste.
TU és Criador de tudo, A VIDA de todos os mundos, Deus de todas as coisas criadas, Senhor de todos os acontecimentos. Hashém em breve reinará único sobre todas as SUAS obras, no Monte Tsión, em Yerushaláim, como está escrito em TUAS sagradas Escrituras [em Tehilím/Salmos 146:10]: “Reina Hashém para sempre; teu Deus, Tsión, através de todas as gerações! Louvem Hashém!”
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[60] → VEHÚ–ELE, O MISERICORDIOSO, perdoa a iniquidade e não destrói. Frequentemente ELE retém SUA ira, não despertando toda a SUA raiva.(*) Que TU, Hashém, não retires TUA misericórdia de mim; que TUA bondade e fidelidade sempre me protejam.(**) Lembra-TE de TUAS misericórdias e de TUAS bondades, Hashém, pois elas têm existido por todo tempo.(◇) A salvação provém de Hashém; que TUA bênção esteja sobre TEU povo (Israel) para sempre.(◇◇) Hashém Mestre das legiões está conosco, O Deus de (Nôach e) Yaacóv é nossa eterna fortaleza.(¤) Hashém Mestre das legiões, feliz é o homem que confia somente em TI. (¤¤) Hashém, salva-nos! Que O REI nos responda no dia em que clamamos.(□) Salva TEU povo (Israel) e abençoa TEU patrimônio; zela por eles e exalta-os para sempre.(□□) Mostra-nos TUA benevolência, ó Hashém, e concede-nos TUA (imediata) salvação.(▲) Levanta-TE, ajuda-nos, e redime-nos por TUA bondade.(▲▲
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61 → Shemá (noaítica)
(Na oração “Shemá Yisrael” está proibido aos noaítas substituir “Israel” por “Nôach” (“Noá”).)
(O Rabi Chaim Yosef David Azulai – Rabi Azulai ou Chidá – orienta que o Shemá (o Shemá dos noaítas e não o Shemá dos judeus) seja recitado todos os dias por duas vezes, uma de manhã após levantar-se e a outra de noite antes de deitar-se para dormir.)
(Veja também Bnei Noach não recitam o Shemá por completo (como fazem os judeus) em:
(Recite em voz baixa: ) Bendito seja o Nome da glória de SEU reinado para todo o sempre.(*
* O mesmo que: “Bendito seja o Nome glorioso de D’us no Seu reino para todo o sempre.”)
E amarás Hashém, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas posses. E estas palavras que EU te ordeno hoje estarão sobre o teu coração, e as inculcarás a teus filhos, e delas falarás sentado em tua casa e andando pelo caminho, ao deitar-te e ao levantar-te.(*
* Devarím/Deuteronômio 6:4-7)
(Os Bnei Noach podem, se quiserem, prosseguir o seu Shemá, recitando:
A Torá de Hashém é completa, dando respostas para a alma sedenta; somente o testemunho de Hashém é eternamente confiável, dando conhecimento aos mais simples. Os preceitos de Hashém são justos, dando alegria ao coração; as mitsvót de Hashém são claras, iluminando os olhos. O temor de Hashém é puro e, portanto, dura para a eternidade; os julgamentos de Hashém são verdadeiros, inteiramente justos. São mais desejáveis do que o ouro e outros ornamentos, mais doces que o mel que se forma nos favos. TEU servo se esmera em cumpri-los e sei que guardá-los é o grande caminho da vida! Mas quem consegue discernir seus próprios erros? Purifica-me das faltas involuntárias que não percebo. Preserva-me também dos pecados conscientes, para que não me dominem; serei então plenamente íntegro e estarei inocente de grandes transgressões. Possam as palavras de minha boca e a prece de meu coração serem aceitas por TI, ó Hashém, minha Rocha e meu Redentor.(*
* Tehilím/Salmos 19:8-15)
Bendito sejas TU, ó Hashém, que me ensinas TEUS Preceitos. Concede-me discernimento e sabedoria, pois creio plenamente em TEUS Mandamentos. Antes de estudar TUA Torá, eu andava em erro, mas agora TUA Palavra tenho guardado. TUA Palavra (A Torá) é uma lâmpada para os meus pés e uma luz para o meu caminho. Rejeitas os que de TEUS Ensinamentos se afastam, porque vivem em mentira e falsidade. TU és meu Deus e eu TE exaltarei; meu Deus és TU e sempre TE louvarei.(*
* Tehilím/Salmos 119:12, 66-67, 105, 118; 118:28)
Louvai Hashém, ó vós, todas as nações! Louvado seja ELE por todos os povos! Porque imensa é SUA constante bondade para conosco, e para sempre durará a fidelidade de Hashém. Louvem Hashém!(*
* Tehilím/Salmos 117))
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62 → Os Treze Princípios da Torá
(Shelosh-Esrê Icarím leHatorá)
Eu creio com plena fé nos treze princípios da Torá
1.Eu creio com plena fé que O INFINITO-CRIADOR (Hashém) é O CRIADOR de toda a existência, física e espiritual. ELE é O SOBERANO de todas as coisas terrenas e celestiais. Apenas ELE fez, faz e fará tudo.
2.Eu creio com plena fé que O INFINITO-CRIADOR (Hashém) é UM e ÚNICO (não-dual). Não há unicidade igual à DELE. Apenas ELE é nosso Deus; ELE sempre existiu, existe e existirá.
3.Eu creio com plena fé que O INFINITO-CRIADOR (Hashém) está em toda parte, em todos os lugares. O INFINITO-CRIADOR (Hashém) é En Sof (O Todo-Infinito). O INFINITO-CRIADOR (Hashém) não é fisicalidade nem espiritualidade (Deus não é um ser físico nem um ser espiritual)(*). Qualidades da fisicalidade e espiritualidade não se aplicam a Deus de forma alguma. O INFINITO-CRIADOR (Hashém) não é masculino nem feminino, não é uma pessoa e não se parece com uma pessoa. Não há absolutamente nada material ou espiritual que se assemelhe a ELE.
(* Como Hashém é O CRIADOR de tudo o que é matéria e espírito, obviamente ELE não é matéria nem espírito.)
4.Eu creio com plena fé que O INFINITO-CRIADOR (Hashém) é transcendental (incognoscível) (envolve todos os mundos) e imanente (onipresente) (preenche todos os mundos).
5.Eu creio com plena fé ser adequado orar somente ao INFINITO-CRIADOR (Hashém). Não se deve rezar a mais ninguém nem a mais nada. Somente ELE (Hashém) deve ser devotado (servido) e louvado, somente SUA grandeza proclamada e somente SUAS mitsvót obedecidas.
6.Eu creio com plena fé que O INFINITO-CRIADOR (Hashém) se comunica com o ser humano. Estes homens e mulheres são denominados profetas. Todas as palavras dos profetas (judeus) são autênticas. Um (verdadeiro) profeta não vem para iniciar uma nova religião, nem para ab-rogar, modificar ou anular qualquer uma das 613 Mitsvót da Torá (dadas para o povo judeu ou qualquer uma das 7 Mitsvót Universais).
7.Eu creio com plena fé que a profecia de Moshé Rabênu é absolutamente verdadeira. Ele foi o mais importante de todos os profetas, antes e depois dele.
8.Eu creio com plena fé que toda a Torá que temos hoje é exatamente a mesma que foi dada pelo INFINITO-CRIADOR (Hashém) a Moshé Rabênu no Monte Sinai. Não houve nenhuma alteração, adição ou subtração. Os cinco livros da Torá foram escritos pelo INFINITO-CRIADOR (Hashém) e transmitidos, letra por letra, a Moshé Rabênu.
9.Eu creio com plena fé que esta Torá não será alterada, e que nunca haverá outra Torá dada pelo INFINITO-CRIADOR (Hashém).
10.Creio com plena fé que O INFINITO-CRIADOR (Hashém) conhece todos os atos, palavras e pensamentos dos seres humanos.
11.Creio com plena fé que fui criado para servir o INFINITO-CRIADOR (Hashém) conforme é explicado na Torá. O INFINITO-CRIADOR (Hashém) recompensa aqueles que cumprem SUAS Mitsvót e pune aqueles que transgridem SUAS Mitsvót.
12.Creio com plena fé na vinda de Mashíach. Mesmo que demore, esperarei por sua vinda a cada dia. O Mashíach (o verdadeiro messias) será um indivíduo imerso no estudo da Torá e suas Mitsvót, como David, seu ancestral. Ele irá seguir meticulosamente a Torá Escrita (Torá Shebichtav) e a Torá Oral (Torá She-béal Pê). Ele irá conduzir os judeus de volta ao caminho do judaísmo e fortalecerá a observância da Torá e suas Mitsvót. Ele, e só ele, irá trazer toda a humanidade à observância das Mitsvót Bnei Nôach(*). Todas as nações retornarão à Fé verdadeira (i.e., a Original – de Nôach e Adám). “Ki maleá haárets deá et Hashém camáyim laiám mechassim” – “A terra estará repleta do conhecimento de Hashém (O INFINITO-CRIADOR), assim como as águas cobrem o oceano.”(Yeshayáhu/Isaías 11:9
* Mandamentos Divinos para todos os Descendentes de Noá.)
13.Creio com plena fé que os mortos serão trazidos de volta à vida(*) quando O INFINITO-CRIADOR (Hashém) quiser que isto aconteça.
(* Techyiát hametím=ressurreição dos mortos.)
Estes treze são Os Princípios, eles são a base da Religião de Deus e de SUA Torá.
Que seja TUA vontade, Hashém, nosso Deus, submeter as nossas inclinações ao TEU serviço todos os dias de nossas vidas, sempre. Que assim seja a TUA vontade.
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63 → O Credo de Noá
(Texto e Declaração Noaítica)
Sobre as Sete Leis Universais da Torá da Vida
Por Rabi Tzvi Freeman, do Chabad.org.
Tradução: Projeto Noaismo Info
No Monte Sinai, D’us incumbiu os Filhos de Israel (Benêi Yisrael) de serem “Luz para as nações”, de trazerem toda a humanidade para o reconhecimento de seu CRIADOR e para a aceitação de SUAS Leis Universais*. Durante a maior parte da história judaica, as circunstâncias não permitiram que nosso povo disseminasse esses princípios, a não ser por meios indiretos. Quando o Rebe de Lubavitch – Rabi Menachem Mendel Schneerson – começou a falar sobre anunciá-los como preparação para uma nova era, ele estava revivendo uma tradição quase perdida.
Quem vive segundo essas regras, reconhecendo que elas são o que D’us quer de nós, é considerado por nossa tradição como um justo (o “gentio justo”). Essa pessoa é uma edificadora, com uma parte no mundo como ele deve ser.
O Credo de Noá é uma herança sagrada de todos os Filhos de Noá (Bnei Nôach), uma herança que cada pessoa na face da terra pode recitar todos os dias. E se um número suficiente de nós começar a dizer essas mesmas palavras todos os dias, rapidamente veremos um mundo diferente. Mais cedo do que podemos imaginar.
Aqui está o Credo de Noá, de acordo com a tradição antiga, com alguns esclarecimentos adicionais:
Declaração Noaítica
Eu, (…), filho/filha de Nôach, zelante de nosso precioso Planeta Terra, aceito sobre mim a responsabilidade pela paz e unidade em nosso mundo como foi aceita por Adám e por Nôach e como foi transmitida (na TUA Torá) por Moshé e TEU povo Israel através dos tempos:
1. Não vou adorar ninguém nem nenhuma outra coisa exceto O ÚNICO CRIADOR (Hashém, O D’us da Torá), que cuida das criaturas de nosso mundo, renovando o Ato da Criação em cada momento com infinita sabedoria, sendo vida para cada coisa. Neste princípio está incluído o abendiçoar, a oração, o estudo e a meditação.
2.Não vou demonstrar falta de respeito pelo CRIADOR de maneira alguma. Neste princípio está incluído ter respeito por qualquer ser ou coisa criada.
3.Não vou matar. Cada ser humano, da mesma forma que Adám e Chavá, é um mundo inteiro. Salvar uma vida é salvar todo um mundo. Destruir uma vida é destruir todo um mundo. Ajudar outros a viver é um corolário desse princípio. Cada ser humano que D’us tem criado está obrigado a ajudar os necessitados.
4.Vou respeitar a instituição do matrimônio. O matrimônio é um ato Divino. O matrimônio de um homem e uma mulher é um reflexo da Unidade de D’us e SUA criação. A desonestidade no matrimônio é um ataque a essa Unidade.
5.Não vou tomar o que não me pertence por direito. Vou comportar-me honestamente em todas as minhas atividades. Apoiando-nos em D’us em vez de em nossa própria autossuficiência, demonstramos nossa confiança NELE como Provedor de Vida.
6.Não vou causar nenhum dano a nenhuma coisa viva. No início de sua criação, o homem era o jardineiro no Jardim do Éden para “tomar conta dele e protegê-lo”. A princípio, o homem foi proibido de tirar a vida de qualquer animal. Após o Grande Dilúvio permitiu-se-lhe consumir carne — mas com uma advertência: Não cause sofrimentos desnecessários a qualquer criatura.
7.Vou defender tribunais de verdade e justiça em meu país. A justiça é assunto de D’us, mas nos é dada a incumbência de estabelecer as leis necessárias e fazer cumpri-las sempre que pudermos. Quando corrigimos os erros da sociedade, estamos agindo como parceiros no ato de sustentar a criação.
Que as nações convertam suas espadas em arados. Que o lobo habite com o cordeiro. Que a terra se encha da sabedoria Divina, como as águas cobrem o mar. E que tudo isso seja em breve, durante a vida de todos nós, mais cedo do que imaginamos.
(Fim da Declaração)
O caminho dos Bnei Noach está integralmente ligado ao povo judeu, mas nós judeus não queremos criar uma nova religião. Tampouco queremos que os Bnei Noach estejam imitando as práticas que são específicas para o povo judeu.
Por Rabi Tzvi Freeman, do Chabad.org.
* “Com respeito aos Mandamentos de D’us, toda a humanidade está dividida em dois grupos: os Filhos de Israel (Bnei Yisrael) e os Filhos de Noá (Bnei Nôach).
Os Filhos de Israel são os judeus, os descendentes de Abrahão, Isaac e Jacob. Eles têm o dever de cumprir com os 613 Mandamentos da Torá (Mitsvót).
Os Filhos de Noá [são as nações do mundo]. Eles têm o dever de cumprir as Sete Leis Universais, também conhecidas como as Sete Leis dos Filhos de Noá ou as Sete Leis Noaíticas: não venerar ídolos, não maldizer D’us, não assassinar, não roubar, não envolver-se em imoralidade sexual, não comer o membro de um animal vivo e estabelecer tribunais de justiça que fortaleçam estas leis.
Homens e mulheres são iguais em sua responsabilidade por observar os Sete Mandamentos.
As Sagradas Escrituras (Tanách) chamam aquele que aceita o jugo do cumprimento cabal das Sete Leis Universais um guer tosháv.
Se um Noaíta quer assumir a plena responsabilidade da Torá e dos 613 Mandamentos, ele ou ela pode optar pela conversão e então tornar-se judeu em todos os aspectos. Aquele que opta por este caminho é conhecido (no Tanách) como um guer tsédec.”
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→ Com relação a leitura dos Tehilím (Salmos), o Tsémach Tsédec (Rabino Menachem M.), o terceiro Rebe de Chabád, disse
“Se vocês conhecessem o poder dos versículos dos Salmos e seus efeitos nas mais supremas alturas (espirituais), usariam TODOS OS MOMENTOS POSSÍVEIS RECITANDO-OS. Saibam, então, que os capítulos dos Salmos rompem todas as barreiras e elevam mais alto aqueles que costumam recitá-los para, sem interferência, prostrarem-se diante do SENHOR de todos, e realizar o desejado efeito com benevolência e misericórdia.”
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Salmos Diversos
[a] → Tehilím/Salmos 128
(Salmo de David.) Cântico de ascensão. Feliz é todo aquele que teme Hashém, que anda nos SEUS caminhos. O trabalho de suas mãos proverá seu sustento, feliz será e tudo lhe correrá bem. Sua esposa será como uma videira frutífera em seu lar; seus filhos serão como ramos de oliveira em volta de sua mesa. Eis que assim será abençoado o homem que teme Hashém. (E lhe dirão:) Que de Tsión te abençoe Hashém e que tu possas contemplar (e se alegrar com) a prosperidade de Yerushaláyim por todos os dias de tua vida. E que tu alcances a felicidade dos filhos de teus filhos e a paz sobre Israel.
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[b] → Tehilím/Salmos 96
(Salmo de Moshé.) Cantai a Hashém uma nova canção (nova porque, na era messiânica, o mundo inteiro reconhecerá e servirá Hashém), cantai a Hashém toda a terra. Cantai a Hashém, bendizei SEU NOME, proclamai dia a dia a salvação que DELE provém. Que (nós judeus) relatemos SUA glória entre as nações e SEUS feitos maravilhosos entre todos os povos, porque Hashém é grande e digno dos mais altos louvores. ELE é temível acima de todos os poderes (ie., acima de todas as SUAS criações celestes – tanto os astros quanto os anjos celestiais), pois todos os “deuses” das nações são literalmente nada, enquanto Hashém é O CRIADOR dos céus (universo). A honra e a majestade estão diante DELE; glória e beleza resplandecem de SEU Santuário. Rendei a Hashém, ó famílias dos povos, rendei a Hashém honra e majestade. Rendei a Hashém a honra devida ao SEU NOME; vinde a SEUS átrios (do Bêt Hamicdásh – Templo Sagrado) portando oferendas. Prostrai-vos ante Hashém em SUA Sagrada Morada; tremam diante DELE todos na terra. Proclamai entre as nações: “Hashém reina!” ELE firmou o mundo de forma a não ser abalado. ELE julgará os povos com equidade. Os céus se alegrarão e a terra se regozijará, bramará o mar em toda a sua plenitude. Os campos com tudo que neles há exultarão, e todas as árvores da floresta cantarão em júbilo diante de Hashém, pois eis que ELE vem para julgar a terra. ELE julgará o mundo com SUA justiça, e os povos com a SUA verdade.
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[c] → Tehilím/Salmos 1
Feliz é o homem que não segue os conselhos dos ímpios, não trilha o caminho dos pecadores e nem participa da reunião dos insolentes; mas, ao contrário, se volta para a Torá de Hashém, SUA Palavra, e, dia e noite, A estuda. Ele será como a árvore plantada junto ao riacho que produz seu fruto na estação apropriada e cujas folhagens nunca secam; e tudo o que ele faz prosperará. Mas não os ímpios! Eles são como o feno que o vento espalha. Nem eles prevalecerão em julgamentos, nem os pecadores na assembléia dos justos; pois Hashém favorece o caminho dos justos, enquanto o dos ímpios os conduz à sua ruína.
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[d] → Tehilím/Salmos 103
(Um Salmo.) Por David. Ó minha alma, abençoa Hashém; e todo o meu ser abençoa SEU Santo NOME. Sim, abençoa Hashém, ó minha alma, e não te esqueças de todas as SUAS generosidades. ELE (SOZINHO) é QUEM perdoa todos os teus pecados e QUEM cura todas as tuas doenças. ELE (SOZINHO) é QUEM(, na Ressurreição dos mortos,) redime a tua vida do túmulo e QUEM(, então,) te coroa (envolve) com amor e misericórdia constantes. (Nesse Tempo Vindouro) ELE é QUEM te satisfaz com coisas boas na plenitude da vida, de modo que a tua juventude se renova como a plumagem da águia. (Com essas maravilhas,) Hashém faz a justiça e restabelece a honra de todos os oprimidos. ELE fez conhecidos SEUS caminhos (atributos) a Moshé, e SUAS realizações aos Bnei Israel. MISERICORDIOSO e CLEMENTE é Hashém; Lento em irar-SE e Abundantemente BENEVOLENTE. ELE não contende (com os pecadores) continuamente e nem fica com raiva o tempo todo. ELE não nos tratou de acordo com os nossos pecados, nem nos retribuiu de acordo com as nossas iniquidades. Pois tão alto como está o céu acima da terra, assim SUA benevolência tem se intensificado para aqueles que O temem. Tão distante quanto o Leste do Oeste, assim ELE tem distanciado nossas transgressões de nós. Como um pai tem compaixão de seus filhos, assim Hashém tem misericórdia daqueles que O temem. Pois ELE conhece nosso instinto, ELE lembra que do pó fomos feitos (isto é, ELE sabe que não podemos nos desligar completamente do nosso materialismo. E ELE sabe que) como a relva que seca sob o sol, e como a flor no campo, que floresce e rapidamente seca; assim é o homem. Se um vento passa por ela, ela se esvai, e não mais se sabe em que lugar ela existiu. No entanto, a benevolência de Hashém para com aqueles que O temem é de mundo a mundo (isto é, SUA benevolência é para todo o sempre e ELE recompensa a pessoa mesmo após a sua morte), e SUA integridade é para com os filhos dos filhos; aos que guardam SUA aliança e se lembram de observar os SEUS Mandamentos. Hashém firmou nos céus (nos mundos espirituais) o SEU (simbólico) Trono, e o SEU Reino rege tudo. Abençoai Hashém, ó vós, SEUS anjos, criaturas poderosas que cumprem a SUA Palavra com a intenção de ouvir a SUA Voz, e não por qualquer ganho ou realização pessoal. Abençoai Hashém, ó vós, todas as SUAS hostes, SEUS servos (no céu físico), cumpridores de SUA Vontade. Abençoai Hashém, ó vós, todas as SUAS obras que estão em todos os lugares do SEU Reinado (terrestre). E tu, ó minha alma, abençoa Hashém.
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[e] → Tehilím/Salmos 123
Cântico de ascensão. (Por David.) A TI (Deus) tenho elevado meus olhos, ó TU que estás (simbolicamente) entronizado (na espiritualidade, isto é, que és reconhecido nos mundos espirituais,) (e que, na era messiânica, também serás reconhecido — como REI e CRIADOR — por todos os habitantes de TEU mundo terrestre). Eis que como os olhos dos servos se voltam para a mão de seus senhores, como os olhos de uma criada (se voltam) para a mão de sua senhora, assim estão nossos olhos voltados para Hashém, nosso Deus, até que ELE SE apiede de nós. Apieda-TE de nós, Hashém, apieda-TE de nós, pois nós (judeus) estamos completamente fartos de humilhação (no exílio). Nossas almas estão saturadas dos maus-tratos dos nossos atormentadores, da zombaria e do desprezo das nações complacentes e arrogantes.
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[f] → Tehilím/Salmos 20
Para o Diretor do Coro, um Salmo, por David. Que Hashém te responda em um dia de angústia; que O NOME do Deus de (Nôach e de) Iaacóv te fortaleça. Que desde o Seu Santo Templo (o Bêt Hamicdásh) ELE te envie tua ajuda, e desde Tsión te proteja. Que ELE recorde todas as tuas (orações em batalha como se elas fossem) oferendas (no Bêt Hamicdásh) e que ELE sempre aceite-as favoravelmente. Que ELE te conceda os desejos do teu coração e realize (todos os) teus planos. Cantemos (todos nós) louvores a Deus por tua vitória (no dia de angústia) e no NOME de nosso Deus ergamos nossos estandartes; que Hashém atenda todos os teus pedidos. Agora eu sei que (em todas as dificuldades) foi Hashém QUEM salvou o Seu servo; ELE lhe respondeu dos Seus santos céus com poderosas vitórias de Sua (simbólica) destra. (Para vencer batalhas) algumas nações confiam nas suas carruagens e algumas nos cavalos, mas nós (confiamos) somente no PRÓPRIO Deus — invocamos O NOME de Hashém, nosso Deus. Elas (tais nações) caem e sucumbem, mas nós nos levantamos e nos mantemos firmemente erguidos (sobre elas). Hashém, salva-nos! Que O REI nos responda no dia em que clamamos.
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[g] → Tehilím/Salmos 8
Para o Diretor do Coro, sobre (o instrumento musical) “Guitít”, um Salmo por David. Ó Hashém, nosso MESTRE, quão poderoso é o Teu NOME (isto é, quão PODEROSO és TU) em toda a terra ao mesmo tempo que TU tens estabelecido Tua majestade sobre os céus (os mundos espirituais)! (No tempo do Yetsiát Mitsráyim — Êxodo/Saída do Egito,) até da boca dos bebês e das crianças que mamam no peito TU demonstraste Teu poder (isto é, ao ver a Tua Shechiná — PRESENÇA DIVINA — até ambos (os bebês) cantaram: “ESTE é O meu Deus e eu O exaltarei”*) para dar a conhecer a Teus inimigos que (nós, judeus,) somos o Teu povo: para pôr um fim à (injúria) do adversário e do escarnecedor. Quando eu considero os Teus céus, obra de Teus próprios dedos, a lua e as estrelas que TU criaste, (fico espantado, e então) me pergunto: o que é o humano para que TU TE lembres dele (e penses nele), o filho do homem para que TU (o observes e) TE preocupes com ele? Entretanto, TU o fizeste (da matéria e por isso ele está) apenas um pouco abaixo (do nível) dos anjos (elohím), e depois TU o adornaste com (isto é, lhe deste) uma alma e livre arbítrio (que os anjos nem sequer possuem. Então) TU lhe deste domínio sobre as obras das Tuas (simbólicas) mãos; TU colocaste o mundo (todas as outras espécies) a seus pés: ovelhas e bois, todos eles, e também os animais selvagens do campo, as aves do céu e os peixes do mar, pois ele (o humano) (constrói navios e) atravessa os caminhos dos mares. Ó Hashém, nosso MESTRE, quão poderoso é o Teu NOME (isto é, quão PODEROSO és TU) em toda a terra!
* Shemót/Êxodo 15:1-2: Shirát Haiám, Canção (da Abertura) do Mar. Mas como foi possível que mesmo bebês que estavam na fase de amamentação e os de colo cantassem enunciando cada palavra deste Cântico como se fossem adultos? “Nesses dois eventos (a Abertura do Mar e a Revelação no Monte Sinái — Maamád Har Sinái, ou, a Entrega da Torá — Matán Torá), o povo de Israel alçou-se ao nível dos anjos e ao patamar de Adám, antes do pecado. Chegaram ao cume da espiritualidade, da santidade e da pureza.” — Rabi David Benayon.
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●Orações da Tarde
→ Salmos diários para de tarde
(Para de tarde, os Tehilím 145 e 23)
[64] ● Tehilím/Salmos 145
Salmo de louvor de David. Exaltar-TE-ei, meu Deus, O REI, e bendirei sempre TEU NOME. Sim, louvar-TE-ei a cada dia, e TEU NOME hei de eternamente abençoar. Grande é Hashém e digno de todos os louvores, pois incomensurável é SUA grandeza. Cada geração transmitirá à seguinte o louvor de TUAS obras, e narrará a grandeza de TEUS poderosos feitos. Meus pensamentos se voltarão para o esplendor de TUA Majestade, e sobre as maravilhas de TUAS realizações, falarei sempre. Sobre TEU poder temível e sobre a abundância de TUA generosidade não deixarei de me pronunciar, e sobre TUA permanente retidão cantarei exultante. Gracioso e pleno de bondade é Hashém, tardio em irar-SE, e sempre pronto a ser generoso. ELE é bom para com todos e SUAS misericórdias se estendem sobre todas as SUAS obras. Hão de agradecer-TE todas as TUAS obras, e abençoar-TE todos os que TE são devotados. Sobre TEU reinado de glória falarão e sobre TEU poder narrarão, para dar a conhecer a todos os seres humanos TEUS atos poderosos e o glorioso esplendor de TEU reino. TEU Reinado (é um Reinado sobre todos os mundos e) se mantém por toda a eternidade e sobre todas as gerações manifesta seu domínio. Hashém reergue todos os caídos, e dá apoio a todos os abatidos. Os olhos de todos se voltam para TI com esperança, e o alimento de que precisam lhes proporciona no tempo apropriado. Abres TUAS mãos e satisfazes os anseios de todos os seres. Justos são todos os caminhos de Hashém e repletos de magnanimidade todos os SEUS atos. Hashém está sempre próximo de todos que O invocam, de todos que por ELE clamam com sinceridade. Atenderá o desejo dos que O temem; seu clamor há de escutar e lhes trará a salvação. Hashém protege todos os que O amam, mas certamente destruirá todos os malévolos. Minha boca proclamará o louvor de Hashém, e toda criatura bendirá SEU Santo NOME por todo o sempre!
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[65] ● Tehilím/Salmos 23
Um Salmo de David. Hashém é meu pastor e por isto nada me pode faltar. ELE me faz repousar em campos verdejantes, conduz-me a águas tranquilas. ELE restaura minha alma; guia-me por veredas da justiça por amor de SEU NOME. Ainda que eu caminhe no vale das sombras da morte (i.e., em todos os lugares perigosos), nada temerei, pois TU estarás comigo; TEU bastão e TEU cajado me darão apoio e conforto(, pois eles me mostram que minha existência não está dirigida pelo acaso). TU me preparas uma mesa de delícias na presença de meus inimigos. TU unges com óleo minha cabeça, meu cálice transborda. Certamente a bondade e misericórdia me acompanharão por todos os dias de minha existência. E, por todo o sempre, habitarei na Casa de Hashém (o Bêt Hamicdásh – Templo Sagrado).
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66 → “Nosso PAI, nosso REI” (para de tarde)
(Extraída do Sidúr)
Nosso PAI, nosso REI, TU és nosso PAI. Nosso PAI, nosso REI, não temos REI, a não ser TU. Nosso PAI, nosso REI, tem piedade de nós. Nosso PAI, nosso REI, mostra-nos TUA graça e responde-nos, pois não há em nós atos meritórios; pelo TEU grande NOME, faz conosco caridade e bondade e salva-nos. Ouve nossa voz, Hashém, nosso Deus; misericordioso PAI, tem compaixão de nós e aceita nossas preces com misericórdia e favor, pois TU és Deus que ouve as preces e as súplicas; não nos faças voltar de TI com as mãos vazias, nosso REI, pois TU escutas a prece de todos. Bendito és TU, Hashém, que ouve a prece.
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67 → “Decerto…”
(Extraída do Sidúr)
Decerto, os justos exaltarão TEU NOME; os corretos residirão na TUA PRESENÇA.
(Hashém) AQUELE que faz paz em Seus céus, que ELE faça a paz para nós Bnei Noach e para todo Israel, Teu povo, e digam: Amên!
Que seja Tua vontade, Hashém, nosso Deus, ser reconstruído o Bet Hamicdásh em breve, em nossos dias, e outorga-nos nossa porção na Tua Torá das Sete Leis.
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● Bênçãos e Orações da Noite
→ Salmos diários para de noite
(Para de noite, os Tehilím 91, 121 e 134)
[68] ● Tehilím/Salmos 91
(Salmo de Moshé.) Quem quer que encontre refúgio no abrigo do Altíssimo (isto é, que medite sobre o serviço de Deus e estude SUA Torá) estará sempre sob SUA proteção. Sobre Hashém declarei (e todos aprenderão de mim): “ELE é meu refúgio e minha fortaleza, meu Deus, em QUEM deposito toda a minha confiança.” Porque ELE te livrará do laço do caçador traiçoeiro e da peste que assola tenebrosamente. ELE te cobrirá com SUAS asas e sob elas encontrarás abrigo seguro; SUA Verdade (isto é, a Torá) é um escudo abrangedor. (Por isso,) não temas o terror que campeia durante a noite, nem a flecha que busca seu alvo durante o dia, nem a peste que se propaga nas trevas, nem tampouco o destruidor que ataca ao meio-dia. Ainda que tombem mil ao teu lado (esquerdo) e dez mil à tua direita, tu não serás atingido (por essas pragas). Somente com teus olhos contemplarás e verás a retribuição proporcionada aos ímpios. Porque tu disseste: “Hashém é meu refúgio”, e fizeste do Altíssimo teu abrigo (isto é, e fizeste com que o Altíssimo seja seu abrigo), nem um desastre se abaterá sobre ti e calamidade alguma se aproximará de tua tenda. Pois ELE encarrega SEUS anjos cuidarem de ti e de te protegerem por todos os caminhos. Tomar-te-ão nas suas mãos para que não tropece teu pé em alguma pedra. Poderás pisar sobre o leão e a víbora, sobre o filhote do leão e a serpente, sem perigo (isto é, nem animais selvagens nem cobras te prejudicarão). “Porque ele se uniu a MIM, EU o protegerei; mantê-lo-ei a salvo, porque ME ama. Quando ME chamar, hei de responder-lhe; estarei com ele quando enfrentar atribulações; resgatá-lo-ei e farei com que seja honrado. Contemplá-lo-ei com uma longa vida e o farei ver MEU poder salvador”( – disse Hashém aos anjos celestes).
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[69] ● Tehilím/Salmos 121
Um cântico (de David) para ascensão. Ergo meus olhos para o alto de onde virá meu auxílio. Meu socorro vem de Hashém, O CRIADOR dos céus e da terra. ELE não permitirá que resvale teu pé, pois jamais se omite AQUELE que te guarda. O Guardião de Israel jamais descuida, jamais dorme. Hashém é TUA proteção. Como uma sombra, te acompanha a SUA Destra. De dia não te molestará o (calor do) sol e nem (te molestará a friagem d)a lua à noite. Hashém te guardará de todo mal; ELE preservará tua alma. Estarás sob a proteção de Hashém ao saires e ao voltares, desde agora e para todo o sempre.
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[70] ● Tehilím/Salmos 134
Cântico de ascensão. (Por David.) Bendizei Hashém, todos vós, servos de Hashém, que estais na Casa de Hashém (o Bêt Hamicdásh – Templo Sagrado) à noite (para louvá-LO). Ergam suas mãos em santidade e bendizei Hashém. E que de Tsión vos abençoe Hashém, que criou os céus e a terra.
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71 → “E ELE…”
(Extraída do Sidúr)
E ELE, sendo clemente, perdoa iniquidade, e não destrói; frequentemente afasta a SUA cólera e não desperta toda a SUA ira. Pois TU, Hashém, és bom e clemente, e abundante em bondade com todos que TE invocam. Tua justiça é justiça eterna; Tua Torá é a verdade. Hashém Mestre das legiões está conosco; nossa fortaleza eterna é o Deus (de Nôach e) de Yaacóv. Que ELE abra nosso coração para Sua Torá das Sete Leis, incuta em nosso coração amor e temor a ELE, e nos inspire a fazer Sua vontade e a servi-LO com um coração perfeito. Hashém será REI sobre toda a terra; nesse dia Hashém será UM e o SEU NOME UM.
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72 → A Oração de Arrependimento para todos os dias
(O Salmo 51 é chamado de “O Capítulo do Arrependimento” porque contém os princípios do arrependimento. O texto é a oração adequada para qualquer pessoa que deseja se arrepender de seus pecados.)
(Tehilím/Salmos 51)
Ao mestre do canto, um Salmo de David, composto quando Natán, o profeta, veio para adverti-lo após sua união com Bat-Shéva. Concede-me TUA graça, ó Deus, conforme TUA benevolência, e por TUA imensa misericórdia apaga minhas transgressões. Limpa-me completamente da minha iniquidade e purifica-me do meu pecado. Pois eu reconheço minhas transgressões e ante mim está sempre meu pecado. Contra TI eu pequei e ante TEUS olhos pratiquei o mal; portanto, fundamentadas são TUAS palavras e justificada TUA sentença. Em iniquidade nasci e em pecado me concebeu minha mãe. TU buscas a verdade que se esconde no íntimo; traz-me sabedoria ao âmago de meu coração. Asperge-me com hissopo até que eu me purifique; limpa-me até que eu me torne mais branco que a neve. Faz-me novamente ouvir sons de alegria e regozijo para que possa exultar meu corpo alquebrado. Volta TUA face dos meus pecados (que estão de pé para acusar-me) e apaga todas as minhas iniquidades. Ó Deus, cria em mim um coração puro e renova a integridade no interior de meu espírito. Não me afastes da TUA Presença, nem retires de mim TEU espírito de Santidade. Rejubila-me novamente com TUA redenção e sustenta-me com TUA generosidade. Aos ímpios ensinarei TEUS caminhos e como pecadores podem retornar a TI. Livra-me do pecado de sangue derramado, ó Deus, Deus da minha salvação; então minha língua cantará exaltando TUA justiça. Hashém, abre meus lábios e minha boca dirá o TEU louvor. Pois TU não desejas que eu traga sacrifícios, nem queres oferendas (isto é, para uma transgressão intencional). A oferenda desejável para Deus é o coração contrito; um coração angustiado e pleno de arrependimento, ó Deus, TU jamais desprezarás. Em TUA boa vontade, faze o bem a Tsión e edifique as muralhas de Yerushaláim (isto é, reconstrua TEU Templo). Então comprazer-TE-ás com sacrifícios sinceros, e oferendas trazidas a TEU altar (no Bêt Hamicdásh reconstruído).
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73 → Benção para antes de dormir
(Se já recitou o Tehilím/Salmos 51, pode pular sua parte citada nesta bênção (ela está em itálico))
TU, Hashém, com SUA palavra faz com que as tardes escureçam, abre as portas do céu com sabedoria, e varia os tempos; altera os períodos do diacom discernimento. (Hashém) ordena as estrelas em suas posições no céu conforme SUA vontade. ELE cria o dia e a noite; envolve a luz perante a escuridão e a escuridão perante a luz, faz com que transcorra o dia e traz a noite, e separa o dia da noite; Hashém MESTRE das legiões é SEU NOME. TU, Hashém, faz com que as tardes escureçam.
Rendo graças a TI, Hashém, por todo o bem que TU tens feito a nós, e especialmente por – (mencionar as coisas específicas) – que TU fizeste a mim hoje.
Senhor do universo! Eu perdoo quem quer que tenha me enfurecido ou magoado, ou que me prejudicou, e peço a TI, Hashém, que TU abras os corações daqueles a quem eu possa ter prejudicado para que também me perdoem. E, ao mesmo tempo, peço, Hashém, TEU perdão se tenho pecado ou cometido qualquer transgressão contra TI.
“Concede-me TUA graça, ó Deus, conforme TUA benevolência, e por TUA imensa misericórdia apaga minhas transgressões. Limpa-me completamente da minha iniquidade e purifica-me do meu pecado. Pois eu reconheço minhas transgressões e ante mim está sempre meu pecado. Volta TUA face dos meus pecados (que estão de pé para acusar-me) e apaga todas as minhas iniquidades. Ó Deus, cria em mim um coração puro e renova a integridade no interior de meu espírito. Não me afastes da TUA Presença. Hashém, abre meus lábios e minha boca dirá o TEU louvor. Um coração angustiado e pleno de arrependimento, ó Deus, TU jamais desprezarás.”(*
* Extraído de Tehilím/Salmos 51)
Dá-me a minha porção na TUA Torá das Sete Mitsvót; ajuda-me a ser observante delas e não me permitas cometer transgressões.
Ouve Israel, Hashém é nosso Deus, Hashém é Um Só.
Quando te deitares, não sentirás temor; te deitarás e teu sono será doce.
Que durma bem; que desperte com misericórdia.
TU, Hashém, faz cair os laços de sono sobre meus olhos e sonolência sobre minhas pálpebras e dá luz à pupila do olho. Seja a TUA vontade, Hashém, meu Deus, fazer-me deitar em paz e levantar-me para uma boa vida e paz. Não permitas que meus pensamentos me perturbem, nem sonhos ruins nem as fantasias pecaminosas, e que minha progênie seja perfeita perante TI. Ilumina meus olhos, para que eu não durma o sono da morte. Bendito és TU, Hashém, que em SUA glória ilumina todo o mundo.
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● “O Sétimo Dia”
(Considerações gerais: 1a. parte, lilás; 2a. parte, marrom; 3a. parte, verde; e então as orações.)
O Shabát é dos judeus, como está escrito: “Vede (filhos de Israel — os judeus): HaVaYaH vos deu o Shabát.” – Shemót/Êxodo 16:29
Fato é que, para começo de conversa, a palavra Shabát sequer aparece no primeiro livro da Torá, Bereshít/Gênesis. Sim, no primeiro livro da Torá, que é o livro da humanidade, que é o livro de todos os povos, o livro do Pacto Universal, o Pacto Noaítico, o livro da história dos Bnei Nôach, nem sequer existe a palavra Shabát. Alguns então mencionam (Gên.) 2:1-3 querendo argumentar algo relacionado ao Shabát. Porém, observe que interessante, o texto chama o dia de SÉTIMO dia e não de Shabát. Por que? Porque o povo judeu ainda não existe (para receber o ritual judaico do Shabát para lembrá-lo, guardá-lo e honrá-lo). E mais. Aqui, Hashém não está falando com ninguém, não está comandando a ninguém. O texto está apenas clarificando que, sim, D’us podia ter feito tudo de uma única vez num único instante, mas ELE escolheu não fazer assim (foi fazendo gradativamente), e que, D’us podia ainda estar criando, mas ELE também escolheu não fazer assim (chegou um momento, o sétimo dia, em que ELE literalmente cessou por completo o processo da Criação).
De qualquer maneira, mesmo que o texto de Bereshít/Gênesis 2:1-3 estivesse nos apresentando o Sétimo Dia Judaico, o dia de se fazer o Shabát, isto só se dá em conexão, não com Bnei Nôach mas, com Bnei Yisrael, o povo judeu, como está explicado no Midrásh Bereshít Rabá Capítulo 11:
““E Elohím [D’us] abençoou o sétimo dia e santificou-o”. Disse o Rabino Yishmael: “ELE o abençoou” com maná “e santificou-o” com maná. ELE abençoou o sétimo dia com maná: por todos os dias da semana uma [porção de maná] caiu [por pessoa], [mas] na sexta-feira duas [porções de maná] caíram [por pessoa]. ELE santificou o sétimo dia com maná: porque [no dia para Shabát] não caiu [maná] em absoluto. (…) O Rabino Shimón bar Yochái ensinou: O [dia judaico para] Shabát disse ao Santo, bendito seja: “Todos os outros [dias] têm um parceiro, mas eu não tenho nada!” D’us disse [ao dia judaico para Shabát]: “A comunidade de Israel será seu parceiro”. E D’us continuou dizendo-lhe [ao dia judaico para Shabát]: “No monte Sinai direi aos israelitas: ‘Lembrem-se do que EU disse ao [dia judaico para] Shabát, que a comunidade de Israel é seu parceiro'”, [ou, nas palavras das escrituras:] “Lembra-te do dia de Shabát para santificá-lo” (Shemót/Êxodo 20:8).”
A primeira vez em que a palavra Shabát ocorre na bíblia (Torá/Tanách) é só em Shemót/Êxodo (o livro da história do nascimento da nação judaica). O ritual judaico do Shabát (que tem de ser feito no Sétimo Dia Judaico) foi instituído apenas quando surgiu o povo de Israel, os judeus. O Shabát foi instituído no nascimento do povo judeu, em sua saída do Egito, por ocasião do milagre do man (maná) (Shemót/Êxodo 16:1, 4-7, 11-19, 21-35). Explica — explicitamente — o Rabi Aryeh Kaplan: “As regras do Shabát [i.e., as mitsvót referentes ao Shabát] lhes [aos israelitas] foram dadas quando receberam o maná pela primeira vez.” O Shabát foi a primeira Festividade JUDAICA, a primeira Festividade estabelecida por Hashém para o povo judeu, celebrada pelo recém-nascido povo judeu libertado da escravidão no Egito. O Shabát é a primeira de todas as Festividades Judaicas, a primeira a ser mencionada na Torá — sendo o ritual do Shabát uma Festividade semanal, a única, enquanto as outras Festividades são anuais (Vaicrá/Levítico 23).
Portanto, os Bnei Nôach devem estar cientes de que o ritual do Shabát é o sinal (semanal) para as nações do Pacto feito no Har Sinái entre D’us e o Povo Judeu.
“E falou Havayah a Moshé, dizendo: “E tu fala aos Bnei Yisrael (Filhos de Israel) dizendo: certamente meus shabatót havereis de observar, pois este é um sinal entre MIM e vós (judeus – o povo de Israel) por vossas gerações, para (as nações saberem) que EU (vos escolhi, e que EU) sou Havayah, AQUELE que vos faz sagrados (distintos). E havereis de observar o [ritual do] Shabát, porque é santo para vós; … Seis dias será feito o trabalho (da construção do Mishcán ou Tabernáculo), e no 7° dia é o [dia de] Shabát para descanso, santificado para Havayah; … E os Bnei Yisrael (Filhos de Israel) observarão o [ritual do] Shabát [no Sétimo Dia Judaico], para fazer do Shabát uma aliança perpétua por suas gerações. Ele é um sinal entre MIM e os Bnei Yisrael (Filhos de Israel) para sempre, de que em 6 dias Havayah fez os céus e a terra, e no 7° dia cessou e descansou.”” (Shemót/Êxodo 31:12-17)
O Rabi Marcos Edery explica: “São três as mitsvót principais denominadas pela própria Torá como אות “ot” ou “sinal” [entre Hashém e Bnei Yisrael], a saber: שבת “Shabát”, ברית מילה “Berít Milá” (“Circuncisão”) e תפלין “Tefilín” (“filactérios”). Com efeito, estas mitsvót caracterizam o judeu observante até os dias de hoje.” E especificamente sobre o ritual judaico do Shabát, ele diz: “Com efeito, a observância do Shabát caracteriza o povo de Israel até os dias de hoje.”
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Texto:
“Segundo a Halachá, os Bnei Nôach são proibidos de fazer Shabát”
Textos por Comunidad Noájida Breslev e por Rabi Naftalí Espinoza
“Ao ler Bereshít (Gên.) 2:1-3, entendemos que o Sétimo Dia (da Criação) é um dia especial, e buscamos a maneira de honrá-lo, recordá-lo, e ao não encontrarmos informação referente a como um não-judeu reconhece o Sétimo Dia (da Criação), tendemos a seguir o ritual judaico do Shabát (feito no Sétimo Dia Judaico), o que não é correto, visto que Hashém nos deu um caminho especial que consta de Sete (categorias de) Leis e em nenhuma destas se fala de observar ou lembrar o (ritual judaico do) Shabát, pelo que ensinam os sábios de Israel que um não-judeu não deve manter ou observar Shabát.
Os Noaítas não podem observar (i.e., lembrar, honrar, e/ou fazer) o (ritual judaico do) Shabát em qualquer caso, abstendo-se de trabalho por um período de 24 horas ou mediante o uso — a adoção — de rituais judaicos. Apenas a Israel D’us pediu que (lembrasse e) guardasse o Shabát. Um Noaíta que faz Shabát está impondo sua vontade a D’us. Uma pessoa que busca ir mais além da lei, como uma questão de devoção, se absterá de qualquer observância do Shabát. Um piedoso ou devoto, temeroso de D’us, Noaíta Religioso, não intencionará observar o (ritual judaico do) Shabát de modo algum. Um Noaíta que imita a observância judaica do Shabát é um Noaíta menos religioso que um que não reconhece o Sétimo Dia.
[A propósito, é “Proibido fazer Shabát” (seja fazendo 1% ou 99%) é uma das 30 mitsvót Bnei Noach (Rabi Menachem Azaria de Fano/Rabi Maimônides). Portanto, é um MANDAMENTO DIVINO para o verdadeiro Bnei Noach não lembrar e não observar Shabát em aspecto algum (ainda que orientado (a fazer parcialmente o Shabát) até mesmo por um rabino).]
Como vimos, os Noaítas não podem (lembrar e) observar o (ritual judaico do) Shabát, mas sem dúvida podem reconhecer o Sétimo Dia (da Criação) (e honrá-lo como um dia especial). De que maneira? Diz-nos o Rabi Yitzchak Ginsburgh, fundador do Instituto Gal Einai (Israel) (em Kabbalah and Meditation for the Nations): Podem dedicar este dia ao estudo da Torá e a realizar orações. Podem aprofundar-se em temas sobre o verdadeiro Mashíach, assim como desejar e clamar para que rapidamente venha a redenção de Israel e a paz ao mundo inteiro.”
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“Alguns têm estimulado os Bnei Nôach a manterem uma forma de observância do Shabát[*] apesar de o Talmúd afirmar — em Sanhedrín — que os não-judeus não podem observar o Shabát.
[* Ou seja, uma observância parcial, em outras palavras, que os noaítas supostamente podem observar até mesmo 99% do Shabát, desde que não 100%.]
[Mas, não podem observar o Shabát os não-judeus em geral ou apenas aqueles que não são Bnei Nôach?]
O Maimônides (Rambám, Hilchot Shabat 20:14), o Shulchán Aruch (Orach Chaim 304), o Tosafot D. H. Zeh, e todos os outros codificadores da lei (Beit Yosef) decidiram (que) até mesmo um Ben Nôach (o “Guer Tosháv” do Tanách) está incluído na proibição de os gentios observarem o Shabát.
[A propósito, é “Proibido fazer Shabát” (seja fazendo 1% ou 99%) é uma das 30 mitsvót Bnei Noach (Rabi Menachem Azaria de Fano/Rabi Maimônides). Portanto, é um MANDAMENTO DIVINO para o verdadeiro Bnei Noach não lembrar e não fazer Shabát em aspecto algum (ainda que orientado (a fazer parcialmente o Shabát) até mesmo por um rabino).]
Antes da entrega da Torá, o descanso de Shabát era privilégio só de D’us — não foi permitido para o homem participar dele. O mandamento de observar o Shabát, o dia de descanso divino, foi dado apenas aos Judeus como parte de sua aliança única com D’us.”
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O Rabi Naftali Silberberg, do Chabad, ressalta: “Um não-judeu pode fazer a maioria das mitsvót(*), mas não todas elas. Aquelas mitsvót que constituem um sinal entre D’us e os judeus — como, por exemplo, Tefilín, Mezuzá e Shabát(**) — não devem ser observadas por um não-judeu.” O Rabi Naftali Silberberg é autor no site Chabad.org.
(* Ou seja, o não-judeu pode fazer todas as mitsvót conhecidas como “Mishpatím”, “leis racionais, leis sociais”, “baseia[m]-se na igualdade entre todos os homens”, “seus deveres em relação à humanidade”. Veja, por exemplo,
** Estas mitsvót (INDEVIDAS para os Bnei Nôach) são aquelas conhecidas como “Edót” (literalmente, “testemunhos”), ou seja, são os mandamentos de identidade — A Identidade Judaica —, mandamentos caracteristicamente judaicos. “Testemunham e representam algo específico em nossa [dos judeus] história ou em nosso [dos judeus] relacionamento com D’us. São exemplos [de Edót] a mitsvá de observar o Shabát; observar as Festas (Yom Tov); as mitsvót de tsitsít e tefilín.” – Chabad.org.
Algumas delas são:
“Bechór” (a santificação do primogênito), “Chalá” (a doação de uma fração da massa do pão), “Orlá” (proibição do consumo da fruta ainda não madura), “Chadásh” (a proibição do uso do cereal sem que se ofereça a porção prescrita de cevada em Pêssach), “Milá” (circuncisão), “Tefilín” (filactérios), “Tsitsít” (franjas nas vestes), “Talít”, “Mezuzá” (o escrito sagrado presente nos umbrais das portas), “Guid Hanashê” (a proibição de ingerir o nervo ciático), “Micvê”, Festividades e seus dias intermediários (“Chol Hamoêd”), “Pêssach”, “Chamêts” (levedura) e “Matsá” (pão ázimo) e o “Sêder” no Pêssach, “Sefirát Haômer” (contagem dos 49 dias entre Pêssach e Shavuót), “Shavuót”, “Sucót”, a “Sucá” (a cabana simbólica) e a Bênção das Espécies (“Luláv” — ramo de tamareira/palmeira, “Etróg” — cidra, mirtas e galhos de salgueiro) em Sucót e “Sheminí Atséret” (o 8° dia de assembléia solene após Sucót), “Chanucá”, as velas de Chanucá, “Purím”, “Taaniót” (dias de jejum), “Rósh Chódesh” (a Lua Nova ou novo mês), o “Shofár” em Rósh Hashaná, o jejum do Ióm Kipúr, e, “o mandamento de D’us de honrar o dia do Shabát” (Yeshayáhu/Isaías 58:13), o ‘mandamento semanal’ “em lembrança da saída do Egito”. No tema de “Shabát”,está proibido aos Bnei Nôach, por exemplo: Kidúsh◇, as duas velas antes do pôr do sol da sexta-feira, as duas chalót nas refeições do Shabát (léchem mishnê), a cerimônia da Havdalá.
Portanto, se você quer cumprir com qualquer uma das mitsvót das Edót (Identidade/Vida judaicas), você não tem de ser Bnei Noach, busque a conversão, torne-se judeu/judia:
Nas próprias palavras de um judeu: “Essas Leis (Rituais) colocam-nos à parte dos umót haolám, os povos do mundo. Tratam-se de mandamentos que não foram dados aos outros povos do mundo e a que somente nós [judeus] temos o privilégio de poder obedecer. Agradecemos a Deus por haver-nos ordenado fazer algo que ninguém mais faz, tal como colocar uma mezuzá, usar tsitsít, sentar-se na sucá ou acender as velas do Shabát. Quando [nós judeus] acendemos as velas do Shabát, a bênção diz: “Bendito … que nos santificou com SEUS mandamentos e nos ordenou acender a vela do Shabát Sagrado.” O que [nós judeus] estamos dizendo, com efeito, é: “Grato, Deus, por nos haveres ordenado fazer isto. Não disseste aos gentios para fazê-lo, mas SOMENTE A NÓS [judeus.”] Noutras palavras, [nós judeus] estamos agradecendo a Deus por haver-nos escolhido como o SEU povo, o que é, afinal de contas, do que trata o judaísmo.”
Referências
• Dezenove Cartas sobre Judaísmo, Rabi Shimshom Raphael Hirsch; • O Caminho de DEUS, Rabi Moshé Chaim Luzzatto; • O Judaísmo Vivo, Michael Asheri (escritor e antropólogo); • Ensaios sobre a Torá, Moré Ruben Rosenberg; • O Cuzarí, Rabi Iehudá Haleví; • Shabát, dia de eternidade, Rabi Aryeh Kaplan; • Chabad.org. )
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→ Acendimento de Vela
ATENÇÃO Nenhuma das atividades descritas aqui são necessárias ou obrigatórias aos noaítas. Os noaítas que desejarem realizá-las devem fazê-lo voluntariamente, conscientes de que HaVaYáH (D’us) não lhes ordenou realizá-las. Além disso, os noaítas não devem impor quaisquer proibições a si mesmos.
Pode-se — voluntariamente — acender uma vela (ou mesmo velas, 7) (tradicionalmente acesa pela mulher da casa) para reforçar o reconhecimento do fato de que é através de Israel que sabemos — não apenas que existe um CRIADOR, mas — QUEM é O CRIADOR e que ELE criou todas as coisas em 7 dias.
O Rabi Jacob Immanuel Schochet (Chabad) — primeiro rabino supervisor da Organização Ask Noah International —explica: “Se Bnei Noach quiserem acender vela em honra ao sétimo dia judaico [o dia de se fazer shabát] ou aos dias das festividades judaicas, eles podem fazê-lo logo após o pôr do sol, já que é costume do mundo em geral acender vela para ocasiões festivas.”
Enquanto os judeus acendem suas velas antes do anoitecer DA SEXTA, os Bnei Noach seguem a orientação do Rabi Jacob I. Schochet e da Ask Noah conforme acima e a acende depois do anoitecer DA SEXTA (exatamente sem cerimônias, sem rituais, sem bênçãos, sem cumprir mandamentos judaicos religiosos) em reconhecimento de que há uma distinção divinamente estabelecida entre Israel e as outras nações.
(Sobre o fato de que Bnei Noach não podem e não devem lembrar shabát (ou seja, não apenas fazer/observar shabát é proibido, mas lembrá-lo também é proibido), veja a lei nº 26 ‘proibido shabát’ em:
O Rebe disse: “o Rebe é o representante de Deus.” E o Rebe explicou: “O Shabát é ‘um sinal entre MIM [Hashém] e entre vocês [Bnei Yisrael] (Shemót/Êxodo 31:17)’, em outras palavras, o Shabát pertence apenas aos judeus — o Shabát é apenas para os judeus.”
E a Prece do Sidur que os judeus recitam no Sétimo Dia Judaico diz: “E os Bnei Yisrael (filhos de Israel)* observarão o Shabát, estabelecendo o Shabát por todas as suas gerações como um pacto eterno. Ele (o Shabát) é um sinal perpétuo entre Hashém e os Bnei Yisrael*, pois em seis dias Hashém fez os céus e a terra, e no sétimo dia acabou Sua obra, que havia feito, e descansou no sétimo dia de toda Sua obra que Deus criou para funcionar. E TU, Hashém, nosso Deus, não o deste (o Shabát) às nações do mundo, TU o deste a Teu povo Israel* — aos descendentes de Yaacóv* a quem TU escolheste. TU, Hashém, nosso Deus, Rei do universo, deste aos Bnei Yisrael* Seu sagrado Shabát, [um ritual festivo semanal] em lembrança à obra da Criação; (ele, o Shabát, é) a primeira das sagradas Festividades (dos Bnei Yisrael*), comemorando o Êxodo (deles) do Egito.”
* Os Benêi Israel, NÃO os benêi Nôach (filhos de Noá).
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Continuação da Oração
(Tradicionalmente, a oração a seguir é recitada pela mulher da casa. Na sua ausência, a oração pode ser recitada por qualquer membro da família.)
TU, Hashém, cria o dia e a noite e faz com que as tardes escureçam; TU cria as chamas do fogo; bendito e louvado és TU, Hashém, nosso Deus, Rei do universo, que ilumina o mundo e o torna santo por proporcionar à humanidade Mitsvót Universais para guiá-la e elevá-la. Seja TUA vontade, DEUS, que a luz de TUAS Mitsvót ilumine todo o mundo e que se reconstrua o Bêt Hamicdásh em breve, em nossos dias, e que o mundo inteiro conheça TUA Palavra, a Torá, para que todos TE sirvam com reverência e que todos os que chegam ao mundo associem-se às suas respectivas partes na TUA Torá.
Que seja a TUA vontade, Hashém, Deus de Israel e de toda a humanidade, mostrar TEU favor a todos os TEUS servos e em particular a mim (nome), a meu marido (nome), ao(s) meu(s) filho(s) (nome(s)), à(s) minha(s) filha(s) (nome(s)), ao meu pai (nome), à minha mãe (nome), e a todos os meus parentes; e concede-nos uma vida longa e boa em serviço a TI; recorda-nos com bênção e boa memória; tem-nos presentes para salvação e misericórdia; outorga-nos grandes bênçãos; e que TU completes nosso lar e faças com que TUA Divina Presença repouse dentro de nós.
Concede-nos o privilégio de criar filhos e netos que sejam sábios e compreensivos, que TE amem e TE temam, DEUS, que possam crescer para serem pessoas honestas, unidas a TI, Hashém, nosso Deus e Redentor, que possam iluminar o mundo com obras boas e justas, e que cada um de seus esforços seja em serviço a TI, nosso Deus, CRIADOR do céu e da terra. Ouve, por favor, nossas súplicas neste tempo e que o TEU semblante brilhe sobre nós.
(Fim da Oração)
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→ No Sétimo Dia os noaítas podem recitar a oração Nishmát Col Chái (veja esta oração abaixo, em Orações para Yamím Tovím).
→ E também podem recitar o Shir Shél Ióm/Cântico do Dia (SÁBADO).
75 → Oração de Havdalá quanto à semana que termina e a que começa
(Pode-se — voluntariamente — recitar a oração a seguir. Esta oração deve ser recitada depois do anoitecer DO SÁBADO.)
TU, Hashém, distingue entre a luz e a escuridão, entre o dia e a noite, entre a semana que termina e a que começa, entre Israel e as nações, que juntos são parceiros em um único propósito sagrado: “Preencher toda a terra com o Conhecimento de Hashém” até que “Deus[*] seja UM sobre toda a terra e O Seu NOME (Hashém) UM (em toda a terra).” [* Deus: O Deus de Israel, Hashém. Yeshayáhu/Isaías 11:9; Tehilím/Salmos 47:3, 8-9; Zechariá/Zacarias 14:9] “Cântico de ascensão. Bendizei Hashém, todos vós, servos de Hashém, que estais na Casa de Hashém (o Bêt Hamicdásh – Templo Sagrado) à noite (para louvá-LO). Ergam suas mãos em santidade e bendizei Hashém. E que de Tsión vos abençoe Hashém, que criou os céus e a terra.”(*
* Tehilím/Salmos 134)
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● Orações para Yamím Tovím (Os Dias Festivos Judaicos) (para Os Dias das Festividades Judaicas)
Veja também Bnei Noach e as Festividades Judaicas em:
(No dia em que os judeus celebram as Festividades:
Pêssach, Sucót e Shavuót,
os noaítas podem recitar a seguinte oração)
76 → Yaalé Veiavó (após as refeições festivas)
(Extraída do Sidúr)
Nosso Deus, que ascenda, venha e alcance, seja vista, aceita, e ouvida, trazida à memória e lembrada diante de TI a nossa lembrança e recordação, a lembrança de Mashíach, o filho (descendente) de David, TEU servo, a lembrança de Yerushaláyim, TUA cidade sagrada, e a lembrança de todo TEU povo, a Casa de Israel, para salvação, bem-estar, graça, bondade, misericórdia, boa vida e paz, neste dia de convocação santa que TU deste aos Bnei Yisrael (Filhos de Israel), TEU povo. Lembra-nos neste (dia), Hashém nosso Deus, para o bem; tem-nos presente neste (dia) para bênção; ajuda-nos neste (dia) para a boa vida. Com a promessa de salvação e compaixão, compadece-TE e sê benigno conosco; tem piedade de nós e salva-nos; pois nossos olhos estão dirigidos a TI, pois TU, Deus, és um REI gracioso e misericordioso.
Nosso Deus, reina sobre o mundo inteiro em TUA glória, sê exaltado sobre toda a terra em TEU esplendor, e revela-TE na majestade de TEU glorioso poder sobre todos os habitantes de TEU mundo terrestre. Que tudo o que foi feito saiba que TU o fizeste; tudo o que foi criado compreenda que TU o criaste; e declare todo aquele que possua alento (de vida) em suas narinas: “Hashém, Deus de Israel, é O REI, e SEU reinado tem domínio sobre tudo.” Purifica nosso coração para servir-TE com sinceridade, pois TU és o verdadeiro Deus, e TUA palavra, nosso REI, é verdadeira e perdura para sempre.
TU tens TE mostrado para que se saiba que Hashém é O Deus; não há mais nada fora ELE. TEU Reinado é um reinado sobre todos os mundos, e o TEU domínio está através de todas as gerações. Hashém é REI, Hashém foi REI, Hashém será REI para todo o sempre. Hashém dará força a nós Bnei Nôach e ao SEU povo Israel; Hashém abençoará os Bnei Noach e o SEU povo Israel com a paz.
Hashém, nosso Deus, todas as TUAS obras TE louvarão, e TEUS devotos, os justos que cumprem a Tua vontade, e todo o TEU povo, a Casa de Israel, com canto jubiloso louvarão e abençoarão, enaltecerão e glorificarão, exaltarão e adorarão, consagrarão e proclamarão a soberania de TEU NOME, nosso REI. Pois é bom louvar-TE, e apropriado cantar a TEU NOME, pois do mundo mais elevado ao mais baixo TU és Deus. Bendito és TU, Hashém, REI enaltecido com louvores.
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(No dia em que os judeus celebram as Festividades:
Pêssach, Sucót, Shavuót, Chanucá e Purím,
e também a cada Sétimo Dia (a partir do anoitecer da sexta a antes do anoitecer do sábado),
os noaítas podem recitar a seguinte oração)
77 → Nishmát Col Chái
(Extraída do Sidúr)
Que a alma de todo ser vivo abençoe TEU NOME, Hashém, nosso Deus, e o espírito de toda criatura glorifique e exalte a TUA lembrança, REI nosso, permanentemente. Desde o mundo mais elevado até o mais baixo, TU és O Deus Todopoderoso; e fora de TI não temos REI, Redentor e Salvador que liberta, resgata, sustenta, responde e SE apieda em todo momento de aflição e tribulação; não temos outro REI, além de TI. (TU és) O Deus das primeiras e das últimas (gerações), Deus de todas as coisas criadas, Senhor de todos os acontecimentos, que é exaltado com múltiplos louvores, que dirige SEU mundo com bondade, e as SUAS criaturas com compaixão. Na verdade, Hashém não cochila nem dorme. É ELE QUEM anima os que dormem, QUEM desperta os que cochilam, QUEM faz o mudo falar, QUEM liberta os presos, QUEM sustenta os que caem, e QUEM endireita os encurvados. Somente a TI damos graças. Ainda que a nossa boca estivesse tão cheia de cântico como o mar (está cheio de água), a nossa língua de melodia como o bramido das suas ondas, e nossos lábios de louvor como a expansão do firmamento; e nossos olhos resplandecessem como o sol e a lua, nossas mãos estivessem estendidas como (as asas das) águias do céu, e nossos pés fossem ligeiros como o cervo – ainda assim não seria o suficiente para TE agradecer, Hashém, nosso Deus, e para bendizer TEU NOME. Os membros que TU dispuseste dentro de nós, o espírito e alma que TU insuflaste em nossas narinas, e a língua que TU puseste em nossa boca – todos eles hão de agradecer, abençoar, louvar e glorificar, exaltar e adorar, santificar e proclamar a soberania de TEU NOME, nosso REI. Porque toda boca TE agradecerá, toda língua há de jurar com TEU NOME, todo olho TE observará, todo joelho se ajoelhará diante de TI, todos aqueles que estão erguidos haverão de prostrar-se diante de TI, todos os corações haverão de temer a TI, e cada uma das partes mais internas cantarão ao TEU NOME, como está escrito [em Tehilím/Salmos 35:10]: “Declare todo meu ser: Hashém, quem é como TU? Que salva o pobre do mais forte, o pobre e o destituído daquele que ia roubar-lhe!” Quem pode assemelhar-se a TI, quem pode igualar-se a TI, quem pode comparar-se a TI, O grande, poderoso e temido Deus, Deus enaltecido, CRIADOR do céu e da terra! TE louvaremos, exaltaremos e glorificaremos, e abençoaremos TEU Santo NOME, como está dito [em Tehilím/Salmos 103:1: “Um Salmo] por David: abençoe Hashém, minha alma, e todo meu ser – SEU Santo NOME.”
Todos TE reconhecerão e todos TE louvarão e todos dirão: “Não há santo como Hashém!” Todos TE exaltarão para sempre, Hashém, CRIADOR de tudo, Deus que a cada dia faz com que o sol e a lua iluminem o mundo inteiro e seus habitantes que ELE criou de acordo com o atributo de misericórdia. Com misericórdia ELE ilumina a terra e os que a habitam, e em SUA bondade ELE renova a cada dia, permanentemente, a obra da criação. Quão abundantes são TUAS obras, Hashém! TU as fizeste todas com sabedoria, a terra está cheia das TUAS criações. REI, que por SI só já é elevado desde antes dos tempos, louvado, glorificado e enaltecido desde o momento da criação; Hashém, Deus do universo, em TUAS abundantes misericórdias apieda-TE de nós. Não há ninguém comparável a TI, e ninguém além de TI; não há nada sem TI, e quem é como TU? Não há ninguém que se compare a TI, Hashém, nosso Deus – neste mundo; e ninguém fora de TI, nosso REI – na vida do Mundo Vindouro; não há nada sem TI, nosso Redentor – nos dias de Mashíach; e não há ninguém como TU, nosso Salvador – na era da ressurreição dos mortos.
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● Amên
O significado de Amên é “é verdade”. Você deve dizer Amên apenas a uma bênção ou oração que outra pessoa fez, não à sua própria bênção ou oração. Nós respondemos Amên como uma confirmação de que o que foi declarado por aquela pessoa naquela bênção ou oração é verdadeiro, e não faz sentido validarmos nossa própria declaração. Você deve esperar até que a pessoa tenha completado a bênção ou oração antes de dizer Amên. Você deve dizer Amên assim que a pessoa tiver terminado a bênção ou oração, pelo menos dentro de 3 segundos. Você não deve dizer Amên mais alto do que a própria bênção ou oração. Você não deve dizer Amên a uma bênção ou oração inválida. Por exemplo, se você viu alguém erroneamente dizendo a bênção do pão sobre uma maçã, não diga Amên. Se você está em um lugar onde você não poderia fazer uma bênção ou oração (por exemplo, no banheiro), você também não pode dizer Amên. Se você falar (qualquer coisa, a qualquer um) depois que a pessoa tiver terminado a bênção ou oração, você perdeu a oportunidade de dizer Amên. Você não deve dizer Amên a uma bênção ou oração feita em uma gravação.
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Com relação a leitura da Bíblia, leia-a no seu contexto original. Adquira a Bíblia Hebraica em português
O Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info não comercializa esta obra. Em nosso site, disponibilizamo-la gratuitamente.
Para a divulgação das 7 Leis Noaíticas, acesse: Divulgação das Sete Leis Universais ⇑ e baixe o PDF Produção por Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info e Rav Shimshon Bisker
Torá e Judaísmo e Fé Bnei Noach (A Verdadeira Fé dos não-judeus) são construídos sobre o princípio firme e inabalável de que todas as pessoas têm uma alma Divina (criada à imagem de D’us), e por isso têm acesso a D’us o tempo todo.
A Torá (A Única e Verdadeira Palavra de D’us) pertence a todas as pessoas. A Torá é a Divina Verdade – um projeto para a vida, consistindo em conhecimento e informação dadas a todas as pessoas para orientá-las para encontrar seu caminho neste mundo.
Infelizmente, as religiões dos não-judeus não ensinaram a pura verdade, mas sua versão distorcida da verdade. Quantas pessoas foram magoadas por acreditar inocentemente em seus mestres, somente para depois (algumas mais tarde que outras, e algumas ainda não) descobrir como aqueles professores desrespeitaram a verdade?
Há mais de três mil anos a Torá foi outorgada no Monte Sinai para o Povo Judeu (para aproximadamente 3 milhões de pessoas simultaneamente) e por meio deles para o mundo todo. D’us estava nos dizendo “EU dei Minha verdade a todos, e cada um de vocês tem acesso a ela.”
Endeusar indivíduos é proibido no Judaísmo. A idolatria é um pecado cardinal. Adoramos apenas D’us e somente D’us (discernindo que D’us não é humano (nunca o foi)). Não devemos reconhecer nenhum humano como único filho de D’us ou como o único divino. Todas as pessoas são sagradas e têm acesso direto a D’us. Todos nós temos acesso direto a D’us o tempo todo por meio de nossas almas Divinas.
Portanto, quando orar, converse diretamente com D’us, e exclusivamente com ELE, sem usar o nome de ninguém, sem ser em nome de ninguém. Tenha como exemplo de orações o Livro dos Salmos. Observe a drástica diferença entre as orações do Livro dos Salmos e as orações, por exemplo, dos cristãos. Observe atentamente o fato de que oração alguma do Livro dos Salmos é feita em nome ou no nome de alguém. Todas as orações de todos os salmistas eram e foram conversas entre eles mesmos e D’us (direto a D’us, direto com D’us), sem nenhum intermediário, sem nenhum mediador. Eles pediram (diretamente) a D’us, eles louvaram (diretamente) D’us (sem o nome de ninguém).
Se uma pessoa acredita em D’us, que necessidade tem ela de algum intermediário? D’us é infinito (na verdade, D’us é O Infinito). D’us está em toda parte. Dizer que ELE precisa de um mediador para ouvir nossas orações é negar SUA Infinitude. Portanto, um dos fundamentos da Verdadeira Fé é acreditar que toda oração deve ser dirigida diretamente a D’us (quer dizer, sem ser em nome de alguém).
Por pt.chabad.org, por Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info, e por Rabi Aryeh Kaplan
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Os 13 Princípios da Fé Noaítica, o cristianismo e o islamismo
Porque cristãos e maometistas (muçulmanos) não são Bnei Noach
A vida noaítica (i.e., a vida do noaíta (dos Benêi Nôach/Filhos de Noá)) é totalmente distinta da vida judaica. Ainda assim, a Fé Noaítica é idêntica à Fé Judaica, pois, na verdade, trata-se da mesma Fé, a Fé em Hashém e na Sua Eterna Torá. Os 13 Princípios da Fé do Judaísmo identificam aqueles que são judeus de fato. Os 13 Princípios da Fé do Judaísmo também servem para identificar aqueles que são Bnei Noach de fato.
Por Chaim Szwertszarf e Rosa Szwertszarf
QUEM É JUDEU [E QUEM É BEN NOACH (NOAÍTA)] de acordo com Rabi Maimônides
Você é JUDEU? [Você é BEN NOACH (NOAÍTA)]? Consulte o Rabi Maimônides
(Por Rosa Szwertszarf)
Maimônides – Rabi Moisés ben Maimon, conhecido também como Rambám (1135-1204), viveu numa época de glórias dos árabes que impunham aos povos conquistados a religião islâmica, proibindo entre outras, as religiões judaica e cristã. Diferentemente da inquisição, não se importavam com a fé praticada nos lares, cujo interior consideravam sagrado, contanto que os judeus assumissem publicamente o islamismo. Para fugir às perseguições, comunidades [judaicas] inteiras adotaram publicamente o islamismo continuando a professar o judaísmo em casa. Isso gerou sérios conflitos pessoais e atritos com os que não se submetiam à conversão pública. Influenciados pela cultura islâmica, convertidos começaram a aceitar a idéia de que, na realidade, não havia grande diferença entre o judaísmo e o islamismo, podendo-se ser “judeu” e maometano ao mesmo tempo. Para esses, Maimônides formulou os 13 princípios básicos que definem e caracterizam a religião judaica [e consequentemente a doutrina noaítica] e, nos quais, um judeu [e também um noaíta] devem acreditar. Os 13 princípios são:
1. D’us existe;
2. D’us é único no absoluto sentido da palavra. Não só D’us existe, e não só ELE é O CRIADOR mas ELE é O ÚNICO CRIADOR;
3. D’us é incorpóreo. D’us não possui corpo. D’us não possui forma. Não podemos descrevê-LO nem definí-LO com a nossa linguagem;
4. D’us é eterno, sem princípio nem fim. ELE não é uma entidade criada;
5. não existem outros deuses (é a ELE e a mais ninguém que se deve adorar). ELE é O ÚNICO que criou e conduz o mundo, e portanto, O ÚNICO que tem poder de intervir na nossa existência [(e em qualquer existência)] e consequentemente é O ÚNICO a Quem devemos dirigir as nossas preces;
6. existe a profecia autêntica;
7. Moisés é o maior profeta, não houve antes dele, nem haverá depois quem o iguale;
8. a Torá, conforme nós a conhecemos (tanto a escrita quanto a oral), foi dada por D’us a Moisés e por ele transmitida até as nossas gerações. Moisés recebeu diretamente de D’us, no monte Sinai, duas Toroth: uma escrita e a outra oral;
9. a Torá é imutável;
10. D’us sabe tudo a nosso respeito: ações e pensamentos;
11. existe o princípio de compensação e castigo;
12. o mashíach (o verdadeiro messias) virá, e embora demore, sua vinda deve ser aguardada diariamente;
e, 13. existe o princípio da ressurreição.
(Por Chaim Szwertszarf)
Rabi Maimônides estabeleceu os 13 princípios como definição válida de judeu [e também de noaíta], como uma maneira segura de identificação do povo judeu [e também dos Bnei Noach]. Os princípios escolhidos eliminam, sucessivamente, as outras religiões que não aceitam a verdade de um ou outro princípio estabelecido. Assim, o primeiro princípio, que proclama a existência de D’us, elimina todos os ateus. O segundo princípio elimina todos que acreditam na existência de mais de Um D’us, ou que D’us não é uma unidade absoluta (exemplo, a trindade). O terceiro princípio elimina a antropomorfia (i.e., que D’us tem corpo). O quarto princípio elimina aqueles que afirmam que a matéria é eterna. O quinto elimina todos aqueles que se dirigem às criações como se elas estivessem investidas de poderes de decisão, pois todas elas só podem seguir o destino (caminho) que lhes foi designado. O sexto elimina os que não acreditam em profecia, elemento fundamental da religião, ou que nem sempre a profecia é verdadeira. De acordo com esse princípio, o profeta fala SEMPRE verdade. O sétimo elimina aqueles que reconhecem outro profeta completo e máximo, além de Moisés (exemplo, Jesus (Yeshua), Maomé, etc). O oitavo elimina os críticos que acham que a Torá (Pentateuco) não foi escrita por Moisés, mas que é obra posterior, escrita por diversos autores. O nono elimina todas as novas mensagens que pretendem substituir ou acrescentar ou diminuir do que está escrito no Pentateuco (exemplo, o Novo testamento, o Coran, etc). O décimo elimina os que, embora acreditem na existência de D’us, acham que D’us não tem mais contato com suas criaturas. O décimo primeiro elimina aqueles que acham que não existe justiça Divina. As coisas acontecem naturalmente. O décimo segundo elimina aqueles que dizem que o Messias já se revelou em absoluto. O décimo terceiro elimina aqueles que não acreditam na ressurreição dos mortos.
É INTERESSANTE NOTAR QUE OS 13 PRINCÍPIOS QUE DEFINEM O JUDEU [E TAMBÉM O NOAÍTA] NÃO FALAM EM PRATICAR OS MANDAMENTOS MAS, SÓ SE REFEREM A IDÉIAS, QUE DEPENDEM EXCLUSIVAMENTE DA FÉ. E MAIMÔNIDES CONCLUI QUE O PROBLEMA DO CUMPRIMENTO DOS MANDAMENTOS É DO LIVRE ARBÍTRIO DE CADA JUDEU [E TAMBÉM DE CADA NOAÍTA], I.E., O QUE O JUDEU ESCOLHE FAZER NÃO MUDA O SEU JUDAÍSMO, ELE CONTINUA A SER JUDEU[, E TAMBÉM O QUE O NOAÍTA ESCOLHE FAZER NÃO MUDA O SEU NOAÍSMO, ELE CONTINUA A SER NOAÍTA]. SE O NASCIDO DE MÃE JUDIA RESOLVE ADOTAR QUALQUER OUTRO SÍMBOLO QUE O IDENTIFIQUE COMO PERTENCENTE AO POVO JUDEU, MAS NÃO TEM FÉ EM QUALQUER DOS 13 PRINCÍPIOS, BASTA QUE NÃO ACEITE UM DELES, ESSA PESSOA PODE SER MUITO SIMPÁTICA E, ATÉ, GRANDE CONTRIBUINTE E BENFEITOR DAS CAUSAS JUDAICAS, MAS ISSO NÃO FAZ DELE JUDEU. [ASSIM TAMBÉM AQUELE QUE ASSUME AS SETE LEIS NOAÍTICAS (DE NOACH), MAS NÃO TEM FÉ EM QUALQUER DOS 13 PRINCÍPIOS, BASTA QUE NÃO ACEITE UM DELES, ESSA PESSOA PODE SER BONDOSA, GENEROSA, HONESTA, ETC, MAS ISSO NÃO FAZ DELA NOAÍTA.] É NECESSÁRIO ACREDITAR COM PERFEITA FÉ NOS 13 PRINCÍPIOS QUE SÃO EXCLUDENTES. A AÇÃO, A PRÁTICA RIGOROSA DA HALACHÁ (LEI JUDAICA) [PARA O JUDEU, OU ENTÃO DAS SETE LEIS NOAÍTICAS PARA O NOAÍTA,] NÃO O TRANSFORMA EM JUDEU [OU ENTÃO EM NOAÍTA] SE ELE DEIXAR DE ACREDITAR EM UM DOS 13 PRINCÍPIOS. O IMPORTANTE NÃO É A PRÁTICA, ISSO É UM PROBLEMA DE CADA UM QUE COLHERÁ OS FRUTOS DA JUSTIÇA DIVINA MAS SIM, A CONVICÇÃO. NÃO É O CONHECIMENTO DA VERACIDADE DO JUDAÍSMO MAS SIM A FÉ. IDENTIDADE É UMA QUESTÃO DE SENTIR UMA VERDADE, DE TER FÉ NESSA VERDADE. PARA SER IDENTIFICADO COMO JUDEU [OU ENTÃO COMO NOAÍTA] TEM SE QUE TER FÉ PERFEITA.
[(Nota adicional do Projeto Noaismo Info:
Apenas para reforçar a questão acima tratada, da diferença entre fé e a prática das mitsvót, o Rabi Marc D. Angel explica similarmente:
“Os judeus não deixam de ser judeus se violam a Halachá – o código de leis do judaísmo.”
“A Halachá reconhece como judeu aquele que nasce judeu (que nasce de mãe judia), quer observe ou não as mitsvot.”)]
Rabi Maimônides formulou e anunciou os 13 princípios básicos para definirem, incluirem e excluirem uma pessoa no rol de judeu [e também de noaíta]. Ele afirma:
Basta não acreditar em um dos princípios enumerados, para que a pessoa não esteja mais incluída na Comunidade [Judaica, ou então entre os Bnei Noach]. Porém se acreditar em TODOS os 13 princípios, e a pessoa venha a transgredir os Mandamentos, ele é judeu [ou então noaíta] para os efeitos aqui mencionados, só que um judeu [ou então um noaíta] pecador e terá que prestar contas. [No Judaísmo,] as consequências de quem não aceita os 13 princípios são muito graves e são pomo de discórdia no seio da Comunidade. Os responsáveis devem se preocupar com esse problema. Pois a pessoa que não aceita os princípios, está excluído, de acordo com a Halachá, da identidade judaica e por conseguinte da religião.
Explanações sobre alguns dos 13 princípios.
• Sexto princípio.
Como reconhecer um Profeta
Ele deve: ser um Tsadíc (Justo), um sábio na Torá, dominar os seus impulsos em cada instante em todos os casos e situações, e, cujo comportamento é extremamente refinado. O Profeta não pode declarar que a mensagem que D’us mandou, por seu intermédio, é para anular qualquer um dos mandamentos da Torá, pois isto é profecia falsa e, o Profeta, portanto, é falso. O Profeta deve ser solicitado pelas lideranças, como teste, para predizer uma série de acontecimentos futuros, E TODOS devem acontecer. Esses eventos que o Profeta prediz devem se referir a coisas boas, porque profecias ruins podem não acontecer, já que o ruim só acontece como castigo e, basta que haja arrependimento, e a profecia não se realizará, por isso, não é um meio seguro para se confirmar se é um verdadeiro ou falso Profeta. Como aconteceu com Jonas, no caso de Ninvé.
A profecia
A função básica da profecia é ensinar os mandamentos de D’us, seja para tirar dúvidas, seja para recriminar os que não seguem o caminho dos Justos. O sexto princípio de Maimônides, existe a profecia autêntica, se lê assim: “eu acredito, em perfeita fé, que todas as palavras dos profetas são verdadeiras”. E deve ser entendido como: 1. todos os nossos [(dos judeus)] Profetas são verdadeiros; 2. todos os ensinamentos e pronunciamentos que constam na Bíblia [Judaica, Tanách,] são verdadeiras profecias.
• Sétimo princípio.
Nos “13 princípios”, o sétimo se lê assim: eu acredito em perfeita fé que a profecia de Moisés, foi verdadeira (real) e que ele é o primeiro (o maior) de todos os profetas (tanto) os que o antecederam como os que o seguiram. Ao se declarar que a profecia de Moisés é verdadeira e, portanto, Moisés um verdadeiro Profeta, implica que a Torá escrita e a Torá verbal são todas verdadeiras, já que todas nos foram profetizadas por um único e mesmo Profeta: Moisés. Ao se afirmar que Moisés foi o primeiro (principal) Profeta – implica que Moisés alcançou o estágio mais alto que um ser humano pode alcançar. Essa observação é de Maimônides que diz ter Moisés alcançado o estágio de anjo. Só um véu não o permitiu ver a essência Divina. Esse véu existiu porque, ele, Moisés, era de carne e osso. Não era uma falha voluntária mas estrutural. Em outras palavras, significa que nenhum ser vivo pode subir mais alto, em santidade, que Moisés. E ninguém podia entender melhor as profecias que ele. Se por hipótese aparecesse um Profeta igual a Moisés, não poderia saber mais que Moisés. Se esse hipotético Profeta fizesse declarações proféticas, só podiam ser iguais ao que Moisés falou. Caso contrário seria um falso Profeta. Isto está implícito em: que Moisés foi o primeiro (principal) dos Profetas que viriam antes dele ou depois dele. Assim, a afirmação do sétimo princípio diz que acreditamos que ninguém tem autoridade para desmentir ou alterar a (torah moshe) Torá de Moisés, sob pena de ser considerado um falso Profeta.
• Oitavo princípio.
Maimônides enumerou os [13] princípios que determinam quando um judeu [ou então um noaíta] pode ser definido como tal. No princípio anterior (o 7° princípio), demonstramos a importância de se reconhecer em Moisés o Profeta verdadeiro. A consequência é que a Torá também é verdadeira, “in totum”, por ser uma profecia de um Profeta verdadeiro. Assim, estaria implícito no sétimo princípio o reconhecimento de que a Torá foi dada por D’us (Torá min hashamáyim). Maimônides, no entanto, amplia esse conceito através do oitavo princípio. Considero este princípio de muita importância e muito atual, numa época em que há tantos intérpretes do significado do judaísmo, por isso, acho importante e esclarecedora a transcrição literal das palavras de Maimônides. “Oitavo princípio, heiót hatorá min hashamáyim, ser a Torá outorgada por D’us. Nós acreditamos que a Torá completa que se encontra, no presente, em nossas mãos, foi-nos dada através de Moisés Rabênu, e que é inteiramente a palavra de D’us. Moisés tinha plena consciência de estar recebendo a Torá de D’us e que ele só devia funcionar como um “escriba” (secretário) a quem se dita e ele transcreve os acontecimentos, as narrativas e os Mandamentos. Por isso ele é chamado o Mechokék, o escriba. Todas as palavras [registradas na Torá] são a palavra de D’us e tudo é a Torá perfeita, completa, pura, santa e verdadeira. Aquele que afirma que [uma única palavra, ou algumas, ou todas] as palavras ou narrativas foram escritas por Moisés, por sua própria iniciativa, é considerado por nossos Sábios e nossos Profetas como o pior dos apóstatas.” Para resumir: hatorá min hashamáyim (i.e., que foi D’us QUEM deu a Torá) é um dos princípios básicos. O descrente desse princípio está sujeito a ser excluído do seio do judaísmo. Basta que alguém duvide de uma única palavra da Torá, como não sendo de origem Divina, para ser equiparado a quem nega a Torá toda, com todas as consequências daí provenientes. O oitavo princípio vem alertar que não é suficiente acreditar que Moisés foi Profeta e que as profecias dele são verdadeiras. É só duvidar em que a Torá que se encontra atualmente conosco é toda ela uma profecia única transmitida a Moisés por D’us para que a pessoa seja considerada apóstata. Maimônides, em sua obra Mishnê Torá, codifica: aquele que, publicamente, nega a origem Divina (sinaítica) da Lei Oral é igual a qualquer outro apikoros. Maimônides nos transmite o seu recado: a) judeu [ou então noaíta] é aquele que aceita [toda] a Torá como sendo de origem Divina b) a Torá se compõe da Lei Escrita e da Lei Oral e c) quem não aceita esse princípio não faz parte da comunidade judaica [ou então dos Bnei Noach].
• Nono princípio.
Os [13] princípios formam a base da fé judaica [e noaica]. São princípios gerais que são válidos para todos aqueles que aceitam o monoteísmo. Onde Maimônides inicia a singularizar a fé judaica [e noaica] é no oitavo princípio que proclama e demonstra que a Torá (escrita e oral) é a palavra de D’us transmitida a Moisés para ser ensinada ao povo de Israel [e também aos Bnei Noach]. Aceitar a Torá como a palavra Divina é suficiente para caracterizar o judeu [ou então o noaíta]? Não. O que define a fé judaica [e noaica] é a imutabilidade da Torá. Não é suficiente aceitar Moisés como Profeta mas sim como o maior Profeta, e não é suficiente aceitar a Torá como sendo min hashamáyim (dada por D’us), é preciso aceitar a sua imutabilidade. Tudo o que está escrito na Torá (na escrita e na oral) deve ser seguido como sendo o mandamento de D’us. Portanto, a palavra da Torá é definitiva. Essa afirmação é genuinamente judaica. Se um Profeta declarar que D’us o encarregou de ab-rogar, modificar, anular, acrescentar ou diminuir qualquer coisa seja da Torá escrita ou da Torá oral, deve ser considerado como falso Profeta e condenado à morte, ainda que tenha provocado milagres em outras oportunidades. Como exemplo Maimônides cita: na Torá está escrito que quando se penalizar o criminoso, deve se aplicar o princípio de “olho por olho e dente por dente”. Essa expressão foi interpretada por nossos sábios na Torá Oral, como significando multá-lo, em dinheiro, o equivalente ao prejuízo causado, pela incapacitação do indivíduo, devido a perda de um olho ou de um dente. Se algum Profeta insistir que D’us lhe afirmou, numa visão profética, que essa sentença deve ser entendida literalmente, i.e., arrancar um olho ou um dente do criminoso, ele é um falso Profeta e deverá ser punido com a morte. De uma certa maneira, quando se trata da Torá Oral, que é a parte do Talmud e onde as leis e procedimentos são referidos aos rabinos pode haver alguma hesitação quanto à sua imutabilidade. Por isso é conveniente trazer alguns versículos que reforçam esse princípio em sua relação à Torá Oral. Deuteronômio 17:8, 9, 10 e 11 fala longamente sobre a autoridade exclusiva dos rabinos. Nos dois últimos princípios, 8 e 9, afirma-se que a Torá (escrita e oral) é toda ela uma profecia. Como profecia ela é inteiramente verdadeira. Se verdadeira, devemos aceitá-la tal como ela é, sem argumentação, dúvidas ou contestação, porque, embora nem sempre por nós compreendida, nem por isso é menos verdadeira.
• Décimo segundo princípio.
A Era Messiânica Livre arbítrio não quer dizer que a pessoa pode agir de uma maneira ou de outra apenas seguindo a sua vontade. Não. Livre arbítrio significa ter conhecimento das consequências do ato e arcar com elas. É no conhecimento das consequências, que podemos afirmar que a escolha é livre. Essa qualidade divina só pode ser exercida por existirem o bem e o mal, a recompensa e o castigo todos eles sujeitos à leis preestabelecidas por D’us. É evidente que D’us não iria criar as coisas que conhecemos como o mal para ter existência eterna, seja o mal representado pelo impulso que lhe dá origem, seja pelo castigo, que é o mal que o pecador sofre. Há de haver um tempo limite para a sua existência. O mal, nas estruturas de origem Divina, há de sucumbir e, em seu lugar, só o bem terá existência. Ou seja, há de surgir um mundo perfeito. Sem a existência daquilo que conhecemos como o mal. Só o bem terá existência eterna. Esse tempo seria os dias messiânicos.
A esperança nacional
Ao mandar Moisés ir ao Egito de encontro à comunidade judaica para desencadear o processo liberatório e formação nacional, ele pergunta a D’us: e se me indagarem como é o nome desse D’us que te mandou (e que deverá permanecer para sempre nosso D’us nacional), qual o nome que deverei dar? – e D’us revela o nome que define em três palavras a história judaica: “eheie asher eheie”, “estive com eles nesta diáspora e permanecerei com eles nas futuras diásporas”, ou seja, é um povo que, graças à sua missão nacional, durará por todas as gerações futuras. E por essa razão, tanto na sua terra, Israel, ou na diáspora, poderá ter a sua existência ameaçada, contestada, mas jamais eliminada. A sua missão fará com que tenha uma existência eterna. Cumprida a sua missão, o seu Messias virá para tirá-lo de todas as diásporas para que se instalem, definitivamente, na terra de Israel. O Messias, do povo judeu, existe e só aguarda o momento oportuno para guiá-lo. A data da vinda não pode ser revelada porque a vinda dele depende de fatores históricos e do cumprimento, antes, da missão do povo judeu [(a obrigação de ensinar a todos os povos as Shéva Mitsvót Hashém leBenêi Nôach – literalmente, “Sete Leis de Hashém para os Filhos de Noá” -, as Sete Categorias de Leis dadas pelo Próprio D’us a toda a humanidade, de modo que todos os não-judeus aceitem-nas e cumpram-nas, tornando-se assim Bnei Noach (Filhos Espirituais de Noá, patriarca não-judeu da humanidade moderna) ou Gentios Justos – não-judeus devotos de Hashém)]. Assim se verifica que essa ideia, a messiânica, é a verdadeira alma nacional, que deu e dá esperança à sobrevivência do povo judeu e ânimo para continuar com a sua missão de mensageiro da palavra Divina.
A ideia universal
Sendo a era messiânica para todas as nações, a vinda de Mashíach, do verdadeiro Messias, é de interesse de toda a humanidade e portanto é uma esperança universal.
É um princípio que define o judaísmo [e também o noachdút (noaísmo)].
Os princípios que definem o judaísmo [e também o noachdút (noaísmo)] são três: a) que a Torá é eterna e imutável, i.e., nada pode ser diminuído nem acrescido (Torá min hashamáyim) (pois, a Torá foi dada por D’us); b) que Moisés foi o maior profeta e ninguém jamais o sobrepujará, substituirá ou igualará, em consequência, sua palavra é a final; c) que a revelação de Messias é ainda esperada.
Os tempos messiânicos por Maimônides:
“Os tempos messiânicos serão os tempos em que voltará a existir o reino em Israel e voltarão (todos os judeus) à Eretz (Terra de) Israel e este rei (Messias), será muito exaltado. … Farão a paz com ele todos os povos, e todas as nações estarão submissas a sua grande justiça e as maravilhas que se realizarão por seu intermédio. … Nada mudará na realidade (a existência) do povo judeu a não ser que a realeza voltará (ao povo de) Israel.” Como vemos, Maimônides não somente faz questão de sublinhar que os tempos messiânicos serão historicamente (e politicamente) normais mas, principalmente, que Messias será um homem de carne e osso, um grande líder, um rei descendente da estirpe do rei Davi, e apesar de ser o homem mais poderoso do mundo, será um homem sábio, justo e santo e que exercerá sua liderança para aperfeiçoar a humanidade e assim prepará-la para o Mundo Por Vir. Mas esse conceito de Messias não deve confundir o leitor a pensar que Maimônides apenas prevê um acontecimento político, longe disso. E por isso vejamos como Maimônides anuncia o 12° e penúltimo princípio. “Acreditamos e afirmamos que Messias virá, e ainda que demore, esperaremos por ele. Acreditamos que Messias será superior e terá maior eminência e prestígio do que qualquer outro rei que já reinou. Essa crença em Messias está de acordo com as profecias que dizem respeito a ele por todos os profetas desde Moisés até Malachí [Malaquias]. E aquele que duvida de sua vinda, ou que duvida de sua estatura exaltada (como rei), nega a Torá. Incluído neste 12° princípio está que todo rei de Israel tem que ser descendente da casa de Davi e de Salomão.”
Vejamos mais algumas palavras de Maimônides sobre Messias: “Nesses dias [messiânicos], (o cumprimento de) todos os mandamentos retornará ao seu estado inicial. Ofereceremos sacrifícios, observaremos os anos sabáticos e de jubileu, de acordo com os detalhes mencionados na Torá. Qualquer judeu [ou então noaíta] que não acredita em Messias [(como uma pessoa real, um homem que será um rei,)] ou que não aguarda a sua vinda, nega não somente os mais essenciais ensinamentos dos profetas, mas também os da Torá e Moisés, nosso mestre.” “O Messias não mudará nada da Torá. A Torá que temos agora, com todas as leis e mandamentos, permanecerá para sempre.” “O Messias deve ser um indivíduo imerso no estudo da Torá e seus mandamentos; como Davi, seu ancestral, ele deve seguir ambas as Toroth, a Torá escrita e a Torá oral; conduzir todos os judeus de volta à Torá. Ele levará todos os homens a servir a D’us em unicidade.” “Nossos sábios e profetas não ansiaram pela era messiânica com o fito de governar o mundo e dominar os não-judeus. Não desejavam que as nações os honrassem ou que pudessem [resumir a vida a apenas] comer, beber e estar alegres. Só desejavam uma coisa e, isto era, serem livres e independentes de modo que pudessem se envolver no estudo da Torá e sua sabedoria.” “Na era messiânica não haverá guerra, nem fome. Inveja e competição deixarão de existir. A principal ocupação da humanidade será somente a busca em conhecer D’us[, Hashém, o D’us Único de Israel].”
Esta é a ideia messiânica que Maimônides nos ensina sobre Messias e a era messiânica.
Que Messias venha em breve e ainda em nossos dias.
A systematic compilation of the essential Halachic and conceptual teachings about Moshiach and the Messianic redemption from the Biblical, Talmudic-Midrashic and other authoritative sources.
MANDAMENTOS DIVINOS PARA TODOS OS DESCENDENTES DE NOÁ (popularmente, descendentes de Noé, ou filhos de Noé)
MANDAMENTOS DIVINOS PARA VOCÊ, PARA MIM, PARA TODOS NÓS, OS NÃO-JUDEUS, OS DESCENDENTES DE NOÁ
♦SETE MANDAMENTOS NOAÍTICOS (ou, pelo menos, possíveis CINQUENTA E UM MANDAMENTOS NOAÍTICOS)♦
MENSAGEM DO JUDAÍSMO PARA A HUMANIDADE
(Em noahide.org)
De acordo com os profetas judeus, chegará um dia em que o mundo inteiro vai servir um só deus: O D’us de Israel.
Na verdade, este é o grande lema e missão do Judaísmo, a oração do “Shemá Israel”. Ela é repetida duas vezes por dia por cada judeu e devem ser as últimas palavras que ele diz na vida antes de morrer:
“Ouve Israel, Hashém é nosso D’us, Hashém é UM SÓ” (Devarím [Deut.] 6:4).
Isto significa:
“Ouça e Entenda, judeus, atualmente D’us é “nosso”, acreditado apenas por nós e não pelas outras religiões. Mas no futuro, ELE será “UM” e será servido por toda a humanidade.” Como diz Sofonias 3:9*: “Farei então com que os povos voltem a conhecer uma língua pura, com a qual todos possam invocar do mesmo modo o Nome de Hashém, para servi-LO com seus sentimentos unidos”, e Zacarias 14:9*: “Naquele dia, Hashém será um e SEU NOME, um”.
Em outras palavras, o Judaísmo acredita que, inevitavelmente, cada e todo humano neste planeta será religioso e vai servir somente O “nosso” D’us.
É impossível conceber uma coisa dessas? É um deus melhor do que outro? Não é isto coerção; a contraparte judaica da inquisição?
Certamente não! Na verdade, o oposto é que é verdadeiro.
A Torá e os profetas se referem a uma época quando toda a humanidade irá reconhecer a unidade de toda a criação e perceber que existe UM SÓ CRIADOR, e que ELE nos dotou com, em última análise, potenciais positivos e vai nos ajudar a realizá-los.
Então o mundo vai começar a aperfeiçoar-se.
Quando o Bem, o Amor, a Gratidão e o poder de construir for revelado em cada um de nós, D’us irá reagir a nossos esforços e então males como a guerra, a fome, a tragédia, a miséria, doenças e até mesmo a morte deixarão de existir.
Tudo isso será realizado quando toda a humanidade começar a acreditar no D’us de Israel (o primeiro e a base dos 7 Mandamentos Noaíticos) e seguir SUA Torá.
Como Maimônides (Rabi Moshe Ben Maimon, o Rambám, 1135-1204, gigante espiritual e codificador principal do judaísmo) escreve em seu livro “Mishnê Torá” para explicar os 7 Mandamentos Noaíticos:
“A partir da palavra de D’us, Moisés ordenou aos judeus para convencer e trazer o mundo inteiro para a observância dos mandamentos que foram dados aos ‘Benêi Nôach’ (todos os gentios)” (Leis dos Reis 8:10). “E que eles deveriam cumpri-los porque D’us lhes ordenou através de Moisés no Monte Sinai” (ibid 8:11).
“Naquele tempo não haverá fome, nem guerra, inveja ou competição, porque o bem fluirá com abundância e todos os deleites serão comuns” (ibid 12:5).
Vamos primeiro entender mais sobre O D’us de Israel:
O CRIADOR
Os judeus servem um D’us completamente diferente de todas as outras religiões, e é ESTE O D’us que toda a humanidade acabará por servir.
Todas as outras religiões adoram um poder espiritual ou poderes: deuses, personagens, espíritos, forças, luzes, etc., que são entidades separadas e distantes do mundo e das pessoas nele. Eles separam a realidade que o Judaísmo chama de “Shtay R’shuyout”, literalmente “Dois Domínios”: Espiritual e Físico.
Mas os judeus servem O CRIADOR.
Não apenas um criador que fez o mundo há muito tempo e agora está distante, vendo a criação do alto, mas UM CRIADOR que cria todos os tipos de existências; todos os átomos, todos os espíritos, todas as consciências e ainda cada um de nós humanos, novamente … a cada instante, a todo momento!
Como começa a Torá: “No princípio D’us criou os Céus e a Terra.” “Céus” significa tudo o que é espiritual e “Terra” se refere a tudo o que é físico. Em outras palavras, O D’us da Torá não é espiritual, antes ELE CRIA o espiritual. E ELE cria o físico.
E ELE cria o tempo também.
Em outras palavras, os judeus querem trazer toda a humanidade a servir O CRIADOR: O UM D’us que está criando toda e cada pessoa a cada instante.
Este é o conceito mais simples e ainda o mais difícil possível: D’us é infinitamente próximo e infinitamente longe ao mesmo tempo (em outras palavras, D’us é Imanente e Transcendente, simultaneamente).
Mais simples e próximo porque D’us nos cria e nada está mais perto de nós do que nossa própria existência. (E temos de admitir que não estamos criando a nós mesmos).
Mas o mais difícil e longe porque D’us cria ainda o espiritual. ELE está “acima” dos “deuses” espirituais das outras religiões. Sua existência é muito mais real e intensamente presente que a nossa e mais infinita do que até mesmo o espiritual.
Em outras palavras, ELE é a única existência REAL. Enquanto nós somos meras criações.
Esta é a base dos mandamentos Noaicos: servir O D’us que nos cria, que é infinitamente próximo e real e ainda incompreensivelmente longe e “irreal”, que “Pessoalmente” cria toda a realidade.
D’us é A FONTE da vida, de toda a consciência, de toda a matéria e de todo o espírito.
É até possível sentir isso; olhe a sua volta. O ar, as árvores, o céu, a terra, o povo em si … tudo está sendo criado constantemente por D’us. ELE é A FONTE de toda a existência e SOMENTE ELE cria todo o ser constantemente DO NADA!
ESTE é O D’us de Israel.
Ou, na linguagem da Torá: “Ain Od Milvado” (Devarím [Deut.] 4:35). Não Há Nenhum Outro Além DELE.
Mas D’us também é íntimo e … ELE SE PREOCUPA, ELE SE IMPORTA.
ELE nos dá olhos para ver, ouvidos para ouvir, todos os nossos sentidos, talentos e habilidades, bem como o impulso para desenvolvê-los e utilizá-los para melhorar o mundo.
SÓ ELE é a fonte de todo o bem.
SÓ ELE provê as nossas necessidades, nos dá a vida, sustento, alegria, sentido, amor e tudo o que temos. E SÓ ELE realmente ouve e responde a todas as orações (Tehilím [Salmos] 145:9, 18).
Ele salvou Noach (Noá), o único homem justo, íntegro, em uma geração totalmente má, do dilúvio (todos os gentios são chamados de “Bnei Noach” porque, como descendentes diretos de Noá, eles herdaram a sua integridade e o potencial dado por D’us para a verdade e o bem) e começou por meio dele um admirável mundo novo.
D’us tirou os judeus do Egito, deu-lhes a Torá, os alimentou com Maná e água e os protegeu no deserto durante 40 anos. E ELE os tem protegido desde então, ELE continua a protegê-los até os dias de hoje!!!
Isso é o que significa, ELE é um “D’us vivo” (Irmiáhu [Jeremias] 10:10) e que D’us tem uma “imagem” (Bereshít [Gên.] 1:27). Ou seja, que apesar DELE realmente ser O CRIADOR e nós SUAS criações, ELE reage a nós como se de alguma forma fossemos Seus iguais (como é explicado em extensão e profundidade em textos cabalísticos e chassídicos). ELE ouve nossas orações, recompensa e pune nossas ações e nos ajuda quando estamos em necessidade. Somente DELE vem tudo o que temos e tudo o que somos, de fato nosso próprio ser a cada instante.
ELE é O CRIADOR do universo e somente a ELE devemos uma dívida infinita de gratidão …
Mas, para realmente expressar a nossa gratidão adequadamente, ela deve estar de acordo com o que ELE quer; as regras que ELE, O PRÓPRIO CRIADOR, estabeleceu. É por isso que ELE deu a Torá.
A TORÁ
A Torá é o ÚNICO manual de direção escrito e dado “Pessoalmente” por D’us …….. para toda a criação.
Claro que existem Bíblias e vários livros “sagrados” de outras religiões, mas todos eles afirmam ser, na melhor das hipóteses, revelações espirituais dadas em particular ou a um (na maioria das vezes nascido milagrosamente) indivíduo ou a uns poucos escolhidos.
Mas a Torá foi dada a milhões de pessoas pelo PRÓPRIO CRIADOR (sim, a 3 milhões de pessoas).
Cinquenta dias após D’us “Pessoalmente” tirar todo o povo judeu do Egito com grandes milagres e sinais (por si só um acontecimento inigualável na história), ELE os trouxe ao Monte Sinai e em meio ao fogo e trovão apareceu “Pessoalmente” (Devarím [Deut. 5:4]) e falou com eles (Shemót [Êxo.] 20:1-2*) dizendo:
“Eu sou Hashém, teu Deus, que te tirei da terra do Egito… não terás outros deuses.”
Com estas palavras, D’us tornou muitas coisas claras: Primeiro: os judeus são o SEU povo. Segundo: ELE está ativo neste mundo; ELE tirou os judeus do Egito. E, terceiro: ELE quer que sirvamos somente ELE (O D’us que levou os judeus para fora do Egito) e que o façamos até mesmo em nossos assuntos mais mundanos (Não matar, roubar etc.).
Este, a entrega da Torá, foi o evento mais visto, testemunhado e verificado na história do mundo. Milhões de judeus viram, ouviram e depois disseram a seus filhos que D’us falou com todos eles … E isto tem sido passado de geração em geração, sem interrupção desde então.
Sim, por mais de 3300 anos, apesar de perseguições, inquisições, holocaustos, expulsões, pogrons e sofrimentos indizíveis, os pais judeus têm dito aos seus filhos que D’us tirou seus antepassados do Egito e lhes deu SUA Torá.
Mais ainda.
As outras religiões, até mesmo aquelas que acreditam que D’us escolheu os Judeus e lhes deu SUA Torá, nunca nem mesmo sequer tentaram inventar uma tal história sobre a origem de suas várias Bíblias(*).
Seria simplesmente impossível de sustentar.
(* Não só as religiões nunca nem mesmo sequer tentaram inventar que D’us SE revelou a todo um povo delas, como também sequer foram capazes de afirmarem que D’us realmente não SE revelou ao povo judeu no monte Sinai em 2448 desde a Criação.)
Como a própria Torá afirma: “Pergunta, … desde o dia em que D’us criou o homem … e desde uma extremidade dos céus até a outra, se houve jamais uma coisa grande semelhante a esta, ou se ouviu coisa igual a ela?”, etc. (Devarím [Deut.] 4:32-36*)
E ainda mais surpreendente, a Torá dos judeus hoje é exatamente a mesma que foi dada a Moisés.
Por mais de 3300 anos, desde o Monte Sinai, a Torá tem sido lida publicamente quatro vezes por semana para garantir que ela não será esquecida ou alterada (como muitas religiões afirmam que foi) e sua correta interpretação, o Talmud, tem sido transmitida, discutida e aprendida intensivamente em dezenas de milhares de escolas chamadas Yeshivót até o dia de hoje, assegurando a correta interpretação da Torá para todos os tempos.
(Qualquer um que já ouviu uma leitura pública de Torá em uma sinagoga ou que aprendeu Talmud em uma Yeshivá sabe que os erros não passam despercebidos nem são tolerados.)
Portanto, não é suficiente simplesmente crer somente nO CRIADOR.
Toda a humanidade também deve servi-LO de acordo com a SUA Torá. E na Torá, os mandamentos Noaíticos são para todos os não-judeus.
Cada pessoa tem uma obrigação e uma chance de estar em sintonia com as direções exatas dO CRIADOR que nos cria.
E há uma meta: a chegada de Mashíach e a Ressurreição dos Mortos.
Toda a humanidade deve acreditar (nessa meta) e fazer todo o possível para apressar a chegada do Mashíach, que vai realizar todo o acima e ainda vai educar os mortos (nos Mandamentos Noaíticos) para finalizar tudo isso.
Isto é melhor resumido nos“Shelosh-Esrê Icarim” – “Treze Princípios de Fé”de Maimônides (ou “Ani Maamin” – “Creio Plenamente”), no seu comentário sobre a Mishná (Sanhedrín, cap. 10):
Temos de acreditar com uma fé completa que:
1)D’us existe; ELE cria todo o ser, mas ELE não é criado. Toda a criação, espiritual e física, vem DELE, mas SUA EXISTÊNCIA é absoluta e não depende de mais nada porque não há nada mais.
2) D’us está SÓ e SOZINHO: Não existe nenhum outro criador (de nada) e não existe nenhuma existência, exceto ELE. Tudo o mais é trazido constantemente a ser por ELE a partir do nada.
3) D’us não tem nenhum tipo de corpo e nem mesmo forma espiritual. D’us não é pessoa. Todos os antropomorfismos na Bíblia são apenas metáforas para compreender as revelações de como ELE, apesar de SUA Infinitude, interage com SUA criação. Mas, na verdade, ELE não tem nenhuma forma ou definição.
4) D’us não está limitado ao tempo. ELE sempre existiu e sempre existirá. ELE não teve nenhum começo e não houve nenhuma existência anterior a SUA. Em vez disso, “tempo” é uma de SUAS criações.
5)D’us quer que nós sirvamos e oremos a ELE e Somente a ELE. É SÓ ELE que provê todas as nossas necessidades e Somente a ELE devemos dirigir as nossas orações, louvores, serviço e boas ações, não a qualquer uma das suas criações, formações ou manifestações …, não importa o quanto espirituais, poderosas ou útil elas possam parecer ser. D’us nos quer para mudar e melhorar o mundo através do nosso serviço a ELE. Apesar de sermos meras criações, feitas de “nada”, nosso serviço é importante para D’us.
6) D’us nos instrui por meio de SEUS profetas. Existem qualificações muito rigorosas para profetizar. Entre elas: todos os profetas devem ser judeus, e devem conhecer e observar toda a Torá. Toda profecia deve ser só para reforçar a observância da Torá. Essas outras religiões que afirmam que um profeta veio para negar ou reinterpretar a Torá estão enganadas.
7)Moisés é o “pai” (o maior) de todos os profetas. Ele nos trouxe a Torá, e, cada palavra na Torá (em ambas, escrita e oral) é precisamente a Palavra dO CRIADOR.
8)A Torá de Moisés é imutável. A Torá que temos hoje, incluindo a Torá Oral, ou seja, Talmud, etc., é precisamente a mesma que D’us deu a Moisés no Monte Sinai. Não houve nenhuma alteração, adição ou subtração.
9)D’us não quer que nós alteremos, adicionemos ou subtraiamos qualquer coisa da Torá escrita ou oral. Os decretos rabínicos não são uma alteração, mas sim o cumprimento do mandamento da Torá: “não te desviarás da sentença que te anunciarem”, etc. (Devarím [Deut.] 17:11*). (Desnecessário dizer, há qualificações rigorosas sobre quem pode ser um Rabino e quais são os seus poderes e restrições; reforma e conservador não se qualificam.)
10)D’us conhece e SE preocupa com nossas ações, fala e pensamento. ELE é Infinitamente Íntimo e absolutamente nada está fora de SUA Consciência. Na verdade, ELE dirige, causa e cria cada e toda ação e interação na criação, desde os menores átomos às maiores galáxias, das rochas mais simples aos mundos espirituais mais elevados.
11)D’us recompensa e pune. ELE reage aos nossos gestos, fala, pensamentos e orações neste mundo (quando e como ELE quer) e/ou depois da morte, no mundo (puramente) espiritual, ou até mesmo na Ressurreição dos Mortos.
12)D’us trará Mashíach imediatamente. E se, D’us nos livre, Mashíach demorar, temos de esperar por ele constantemente. Mashíach será um Rei Judeu que irá fortalecer totalmente a observância da Torá e a identidade judaica. Ele construirá o Terceiro Templo, reunirá todos os judeus em Israel e eliminará todos os inimigos do Judaísmo. Qualquer pessoa que não acredita nele e que não aguarda a sua chegada a cada instante nega toda a Torá. É ele e só ele que vai trazer toda a humanidade a observância dos mandamentos Noaíticos.
13)D’us ressuscitará os mortos. As almas retornarão à Terra, os cadáveres serão reformados e voltarão novamente à vida, indicando que este mundo físico é realmente “elevado” e mais Divino que o próprio céu (mundo) espiritual.
Se lhe falta um dos detalhes (acima), então a sua fé em D’us não está completa.
[NOTA DO SITE BNEI NOACH PROJETO NOAISMO INFO:
Para complementar sobre os 13 Princípios de Fé da Torá, conforme o nosso querido Rav Shimshon Bisker, de Israel, o Rabino Supervisor do Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info, veja o inédito livro digital dele lançado exclusivamente pelo Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info na sequência de O Guiazinho 2. Baixe-o gratuitamente em:
ESTE é O D’us de Abraão, Isaque e Israel. O D’us que cria o mundo e tirou os judeus do Egito. ESTE é O D’us que deu a Torá e Nela os Mandamentos Noaíticos para mudar o mundo.
Assim, vemos que D’us quer que nós acreditemos NELE e usemos a Torá para transformar SUA criação em uma “morada” para ELE, como ela era no início, e até melhor … e isso depende de toda a humanidade, incluindo os gentios (não-judeus).
Portanto, Noaísmo não é uma religião, é muito mais que isso.
A tradição Noaítica é a única maneira de diretamente, e não através de intermediários, conectar-se a D’us e revelar todo o potencial positivo de cada indivíduo para fazer o Céu aqui na Terra.
Tão grandioso quanto isso possa parecer, é a capacidade de cada um de nós para fazer isso acontecer. Esse poder é dado na Torá.
A Torá além de ser um manual de instrução, é também A Vontade e A Sabedoria do D’us Vivo. ELE dá àqueles que A aprendem e A seguem, judeus e gentios, o poder de mudar o mundo inteiro para o bem.
A Torá foi dada pelo PRÓPRIO CRIADOR e está imbuída com o SEU Poder para trazer bênçãos e significado a todos aqueles que A seguem com alegria, amor, coragem e gratidão, como fez Noach (Noá) milhares de anos atrás.
E, como escrevemos anteriormente, todos os gentios são chamados de “Bnei Noach”[*] porque, como descendentes diretos de Noach (Noá), eles herdaram a sua integridade e o potencial dado por D’us para A Verdade e O Bem, i.e., para mudar e aperfeiçoar o mundo.
[* O termo “noaítas” refere-se especificamente àqueles não-judeus que devotam Hashém e seguem SUAS mitsvót universais.]
OS SETE MANDAMENTOS NOAÍTICOS(*
* Noaítico = relativo aos noaítas; Noaico = relativo a Noach (Noá).
(Há alguns que grosseiramente utilizam a palavra “noético” para o que é relativo a Noach (Noá) ou aos noaítas. “Noético” significa relativo à noése.))
Quando D’us deu a Torá, ELE incluiu nela todas as leis pertinentes a toda a humanidade. Há realmente muitas delas, mas a estrutura básica é chamada de “Sete Mandamentos de Noá” ou “Sete Mandamentos Universais”.
Elas foram dadas a Adão e não se alimentar de um animal vivo foi dada a Noá (como listado abaixo):
1)Não sirva outros deuses (Sirva somente O CRIADOR)
2) Não assassine (Respeite a vida humana)
3) Não roube (Respeite as propriedades dos outros)
4)Não blasfeme (Conheça O CRIADOR e O Honre)
5)Não faça ofensas sexuais (Respeite a família)
6)Não coma carne tirada de um animal ainda vivo (Seja bondoso)
7)Estabeleça tribunais de Justiça para fazer cumprir os mandamentos acima (Seja justo)
Mas há muito mais para a tradição Noaítica que apenas este número de sete leis.
Estes sete são uma estrutura básica que contém muito mais mandamentos, detalhes e instruções que no seu conjunto formam um modo verdadeiramente completo, significativo e válido de expressar amor e gratidão para com O CRIADOR, com todos os aspectos do nosso ser para aperfeiçoar o mundo em que vivemos.
[NOTA DO SITE BNEI NOACH PROJETO NOAISMO INFO:
Para aprender os detalhes da Vida Bnei Noach, ou seja, da prática Bnei Noach, da observância Bnei Noach, o cumprimento dos Mandamentos Divinos Universais, só há um único livro em todo o Brasil que preenche todas as lacunas mais básicas, com isso fazendo nos sentir completos, porque viemos a alcançar, graças a D’US, a satisfação plena, certamente de maneira confiável e responsável: BNEI NOACH GUIA BÁSICO (1 e 2), do aclamado Rav Shimshon Bisker, lançado pela Livraria virtual Projeto Noaismo Info. ADQUIRA JÁ O SEU!
Primeiro de tudo,cada um destes sete mandamentos tem muitas implicações; aqui estão algumas de acordo com a Enciclopedia Talmudit (Enciclopédia Talmúdica)do Rabi Shlomo Yosef Zevin (1888-1978):
1)NÃO À IDOLATRIA:
2)Não ore para outra coisa exceto O CRIADOR
3)Não ore a D’us através de ou em conjunto com qualquer outra coisa (em outras palavras, ore diretamente aO CRIADOR, sem nenhum tipo de intermediário)
4) Não faça um juramento a qualquer outro poder ou figura (Enciclopedia Talmudit, pg 350, coluna b)
5)NÃO À BLASFÊMIA:
6) Não amaldiçoe um dos nomes hebraicos de D’us
7)Não amaldiçoe nem mesmo um apelido de D’us em qualquer idioma (ibid. 351a)
8)NÃO AO ASSASSINATO:
9)Não mate desnecessariamente, mesmo em auto-defesa
10)Não cometa suicídio
11)Não ao aborto
12)Não à eutanásia ou morte por piedade
13)Não derrame sêmen propositalmente
14)NÃO AOS PECADOS SEXUAIS:
é proibido para um homem ter relações com:
15)Sua mãe
16) Sua irmã materna
17)Sua filha
18) Sua tia (irmã da mãe; alguns dizem, irmã do pai)
19)Alguns dizem, a mulher de seu pai, mesmo após a morte do pai
20)A esposa de outra pessoa
21)Animais (Bestialidade)
22)Outro homem (Homossexualismo) (Enc.Tal. 352) [mas uma mulher com outra mulher também]
23)Alguns dizem, até mesmo as relações com a esposa devem ser na forma em que é possível ter filhos (ibid. 353b)
Portanto: 24) Prostituição e25) Sexo casual são proibidos
26)NÃO AO ROUBO:
27) Não ao rapto/sequestro
28)Não tome despojos de guerra
29) Não ao estupro
30) Alguns dizem, não seduza (e se relacione com) uma pessoa, se não for com o propósito de casamento (ibid 354a)
31)Não retenha o pagamento do trabalhador
32)Alguns dizem, até mesmo desejar as posses dos outros é proibido (ibid. 354b)
33)Alguns dizem, não tome juros sobre empréstimos
34)Alguns dizem, não seja desonesto nos negócios
35)Não roube de um ladrão
36)Não roube nem mesmo a menor quantidade ou valor
37)Não prejudique os outros
38)NÃO COMA UM MEMBRO DE UM ANIMAL VIVO
É proibido comer:
39)A carne de um animal vivo
40)Alguns dizem, o sangue de um animal vivo [vivo, não um animal morto]
41) Alguns dizem, qualquer coisa de um animal que morreu por si próprio e não foi morto pelo homem
42)Não cause dor ou sofrimento desnecessário aos animais
43) ESTABELEÇA UM SISTEMA JURÍDICO:
44)Para educar o povo a não transgredir os mandamentos
45)Para julgar toda injustiça ou transgressão dos seis mandamentos anteriores (alguns dizem, as mesmas leis de danos monetários como na Torá)
46)Não aceite suborno
47)Não julgue de um modo parcial, de uma forma tendenciosa
48) Estabeleça juízes em cada cidade ou região
49) Alguns dizem, é proibido aos litigantes gentios fazerem julgamentos fora do tribunal sem juízes (ibid. 355)
Além disso, a humanidade tem a obrigação de (50) “L’shevet Y’tzara”, literalmente, “Melhorar o Mundo” e de(51)ter “Midot Tovot” (Bons Traços de Caráter). Como diz o Talmud, sem a Torá poderíamos aprender a modéstia de um gato … (Aruvin 90b).
* Bíblia Hebraica, David Gorodovits e Jairo Fridlin, Editora e Livraria Sêfer.
Apenas para esclarecimento, é importante ressaltar as palavras do Rabi Yakov David Cohen (Chabad) sobre o Movimento Bnei Noach:
“Ainda que poderia parecer uma trajetória óbvia, seguir as Leis de Noá não é um caminho para se tornar um judeu.”
E as palavras do Rabi Tzvi Freeman (Chabad):
“O caminho dos Bnei Noach está integralmente ligado ao povo judeu. [Porém, nós judeus] não queremos criar uma nova religião. Nem queremos que os Bnei Noach estejam imitando as práticas características do povo judeu [isto é, que se apropriem dos mandamentos Edót — aqueles que são um sinal entre Hashém e os judeus].”
Nas palavras transliteradas, “CH” deve ser pronunciado como “rr” e “SH” como “ch”.
Noaísmo e A TORÁ E OS JUDEUS E O JUDAÍSMO
“Assim disse HaVaYaH dos Exércitos: ‘Naqueles dias, dez homens de diferentes línguas e de todas as nações segurarão a orla das vestes do judeu, dizendo: Iremos contigo, porque sabemos que D’us está contigo!’” – Zechariá (Zacarias) 8:23
1° A VERDADE HISTÓRICA DA REVELAÇÃO DIVINA NO SINAI
2° A AUTORIA DA TORÁ
3° CONHECIMENTO E FÉ
4° OS FUNDAMENTOS DO JUDAÍSMO
5° A TORÁ ORAL
6° OS TREZE PRINCÍPIOS DA FÉ JUDAICA
OS TREZE PRINCÍPIOS DE FÉ DA TORÁ (DA FÉ JUDAICA/NOAICA)
Os Treze Princípios de Fé Judaica do Rabi Maimônides são uma das declarações mais claras e concisas da crença judaica. São, de fato, sua pedra fundamental. Maimônides foi o maior codificador e filósofo na História Judaica. Também conhecido como Rambám (Rabênu Moshé ben Maimon), Maimônides estudou a totalidade da literatura judaica sagrada e codificou os princípios do judaísmo. O Povo Judeu aceitou esses princípios como a crença clara e inequívoca do judaísmo.
Nosso propósito aqui é apresentar e discutir brevemente cada um dos Treze Princípios de Fé de Maimônides. Esses treze enunciados são a essência da crença judaica. Ao estudá-los, aprendemos sobre o que torna único o judaísmo: aquilo no que nós, judeus, cremos; por que cremos no que cremos; e porque não é possível para o Povo Judeu adotar as crenças e práticas de outras religiões.
Os Treze Princípios de Fé da Torá
Primeiro Princípio:
“Creio com plena fé que D’us é O CRIADOR de todas as criaturas e as dirige. Só ELE fez, faz e fará tudo”.
O Primeiro Princípio de Maimônides é a crença na existência de D’us. Este é o princípio fundamental do judaísmo, o pilar de todos os demais. O judaísmo se inicia e termina em D’us. Como escreve Maimônides: “A base fundamental e pilar da sabedoria é a compreensão de que há uma EXISTÊNCIA inicial que fez todo o restante existir”. Tudo o mais nos Céus e na terra apenas existe como resultado da realidade de SUA existência (Yad, Yesodey HaTorah 1:1).
Segundo o judaísmo, D’us é a origem, essência e vida de tudo. D’us não é apenas um conceito religioso, mas a Realidade Absoluta. O judaísmo ensina que somente D’us é real, e a existência de tudo é tênue e condicionada à Vontade d’ELE. Muitas pessoas têm certeza de sua própria existência, mas questionam a existência Divina.
O judaísmo nos ensina que a existência Divina é certa e absoluta, ao passo que a de todo o restante é questionável. Ademais, o judaísmo afirma que D’us é completamente independente de toda a Sua criação, ao passo que tudo o que existe é completa e incessantemente dependente d’ELE. Isto significa que D’us não apenas criou tudo o que existe, mas ELE também o mantém, constantemente. Nos livros sagrados judaicos encontramos com frequência que um dos nomes de D’us é HaMakom – “O Lugar”. A razão para essa denominação, segundo o Midrash, é que “D’us é o lugar do mundo, mas o mundo não é o lugar de D’us”. Isso significa que o mundo existe dentro de D’us, e não que há um D’us nos reinos espirituais e um universo físico que existe fora d’ELE.
A Cabalá ensina que o maior milagre de todos, possibilitado por um D’us onipotente, é que um mundo finito existe dentro d’O INFINITO sem se tornar inexistente pela infinitude. O mandamento de acreditar em D’us é o primeiro dos Dez Mandamentos: “Eu sou HaVaYaH, teu D’us…”.
Segundo Princípio:
“Creio com plena fé que O CRIADOR é Único. Não há unicidade igual à d’ELE. Só ELE é nosso D’us; ELE sempre existiu, existe e existirá”.
A proclamação fundamental da fé judaica, que os judeus devem recitar diariamente, duas vezes ao dia, é o Shemá Israel, “Escuta, Israel! HaVaYaH é nosso D’us, HaVaYaH é um só!” (Deuteronômio, 6:4). Ao recitar o Shemá, afirmamos nossa fé em D’us e proclamamos SUA unicidade.
A unicidade Divina é um princípio central do judaísmo. A existência e a unidade de D’us andam lado a lado. O judeu que não crê na unidade absoluta de D’us, na verdade não crê em D’us, ou melhor, crê em um deus que não existe.
A unicidade de D’us é um tema complexo, muito além do escopo deste trabalho; mas é essencial observar o seguinte. Crer na unidade Divina significa não atribuir poder a nada ou ninguém a não ser a D’us. ELE é o único MESTRE do Universo. Não podemos sequer atribuir poder independente a anjos (quaisquer que sejam), muito menos a objetos inanimados, tais como os corpos celestiais, ou a seres humanos.
Muitas religiões creem em D’us, mas também em outras forças independentes no universo, ou possuem um conceito diferente da unidade Divina. Cada nação tem seu próprio caminho (não-judaico) para chegar a D’us e sua própria maneira (não-judaica) de se relacionar com ELE. Contudo, como D’us SE revelou a todo o Povo Judeu no Monte Sinai e lhes deu a SUA Torá, ELE exige do Povo Judeu que acredite em SUA unicidade absoluta e incomparável[*.
* Mas não nos esqueçamos de que ESTE MESMO D’us, O D’us de Israel, O D’us da Torá, é O CRIADOR de todas as coisas, O ÚNICO CRIADOR de tudo, O REI do universo, que SE revelou a Adám e Chavá (Adão e Eva) e a Nôach e Naamá e sua família, dando lhes mitsvót universais. Isto é o Noaísmo. E, portanto, o Noaísmo também requer que se acredite na unicidade absoluta e incomparável de Hashém.]
O judaísmo ensina que a unidade de D’us não é como a de uma espécie, que engloba muitos indivíduos. Para um judeu atribuir a D’us qualquer tipo de divisão – mesmo entre as Sefirot – é pura idolatria. E este é um dos poucos pecados que um judeu não pode cometer nem ao custo de sua própria vida.
A unicidade de D’us significa que ELE é uno, singular e indivisível. Significa que ELE é a única Realidade e fonte de poder no mundo. Nada se compara a ELE, nem o anjo mais elevado nem o mais santo entre os humanos. Um judeu que questiona a unidade Divina viola o segundo dos Dez Mandamentos: “Não terás outros deuses diante de MIM” (Êxodo, 20:3).
Terceiro Princípio:
“Creio com plena fé que O CRIADOR não possui um corpo. Conceitos físicos não se aplicam a ELE. Não há nada que se assemelhe a ELE”.
O Terceiro Princípio é que D’us não é físico, não tem corpo. Como D’us é infinito, os conceitos de fisicalidade(*) não se aplicam a ELE, em hipótese alguma, pois tudo o que é físico é, por definição, finito. O universo, por exemplo, em sua imensidão, é finito. O conceito de infinitude, portanto, apenas se aplica a D’us.
(* Aqui inclue-se a questão de gênero.)
É importante observar que a Torá fala, com frequência, de D’us como se ELE tivesse atributos físicos (como “os olhos de D’us”) e como se ELE tivesse reações humanas (D’us “se recorda”, ou “se zanga”). Quando se refere a D’us, a Torá emprega metáforas para que até mesmo uma criança possa relacionar-se com seus ensinamentos. Se, em vez de dizer, “D’us se zangou”, a Torá dissesse que “o Atributo de Guevurá Divina foi despertado”, muitos de nós não entenderíamos o que a Torá estava a nos transmitir.
Podemos perguntar: “Se D’us é Onipotente, o que O impede de assumir forma física ou humana?” (*) Na verdade, o princípio de que a fisicalidade não se aplica a D’us parece desafiar o conceito de que D’us é onipotente. Diante de tais paradoxos, devemos ter em mente que, pelo fato de D’us estar acima de quaisquer limitações, não podemos empregar a lógica humana para O entender. Isso não significa que a crença em D’us é ilógica. Significa que como um ser finito não pode entender O INFINITO, tudo o que podemos conhecer acerca de D’us é o que ELE nos fez conhecer através de SUA Torá. Quanto a questionar se D’us pode assumir forma física ou humana, isso não é nada diferente do que perguntar se D’us pode cometer suicídio ou criar uma divindade mais forte do que ELE ou mesmo uma pedra que ELE mesmo não consiga levantar. Esses paradoxos não se aplicam a uma EXISTÊNCIA Onipotente e, de fato, são insolúveis e intermináveis. Considerem o seguinte: como D’us é Onipotente, ELE pode, sim, criar uma pedra que ELE PRÓPRIO não consiga levantar, mas, como ELE é Onipotente, após ter criado essa tal pedra, ele consegue levantá-la.
(* Na verdade, sendo D’us O INFINITO, SUA INFINITUDE já SE encontra dentro mesmo de toda a fisicalidade. Portanto, este entendimento nada tem a ver com a falsa crença de uma encarnação.)
A mente humana, finita e falível, conhece apenas uma parte infinitesimal acerca do universo finito em que habitamos. Muito menos é o que sabemos sobre D’us.
O pouco que sabemos é o que D’us nos revelou através de SUA Torá. Na Torá, ELE nos diz que ELE não muda. Isso é fácil de entender: como D’us é atemporal, e a mudança é uma função do tempo, o conceito de mudança não se aplica a D’us. Portanto, ELE, por definição, não faz nada que possa causar uma mudança em SI MESMO. SUA infinitude, SUA onipotência, SUA unicidade, SUA eternidade e SUA não-fisicalidade, entre todos os SEUS demais atributos, são atemporais e, portanto, eternos e imutáveis.
Quarto Princípio:
“Creio com plena fé que O CRIADOR é o primeiro e o último”.
O Quarto Princípio envolve a eternidade absoluta de D’us. Nada mais compartilha SUA qualidade Eterna. A Torá discute esse ponto repetidamente.
No Terceiro Princípio acima, vimos que D’us é uma EXISTÊNCIA atemporal: os conceitos de tempo não se aplicam a ELE. ELE é o primeiro e o último, no sentido de que como ELE está além do tempo, os conceitos de antes, durante e depois não se aplicam a ELE. ELE não teve começo e não tem fim.
Muitas pessoas perguntam: “D’us criou tudo, mas quem O criou?”. A resposta, obviamente, é: ninguém. A criação implica em um início, que é uma função de tempo. E D’us é atemporal, eterno: ELE sempre existiu e sempre existirá. Portanto, D’us não teve origem nem criador. O universo, no entanto, teve um início, e sua origem é D’us.
A Teoria da Relatividade nos ensina que o espaço e o tempo são atributos da matéria. Isso significa que quando D’us criou um universo físico, ELE também criou o espaço e o tempo. Como D’us precede a SUA criação, os conceitos de matéria, espaço e tempo não se aplicam a ELE, de forma alguma. Muitos perguntam: “Quanto tempo D’us esperou antes de criar o universo?”. A resposta, novamente, é que antes da criação do universo, o conceito de tempo não existia. Não se pode falar de tempo antes da Criação. D’us criou tudo o que existe, inclusive o conceito de tempo, e continua a manter toda a Criação, incessantemente.
Quinto Princípio:
“Creio com plena fé ser adequado orar somente aO CRIADOR. Não se deve rezar para ninguém ou nada mais”.
O Quinto Princípio nos ensina que é absolutamente proibido orar a qualquer outro que não seja D’us. Para o judeu, é pura idolatria orar até mesmo aos mais elevados anjos Divinos. Como D’us é A Realidade Absoluta – pois ELE é uno, ilimitado e eterno – não há lugar para qualquer outro poder independente no universo. Como D’us é O INFINITO, está em toda parte e prontamente acessível a qualquer um (judeu ou não-judeu). Por ser a única Realidade no universo, não apenas seria profano, mas também ilógico orar a qualquer outro que não ELE.
O judaísmo proíbe totalmente que haja um intermediário entre um judeu e D’us (e por extensão, também o noaísmo, entre um noaíta e D’us). Podemos pedir que alguém nos abençoe e mesmo que ore por nós, mas não oramos a nenhum intermediário – nem a um anjo, nem a outro ser humano, independentemente de quão santificado possa ser. Podemos pedir a outros que orem por nós, mas isso também não nos isenta de nossa obrigação diária de orar a D’us.
Sexto Princípio:
“Creio com plena fé que todas as palavras dos profetas (judeus) são autênticas”.
O Sexto Princípio refere-se à profecia.
A profecia é um elemento necessário da religião, porque para que D’us INFINITO e o homem finito tenham um relacionamento significativo, há que haver alguma forma de comunicação entre os mesmos. O homem não pode viver de acordo com a Vontade Divina a menos que D’us a revele a ele. A função do profeta é transmitir as mensagens Divinas, seja ao indivíduo seja às nações.
É importante observar que uma pessoa que realiza milagres ou prevê com precisão o futuro não é, necessariamente, um profeta. Os feiticeiros do Faraó também conseguiam realizar milagres – fazer a água virar sangue, entre outros – e, com certeza, não eram profetas de D’us. Um verdadeiro profeta judeu não é simplesmente alguém que consegue realizar milagres – mas um servo de D’us, totalmente devotado à Torá e a seus mandamentos.
A função de um profeta judeu é fortalecer a fé do povo no Todo Poderoso e em SUA Torá. Se alguém alegando ser profeta se opõe à Torá de qualquer maneira que seja, ele é um falso profeta, não importa quantos milagres consiga realizar.
Sétimo Princípio:
“Creio com plena fé que a profecia de Moshé Rabênu é verdadeira. Ele foi o mais importante de todos os profetas, antes e depois dele”.
Diferentemente das demais religiões, o judaísmo não atribui poder divino algum a seus patriarcas, profetas e líderes. A Torá ensina que Moshé, o maior de todos os profetas, era um simples ser humano, nascido de pais humanos como qualquer um de nós. Ele era o mais humilde dos homens e chegou ao mais elevado nível espiritual que um ser humano pode atingir. Ele soube compreender a Divindade em um grau que superou qualquer ser que existiu.
Diferentemente dos demais profetas, antes e depois dele, Moshé falou com D’us “face a face”, como amigos que conversam entre si. Ele foi, portanto, o canal usado por D’us para transmitir SUA Torá ao Povo Judeu. Moshé apenas repetiu o que D’us lhe disse, e, portanto, qualquer profeta que contradissesse suas palavras, estaria contradizendo as palavras do Altíssimo.
É fundamental observar, como ensina Maimônides, que o Povo Judeu não acredita em Moshé por causa dos milagres que realizou. Milagres não comprovam nada: feiticeiros e idólatras também conseguem realizar atos sobrenaturais. Acreditamos em Moshé não por causa das 10 Pragas e da Divisão do Mar, mas pelo ocorrido no Monte Sinai. A Revelação Divina no Sinai é a única prova real de que a profecia de Moshé foi verdadeira. A Torá ensina que D’us disse a Moshé: “Eis que EU venho a ti, na espessura da nuvem, para que o povo ouça enquanto EU falo contigo, e também em ti crerão para sempre” (Êxodo, 19:9). (Três) milhões de judeus testemunharam essa Revelação Divina, que finalmente consolidou a alegação de Moshé de que ele era emissário de D’us.
Como ele foi o maior de todos os profetas – nem mesmo o Mashiach será um profeta de seu calibre – não aceitamos que qualquer pessoa que alegue ser profeta tente refutar sua profecia. Não o aceitaríamos, independentemente de quão grandes fossem seus milagres. Como cremos em Moshé devido à Revelação Divina no Sinai, e não devido aos milagres que realizou, os milagres realizados por outra pessoa não têm precedência sobre a Torá, em hipótese alguma.
Oitavo Princípio:
“Creio com plena fé que toda a Torá que se encontra em nosso poder foi dada a Moshé Rabênu”.
O Oitavo Princípio significa que a Torá que nos foi entregue por Moshé foi originada por D’us. A Torá é a “Palavra de D’us”, não de Moshé. D’us transmitiu a Torá a Moshé, letra por letra, e ele meramente as escreveu como um secretário que ouve um ditado. Ele foi o “secretário” de D’us.
Segundo o judaísmo, a Torá é a Sabedoria Divina. Como seu Autor é perfeito e eterno, assim é a Torá. Se um ser humano tivesse escrito a Torá, até alguém tão sagrado quanto Moshé, estaria sujeita a correções e mudanças. Como foi escrita por D’us, é imutável. É por isto que, segundo a Lei Judaica, um pergaminho de Torá não pode conter erro algum: se apenas uma única letra estiver faltando ou incorreta, todo o Sêfer Torá fica invalidado.
Cada letra, palavra ou versículo da Torá são igualmente sagrados. O judeu que diz que D’us deu a Torá toda à exceção de uma única palavra, que foi composta por Moshé e não por D’us, é um cético da pior espécie.
Cada mandamento dado a Moshé no Monte Sinai foi entregue juntamente com uma explicação. Pois está escrito: (Sobe a MIM, ao monte…); e dar-te-ei as tábuas de pedra, a Torá e instruções” (Êxodo, 24:12). “Torá” refere-se à Torá Escrita, enquanto “instruções” são sua interpretação. A Torá Escrita não pode ser entendida sem sua interpretação. Essa interpretação é o que chamamos de Torá Oral.
Nono Princípio:
“Creio com plena fé que esta Torá não será alterada, e que nunca haverá outra dada pelo CRIADOR”.
O Nono Princípio é o que verdadeiramente diferencia o judaísmo de todas as demais religiões. Esse princípio ensina que a Torá é permanente e imutável. Por esta razão os judeus não se podem converter a nenhuma outra religião – porque o judaísmo não aceita que se mude a Torá – Escrita e Oral – de forma alguma. D’us nos diz em Sua Torá: … “Não acrescentareis nem subtraireis nada disso” (Deuteronômio, 13:1).
A Torá tem 613 mandamentos (para o povo judeu) (e mandamentos de moralidade para os não-judeus). Nem um ser humano, nem mesmo um grande profeta pode agregar, subtrair ou mudar qualquer um deles. Todas as leis rabínicas instituídas por nossos Sábios têm que ser uma ramificação de um desses 613 mandamentos – não um novo mandamento em si mesmo. A Torá e seus mandamentos são a Constituição do Povo Judeu. Nossos sábios e juízes podem interpretar a Lei e reforçá-la. Contudo, não podem adulterá-la. Por exemplo, ninguém – nem um rabino nem mesmo um profeta – pode decretar que as leis de cashrút não mais se aplicam ou então mudar o dia em que guardamos o Shabát. É permissível decretar leis rabínicas para fortalecer as leis bíblicas, mas está além do poder de qualquer ser humano modificar lei alguma da Torá.
D’us deu a Torá (das 613 Leis) apenas ao Povo Judeu. Outras religiões adaptaram-na ou a modificaram. Isso pode ser aceitável para eles, mas certamente não para o Povo Judeu. Alguém (judeu ou não-judeu) que alega ser profeta e tente mudar um pingo da Torá para o Povo Judeu, é um falso profeta. O mesmo se aplica se essa pessoa tentasse ensinar que os mandamentos dados ao Povo de Israel são temporários, e não perpétuos.
A Torá – Sabedoria e Vontade de D’us – é inalterável e intocável. Tentar encontrar falhas nela – mudá-la de alguma forma – é buscar falhas em seu AUTOR. Assim como D’us é Eterno e Imutável, também o é a Torá. As circunstâncias que determinam as leis da Torá podem mudar – por exemplo, na ausência do Templo Sagrado, somos incapazes de cumprir muitos dos mandamentos da Torá. Da mesma forma, durante a Era Messiânica – uma era de paz e prosperidade universal – muitas das leis da Torá, tais como as relativas ao roubo e homicídio, deixarão de ser válidas. Mas isso não significa que a Torá mudará, e sim, que algumas de suas leis não mais serão aplicáveis.
Há uma declaração no Livro de Isaías sobre a entrega de uma nova Torá, no futuro. Isso significa que na Era Messiânica, nossa compreensão da Torá será tão mais profunda do que é hoje – já que a Sabedoria Divina cobrirá a Terra – que aparentará ser uma nova Torá. No entanto, será a mesma Torá, porque, apesar de ter mudado o mundo, D’us e SUA Sabedoria não mudarão.
Décimo Princípio:
“Creio com plena fé que O CRIADOR conhece todos os atos e pensamentos do ser humano. Como está escrito (Salmos, 33:15), “ELE analisa os corações de todos e perscruta todas as suas obras”.
O Décimo Princípio diz que D’us é Onisciente: ELE sabe tudo o que ocorre no universo e tudo o que os homens fazem. Esse princípio nega a opinião daqueles que alegam que… “HaVaYaH abandonou o Seu mundo…” (Ezequiel 9:9).
Esse princípio é fundamental não apenas para o judaísmo, mas para qualquer religião, pois um D’us que não é onisciente não é D’us. Não conhecer todos os atos e pensamentos humanos implica em falibilidade e limitações, e D’us é infalível e ilimitado. Para poder julgar o homem com justiça, D’us precisa conhecer seus pensamentos, palavras e atos.
Décimo-primeiro Princípio:
“Creio com plena fé que O CRIADOR recompensa aqueles que cumprem SEUS preceitos e pune quem os transgride”.
O Décimo-primeiro Princípio nos ensina que D’us não é apenas O CRIADOR do Universo e seu Legislador, mas também seu Juiz. O judaísmo rejeita, com veemência, o conceito do Deísmo – de que D’us criou o mundo e depois o abandonou. Sabemos perfeitamente que a justiça humana falha – vemos pessoas justas sofrerem e pessoas más prosperarem – mas o judaísmo nos ensina que, no fim das contas, nesta vida ou na outra, D’us aplica a justiça. É importante notar que como D’us é infinito e eterno, atemporal, também o são Suas recompensas e punições.
A maior recompensa Divina possível é o Mundo Vindouro, ao passo que o maior castigo possível é ser banido do mesmo. Portanto, D’us pode recompensar alguém com júbilo infinito ou sofrimento. Aqueles que perpetram a maldade neste mundo devem saber que, um dia, D’us os responsabilizará por seus atos e os punirá, de acordo. É importante que não interpretemos o conceito de recompensa e castigo do judaísmo de maneira infantil. Recompensa é a consequência direta de se ligar à Origem de Toda a Vida, ao passo que a punição é o sofrimento que se segue ao distanciamento da pessoa de D’us. Cada vez que um ser humano realiza um ato de bondade, de nobreza ou de santidade, ele fortalece sua conexão com D’us. Por outro lado, cada vez que ele comete uma ação reprovável ou viola a Vontade Divina, ele enfraquece essa conexão. O propósito dos mandamentos da Torá é fortalecer nosso vínculo com D’us.
Décimo-segundo Princípio:
“Creio com plena fé na vinda de Mashíach (o verdadeiro messias). Mesmo que demore, esperarei por sua vinda a cada dia”.
A crença na vinda do Mashíach é um dos princípios fundamentais do judaísmo. Infelizmente, esse conceito criou muitas divisões e disputas entre indivíduos, nações e religiões. Cada pessoa e cada grupo religioso têm direito a ter suas próprias opiniões, inclusive sobre a identidade do Messias, sobre quando ele virá e sobre o que ocorrerá na Era Messiânica.
No entanto, é importante observar o seguinte: o judaísmo apresentou ao mundo o conceito do Mashiach. Portanto, se buscamos conhecer objetivamente o assunto, temos que procurar em sua fonte original.
Segundo o judaísmo, para que um homem seja o Messias, é necessário que preencha as seguintes condições: seus pais precisam ter sido judeus e ele precisa ser descendente da Casa de David. Portanto, o Messias e todos os seus antepassados paternos têm que pertencer à tribo de Yehudá. Um Cohen ou Levi, por exemplo, não pode ser o Messias.
O Mashiach será um grande líder e um profeta, um Tzadíc e um Sábio que irá seguir meticulosamente a Torá Escrita e a Torá Oral. Ele irá liderar todos os judeus de volta ao caminho do judaísmo e fortalecerá o cumprimento de suas leis.
Além de possuir tais qualidades, há certas coisas que o Messias precisa fazer (durante o decorrer da era messiânica) para comprovar ser quem é. Precisa construir o Templo Sagrado de Jerusalém e reunir todos os judeus que vivem na Diáspora e levá-los à Terra de Israel. Ele, então trará uma era de paz para todo o mundo. Liderará este mundo à sua perfeição e levará todos os seres humanos – judeus ou não – a servirem D’us em unidade.
Na Era Messiânica, não haverá idolatria, roubo nem injustiça. Não haverá guerras nem fome. A inveja e a competição deixarão de existir, pois todas as coisas boas abundarão e todos os tipos de delícias serão comuns como o pó da terra. A principal ocupação da humanidade será conhecer D’us. Nas palavras do profeta Isaías: “… porque a Terra estará repleta do conhecimento de HaVaYaH, como as águas cobrem o mar” (Isaías, 11:9).
Décimo-terceiro Princípio:
“Creio com plena fé na Ressurreição dos Mortos que ocorrerá quando for do agrado dO CRIADOR”.
O Décimo-terceiro Princípio envolve a ressurreição dos mortos. A importância desse conceito é nos ensinar que na Era Messiânica D’us aperfeiçoará o mundo, mesmo retroativamente. Além de ninguém morrer, mesmo os já falecidos voltarão à vida.
A ressurreição dos mortos é um dos fundamentos do judaísmo. O Décimo-terceiro Princípio nos ensina que apesar do histórico de guerras e sofrimento do mundo, tudo terminará com um final feliz. D’us recompensará os justos do mundo, judeus ou não, com uma recompensa eterna.
Conclusão
Neste trabalho, explicamos muito brevemente os Treze Princípios de Fé de Maimônides. Eles constituem os pilares do judaísmo (e por extensão, do noaísmo).
Antes de concluir, temos de fazer a seguinte observação. O judaísmo pertence exclusivamente ao Povo Judeu. Os Treze Princípios de Fé de Maimônides, portanto, apenas têm relevância para os judeus (e por extenção, para os Bnei Noach, enquanto exatamente Princípios de Fé). Outras religiões têm seus próprios profetas, livros sagrados e ideias sobre D’us.
O judaísmo ensina que não é necessário ser judeu para [(ser uma boa pessoa e ser devidamente recompensado por D’us. Mas muito mais do que isso, qualquer não-judeu pode)] conseguir ligar-se a D’us, receber a recompensa Divina e ter um lugar no Mundo Vindouro. Basta ser uma pessoa justa e viver uma vida de integridade, justiça e bondade [por verdadeiramente conhecer D’us e servi-LO corretamente, em outras palavras, por ser um Devoto de Hashém entre as nações, um cumpridor de SUA vontade – de SUAS Mitsvót Universais – revelada na Torá dada por Moshé ao povo judeu no Monte Sinái -, ao abandonar as religiões e retornar às suas origens, às suas raízes, espirituais: o Noaísmo.] D’us tem muitos filhos, e ELE tem diferentes expectativas de Seus filhos (judeus e não-judeus. Enquanto o) cristianismo é, no pensamento cristão, o caminho certo para os cristãos, e o Islã é, no pensamento maometista, o caminho certo para os muçulmanos, o judaísmo é o único caminho para os judeus. É fundamental para todos os judeus entenderem e praticarem o judaísmo. Os Treze Princípios de Fé de Maimônides resumem a sua essência: aquilo em que nós, judeus, cremos, e por que o Povo Judeu deve permanecer fiel, para sempre, à Torá e a seus mandamentos.
“Assim disse HaVaYaH dos Exércitos: ‘Naqueles dias, dez homens de diferentes línguas e de todas as nações segurarão a orla das vestes do judeu, dizendo: Iremos contigo, porque sabemos que D’us está contigo!’” – Zechariá (Zacarias) 8:23
1° A VERDADE HISTÓRICA DA REVELAÇÃO DIVINA NO SINAI
2° A AUTORIA DA TORÁ
3° CONHECIMENTO E FÉ
4° OS FUNDAMENTOS DO JUDAÍSMO
5° A TORÁ ORAL
6° OS TREZE PRINCÍPIOS DA FÉ JUDAICA
A Torá Oral
Muitas pessoas fazem uma pergunta aparentemente legítima: se a Torá Oral se originou de D’us, por que houve a necessidade de ser a mesma contestada, discutida e esclarecida?
O judaísmo se diferencia de todas as outras religiões pelo fato de não se ter originado de uma pessoa que alegava ter recebido uma mensagem das Alturas. Todas as outras começaram a partir de um indivíduo que, através de seus ensinamentos, arregimentava adeptos e convertidos. Apenas o judaísmo foi criado por D’us, ao reunir três milhões de pessoas no sopé do Monte Sinai, ocasião em que, pela primeira e única vez, revelou-SE abertamente. A veracidade da Torá é, pois, irrefutável, sendo esta a razão para que nem mesmo as demais religiões* fundadas a partir do judaísmo tenham sequer ousado negar sua origem Divina. Essa Revelação Divina, que se seguiu ao Êxodo do Egito, forjou um vínculo entre D’us e o povo judeu em todas as gerações. Este vínculo foi estabelecido pela Torá.Portanto, é claro que a Torá é o pilar do judaísmo, e que sem a mesma não haveria religião judaica.
(* Cristianismo, Islamismo, Kardecismo, etc.)
Apesar de o termo Torá abranger todos os fundamentos, leis e ensinamentos do judaísmo, literalmente refere-se aos 5 livros que nos foram transmitidos por D’us – letra por letra – a Moisés no Monte Sinai. Os cinco livros de Moisés – Bereshít (Gênese), Shemót (Êxodo), Vayikrá (Levítico), Bamidbár (Números), Devarím (Deuteronômio) – compõem o que conhecemos como a Torá Escrita, ou Torah she-Bichtav.
D’us também transmitiu a Moisés a Torá Oral, Torah she-Be’alpeh, que consiste das interpretações e explicações dos mandamentos da Torá Escrita. Moisés possuía o mais alto grau de profecia e, por isso, D’us pôde ensinar-lhe a Torá Oral de forma abrangente e detalhada. Pois está escrito: “Falava D’us a Moisés face a face, como um homem qualquer fala a seu amigo” (Êxodo 33:11). Ao mencionar especificamente a transmissão da Torá Oral, D’us disse: “Boca a boca falo com ele, claramente e não por enigmas” (Números 12:8).
A transmissão da Torá Oral é claramente revelada na Torá Escrita. Pois está escrito: “São estes os estatutos, juízos e leis (Torá) que deu HaVaYaH entre SI e os filhos de Israel no Monte Sinai, pela mão de Moisés” (Levítico 26:46). É importante notar que a palavra Torá está no plural, pois se refere tanto à Torá Escrita quanto à Oral (Rashi; Sifra). Em outra parte da Torá Escrita, D’us diz a Moisés: “Dar-te-ei tábuas de pedra, e a lei e os mandamentos que escrevi” (Êxodo 24:12). As tábuas de pedra são os Dez Mandamentos, a lei (Torá) significa a Torá Escrita e os mandamentos referem-se à Torá Oral. De fato, a Torá Escrita faz inúmeras alusões à Torá Oral. Por exemplo, está escrito: “Então matarás as tuas vacas e tuas ovelhas…como te ordenei” (Deuteronômio 12:21). Isto implica na transmissão das instruções sobre o abate casher de animais, apesar de que não são dadas explicações. De fato, a maioria de nossos mandamentos nunca são explicados na Torá Escrita. A mitzvá da guarda do Shabát é um dos Dez Mandamentos, mas não há nenhuma instrução sobre o significado de guardar o Shabát. São mencionados, também, outros mandamentos tais como a colocação de mezuzót, de tefilín, o cumprimento das festas judaicas, mas não são discutidos, de fato, na Torá Escrita. Está bem claro que todas as instruções são encontradas na Torá Oral.
Mas, por que razão, D’us não teria transmitido a totalidade da Torá por escrito?
O Rabi Aryeh Kaplan comenta em sua obra Guia do Pensamento Judaico, que a Torá Oral tinha o propósito de ser transmitida do mestre para o discípulo. Desta forma, o aluno não confiaria em sua própria interpretação de um texto escrito, e buscaria esclarecimento para suas dúvidas com seu mestre. Se a totalidade da Torá tivesse inicialmente sido escrita, as pessoas iriam interpretá-la como o desejassem, e isso iria causar importantes desavenças no seio do povo judeu. E já que a Torá Oral não podia ser escrita, dependeria de autoridades centrais para preservá-la e ensiná-la sem dar margem a ambigüidades.
Há uma razão ainda mais forte para a necessidade de uma Torá Oral. Apesar de a Bíblia Hebraica originalmente ter sido dada apenas ao povo judeu, foi adotada por grande parte da humanidade. A Divina Providência utiliza-se da Bíblia Judaica para pouco a pouco levar a humanidade até mais perto da Verdade Suprema. Se a Torá tivesse sido totalmente escrita, outros povos a teriam adotado, e o povo de Israel deixaria de ser único e singular. Em um dos livros de nossa Bíblia, D’us confirma-o através desta frase: “Embora eu lhe escreva a minha Torá em 10 mil preceitos, estes seriam tidos como coisa estranha” (Oséias 8:12). Assim sendo, a Torá Oral não apenas define a Torá Escrita, mas é o fator que realmente distingue o judaísmo de toda a outras religiões.
A Mishná
Antes de falecer, Moisés escreveu os 13 rolos da Torá e ensinou a Torá Oral ao profeta Josué bin Nun. A Torá Oral foi então transmitida por Josué aos anciãos de Israel, a seguir aos profetas e, por fim, ao Sanhedrín. Este, ou sinédrio, era a corte suprema de Israel, e tinha a missão de guardar, interpretar e legislar sobre todos os assuntos acerca das leis da Torá. Durante o período do Segundo Templo, o Sanhedrín codificou a Torá Oral. Essa codificação tornou-se conhecida como a Mishná. Uma razão para esse nome foi o fato de revelar que o propósito da codificação da Lei Oral era o de que seria revista (em hebraico, shaná) continuamente, até que fosse memorizada. Os sábios que originalmente ensinavam a Mishná eram conhecidos como os Tanaim.
A Mishná foi posteriormente colocada por escrito pelo Rabi Yehuda ha-Nasi, a quem comumente nos referimos como Nosso Santo Rabino. Este erudito reuniu todas as leis, tradições, explicações e comentários de toda a Torá e a seguir compilou-os na Mishná que hoje conhecemos. Terminou seu trabalho no ano de 3948 (188 antes da era comum).
Mas por que motivo o Rabi Yehuda ha-Nasi teria rompido com a tradição de não se escrever a Torá Oral?
Porque, com a destruição do Segundo Templo, a Torá Oral corria o perigo de ser esquecida. Diminuía o número de eruditos estudiosos da Torá e os judeus se dispersavam por todo o mundo. O Rabi Yehuda ha-Nasi, portanto, escreveu a Mishná para que mesmo que os judeus se afastassem de seus mestres, ainda assim poderiam estudar e seguir a Torá Oral e, assim, preservar o judaísmo.
Além da Mishná, foram escritos outros volumes interpretativos da Torá Oral pelos alunos do Rabi Yehuda ha-Nasi. Entre seus discípulos incluíam-se alguns de nossos mais famosos sábios: o Rabi Chiya, Rav, Bar Kapara, Rabi Yochanan e Rabi Hoshia. Rav redigiu a Sifra e o Sifri, que são comentários sobre três dos livros da Torá Escrita: Levítico, Números e Deuteronômio. O Rabi Chiya escreveu a obra Toseftá que elucida alguns dos conceitos da Mishná. O Rabi Hoshia e Bar Kapara escreveram Beraitot para explicar as palavras da Mishná. Trezentos anos após a destruição do Segundo Templo, o Rabi Yochanan redigiu o Talmud de Jerusalém, ou Talmud Yerushalmí. Este Talmud basicamente trata das leis referentes à Terra de Israel. Mas quando as pessoas falam do Talmud, geralmente não se estão referindo ao de Jerusalém, mas sim ao Talmud Babilônico, também chamado de Guemará.
O Talmud Babilônico
Em tempos remotos, os sábios da Torá estudavam a Lei Oral para, a seguir, fazer a análise de seu trabalho através de discussões. Após ter sido compilada a Mishná, tais discussões – que se tornaram conhecidas como a Guemará – serviram para esclarecê-la. A Guemará foi transmitida oralmente e preservada durante cerca de 300 anos após ter sido escrita a Mishná. Quando surgiu claramente o perigo de que a Guemará fosse esquecida, os dois maiores eruditos da época sobre Torá – Ravina e Rav Ashi – redigiram a Guemará por escrito. Com a ajuda de seus discípulos, nas academias de ensino da Babilônia, Ravina e Rav Ashi coletaram e ordenaram todas as discussões que compunham a Guemará. Esta compilação da Guemará – que incluía a Mishná – tornou-se conhecida como o Talmud Babilônico ou, em hebraico, Talmud Bavli. Foi finalmente publicado no ano de 4265 (505 antes da era comum).
O Talmud, que literalmente significa “estudo” ou “aprendizado”, é, portanto, composto da Mishná – um livro de Halachá (lei judaica) escrito em hebraico – e da Guemará – o comentário sobre a Mishná, que foi escrito em aramaico/hebraico. O Talmud Babilônico foi aceito pelo povo judeu como a autoridade máxima e suprema em todas as questões sobre a religião e a lei judaica. As leis da Torá só têm vínculo legal se forem baseadas no Talmud.
A autoridade do Talmud
Muitas pessoas fazem uma perguntam aparentemente legítima: se a Torá Oral se originou de D’us, por que houve a necessidade de ser a mesma contestada, discutida e esclarecida?
Há várias respostas para isso, mas talvez a principal seja a de que a Torá Oral tinha por objetivo cobrir a infinidade de casos que haveriam de surgir com o decorrer do tempo. É impossível que qualquer código de lei cubra, explicitamente, qualquer caso ou situação que surja durante os milênios. D’us deu a Moisés as duas tábuas da lei, mas a aplicação dessas leis em qualquer cenário possível teria que ser determinada pelos eruditos e juízes da Torá. Pois está escrito: “Quando alguma coisa te for difícil demais em juízo… virás aos sacerdotes levitas e ao juiz que houver nesses dias, e inquirirás; e te anunciarão a sentença do juízo” (Deuteronômio 17:8-9). Esses juízes da Torá eram os membros do Sanhedrin que preservavam e interpretavam a Torá Oral e que mais tarde a codificaram como a Mishná.
A Torá Escrita também ordena ao povo judeu obedecer o Sanhedrin em tudo o que diz respeito às leis da Torá, pois que está escrito: “Segundo mandado da lei que te ensinarem e de acordo com o juízo que te disserem, farás; da sentença que te anunciarem não te desviarás nem para a direita nem para a esquerda” (Deuteronômio 17:11).
O povo judeu todo aceitou a autoridade do Talmud como sendo a fonte das leis da Torá e, como tal, jamais poderá ser revogado por autoridade alguma. O Talmud inclui os ensinamentos de nossos sábios que receberam a Lei Oral das gerações que os antecederam, remontando-se até Moisés. Está claro que alguém que rejeite o Talmud, está desrespeitando a Torá Oral, pedra fundamental do judaísmo. Sem o Talmud, seria praticamente impossível entender e cumprir os mandamentos da Torá Escrita. A mera aceitação da Bíblia Hebraica faria dos judeus um povo em nada diferente da maioria dos outros povos, que também a aceitaram como sendo a Palavra de D’us.
À luz de tudo isso, não é de surpreender que aqueles que buscaram, desesperadamente, converter todos os judeus, proibiram o estudo talmúdico. Em 1240, 1264 e 1553 antes da era comum, a Igreja Católica promulgou decretos que ordenavam a queima das cópias do Talmud. Durante certos períodos, as autoridades eclesiásticas “corrigiam” o Talmud, apagando passagens que consideravam ofensivas a seu credo. Finalmente, em 1592, a Igreja proibiu o estudo do Talmud em qualquer de suas versões ou edições. Este decreto foi promulgado como reconhecimento de que uma sociedade que não estude nem siga o Talmud não tem chance real de sobreviver. Ao longo da história, os inimigos de nosso povo tentaram obliterar o judaísmo tentando destruir o Talmud. O povo judeu só conseguiu preservá-lo ao preço de inúmeras vidas, mesmo a de alguns de nossos maiores sábios. Por terem preservado o Talmud, estes salvaram o judaísmo.
A eternidade da Torá
Um dos pilares da religião judaica é o fato de a Torá ser eterna e ser a imutável Palavra de D’us. Na Torá Escrita, D’us proclama a eternidade da Torá e de seus mandamentos: “as coisas encobertas pertencem a HaVaYaH, nosso D’us, porém as reveladas nos pertencem, a nós e a nossos filhos, para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei (Torá) (Deuteronômio 29:28). Vemos, também, que na nossa Bíblia, em meio às palavras finais dirigidas por D’us a um profeta, encontrava-se o seguinte: “Lembrai-vos da lei (Torá) de Moisés, Meu servo, a qual lhe prescrevi em Horeb (Sinai) para todo o Israel, a saber, estatutos e juízos” (Malaquias 3:22).
Nenhum sábio ou profeta, muito menos um auto-proclamado Messias(*), pode modificar ou anular nem a Torá Escrita nem a Oral. Aquele que alega ser profeta de D’us pode realizar sinais ou milagres, mas se disser que D’us o enviou para alterar ou revogar a Torá, esta pessoa é um falso profeta. Na Torá Escrita, D’us nos alerta sobre os falsos profetas que iriam realizar milagres e tentar desviar o povo judeu dos mandamentos e das tradições de Sua Torá(**.
* Yeshu (Jesus); Muhammed (Maomé).
** Este texto alerta contra algum falso profeta judeu, ou seja, alguém que nasceu judeu (por exemplo, Jesus). No entanto, as mesmas admoestações servem contra falsos profetas não-judeus (logicamente à parte da execução).
Sobre o porque de os judeus não aceitarem Jesus como profeta ou como messias, veja
Mas, por que motivo D’us permitiria que tais pessoas chegassem a ter o poder de realizar milagres?
A isto, D’us responde na Torá Escrita. Este será Seu teste para determinar se somos leais a ELE e à SUA Torá, ou se seremos seduzidos pelos milagres daqueles que virão, falando em nome de D’us, para tentar anular os mandamentos (Deuteronômio 13:2-5). O Talmud (Bava Metzia 59b), em uma de suas mais dramáticas passagens, afirma que nem devemos dar ouvidos às vozes Celestiais, mas simplesmente seguir a Torá de acordo com o que prescreve a Lei Oral. Mesmo se uma voz dos Céus por ventura nos mandasse modificar nossa Torá e seus mandamentos, não a deveríamos obedecer.
D’us prometeu que SEU vínculo com o povo judeu – como é ratificado pela Torá e seus mandamentos – é eterno. Na Era Messiânica, A Verdade será revelada e o mundo inteiro irá reconhecer que a Torá é o verdadeiro ensinamento Divino à humanidade(*.
* Na verdade, o mundo inteiro já está abandonando suas religiões para seguir os mandamentos da Torá dados pelo PRÓPRIO D’us aos não-judeus. Isto é o que hoje se chama de Noaísmo (o Caminho Espiritual Noaítico, quer dizer, dos Noaítas ou Bnei Nôach – Filhos de Noá), que é a Fé Verdadeira, ou seja, a Fé Original – a Fé de Adám e Chavá (Adão e Eva) e de Nôach e Naamá.
Para saber mais sobre o verdadeiro ensinamento Divino à humanidade, veja
Pois foi dito que em determinado momento futuro, todas as nações do mundo alegarão serem judias (por compartilharem da mesma Fé que Israel, A Fé em Hashém, pois então todos O conhecerão). E então, o Santo, Bendito seja, dirá que a única nação que detém o mistério em suas mãos é o povo judeu. E qual é este mistério? A nossa Mishná!
“Assim disse HaVaYaH dos Exércitos: ‘Naqueles dias, dez homens de diferentes línguas e de todas as nações segurarão a orla das vestes do judeu, dizendo: Iremos contigo, porque sabemos que D’us está contigo!'” – Zechariá (Zacarias) 8:23
1° A VERDADE HISTÓRICA DA REVELAÇÃO DIVINA NO SINAI
2° A AUTORIA DA TORÁ
3° CONHECIMENTO E FÉ
4° OS FUNDAMENTOS DO JUDAÍSMO
5° A TORÁ ORAL
6° OS TREZE PRINCÍPIOS DA FÉ JUDAICA
ATENÇÃO:
Na transliteração dos termos hebraicos o “ch” tem som de “RR”. Exemplos: “Yochanan”, “Chamishei Chumshei”, “Tanách”, etc.
Na transliteração dos termos hebraicos o “sh” tem som de “CH”. Exemplos: “Moshé”, “Chamishei Chumshei”, etc.
OS FUNDAMENTOS DO JUDAÍSMO
“Rabi Yochanan ensinou: A maioria das leis da Torá é fundamentada na transmissão oral e apenas a minoria nas Escrituras. Pois está escrito: ‘Por meio da boca (palavras transmitidas oralmente), EU (O ETERNO) fiz uma aliança contigo e com Israel’ (Êxodo 34:27)”. Se a aliança de D’us com Israel foi estabelecida por meio de leis que foram transmitidas oralmente, isso significa que estas constituem a maioria da Torá”. (Talmud Bavli, Gitin, 60b)
A alegação extraordinária de que D’us SE revelou aos seres humanos baseia-se em extraordinária evidência: o testemunho de uma geração inteira de judeus – cerca de 3 milhões de pessoas. A Torá registra o evento, mas o Povo Judeu também transmitiu oralmente, de uma geração a outra, a noção de que, sete semanas após o Êxodo do Egito, D’us abertamente SE revelou aos Filhos de Israel e proclamou os Dez Mandamentos, que são o núcleo das 613 mitzvót (leis) do Judaísmo. Ano após ano, na festa de Shavuót, lembramo-nos e celebramos esse evento, o mais importante na história da humanidade.
Milhões de judeus deixaram o Egito, o que significa que houve milhões de testemunhas independentes para verificar ou negar o relato da Revelação Divina, especialmente durante as primeiras duas ou três gerações após o fato ter ocorrido. Para lançar dúvidas sobre o evento, bastaria que um grupo de judeus contasse a seus filhos que era uma inverdade o relato da Torá acerca de D’us se ter revelado a todos os judeus que deixaram o Egito. A Torá está ciente de que é muito difícil negar a veracidade histórica da Revelação Divina no Sinai e, corajosamente, oferece este desafio a todos os judeus: “Podes perguntar, pois, pelos dias passados que te precederam, desde o dia em que D’us criou o homem sobre a terra… Se houve jamais uma coisa grande semelhante a esta, ou se ouviu coisa igual a ela? Se um povo (inteiro) ouviu a voz de D’us falar no meio do fogo, como ouviste tu e ficaste vivo?” (Deuteronômio, 4:32–33)
A Revelação Divina no Sinai é o princípio fundamental do Judaísmo porque permitiu não apenas à geração conduzida por Moshé, mas também a todas as subsequentes gerações judias conhecerem, e não apenas acreditarem, que existe um D’us e que a Torá é a SUA Palavra e Vontade. Nós acreditamos em Moshé porque acreditamos em D’us – e não ao contrário. Essa distinção é da maior importância. O judaísmo não se originou com o homem. Nenhum dos três patriarcas – Avrahám, Itzhák e Yaakóv – nem Moshé e seu irmão Aaron, fundaram a fé judaica. O judaísmo começa e termina com D’us.
A Revelação no Sinai é o pilar do judaísmo porque fundamenta Moshé como porta-voz e agente Divino: um canal confiável para a transmissão da chancela Divina no mundo – a Vontade e a Sabedoria Divinas – que é a Torá. Não há erro maior acerca do judaísmo do que a crença de que Moshé escreveu a Torá ou de que ele é o criador da Lei Judaica. Ele foi o maior dentre os profetas e líderes judeus: trouxe a Torá dos Céus à Terra e a ensinou a nosso povo – por esse motivo, é chamada de a Torá de Moshé –, mas não escreveu uma única letra da mesma. Moshé apenas transcreveu os Chamishei Chumshei Torá – os Cinco Livros da Torá. Foi o copista, não o autor. A Torá é a palavra de D’us, não a de qualquer profeta, nem mesmo do maior dos profetas de todos os tempos. A Revelação Divina no Sinai não apenas removeu todas as dúvidas sobre a Existência Divina e SEU interesse em SUA Criação. Também corroborou o fato de Moshé ser um profeta verdadeiro e fidedigno, e de a Torá, que ele trazia dos Céus, ser um livro de autoria Divina, não humana.
A Autoria Divina da Torá
Nós, judeus, acreditamos na Torá devido à Revelação Divina no Sinai, mas também acreditamos na Revelação por causa da Torá. O evento e seus relatos escritos e orais se entrelaçam. Por um lado, a Revelação Divina evitou que o Povo Judeu duvidasse do papel de Moshé como profeta e agente de D’us e de atribuir a ele a autoria da Torá. Por outro, a Torá corrobora a veracidade da revelação explícita de D’us ao Povo Judeu. Ao afirmar que a Revelação ocorreu perante milhões de judeus, a Torá se expôs ao desafio. Vimos no artigo Conhecimento e Fé que é praticamente impossível sustentar uma alegação de tal magnitude a menos que seja verdadeira; portanto, temos boas razões para crer que a Torá diz a verdade. Em outras palavras, a Revelação Divina dá à Torá credibilidade como uma obra de Divina autoria, ao passo que a Torá registra e comprova a veracidade histórica do evento mais extraordinário na história humana.
O processo de transmissão da Torá ao Povo Judeu se iniciou após a Revelação Divina e a proclamação dos Dez Mandamentos. Ao longo da jornada de 40 anos no Sinai, D’us transmitiu a Torá a Moshé, letra por letra. Moshé as anotou, como um secretário o faria. Quando lemos a Torá, portanto, estamos ouvindo a Fala Divina. Por vezes, ELE fala na primeira pessoa e por vezes na terceira – como quando fala através de Moshé, particularmente no quinto livro da Torá –, mas é sempre ELE QUEM fala.
Além da Torá Escrita, D’us transmitiu a Moshé a Torá Oral. Ambas eram igualmente necessárias. Se D’us não lhe tivesse dado a Torá Escrita – se a tivesse transmitido apenas oralmente –, provavelmente sua transmissão não seria tão límpida e imaculada; acabaríamos por enfrentar versões diferentes devido à má compreensão e consequente transmissão errônea de SEUS Mandamentos. Um documento escrito ajuda a evitar que isso ocorra. Ao mesmo tempo, um documento escrito, especialmente se contém conceitos e leis complexos, exige explicação oral, pois é comum entendermos e interpretarmos errado o que lemos. Em resumo, a Torá Escrita preserva a precisão da Torá Oral, ao passo que a Torá Oral explica e elucida a Torá Escrita, evitando que esta seja mal-entendida e mal interpretada.
A Autoridade Suprema da Torá
Moshé foi o maior profeta judeu de todos os tempos. D’us e Moshé se comunicavam entre si como dois amigos, íntimos. Por isso foi possível a D’us transmitir a Torá, letra por letra, a Moshé enquanto estava desperto e plenamente consciente. Outros profetas tiveram visões ou receberam mensagens Divinas durante seu sono ou em estado alterado de consciência. Tiveram, pois, que descrever com suas próprias palavras o que viram ou ouviram. Nenhum profeta judeu, nem mesmo os Patriarcas, possuíram a visão profética clara e transparente de Moshé.
D’us transmitiu informações precisas a ele. Os Cinco Livros da Torá não são apenas mensagens Divinas, mas a fala Divina. Em contraste, as palavras gravadas no livro dos Profetas (Nevi’im) são mensagens Divinas, mas não são palavras literais de D’us. Isso significa que apesar de todo o Tanách (Torá, Nevi’im, Ketuvim – Torá, Profetas e Escritos) ser sagrado, não há comparação entre seus primeiros cinco livros, a Torá, e os demais. Essa distinção tem importância capital. O judaísmo se inicia e termina com os Chamishei Chumshei Torá. É totalmente proibido extrair qualquer lei bíblica a partir dos Profetas ou dos Escritos. A única fonte de Lei Bíblica é a Torá. No judaísmo, os Profetas e os Escritos podem apenas prover um suporte e corroboração – uma Asmachtá – a uma lei da Torá. Nevi’im e Ketuvim são livros sagrados, mas não podem agregar, subtrair ou modificar qualquer verso ou lei dos Cinco Livros da Torá. Somente leis rabínicas, como os mandamentos de Purím (uma festividade rabínica) podem-se originar de Nevi’im e Ketuvim. Leis bíblicas, como as de Yóm Kipúr, Shabát, Cashrút, Tefilín, Mezuzá etc., são ditadas exclusivamente pela Torá. Se alguém quiser ousar e argumentar que um decreto rabínico é tão rigoroso quanto um bíblico, e que, portanto, não deveria haver distinção entre a Torá e o restante do Tanách, que esse alguém tente argumentar que não ouvir a Meguilat Esther em Purím é tão grave quanto não jejuar em Yóm Kipúr.
A regra essencial de que a Torá é o cerne do judaísmo é de grande relevância para o Povo Judeu. O fato de a Torá ser a primeira e a última palavra sobre o judaísmo tem profundas ramificações: significa que a fé judia não depende dos Nevi’im e dos Ketuvim. Nenhum profeta – nem Isaías, nem Jeremias nem Ezequiel – tinham autoridade de alterar a lei da Torá sob nenhum aspecto. Nenhum versículo do Livro dos Salmos pode ser usado para contradizer um versículo da Torá. Se algum profeta ousasse fazê-lo, seria considerado um falso profeta e acusado de pecado capital, ainda que suas profecias se realizassem, que realizasse milagres extraordinários e fosse carismático ou generoso. Os profetas não tinham autoridade alguma de modificar permanentemente a lei da Torá. Como os Cinco Livros da Torá foram escritos por D’us, nenhum ser humano, nem mesmo Moshé, poderia jamais revogar ou modificá-la de alguma forma.
Como vimos acima e no artigo Conhecimento e Fé, a base do judaísmo é a Revelação Divina no Monte Sinai. D’us, em SUA Plenitude, fez-SE ver a cada um dos judeus da geração que deixou o Egito e lhes transmitiu os Dez Mandamentos, que são o núcleo dos 613 mandamentos da Torá. Se não tivesse havido essa Revelação – se Moshé ou os profetas posteriores tivessem escrito a Torá – seria possível argumentar que eles teriam autoridade para modificá-la. No entanto, como foi repetidamente mencionado acima, Moshé não escreveu a Torá – ele a transcreveu e a ensinou. D’us escreveu a Torá – em sua íntegra. ELE é o único Legislador da Lei Judaica. Os Profetas e os Sábios são o poder judiciário, não o legislativo, do judaísmo. A própria Torá dá-lhes permissão de interpretar a Lei e mesmo de criar leis rabínicas que servem de proteção para que as leis bíblicas não sejam violadas. Contudo, nenhum ser humano, independentemente de seu grau de inteligência ou espiritualidade, pode criar, modificar ou revogar as leis da Torá. Além disso, qualquer lei rabínica precisa ter alguma base na lei bíblica.
Esse princípio fundamental do judaísmo é explicitamente declarado no quinto livro da Torá. Pois está escrito: “Se um profeta, ou um sonhador, se levantar no meio de ti e te der um sinal do céu ou um milagre da terra, e realizar-se o sinal ou o milagre de que te falou, e te disser: ‘Vamos atrás de outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los! ’ – não obedecerás às palavras daquele profeta ou daquele sonhador; porque HaVaYaH, vosso D’us, vos está testando para saber se amais HaVaYaH, vosso D’us, com todo vosso coração e com toda vossa alma. Após HaVaYaH, vosso D’us, andareis; a ELE temereis, SEUS Mandamentos guardareis e a SUA Voz ouvireis; a ELE servireis e a SUAS qualidades adotareis. E aquele profeta ou aquele sonhador será morto, porquanto pregou falsidade em Nome de HaVaYaH, vosso D’us, que vos tirou da terra do Egito e que vos redimiu da casa de escravos, para vos desviar do caminho que HaVaYaH, vosso D’us, vos ordenou para andar nele; e eliminarás o mal do meio de ti” (Deuteronômio, 13:2-6).
Se alguém questionasse por que D’us daria poderes sobrenaturais a um ser humano que os usaria para se opor à SUA Vontade(*), a Torá prontamente dá a resposta: porque D’us está testando sua fé.
(* E este é o caso no que se refere a Yeshu (Jesus). Veja
D’us nos fez saber por meio de SUA Torá que nenhum ser humano tem a autoridade de modificar ou revogar a Lei Judaica. Um homem pode realizar os maiores milagres – pode prever com precisão o futuro e fazer do dia noite e da noite, dia. Mas mesmo assim estamos proibidos de segui-lo se ele pronunciar uma única palavra contra a Torá.
Durante milhares de anos, indivíduos, organizações e instituições religiosas tentaram converter os judeus, alegando serem profetas ou fazedores de milagres ou argumentando que certas leis da Torá já não se aplicavam. Geralmente citavam passagens de Nevi’im ou Ketuvim para tentar corroborar suas crenças. Tais discussões, no que concerne ao judaísmo, são fúteis, pois a própria Torá nos alerta acerca de milagreiros e profetas que tentam nos desviar para outras fés. Além disso, como vimos acima, os versículos e passagens de Nevi’im e Ketuvim são irrelevantes para a Lei e prática judaicas. Sequer importa de que forma tais passagens são interpretadas, seja literalmente ou não.
Se, por exemplo, o profeta Isaías dissesse ao Povo Judeu que as leis de Cashrut já não mais se aplicavam, não apenas não lhe faríamos caso, como o levaríamos à Corte Suprema Judaica para ser julgado por ser um falso profeta. Na verdade, é interessante observar que esse profeta foi acusado por seu próprio neto, o rei Menashé, de ter feito declarações que contradiziam certos princípios da Torá. O profeta foi julgado, condenado à pena capital e brutalmente executado. Se as intenções do Rei em condenar seu avô eram maldosas e se as acusações eram infundadas não é relevante para nossa discussão. O que é digno de nota é que o maior profeta desde Moshé foi julgado e condenado à morte por ter feito declarações que alegadamente contradiziam certos princípios da Torá.
Não desejamos implicar que as palavras do profeta Isaías ou de qualquer genuíno profeta judeu contradiga a Torá, de alguma forma. De fato, o principal papel dos profetas era levar o Povo Judeu a fortalecer o seu cumprimento da Torá. Não é coincidência o fato de que o último dos profetas do Tanách, Malachi, conclua suas palavras proféticas com a seguinte mensagem Divina: “Recorda-te da Torá de Moshé, Meu servo” (Malachi 4:4).
Judeu algum deve tentar abraçar outra religião ou filiar-se a outro culto porque alguém realizou ou alegou ter realizado milagres e maravilhas. Ademais, todos os judeus devem estar cientes de que o judaísmo não pode ser ameaçado, de forma alguma, por interpretações de outros credos de passagens dos Nevi’im ou dos Ketuvim. As palavras de um ser humano jamais poderá ou terá precedência sobre as palavras de D’us, que constituem os Cinco Livros da Torá.
A Torá Oral
D’us ditou a Torá Escrita a Moshé e o ensinou como deveria lê-la e elucidá-la – e como cumprir seus mandamentos. Esse “Guia Divino à Torá Escrita”, transmitido a Moshé e ensinado subsequentemente ao Povo Judeu durante sua longa jornada no deserto, é conhecido como a Torá Oral.
A Torá Escrita original transmitida por D’us a Moshé foi uma longa sequência de letras sem divisão entre as mesmas. O Talmud a descreve como “fogo negro escrito sobre fogo branco”. A Torá Oral explica como as letras da Escrita deviam ser divididas, pronunciadas e lidas. Sem ela, a Torá Escrita seria incompreensível – uma longa lista de letras hebraicas – compondo um código indecifrável.
Muitas das leis da Torá são muito complexas. Desde a Revelação no Sinai, inúmeros livros foram escritos sobre a mesma – mesmo a Torá Oral foi transcrita – mas, ainda assim, necessitamos de rabinos e professores para melhor entendê-la.
Mas não necessitamos de argumentos racionais para tentar provar a existência de uma Torá Oral. A Torá Escrita testemunha a existência de uma tradição oral, pois se fôssemos ler os Chamishei Chumshei Torá sem jamais ter praticado ou guardado os mandamentos judaicos, entenderíamos muito pouco dos mesmos. Por exemplo, quando lemos sobre a Matzá na Torá, sabemos a que se refere – apenas porque a quase totalidade dos judeus do mundo já o provaram ou viram. A Torá Escrita não nos diz como produzir a Matzá, como assegurar que não se torne Chamêtz, tampouco que devemos comê-la durante o Seder de Pêssach. A Tora Oral é a única fonte desse conhecimento.
A Torá Escrita transborda de leis e mandamentos, mas não explica como cumpri-los. O Brit Milá, a circuncisão, é um dos pilares da fé judaica – até o menos observante dos judeus insiste em circuncidar seus filhos homens – mas, ainda assim, a Torá Escrita sequer menciona explicitamente em que órgão se pratica a circuncisão nem como. Yóm Kipúr, dia mais sagrado do ano, é outro pilar da fé judaica. A Torá Escrita diz que nos devemos afligir no Dia do Perdão, mas não nos diz como. Não diz, em parte alguma, que devemos jejuar. Como saber que nos afligirmos em Yóm Kipúr significa jejuar? Afligir-nos pode significar autoflagelo. Mas não é. Outro pilar do judaísmo é o cumprimento do Shabát, mas a Torá Escrita não nos diz o que podemos e o que não podemos fazer nesse dia sagrado. Já a Torá Oral, esta nos fornece não apenas os detalhes, mas as explicações básicas de como interpretar e executar os mandamentos transmitidos pela Torá Escrita.
A referência mais explícita feita pela Torá Escrita acerca da Oral é encontrada em um versículo referente à Shechitá – o abate casher de animais. Em nenhum lugar da Torá Escrita ou outro livro do Tanach consta uma explicação sobre como essa prática deve ser realizada. Apenas está escrito: “… poderás degolar do teu gado e do teu rebanho que HaVaYaH te deu, como te ordenei…” (Deuteronômio, 12:21).
Através da História Judaica, muitas pessoas, judias ou não, têm tentado negar a existência e autenticidade da Torá Oral. Já que, como vimos acima, a Revelação Divina no Sinai não pôde ser negada porque foi um evento público que envolveu milhões de pessoas, quem quisesse enfraquecer a existência ou o cumprimento do judaísmo, tinha como objetivo a Lei Oral. Quando uma nação ou uma organização tentavam extirpar o judaísmo, escolhiam como alvo o Talmud, núcleo da Torá Oral.
É fácil entender por que aqueles que desejavam extirpar o judaísmo sem sujar suas mãos baniam o estudo do Talmud. Se nós, judeus, não podemos estudar a Torá Oral, não podemos entender e seguir a Torá Escrita, e, assim, não podemos cumprir os mandamentos.
Emét, a Verdade, como vimos no artigo já citado, é definida pela Torá como honestidade e consistência intelectual. Uma meia-verdade não é a Verdade. Se alguém quer negar a existência e autenticidade da Torá Oral, terá que negá-la totalmente. Não poderá escolher aleatoriamente quais de suas leis atendem a seus propósitos. Quem a nega, não pode alegar que o principal mandamento de Yóm Kipúr é abster-se de comer e beber porque em nenhum lugar da Torá Escrita isso está ordenado. Não se pode negar a Torá Oral e tomar as quatro espécies em Sucót, porque em nenhum lugar da Torá Escrita suas identidades são reveladas. Finalmente, aquele que nega a Torá Oral não deveria sequer ler um Chumash ou um Sefer Torá, pois sem a Lei Oral não saberíamos como dividir as letras, o que dizer, então, de pronunciar suas palavras…
É importante observar, no entanto, que reconhecer a autenticidade e a autoridade da Torá Oral não significa que se alguém não segue todas as suas leis, não precisa se preocupar em seguir nenhuma delas. O que se espera de cada um dos judeus é honestidade e consistência intelectual: ou se aceita que a Torá Oral é tão Divina quanto a Escrita ou não. Não há outra opção. O que se espera do Povo Judeu, acima de tudo, é que preserve os fundamentos do judaísmo. O judaísmo autêntico é o reconhecimento de que D’us SE revelou no Monte Sinai e nos deu a Torá, de que a Torá é de Autoria Divina, e que a Torá Oral tem igual importância à Escrita.
Não surpreende que os judeus que não aceitaram ou não preservaram os princípios do judaísmo, acabaram por se assimilar. Ainda que acreditem em D’us, na Divina Revelação no Sinai e na Divindade da Torá Escrita, isso não é suficiente. É a Torá Oral que distingue o judaísmo das outras religiões, especialmente daquelas que adotaram o Tanách. Na ausência da Torá Oral, não pode haver um judaísmo real.
A Eternidade da Torá
No Talmud, vemos diferenças de opinião em assuntos da Lei Judaica, especialmente entre as Escolas de Hillel e Shammai. O Talmud declara que ambas as Escolas estão corretas em suas sentenças; ambas refletem as Palavras do D’us Vivo. Como poderiam ambas estar corretas? E se a Escola de Shammai também estava correta em seus veredictos, por que a Lei Judaica segue, em geral, os da Escola de Hillel?
É possível haver diferenças de opinião em questões da Lei da Torá porque assim como D’us possui tanto o Atributo de Misericórdia como o de Justiça, também a Torá, que é a SUA Vontade e Sabedoria, pode ser aplicada de forma leniente ou severa. A Escola de Hillel representava a Misericórdia Divina – e por essa razão suas sentenças tendiam a ser mais lenientes. A Escola de Shammai, por outro lado, refletia a Justiça Divina – por isso a maioria de seus veredictos eram mais severos que os da Escola de Hillel.
Em geral, a Lei Judaica sentencia segundo a Escola de Hillel porque vivemos em um mundo imperfeito, onde a Presença Divina é quase sempre oculta. Somos seres humanos frágeis e necessitamos misericórdia e leniência. Neste mundo de tantos desafios, é bastante difícil seguir a lei da Torá mesmo segundo os veredictos da Escola de Hillel. Contudo, quando Mashíach (o verdadeiro Messias) vier e o mundo for aperfeiçoado, seguiremos as sentenças da Escola de Shammai – pois seremos, então, capazes de seguir a Torá de acordo a suas interpretações mais rígidas.
Isso significa que contrariamente ao que muitos pensam, a Torá não será revogada quando o Mashíach vier. De fato, como explicamos acima, nós a respeitaremos de uma maneira ainda mais rígida e completa. O conceito de uma “nova Torá”, tirado de um versículo de Isaías, não significa que a Torá do Sinai foi ou será revogada na Era Messiânica. Pois, como vimos acima, nenhum profeta, nem mesmo Isaías, pôde mudar sequer um pingo na Torá. Ademais, a Torá Oral, que é uma parte indispensável para a compreensão da Torá Escrita, explica que na Era Messiânica iremos observar a Torá de acordo com Beit Shammai, a Escola de Shammai. Portanto, o conceito de uma “nova Torá” significa uma compreensão mais profunda dos ensinamentos da Torá e o cumprimento mais rígido de seus mandamentos.
A Torá não pode mudar porque é a Vontade e Sabedoria de uma EXISTÊNCIA Infinita e Perfeita, que vive acima e além do tempo e de qualquer outra limitação. Em determinados períodos no tempo, algumas das leis da Torá podem não se aplicar. Por exemplo, não podemos cumprir muitos de seus mandamentos na ausência do Templo Sagrado. Contudo, nenhum dos mandamentos foi ou jamais será permanentemente revogado.
A Cabalá ensina que a Torá é o projeto do mundo. Como ensina o Zohar, “D’us olhou na Torá e criou o mundo. O homem olha na Torá e o sustenta”. O Maharal de Praga, um dos maiores Sábios da história judaica, que ficou famoso por criar o Golem, perguntou, certa vez: “Por que o mundo está-se perdendo?”. E ele respondeu: “Porque a Torá foi abandonada”. E o que significa abandonar a Torá? Significa não reconhecer que é Divina e subestimá-la de alguma forma. O Talmud afirma enfaticamente que questionar a origem Divina de uma letra que seja ou de uma interpretação tradicionalmente aceita da Torá equivale a negar toda a Torá (Sanhedrin 99a). O Talmud vai mais adiante. Ensina que aquele que nega que a Torá Oral foi outorgada por D’us a Moshé é alguém que despreza a palavra de D’us (ibid).
Como a Torá é o plano-mestre de D’us para o mundo, aquele que se empenha em fortalecê-la, fortalece o mundo. Ele ajuda a levar bênçãos, proteção, paz e prosperidade a toda a humanidade. Quem, por outro lado, enfraquece a Torá, faz exatamente o oposto.
A festa de Shavuót, que ocorre sete semanas após Pêssach, é a época mais propícia do ano para o Povo Judeu fortalecer a Torá através da renovação de seu compromisso de estudá-la e cumprir seus mandamentos. Fortalecemos a Torá e trazemos bênçãos Divinas e plenitude ao mundo preservando os fundamentos do judaísmo: o reconhecimento de que D’us SE revelou ao homem, de que a Torá é Divina e, portanto, eterna e imutável, e de que apoia-se em dois pilares: a Torá Escrita e a Torá Oral. São esses os princípios que definem o judaísmo autêntico.
“Assim disse HaVaYaH dos Exércitos: ‘Naqueles dias, dez homens de diferentes línguas e de todas as nações segurarão a orla das vestes do judeu, dizendo: Iremos contigo, porque sabemos que D’us está contigo!’” – Zechariá (Zacarias) 8:23
1° A VERDADE HISTÓRICA DA REVELAÇÃO DIVINA NO SINAI
2° A AUTORIA DA TORÁ
3° CONHECIMENTO E FÉ
4° OS FUNDAMENTOS DO JUDAÍSMO
5° A TORÁ ORAL
6° OS TREZE PRINCÍPIOS DA FÉ JUDAICA
ATENÇÃO:
O “ch” nos termos hebraicos tem som de “RR”: Chassídico, Chassidim, Yochai, Chukim, Kórach.
CONHECIMENTO E FÉ
“Para que não esqueças as coisas que os teus olhos viram e para que não saiam do teu coração todos os dias da tua vida; e as farás conhecer aos teus filhos e aos filhos de teus filhos – no dia em que estiveste diante de HaVaYaH, teu D’us, em Horeb, quando HaVaYaH me disse: ‘Junta-me o povo e o farei ouvir as MINHAS palavras, para aprender a temer-ME todos os dias em que viver na terra, e para que as ensinem a seus filhos'”. (Deuteronômio 4:9-10)
A história que leremos, a seguir, versa sobre Rabi Levi-Yitzhak de Berditchev, um dos maiores mestres do Movimento Chassídico. Logo após seu casamento, ele pediu permissão ao sogro para viajar a Mezeritch, onde queria estudar com o líder dos Chassidim, o Rabi Dov Ber, conhecido como o Grande Maguid, o Grande Pregador. O sogro negou-lhe a permissão, mas o Rabi Levi-Yitzhak insistiu e perturbou-o até que ele cedeu, dando-lhe permissão de passar seis meses estudando em Mezeritch.
Rabi Levi-Yitzhak viaja, então, para estudar com o Grande Maguid. Ao voltar para casa, decorridos os seis meses, o sogro o recebe com um sorriso zombador. “Diga-me, Levi, o que foi que aprendeu em Mezeritch? O que aprendeu com aquelas pessoas estranhas – os Chassidim – que não pudesse ter aprendido aqui?”, perguntou. Rabi Levi-Yitzhak volta-se para o sogro e diz: “Agora sei que D’us existe”. Seu interlocutor fica chocado com a resposta. Agora ele sabe que D’us existe? Teria sua filha se casado com um ateu, um agnóstico?
O sogro chama, a seguir, uma mocinha que trabalhava em sua casa. Aponta para o céu, a grama, as árvores e pergunta a ela: “Diga-me, como surgiu tudo isso?”. A garota responde, sem hesitar: “D’us o criou, claro!”. “Você está dizendo que D’us existe?”, perguntou. “Claro que D’us existe!”, ela disse, olhando-o como se ele tivesse perdido a razão.
Voltando-se para Rabi Levi-Yitzhak, o sogro diz: “Você está vendo, Levi? Ela não estudou em Mezeritch. Na verdade, ela nunca frequentou uma Yeshivá aqui na cidade, e ela sabe que D’us existe”. Rabi Levi Yitzhak volta-se para o sogro e, dessa vez, é ele quem sorri ao falar: “Você não entende… Ela diz que D’us existe. Eu sei que D’us existe”…
A Verdade, segundo o Judaísmo
Esse relato representa a própria definição de religião de acordo com o judaísmo. A religião não consiste em dizer ou acreditar em certos fatos – mas em saber certos fatos. Segundo o judaísmo, a religião(*) é a busca da Verdade. Religião e Verdade são sinônimos. D’us e Verdade são sinônimos. A palavra hebraica para Verdade, Emét, é um dos nomes de D’us, e, como ensina o Talmud, é a própria chancela Divina. A busca por D’us, portanto, é a busca pela Verdade.
(* Quando o judaísmo usa a palavra “religião”, é com o sentido de espiritualidade, de natureza espiritual.)
Segundo o Talmud, a grafia em si da palavra Emét define o que realmente constitui a Verdade. Essa palavra hebraica é formada por três letras: Alef, Mem e Taf. Alef é a primeira letra do alfabeto hebraico, Mem é a letra do meio e Taf é a última. A grafia de Emét nos ensina que a Verdade precisa ser consistente: algo só é verdadeiro quando é consistentemente verdadeiro; quando seu início, seu meio e seu fim são verdadeiros. Algo que é uma meia-verdade, incoerente ou inconsistente, não é Verdade.
Muitos julgam que a religião e a Verdade são nitidamente opostas. Acreditam que a religião e o conhecimento são, em geral, contrários – que a religião exige que substituamos o conhecimento pela fé. O judaísmo rejeita, categoricamente, essa visão. Proclama que D’us e SUA Torá – que é SUA Vontade e Sabedoria – são a Verdade Suprema, e que se encontrarmos uma contradição entre a Torá e a Ciência, isso se deve ao fato de termos uma compreensão errônea de uma das duas – ou de ambas.
Como veremos a seguir, a fé não significa o abandono da razão ou do conhecimento. O Talmud, espinha dorsal da Lei e tradição Judaicas, é quase inteiramente baseado no conhecimento e lógica. Rabi Shimon Bar Yochai, o grande místico e autor do Zohar, obra fundamental da Cabalá, que também foi um dos maiores Sábios do Talmud, defende a ideia de que há um motivo racional para as leis da Torá. O conceito de dogma, de fé cega, de aceitação do absurdo e do ilógico, é estranho ao judaísmo. É verdade que como D’us e SUA Sabedoria são Infinitos, nós, criaturas finitas, jamais O entenderemos ou a SUA Torá por completo. Isso, no entanto, não significa que não entendamos nada acerca d’ELE ou de SUA Sabedoria. Fazendo uma analogia: há vários problemas na Matemática que não foram solucionados. Isso não significa que nada saibamos sobre essa ciência. Há uma diferença abismal entre não saber tudo e não saber nada.
Ser humano algum, nem mesmo Moshé Rabênu, pode entender plenamente D’us e SUA Vontade. Mas isso não significa que a Torá exige aceitação cega. Mesmo suas leis conhecidas como Chukim, popularmente definidas como as “leis não racionais”, não são dogmas. As Chukim não são ilógicas: simplesmente requerem um grande cabedal de conhecimento e sabedoria para serem compreendidas. Por exemplo, algumas pessoas creem que a proibição de comer carne e leite juntos seja ilógica – algo que pode ser aceito apenas através da fé. Mas para alguém que estudou o judaísmo em profundidade e compreende o funcionamento das Sefirót – e o que a carne e o leite representam – as razões para a proibição de comê-los juntos ficam muito claras. O mesmo se aplica a todos os mandamentos da Torá. Nada é absurdo ou ilógico, mas algumas leis requerem muita sabedoria e conhecimento para serem compreendidas.
Qual seria, então, o papel da fé no judaísmo? Sem dúvida, um papel central, mas não da maneira como o crê a maioria das pessoas. A palavra hebraica para fé, “Emuná” não significa fé cega – a suspensão da razão e da lógica. Essa palavra origina-se da raiz “Aman”, que significa basear-se seguramente ou confiar em algo. Segundo a Torá, Emuná significa acreditar naquilo que é de confiança. O motivo para a fé ter um papel central no judaísmo é por desempenhar um papel fundamental na vida. Quer o saibamos ou não, todos os seres humanos – até os mais céticos – utilizam a Emuná. Nós a empregamos todos os dias, em cada momento de nossa vida, consciente ou inconscientemente, ativa ou passivamente.
Exercemos uma medida de fé mesmo quando estamos em casa, sem fazer nada: temos fé que o teto não vá ruir e que o edifício não vá desmoronar-se, apesar de sabermos que coisas assim acontecem. Exercemos a fé quando viajamos de avião: acreditamos que a aeronave esteja funcionando adequadamente e que o piloto saiba o que está fazendo, apesar de não podermos garantir nenhuma das duas situações. Também empregamos a fé quando lemos o jornal e acreditamos no que lemos, mesmo sabendo que os jornais são, geralmente, subjetivos e, ocasionalmente, contêm informações erradas. Exercemos a fé quando acreditamos no que nossos professores e livros de História nos ensinam.
O que sabemos é, em maior ou menor extensão, baseado em Emuná, porque não podemos ter certeza de nada. Sequer podemos ter certeza de que nosso mundo não é um mundo da fantasia, uma ilusão, como o creem os místicos orientais. Diante da inexistência da prova absoluta, temos que fazer uso da Emuná; temos que presumir muitas coisas e tentar buscar a verdade de forma honesta, o que significa ser intelectualmente honesto e consistente – sem empregar padrões morais duplos – dois pesos e duas medidas, ou utilizar argumentos emocionais para tentar silenciar os racionais.
Conhecimento, Fé e Falácias
Para discutir adequadamente o papel que o conhecimento e a fé desempenham no judaísmo, é necessário primeiro reconsiderar nossas definições de ambos os conceitos. A quase totalidade de nosso conhecimento se baseia em dois pontos: a probabilidade e a fé de que fatos históricos foram corroborados por fontes independentes antes de serem aceitos como verdadeiros. Quase todo o conhecimento científico se baseia em probabilidades – há poucos fenômenos, se é que existe algum, que sejam infalíveis.
Consideremos o seguinte cenário: um cassino é acusado de adulterar a roleta, mas se nega veementemente a admiti-lo. A roleta é dividida em 37 segmentos, numerados de 0 a 36. Suponhamos que tenha girado 1.000 vezes e que sempre pare no mesmo número. Pode-se concluir daí que houve adulteração? Provavelmente – mas não há certeza. Estatisticamente, não é impossível que a roleta pare no mesmo número 1.000 vezes seguidas. Na verdade, pode-se fazer girar a roleta de agora até o infinito, e a mesma poderia sempre parar no mesmo número sem que estivesse adulterada. As chances de tal fato acontecer são infinitesimais, mas existem. Se afirmássemos saber que o cassino havia adulterado a roleta e o considerássemos responsável pela fraude, estaríamos empregando uma medida de fé – ou seja, apesar de não estarmos absolutamente seguros do que dizíamos, acreditávamos que a roleta estivesse adulterada em virtude de ser muito pequena a probabilidade de não o estar.
No entanto, há uma enorme diferença entre algo improvável e algo impossível. Uma chance em um trilhão não é a mesma coisa que chance zero. No caso da roleta, não há chance alguma de que pare no número 40, simplesmente porque este não é um de seus números. Mas sempre há uma chance, por menor que seja, de que alguém possa fazê-la girar indefinidamente e ela sempre pare no mesmo número.
Como no exemplo acima, quase todo o conhecimento científico é calcado em probabilidades – em tentativa e erro. Qualquer cientista honesto e competente pode confirmar que as Ciências se baseiam em teorias – não em leis absolutas. A certeza absoluta não existe – nem mesmo no reino das “ciências exatas”. Exemplificando: A Ciência pode mostrar-nos, na teoria e na prática, a razão pela qual alguém que ande descalço sobre brasas de carvão incandescente queima os pés. Contudo, há pessoas que andam sobre brasas – o fenômeno religioso praticado em várias regiões do planeta, chamado de “Andar sobre fogo” – sem queimar nem ferir os pés.
Quando se trata de conhecimento acerca de eventos, como sabemos o que é ou não verdade? Como sabemos que Hiroshima sofreu um ataque nuclear durante a 2ª Guerra Mundial e que o Rio de Janeiro nunca foi atacado? Muitos de nós não tínhamos nascido nessa época; como saber, então, o que realmente aconteceu? Baseamo-nos no testemunho de terceiros. Quanto maior for a corroboração – quanto mais testemunhas independentes houver, reduzindo a possibilidade de conluio – mais disposição teremos para considerar o fato como verdadeiro. Nenhum de nós pode voltar no tempo ou estar em mais de um lugar ao mesmo tempo. Além do mais, não dispomos dos recursos nem do tempo para corroborar pessoalmente tudo o que nos conta a imprensa escrita ou falada. Usamos de boa-fé ao acreditar que as notícias transmitem a verdade porque há fontes independentes – jornalistas que trabalham em mídias concorrentes – que se beneficiariam se pudessem desacreditar a concorrência. Mesmo se vivêssemos em um regime totalitário, com controle da mídia, os oponentes internos ou externos do governo deixariam vazar a verdade. Um governo pode mentir se assim o quiser, e pode controlar a imprensa e silenciar a oposição, mas não pode forçar seu povo a acreditar nas mentiras, nem, muito menos, a transmiti-las a seus filhos. O excelente romance político de George Orwell, 1984, descreve o quão difícil é, mesmo para a mais brutal das sociedades totalitárias, fazer lavagem cerebral em todo um povo. Como o disse, brilhantemente, Abraham Lincoln: “Você pode enganar uma pessoa por muito tempo; algumas por algum tempo; mas não consegue enganar a todas por todo o tempo”.
Um dia, a verdade vem à tona, especialmente se o assunto diz respeito a muitas pessoas. Fica relativamente fácil corroborar sua veracidade.
O que hoje é notícia, amanhã é história. Acreditamos que eventos históricos importantes, que envolveram um grande número de pessoas, realmente ocorreram porque há muitas testemunhas independentes que poderiam confirmar sua veracidade e deixar vazar a verdade, no caso de uma deturpação da realidade.
Quando alegamos saber algo, o que estamos realmente dizendo é que a probabilidade daquilo ser verdade é indubitável, está além de qualquer dúvida. Ser indubitável é o padrão de evidência exigido para validar uma condenação criminosa. Se alguém é acusado de ter cometido um crime por uma única testemunha, ele pode alegar que a testemunha está mentindo. Se houver mais testemunhas, ele pode alegar que estão conspirando contra ele. Quando são milhares de testemunhas, a probabilidade de estarem enganadas no que viram ou estarem conspirando, é muito pequena – está praticamente além de qualquer dúvida.
Mentiras e tramas conspiratórias que envolvam milhões ou mesmo milhares de pessoas têm vida curta porque é enorme a possibilidade de vazamentos. Pois, como convencer milhares de pessoas a contar uma mesma história deturpada? Como convencer todas essas pessoas a nunca contar a verdade a ninguém – a nenhum amigo, nem a seus filhos ou netos? Os recentes escândalos envolvendo Edward Snowden e a Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA) evidenciam que basta um indivíduo vazar os segredos que envolvem um grande número de pessoas. Nas palavras do próprio Snowden: “… informar ao público o que é feito em seu nome e o que é feito contra eles”.
Quanto maior a mentira, a deturpação ou a conspiração, e quanto mais pessoas estiverem envolvidas, mais fácil será refutá-la.
Revelação Pública: a Base do Judaísmo
Muitos acreditam, erroneamente, que a fé judaica se baseia no Êxodo do Egito – nas pragas e na divisão do Mar dos Juncos. Eles talvez argumentem que se esses fenômenos pudessem ser racionalmente explicados, a veracidade do judaísmo seria questionada. Trata-se de uma concepção muito errada – não apenas porque a fé judaica ensina que D’us opera através das leis da natureza que ELE criou – mas porque, no que toca ao judaísmo, milagres e maravilhas pouco provam. As pragas e a divisão do mar serviram a um propósito prático – libertar o Povo Judeu do Egito – mas não têm praticamente influência alguma em nossas crenças.
A Torá nos ensina que a fé judaica não é calcada em milagres. Quando D’us aparece, pela primeira vez, a Moshé, ordenando-lhe que volte ao Egito e informe ao Povo Judeu que ELE os libertará da escravidão, ELE lhe diz: “Porque estarei contigo, e isto será para ti o sinal de que EU te enviei; depois de haveres tirado o povo do Egito, servireis a D’us sobre este monte” (Êxodo, 3-12). D’us informou a Moshé que o Povo Judeu acreditaria nele em virtude da revelação que ocorreria “na montanha”, o Monte Sinai, e não por causa dos milagres e maravilhas que a antecederiam.
O Rav Maimônides ensina que a verdadeira fé não pode basear-se em milagres porque sempre resta uma dúvida persistente de que tivessem sido inventados ou realizados por outro meio que não a intervenção Divina. Ele ainda explica que isso foi a base do temor de Moshé de que os judeus não acreditassem nele mesmo se ele realizasse milagres para provar que D’us o havia indicado como SEU agente. “E eles não me crerão”, Moshé responde a D’us, “nem ouvirão a minha voz, pois dirão, ‘Não apareceu a você HaVaYaH’” (Êxodo, 4:1). Moshé percebeu que nem mesmo a maior das maravilhas poderia induzir à crença perfeita. Para refutar esse medo, D’us lhe assegurou que a Nação Judaica vivenciaria uma Revelação Divina no Monte Sinai, removendo-lhes qualquer dúvida. A fé de Israel em Moshé e em sua profecia não se basearia, então, em fatos sobrenaturais, mas na experiência coletiva de milhões de pessoas no Monte Sinai, onde lhes ficaria indiscutivelmente claro que D’us falava com eles (Hil. Yesodei Ha’Torá, 8:2). Os milagres, independentemente de quão numerosos ou assombrosos, não podem ser fonte de crença para ninguém – não apenas porque seja controvertida a própria definição do que é um milagre – mas porque não apenas o verdadeiro profeta de D’us tem a capacidade de realizar atos sobrenaturais. Os feiticeiros do Faraó, que eram idólatras, conseguiram transformar cajados em serpentes e as águas do Egito em sangue. O profeta Bilaam, que era o mais malvado e depravado dos seres humanos, era um profeta tão poderoso quanto Moshé. A capacidade de prever o futuro ou de realizar milagres – milagres verdadeiros, não ilusões ópticas – prova apenas uma coisa: que quem os realiza possui um talento muito raro.
De fato, povos de quase todas as religiões realizaram milagres. Se os milagreiros comprovassem a validade de sua religião, teríamos que acreditar em quase todos elas, o que seria um absurdo teológico e lógico, pois a maioria delas é mutuamente exclusiva.
Acreditamos no judaísmo não por causa de Moshé, nem das pragas ou da divisão do mar, mas porque D’us, ELE PRÓPRIO, SE revelou perante 600.000 judeus e suas famílias, no Monte Sinai. A veracidade de um evento público testemunhado por milhões de pessoas é muito difícil de ser refutada. O judaísmo baseia-se em um evento público que envolveu uma miríade de pessoas, e não no carisma de um líder, poderes da fala, ou habilidades sobrenaturais. O judaísmo não se baseia no que seu maior líder vivenciou, mas no que toda a primeira geração de judeus vivenciou. Nós acreditamos no judaísmo não por acreditar em Moshé, mas porque acreditamos no testemunho de milhões de judeus.
O grande astrônomo judeu americano, Carl Sagan, disse certa vez que, “Alegações extraordinárias exigem evidências extraordinárias”. D’us optou por SE revelar ao Povo Judeu inteiro porque o testemunho de milhões de pessoas constitui evidência extraordinária que corrobora uma alegação extraordinária. A palavra de um homem – independentemente de quão sagrado ou poderoso seja – não constitui evidência extraordinária. Tampouco o é o testemunho de um pequeno grupo de pessoas. Ainda que sejam verdadeiras, sempre é possível que estejam enganadas acerca do que viram. No entanto, é muito difícil que três milhões de pessoas fabriquem uma história ou que estejam erradas no que viram, ouviram e vivenciaram.
À luz do que vimos acima, podemos entender por que a Torá afirma categoricamente que somente após a Revelação no Sinai o Povo Judeu acreditaria em Moshé para todo o sempre. Antes do Sinai, alguém o poderia ter desmistificado como um feiticeiro que derrotara os feiticeiros do Faraó. Poderia argumentar que as pragas no Egito e mesmo a divisão do mar foram coincidências: aberrações estatísticas, que, como vimos acima, não constituem provas absolutas. Mas quando milhões de pessoas viram-se diante de D’us, não houve mais lugar para especulação ou para análise de probabilidades estatísticas. Mesmo os inimigos e adversários de Moshé, inclusive seu primo Kôrach, que tentou organizar um golpe de estado, não puderam negar nem questionar a veracidade da Revelação Divina no Sinai.
Fosse a Torá um livro de mitos ou uma combinação de realidade e ficção, poderíamos talvez argumentar que a Revelação Divina no Sinai fosse um de seus relatos ficcionais. Mas os judeus sempre insistiram que os eventos relatados nos Cinco Livros da Torá devem ser levados ao pé da letra. Portanto, há apenas duas possibilidades reais do que possa ter acontecido no Sinai: ou foi uma Revelação Divina, como relata a Torá, ou uma conspiração de massa, envolvendo milhões de pessoas que fabricaram uma história, ou, no mínimo, concordaram em levar avante essa mentira, evitando, de alguma forma, que a verdade viesse à tona. Nenhuma dessas pessoas nem nenhum de seus filhos escreveu seu relato pessoal, contradizendo a Torá. Até mesmo os inimigos de Moshé, mesmo aqueles que adoraram o bezerro de ouro, nunca tiveram a audácia de negar a veracidade da Revelação Divina no Sinai.
É muito difícil de crer que milhões de judeus tenham inventado a história da Revelação ou concordado em respeitá-la, sabendo que era uma falácia. É ainda mais difícil de acreditar que, fosse uma invenção, ninguém a tivesse desmascarado e revelado a verdade. Contudo, de fato não há prova absoluta que corrobore esta extraordinária alegação – assim como não há prova absoluta de nada. Pode-se sempre conjecturar que talvez o Povo Judeu tenha imaginado ou sonhado sobre a Revelação. Talvez tenham inventado a história e convencido outros milhões de pessoas, judeus ou não, sobre sua veracidade. Tudo é possível: às vezes, mesmo as mais improváveis teorias conspiratórias são comprovadas. É aí que entra em cena a Emuná – a fé verdadeira: quando optamos por acreditar porque há evidência suficiente para fazê-lo, ainda que não haja certeza absoluta.
A Emuná que o judaísmo espera dos judeus é a mesma exigida pelos outros campos do conhecimento. Como o pilar do judaísmo foi um evento público que envolveu milhões de pessoas, trata-se de verdade histórica, não de fé cega. Isso significa que acreditar na Revelação Divina no Sinai e, portanto, na verdade do judaísmo, não é um ato de credulidade, mas sim de Emuná. A verdadeira fé, do tipo que o judaísmo espera de cada um dos judeus, é uma ponte pequena que liga a probabilidade à certeza. Precisamos da mesma porque, na verdade, não podemos ter 100% de certeza sobre nada.
Como na história sobre o Rabi Levi-Yitzhak de Berditchev, há uma diferença abismal entre dizer que D’us existe e saber que ELE existe(*). O judaísmo não exige fé cega, mas não é justo exigir mais corroboração da Torá do que da História ou das Ciências.
(* Certamente, todas as religiões do mundo – todas invenções humanas – só podem mesmo é dizer que D’us existe, e não sabe-lo (por conta própria).)
O judaísmo é a busca da Verdade, e por isso se iniciou da forma em que tudo ocorreu: para que nossa conexão com D’us e SUA Torá não fossem produto da fé cega. D’us poderia ter-SE revelado apenas a Moshé Rabênu e aos judeus que mais o merecessem, mas ELE optou por revelar-SE a todos, desde o mais simples deles. Era a única maneira de assegurar que nossa fé em D’us e em SUA Torá não fossem calcadas nos ensinamentos de um indivíduo ou de um grupo de pessoas (que todos sabem é o caso do cristianismo e do islamismo, e de toda a religião). Consequentemente, nós, judeus, não acreditamos em D’us por acreditar em Moshé, mas sim, acreditamos em Moshé por acreditar em D’us.
A festa de Shavuót celebra a Revelação Divina no Sinai e a transmissão dos Dez Mandamentos, que são o núcleo dos 613 mandamentos da Torá. Shavuót é o momento propício do ano para que todos os judeus fortaleçam sua conexão com D’us e SUA Torá, não por fé cega ou convenção social, mas porque há evidências avassaladoras que atestam a veracidade do evento mais extraordinário da História, ocorrido 50 dias após a libertação de nosso povo do Egito.
“Assim disse HaVaYaH dos Exércitos: ‘Naqueles dias, dez homens de diferentes línguas e de todas as nações segurarão a orla das vestes do judeu, dizendo: Iremos contigo, porque sabemos que D’us está contigo!’” – Zechariá (Zacarias) 8:23
1° A VERDADE HISTÓRICA DA REVELAÇÃO DIVINA NO SINAI
2° A AUTORIA DA TORÁ
3° CONHECIMENTO E FÉ
4° OS FUNDAMENTOS DO JUDAÍSMO
5° A TORÁ ORAL
6° OS TREZE PRINCÍPIOS DA FÉ JUDAICA
ATENÇÃO:
Na transliteração dos termos hebraicos o “sh” tem som de “CH”. Exemplos: “Moshé”, “Shemitá”, etc.
Na transliteração dos termos hebraicos o “ch” tem som de “RR”. Exemplos: “Halachá”, “Kôrach”, etc.
A AUTORIA DA TORÁ
Um dos princípios fundamentais do judaísmo é que a Torá não foi escrita por Moshé nem por qualquer outro homem, e sim, pelo próprio CRIADOR.
No artigo “A verdade histórica da Revelação Divina no Monte Sinai”, analisamos se há razão suficiente para se acreditar que D’us SE revelou ao Povo Judeu no Monte Sinai. Como vimos no artigo, as fontes básicas de conhecimento sobre a Revelação Divina são a transmissão oral, de geração a geração, e um registro escrito, a dizer, os Cinco Livros da Torá. Caso haja uma razão sólida para acreditar que a Torá é de autoria Divina, a veracidade do que quer que a mesma nos relate, inclusive a Revelação Divina no Sinai, é, pois, inquestionável. No entanto, se a Torá tivesse sido escrita por um ser humano, ainda que por Moshé, sua veracidade e autoria poderiam ser questionadas – pois nenhum homem é dono da Verdade Absoluta.
Halachá LeMoshé MiSinai
Como o judaísmo advoga que a Torá é a Palavra de D’us, seria lógico presumir que não há desacordo ou discussão acerca de suas leis. Contudo, na realidade, o Talmud Babilônico, que elucida os Cinco Livros da Torá e constitui o pilar da Lei Judaica, é formado por uma série de divergências e debates entre nossos Sábios.
Cabe perguntar: se D’us transmitiu a Torá a Moshé, haverá o que discutir sobre suas leis? A resposta profunda a essa pergunta está além do escopo deste artigo, mas a resposta simplista, fornecida pelo Talmud de forma explícita e não apologética, é que no dia em que Moshé deixou este mundo, o Povo Judeu esqueceu muitas das leis da Torá Oral, que são as elucidações e explicações da Torá Escrita. Por isso, coube aos Sábios, através de discussões, lógicas e análises, tentar recuperar o conhecimento perdido. No entanto, os ensinamentos da Torá Oral que não foram esquecidos não estão sujeitos à discussão.
No Talmud, há uma frase “mágica” que coloca um ponto final em qualquer discussão: Halachá LeMoshé MiSinai – em português, “trata-se de uma lei transmitida a Moshé no Sinai”.
As divergências existentes no Talmud não contestam, mas até corroboram a Revelação Divina no Sinai e a Divina Autoria da Torá. Como a Revelação ocorreu apenas uma única vez e como a Torá foi criada por D’us e transmitida apenas a Moshé, não houve quem vivesse após Moshé que pudesse ensinar as leis que tinham sido esquecidas. Como ensina o Talmud (Tratado Temurá 16ª): “Um profeta não está autorizado a introduzir nada de novo”. A Torá deu aos Sábios o poder de decretar leis rabínicas, mas as leis bíblicas não podem ser alteradas, criadas ou abolidas. Como ensina o Midrash (Devarim Rabá, 8:6): “Moshé disse ao Povo Judeu: ‘Não digam que outro Moshé surgirá, com outra Torá dos Céus; já lhes estou anunciando, agora, não está nos Céus. Nada restou nos Céus’”.
O fato de que os Sábios do Talmud discordassem acerca da aplicação adequada de muitas das leis da Torá é uma indicação de que o judaísmo não é dogmático, mas é a busca da verdade. Por outro lado, o fato de que apesar de todas as suas discordâncias, os Sábios unanimemente concordam sobre tantos pontos, é uma boa evidência de que o judaísmo tem uma única origem comum; pois, de outra forma, os Sábios do Talmud debateriam sobre os mínimos pontos da Lei Judaica. Quando as pessoas que costumam discordar entre si estão de acordo sobre umas tantas coisas, geralmente é sinal de que há uma razão para tal. Se para os Sábios do Talmud, Halachá LeMoshé MiSinai não estava sujeita à discussão, significa que a veracidade da Revelação Divina no Sinai e da Autoria Divina da Torá eram incontestáveis para eles. Assim sendo, eles não desperdiçariam seu tempo e energia discutindo o óbvio.
Mas, se não tivesse ocorrido a Revelação Divina no Sinai e se a Torá não tivesse sido escrita por D’us, o conceito da Halachá LeMoshé MiSinai não existiria. Pois se a Torá foi escrita por Moshé, por que seria proibido a um profeta ou um sábio de um período posterior mudar qualquer de suas leis ou, ao menos, instituir decretos que pudessem solucionar todas as dúvidas sobre a Lei Judaica?
Na verdade, na ausência de uma Revelação Divina, será que deveríamos atribuir a um ser humano o poder de criar leis imutáveis e, de fato, nem sequer passíveis de discussão? Com todo o respeito a Moshé, ele não fundou o judaísmo, nem foi um de nossos Patriarcas. E se a Torá tivesse sido escrita por ele, por que razão deveríamos acreditar, como diz a Torá, que ele foi o maior profeta de todos os tempos? Além disso, a tradição judaica não mede palavras em sua tentativa de humanizá-lo. É inconcebível que os judeus atribuíssem autoridade divina a o que quer que fosse que Moshé lhes ensinasse, a menos que soubessem que a Torá não era dele, mas realmente do D’us de Israel.
Se a Torá não tivesse sido escrita pelo Todo Poderoso, os profetas e Sábios que vieram após Moshé poderiam ter mudado algumas de suas leis – coisa que nunca ocorreu. No curso da História Judaica, criaram-se leis rabínicas, que foram modificadas e até rechaçadas, mas ninguém jamais ousou tocar na lei bíblica. Ninguém ousou argumentar com a Halachá LeMoshé MiSinai. Se todos os profetas e Sábios que viveram após Moshé se recusaram categoricamente a substituí-lo ou mesmo a tentar replicar o que ele conquistara – nem mesmo pela nobre razão de tentar recuperar o conhecimento que foi perdido com sua morte – é porque sabiam que a Torá era a Palavra de D’us, que fora transmitida apenas a Moshé; e agora que ele se fora, não havia como novamente trazer a Torá dos Céus à Terra.
Um livro de lendas?
É possível que o Povo Judeu tenha aceitado primeiramente a Torá como um livro de lendas e que, com o passar do tempo, após o transcurso de muitas gerações, quando já não era mais possível corroborar a veracidade de seus relatos, tenha sido aceita como verdade? Consideremos a seguinte teoria: alguém no deserto – quiçá Moshé, quiçá alguém outro – redigiu a Torá, inclusive o relato da Revelação Divina no Sinai, e todo o povo o aceitou, apesar de ser tudo invenção, pois eles nem o levaram a sério: consideraram que tudo fosse mitologia judaica. Passado o tempo, no entanto, um número cada vez maior de judeus começou a acreditar que aquelas histórias eram verdadeiras.
Esta teoria é popular entre ateus e agnósticos. Mas é uma teoria relativamente fácil de ser rechaçada. Primeiro, nos últimos 3.000 anos, apesar de todas as diferenças e divergências existentes entre o Povo Judeu, nunca houve uma tradição que dissesse que a Torá é obra de ficção. Mesmo os Caraítas, que não aceitavam os ensinamentos da Torá Oral, acreditavam categoricamente que cada uma das palavras da Torá Escrita era a Palavra de D’us. É possível que toda a geração do deserto tenha adotado a Torá como obra de ficção, mas, em algum momento da História Judaica, esse fato foi esquecido ou negligenciado por todos os judeus e todos começaram a acreditar que a Torá foi historicamente precisa? Para exemplificar quão improvável é essa teoria, pensemos em quão improvável é que todos os gregos vivos hoje mudassem de ideia sobre a Ilíada e a Odisseia e começassem a crer que esses trabalhos não são lendas, mas fatos históricos.
Segundo, há apenas uma versão da Torá, e não há relatos conflitantes sobre os eventos que descreve. Através da história, muitos judeus, especialmente os insolentes Reis de Israel, poderiam ter justificado seu comportamento pecaminoso alegando que a Torá era uma invenção ou um livro de lendas. Se essas pessoas apenas pudessem apresentar alguma evidência de que a Torá não fosse Divina – de que foi escrita por Moshé ou por outros seres humanos – eles poderiam ter algum tipo de desculpas para muitas de suas próprias ações, especialmente sua idolatria, que não prejudicou nenhum outro homem. Mas nos últimos três milênios, mesmo os judeus que mais se beneficiariam levantando dúvidas sobre a autoria da Torá, não o fizeram. Eles poderiam ter questionado a Justiça Divina, mas nunca tiveram a audácia de questionar a verdade da Revelação no Sinai e a legitimidade e a Divina autoria da Torá. E por quê? Porque como explicamos no artigo anterior, um evento público que envolveu (três) milhões de pessoas é praticamente impossível de ser negado.
Terceiro, é inconcebível que pessoas sensatas inventassem muitas das leis que constam na Torá, e, ainda mais, que inventassem o conceito de que O CRIADOR do mundo os fizesse responsáveis por respeitá-las (ESTE CRIADOR a quem jamais teriam visto se o relato da Revelação Divina fosse invenção). Exemplificando: a lei da Shemitá – os ordenamentos ao Povo Judeu de abrir mão do trabalho agrícola na Terra de Israel de sete em sete anos (Levítico 25:1-24). A Torá ordena aos judeus que sigam esta lei e não se preocupem com a falta de alimento, pois D’us os abençoará com fartura de provisões no sexto ano para compensar o sétimo em que se absterão de trabalhar a terra.
Consideremos: Por que os seres humanos escreveriam uma tal lei? Será que colocariam sua própria sobrevivência e a de seus filhos em risco? Será que inventariam promessas de um Fiador e diriam às gerações futuras que deviam cumprir esse mandamento porque O CRIADOR do mundo proveria a eles, quando, na realidade, eles mesmos sabiam que uma tal promessa Divina jamais havia sido feita? E o que aconteceria quando, no ano antes do Sabático, a colheita não fosse mais farta do que nos anos anteriores e os judeus não tivessem alimento para o ano seguinte?
Escrever essa lei e fazer os demais confiarem numa falsa promessa de bênçãos Divinas, seria o cúmulo da tolice e da irresponsabilidade. Contudo, os judeus aceitaram as leis do Sabático e se comprometeram a segui-las. E se o fizeram, é porque sabiam que era uma lei criada por D’us. Nem Moshé nem nenhum outro ser humano poderia fazer um povo inteiro colocar sua sobrevivência em risco. Na verdade, se D’us não tivesse escrito a Torá, os judeus teriam que ser muito tolos para concordar de viver segundo a maioria de seus mandamentos.
Por exemplo, por que eles aceitariam a lei da circuncisão? Três mil anos atrás ninguém sabia que a circuncisão pode evitar a disseminação de várias doenças terríveis. Podemos entender a razão para um povo aceitar leis relativas ao funcionamento adequado da sociedade, como as que proíbem o assassinato, adultério e roubo, mas por que os judeus aceitariam as muitas leis rituais da Torá – algumas das quais, extremamente complexas e esotéricas – e concordariam em não violar muitas de suas leis que os privam de vários dos prazeres da vida? Por que os judeus concordariam em não comer frutos do mar e carne não-casher? Por que eles aceitariam todas as leis da Torá sobre as relações sexuais proibidas?
Vejamos, será que milhões de pessoas aceitariam a Torá se não a tivessem recebido diretamente de D’us e soubessem, de fato, que era SUA Vontade que seguissem suas leis? Há um famoso Midrash que ensina que antes de outorgar a Torá ao Povo Judeu, D’us a ofereceu a todas as demais nações do mundo que a recusaram. Mas trata-se de um Midrash metafórico, que ensina que D’us, por ser Onisciente, sabia que somente os judeus aceitariam seguir as leis da Torá; não se trata de um relato histórico. Já houve um caso na história em que a Torá foi ofertada a grandes grupos de pessoas que se recusaram a aceitá-la? Sim, houve.
Muitas pessoas não o sabem, mas os fundadores do Cristianismo eram judeus seguidores da Torá. O Cristianismo se iniciou como um movimento messiânico judaico. O propósito dos primeiros cristãos não era começar uma nova religião, mas ganhar o máximo de adeptos para seu movimento – judeus ou não. E como eles consideravam seu movimento messiânico autenticamente judaico, somente seriam aceitos os não-judeus que se convertessem ao judaísmo.
Mas, segundo relato da Bíblia cristã, quando os fundadores do Cristianismo saíram em suas primeiras missões proselitistas, não tiveram sucesso em sua tentativa de converter os pagãos ao judaísmo. Apesar de terem ouvido que a Torá era a Palavra de D’us, os gentios ficaram assombrados com seus mandamentos – as leis de Casherut, do Shabat e, sobretudo, da circuncisão. Os primeiros cristãos somente conseguiram converter pagãos a seu recém-criado movimento quando abandonaram a exigência de que os não-judeus aceitassem as leis da Torá. Eles provavelmente perceberam que nenhuma nação, exceto os judeus, se sujeitaria àquelas leis.
Quem pode culpar os pagãos por recusar a Torá? É compreensível que os judeus a tenham aceitado – eles testemunharam a Revelação Divina no Sinai, e, na verdade, não tinham muita escolha. Mas por que um povo que não testemunhou a Revelação e a outorga da Torá iria aceitar a responsabilidade de cumprir todos os seus difíceis mandamentos?
Um cético implacável pode alegar que os judeus escreveram a Torá e inventaram todas as suas complicadas leis para difundir o próprio argumento que aqui defendemos: como nenhum povo seria capaz de criar tais leis para si, a Torá certamente é de autoria Divina.
Seria possível que os judeus propositalmente se colocassem numa camisa de força para ludibriar o mundo, inclusive seus descendentes, dizendo que D’us lhes teria aparecido, apenas a eles, e os teria escolhido para lhes entregar SUAS Leis? Novamente, a resposta é que isso seria altamente improvável. E se esse era o seu plano, o tiro saiu pela culatra, pois a Revelação no Sinai não rendeu aos judeus o amor e a admiração do resto da humanidade. Milênios antes de ocorrer a Inquisição e o Holocausto, o Talmud já tinha previsto que os judeus seriam odiados por terem sido escolhidos por D’us para receber a SUA Torá e testemunhar a única Revelação Divina na História.
O Rabi Yehoshua ben Levi assim ensina no Talmud: Por que a montanha onde a Torá foi entregue se chama Sinai? Porque ela causaria Sinat – ódio – entre o restante do mundo contra o Povo Judeu.
Um Livro nada lisonjeiro
Além de conter inúmeras leis de difícil cumprimento, a Torá narra muitas histórias, a maioria das quais não são nada lisonjeiras para nosso povo. Mesmo o relato mais espetacular da Torá – o da Revelação Divina – não foi uma ocasião inteiramente feliz, pois apenas 40 dias após sua ocorrência, o povo já adorava um bezerro de ouro, fazendo com que Moshé quebrasse as Tábuas da Lei. Até o Livro de Gênese é pouco lisonjeiro ao nosso povo. Pois enquanto muitas outras nações santificam seus fundadores e criadores, a Torá descreve nossos Patriarcas e antepassados como seres humanos falíveis, que suportaram provações e infortúnios e que tiveram fraquezas e cometeram erros.
Um cético poderia novamente alegar que Moshé ou os judeus escreveram a Torá de tal forma que provasse o argumento que acabamos de defender: nenhum povo poderia escrever relatos tão pouco lisonjeiros sobre si próprio; portanto, a Torá certamente foi escrita por D’us.
Mas, muito sinceramente, os relatos da Torá não são apenas pouco elogiosos – o que serviria para torná-los ainda mais críveis – eles são simplesmente prejudiciais. Algumas histórias negativas talvez servissem para tornar as boas um pouco mais críveis, mas a Torá é repleta de relatos que colocam os judeus sob um prisma muito negativo. Pode ser difícil, mesmo, encontrar uma porção da Torá que não contenha uma ação negativa de nossos antepassados. Será que as pessoas escreveriam relatos tão danosos sobre si próprias? Será que quereriam ser lembradas dessa forma por seus filhos e seus futuros descendentes?
O que é ainda mais incrível é que apesar das muitas leis de difícil cumprimento e das histórias nada lisonjeiras, nós, judeus, reverenciamos a Torá. Não há objeto inanimado mais sagrado ao judaísmo do que um rolo contendo os Cinco Livros da Torá. E por quê? Porque nós, como nossos antepassados, não temos dúvidas acerca de sua autoria. Quando O MESTRE do Universo escreve um livro e elenca nosso povo como protagonistas, nós o reverenciamos, mesmo que seu conteúdo nem sempre nos favoreça.
Alucinógenos e alucinações
Seria possível que Moshé e os três milhões de judeus que ele liderou não tenham tramado um plano mentiroso, mas se tenham confundido com o que imaginaram ter visto? Um professor israelense de Filosofia da Universidade Hebraica, Benny Shannon, apresentou a seguinte hipótese: a Revelação Divina no Sinai teria sido, na realidade, uma alucinação decorrente do fato de Moshé e os judeus terem tomado uma substância altamente psicodélica, encontrada na árvore da acácia, frequentemente mencionada na Bíblia. O professor fez a seguinte declaração: “No que toca ao Monte Sinai e a Moshé, o que ocorreu foi um evento cósmico sobrenatural – o que não acredito – ou uma lenda – no que tampouco acredito – ou, finalmente e mais provável, um evento que uniu Moshé e o Povo de Israel sob o efeito de narcóticos”.
Antes de analisar a hipótese do prof. Shannon, é interessante observar que mesmo ele – que não crê em uma Revelação Divina – não acredita que o relato seja uma lenda. Isso serve como exemplo verdadeiro do que discutimos no artigo anterior: que é muito difícil negar um evento público ocorrido diante de milhões de pessoas. Como o professor não pode negar o evento, mas tampouco pode aceitar que tenha havido uma Revelação Divina, ele necessita recorrer a outra explicação – o uso de alucinógenos.
O problema na teoria do acadêmico é que é necessário ter muito mais fé para se acreditar na mesma do que para acreditar que D’us SE revelou aos judeus no Monte Sinai. Senão, como teria Moshé conseguido encontrar a quantidade de alucinógenos para três milhões de pessoas? Segundo, como Moshé convenceu todos eles a ingerirem a droga? A própria Torá atesta que o povo frequentemente se rebelava contra ele. E mesmo se os milhões que lá estavam concordassem em se drogar, teriam-na consumido, todos, ao mesmo tempo? E teria a droga afetado milhões de pessoa exatamente ao mesmo tempo e da mesmíssima forma? Sabemos que diferentes pessoas reagem de diferentes maneiras à mesma droga. Alguns organismos reagem intensamente; outros, não. Algumas pessoas levam muito tempo para reagir a um alucinógeno, ao passo que outras reagem quase que imediatamente após sua ingestão. Além disso, como essas substâncias afetam o cérebro, e como não há duas pessoas – que dizer de milhões delas – que pensem de forma igual, as pessoas veem coisas diferentes quando ingerem essas drogas. Portanto, seria quase uma impossibilidade estatística que milhões de pessoas tomassem uma droga e tivessem simultaneamente uma mesma experiência ilusória e ouvissem a mesmíssima mensagem…
Mas, o mais revelador acerca da hipótese do Prof. Benny Shannon é que além de ter admitido não ter “nenhuma prova direta de sua interpretação”, ele fez a seguinte declaração: “Mas nem todos que usam a tal planta alucinógena trazem a Torá… Para tanto, você tem que ser um Moshé”…
A pergunta que deveria ser feita ao professor é: de onde exatamente Moshé trouxe a Torá? De onde veio a Torá? Se ele acredita que Moshé a escreveu e que sua teoria da droga alucinógena está correta, por que o Povo Judeu deveria viver de acordo com as leis criadas por um homem que era tão drogado que tinha alucinações sobre uma suposta Revelação Divina?
Indo mais além, a teoria de que Moshé dopou o povo para trapaceá-los e os fazer crer que D’us SE revelara a eles não é crível por uma razão adicional. Se os inimigos de Moshé tivessem sequer suspeitado de alguma desonestidade – se eles acreditassem que ele os estivesse drogando para induzi-los a algum tipo de experiência coletiva – eles o teriam acusado de ser um falso profeta, um charlatão. Moshé tinha sua quota de inimigos entre o povo. É triste admiti-lo, mas muitos dos judeus a quem ele conduziu inventaram e disseminaram mentiras terríveis contra ele.
Acusaram-no de não ter habilidades para liderar, de nepotismo, de roubo, de adultério e até de assassinato. Mas, interessante, ninguém ousou acusá-lo de ser um falso profeta. Até mesmo Kôrach, quando tentou depor Moshé e Aaron, nunca sequer sugeriu que ele tivesse enganado o povo. Ele questionou o direito de Moshé de liderar os judeus, mas nunca o acusou de charlatão. Nem mesmo Kôrach poderia questionar a veracidade da Revelação Divina no Sinai ou a autoria Divina da Torá. Ele sim questionou a aplicação de alguns dos mandamentos da Torá por Moshé, mas jamais sequer ousou alegar que ele os tivesse criado. E por quê? Porque a verdade estava evidente para todos os judeus. A Revelação Divina tinha sido um evento público; todos a tinham vivenciado. Ninguém poderia alegar que Moshé a tinha maquinado – nem mesmo seu pior inimigo.
E não foram apenas Kôrach e os inimigos de Moshé que não puderam negar a veracidade da Revelação Divina e a autoria Divina da Torá. Através dos milênios, os inimigos históricos do Povo Judeu tampouco conseguiram argumentar que eram falsidades.
No decorrer da história, muitas inverdades e maldades foram ditas sobre os judeus, mas nunca fomos chamados de “povo inventado”, um povo que inventou sua própria história. Alguém disse, muito apropriadamente, que o elogio de um inimigo vale muito mais do que o de um amigo. Quando mesmo nossos inimigos admitem a veracidade da Revelação Divina e da Torá, é porque a evidência é muito óbvia para ser negada.
A Essência do Povo Judeu
(Os Judeus: As Verdadeiras Testemunhas de D’us)
Muitos perguntam como é possível que, apesar de 2.000 anos de exílio, a queda do Templo, os massacres, a Inquisição, as expulsões, os pogroms e, acima de tudo, o Holocausto, nós, judeus, sobrevivemos e permanecemos fiéis a D’us. A resposta é que a Revelação Divina no Sinai ficou gravada no inconsciente coletivo do Povo Judeu. A Voz que se ouviu no Monte Sinai reverbera até hoje no coração de todos nós, mesmo que disso não tenhamos consciência. Cinquenta dias após o Êxodo, D’us SE fez ver a nosso povo e nos deu uma missão. Foi uma missão tão extraordinária que mesmo 2.000 anos de exílio e o Holocausto não foram capazes de abortar.
Que missão foi essa? Está escrito no Livro de Isaías: “Vós sois Minhas testemunhas, diz HaVaYaH, e Eu sou D’us” (43:12). O Midrash faz uma declaração espantosa: “Enquanto fordes Minhas testemunhas, Eu sou D’us; se deixardes de ser Minhas testemunhas, deixarei de ser D’us”. Como dissemos no artigo anterior, se não fôssemos nós, judeus, toda a humanidade seria deísta¹. Nós somos o canal através do qual D’us se tornou conhecido no mundo.
Nossa missão é manter nossa própria existência e, por meio disso, preservar a existência de D’us no mundo. Esta é a missão maior que pode ser atribuída a um povo e a cada um dos indivíduos que o compõem. É uma missão árdua e desafiadora, mas que por ela vale a pena viver e lutar, e que, sem dúvida, constitui o propósito e a essência do Povo Judeu.
¹ O deísmo é uma doutrina que considera a razão como a única via capaz de assegurar a existência de D’us, rejeitando, para tal fim, o ensinamento ou a prática de qualquer religião organizada.
“Assim disse HaVaYaH dos Exércitos: ‘Naqueles dias, dez homens de diferentes línguas e de todas as nações segurarão a orla das vestes do judeu, dizendo: Iremos contigo, porque sabemos que D’us está contigo!'” – Zechariá (Zacarias) 8:23
1° A VERDADE HISTÓRICA DA REVELAÇÃO DIVINA NO SINAI
2° A AUTORIA DA TORÁ
3° CONHECIMENTO E FÉ
4° OS FUNDAMENTOS DO JUDAÍSMO
5° A TORÁ ORAL
6° OS TREZE PRINCÍPIOS DA FÉ JUDAICA
A VERDADE HISTÓRICA DA REVELAÇÃO DIVINA NO SINAI
Na festa de Shavuót (nós judeus) comemoramos a Revelação Divina no Monte Sinai. O acontecimento é, sem duvida, o pilar sobre o qual o judaísmo se mantém. Mas terá realmente ocorrido?
Deísmo é a crença de que a lógica e a observação do mundo natural podem determinar que o universo é o produto de um CRIADOR todo poderoso. Segundo os deístas, D’us criou o Universo para logo o abandonar, deixando-o seguir seu próprio curso.
O deísmo é uma filosofia religiosa, não uma religião; pois se D’us não se relaciona com Suas criaturas, que diferença faz ao homem como o Universo foi criado? No que toca aos seres humanos, a religião tem que ser baseada na Revelação Divina. Se D’us nunca SE tivesse revelado ao homem, cada religião seria alguma forma de deísmo: a lógica nos compeliria a crer em um CRIADOR, mas nós não teríamos evidência alguma de SUA existência. Na ausência da Revelação Divina, não saberíamos como nos relacionar com D’us e, portanto, não haveria uma interface real entre D’us e o homem.
Diferentemente do deísmo, a verdadeira religião se origina em D’us, e não no homem. Esta não se pode basear nas conjecturas de uma mente humana, limitada, ou nos desejos do coração humano. Pelo contrário, precisa basear-se em fatos e verdades. A fé que não se baseia em fatos é despida de significado: também os idólatras, têm sua fé; e quem pode ser tão presunçoso ao ponto de afirmar que suas crenças, quando não calcadas em fatos, são mais válidas que a do outro? Portanto, a essência da verdadeira religião – ao menos pela perspectiva do homem – é a Revelação Divina. A verdadeira religião é baseada não no que o homem pensa ou diz sobre D’us, mas na Verdade e no que D’us diz ao homem.
Diferentemente das especulações teológicas e dos devaneios filosóficos, a Revelação Divina não é matéria subjetiva. Não é uma ideia, um ideal ou uma experiência que ocorre dentro da mente ou do coração humano. Trata-se de um evento pelo qual o homem deve passar.
Shavuot e a Revelação Divina no Sinai
A festa de Shavuót, celebrada em 6 e 7 do mês de Sivan, comemora o evento mais significativo na História Judaica – a Revelação Divina no Monte Sinai e a subsequente entrega da Torá ao Povo Judeu. Cinquenta dias após o Êxodo, D’us abertamente SE revelou a aproximadamente três milhões de judeus – homens, mulheres e crianças – a quem Moshé liderou para fora da escravidão no Egito.
Mas será que esse evento realmente ocorreu? Como a Torá o descreve não como experiência mística, mas evento histórico, sua veracidade não está sujeita à interpretação: ou ocorreu ou não ocorreu. Se D’us realmente SE revelou ao Povo Judeu no Sinai, o judaísmo se baseia em fato. Mas, se ELE não o fez – se o relato da Torá é uma lenda – a veracidade não apenas do judaísmo, mas de todas as demais religiões, é posta em dúvida já que nenhum outro povo jamais alegou ter vivenciado a Revelação Divina. Se O CRIADOR não SE revelou no Sinai, nós, seres humanos, somos todos deístas, na melhor das hipóteses. E se o judaísmo se baseia em uma lenda, também o cristianismo e o islamismo o são, pois essas duas religiões afirmam derivar da fé judaica.
O judaísmo se mantém sobre um pilar: a Revelação Divina no Sinai. O restante é comentário. Não tivesse esse evento ocorrido, nossa única fonte de conhecimento sobre D’us e SUA Vontade – sobre como HaVaYaH SE relaciona com o homem e o que ELE espera dele – seriam as supostas profecias dos seres humanos que, por definição, são falíveis.
O fato de que esses homens realizaram feitos sobrenaturais não prova que eles fossem reais mensageiros de D’us. Como relatam a Torá e o Midrash, os magos idólatras do Faraó também possuíam poderes sobrenaturais e podiam prever o futuro. Fica evidente, pois, que a própria Torá admite que esses dons não são suficientes para produzir um profeta. De fato, como ensina o Rabi Maimônides, os milagres nada provam. Não são as 10 Pragas o que nos faz crer em Moshé, pois pode-se argumentar que ele triunfou sobre os magos do Faraó não por ser um emissário de D’us, mas por ter grande conhecimento do ocultismo.
Milagres não homologam o judaísmo – nem qualquer outra religião. Membros de diversas fés, inclusive as idólatras, conseguem realizar atos sobrenaturais. Se os milagres comprovam a validade de qualquer religião, teríamos que aceitar praticamente todas elas como verdades absolutas – o que seria uma impossibilidade lógica e teológica.
Cremos em Moshé simples e exclusivamente porque a Revelação Divina no Sinai confirmou que D’us o escolhera como Seu emissário e que a Torá que ele ensinou ao Povo Judeu era a Palavra de D’us. Como ensina o Rav Maimônides, acreditamos em D’us e em SUA Torá, e, portanto, acreditamos em Moshé – e não vice-versa. Se acreditássemos em D’us e na Torá apenas porque acreditamos em Moshé, o judaísmo seria baseado na palavra de um ser humano.
Vejamos: Se D’us não SE tivesse feito ver perante todo o Povo Judeu e não tivesse dado a Moshé SEU selo de aprovação, como os (três) milhões de judeus que deixaram o Egito – e cada geração de judeus desde então – teriam sabido que Moshé tinha verdadeiramente falado em nome do CRIADOR? Como saberíamos que ele não era um sofisticado feiticeiro, um charlatão ou, até mesmo, um esquizofrênico bem intencionado? Se D’us não SE tivesse revelado no Monte Sinai, nenhum de nossos ancestrais, nem tampouco nós, poderíamos sabê-lo, ao certo… O judaísmo seria apenas baseado na fé, e não em fatos.
Da mesma forma, acreditamos na Torá e seguimos suas leis não por causa de Moshé, mas por causa de D’us. Cada uma das letras dos Cinco Livros da Torá foi escrita por ELE; Moshé meramente as transcreveu como um secretário. A razão para a Torá ser conhecida como Torat Moshe, a Torá de Moshé, é porque somente ele – e ninguém mais antes ou depois dele – teve o mérito de tê-la trazido à Terra. A Lei Judaica não é a lei do homem, nem a lei de Moshé, mas a Lei de D’us. Por isso o Talmud repetidamente ensina que a Lei Judaica somente pode ser derivada dos Cinco Livros da Torá – que foram escritos pessoalmente por D’us – e não derivam dos Livros dos Profetas (Nevi’im) nem dos Escritos (Ketuvim), que, apesar de serem um produto da inspiração Divina, foram escritas pelos profetas – e não pelo CRIADOR.
Apesar de ser verdade que D’us deu permissão aos Sábios para instituir decretos que fortalecem a observância da Torá e leis que celebram eventos de importância nacional que ocorreram após sua entrega, nenhum ser humano, nem mesmo Moshé, tem o poder de agregar nem de subtrair nada de seus 613 mandamentos. Fazê-lo seria impor a vontade de alguém sobre a Vontade do CRIADOR, ou pior, negar a Origem Divina da Torá.
A busca pela verdade
Como a verdadeira religião tem que estar calcada em fatos e não na fé, por definição tem também que ser a busca da verdade. A fé cega não é religião; é credulidade, e pode levar à idolatria. Ao mesmo tempo, quando se busca a verdade, não se deve pedir da religião mais do que se exige dos campos seculares de estudo – ou seja, deve-se buscar evidências sólidas, não provas absolutas.
O próprio conceito de prova absoluta é meramente teórico. Na prática, não existe, nunca existiu e nunca existirá. Não podemos ter certeza absoluta de nada.
Qualquer cientista honesto admitirá que o conhecimento humano é extraordinariamente limitado: sabemos muito pouco sobre muito pouco. À medida que aumenta o conhecimento humano, percebemos que estávamos enganados, por muito tempo, sobre muitas coisas. E ainda mais, percebemos que há exceções para cada uma das leis científicas.
Mas ainda que todo o nosso conhecimento fosse preciso e imutável, ainda assim não teríamos certeza sobre nada, pois não podemos ter certeza nem de que o mundo seja real – e não meramente uma ilusão. Talvez nem estejamos vivendo os eventos de nossas vidas; talvez tudo seja meramente um sonho. Talvez a história coletiva do mundo seja produto do sonho de um homem. Talvez não existamos – talvez sejamos meros produtos da imaginação do CRIADOR… Portanto, não podemos passar batido: nada é líquido e certo. Algumas pessoas questionam se D’us existe, outras se o mundo e eles próprios existem…
Mas, supondo-se que o mundo não seja uma grande ilusão, como podemos ter certeza de que nossa visão das coisas está correta? Como saber que a História que nos ensinaram nas escolas e faculdades não é um monte de invenções? Nenhum de nós estava vivo e presente para testemunhar os eventos descritos nos livros de História. Contudo, acreditamos em tantas coisas cuja veracidade não podemos comprovar. Portanto, a fé não se limita ao domínio da religião; ela é empregada cada vez que um ser humano aceita algo como verdade ainda que não possa pessoalmente corroborar sua veracidade. Quer saibamos ou não, sempre usamos a fé – no colégio, quando lemos um jornal ou quando assistimos as notícias pela televisão.
A fé, no entanto, tem que se basear, em alguma medida, em fatos. Ter fé não significa aceitar que tudo que nos dizem e ensinam é verdade. Muitos acreditam que ser religioso significa ser dogmático. Isso obviamente não se aplica ao judaísmo. A Torá estimula o homem a estudar ao máximo, a fazer perguntas difíceis e a buscar respostas para as mesmas.
O Talmud, que elucida os Cinco Livros da Torá, e que é o pilar da Lei e Sabedoria Judaica, é um livro de perguntas e respostas – uma busca pela verdade, contínua e intelectualmente rigorosa. Mas o judaísmo também espera que sejamos razoáveis – que aceitemos como verdade aquilo que é altamente provável, e que compensemos a falta de prova absoluta mediante o emprego de uma medida de fé. O judaísmo não define a fé como a crença no ilógico ou no impossível. A fé é propriamente exercida quando se acredita em coisas sobre as quais podemos estar razoavelmente certos.
Fatos e falsidades
Como não existe a prova absoluta, como podemos distinguir os fatos das coisas inventadas?
Imagine o seguinte cenário: um jornalista publica um artigo no jornal no qual afirma que o ataque terrorista de 11 de setembro de 2001 não ocorreu. Ele alega que as Torres Gêmeas nunca foram atacadas por aviões, mas foram dinamitadas pelo Governo Americano, que engendrou toda a história sobre os ataques terroristas para galvanizar o povo americano e obter o apoio necessário para declarar guerra contra o Afeganistão e o Iraque.
Será que as pessoas acreditariam nesse artigo? Em caso negativo, por que não? Não é de todo impossível que as imagens que o mundo viu pela TV fossem ficção. Talvez fossem produzidas por um talentoso diretor, e o Governo americano tivesse subornado todas as estações de TV do país para transmitir aquelas imagens para que o mundo todo acreditasse que seu país tivesse sofrido um grande ataque terrorista.
A razão para que a maioria de nós não acreditássemos num artigo desses – por melhor argumentada que fosse a teoria de conspiração – é que milhares de pessoas estavam presente na cena, no momento, e testemunharam, ao vivo, os aviões colidindo com as Torres. Teriam todos eles conspirado com o Governo para mentir sobre o acontecido? Teria o Governo conseguido localizar cada uma das testemunhas oculares para persuadi-las a se juntarem à conspiração? E os parentes das vítimas? E se os atos terroristas de 11 de setembro foram uma mentira, porque hoje, mais de 10 anos depois da queda das Torres Gêmeas, ninguém ainda apareceu para contar a verdade?
Qualquer editora pagaria uma fábula pelo relato verdadeiro do ocorrido naquele dia. E mesmo se ninguém tivesse vontade ou coragem de trazer publicamente a verdade à tona, bastaria que uma pessoa deixasse vazar a verdade. Quando milhares de pessoas estão envolvidas em uma conspiração, é apenas questão de tempo até que alguém, por uma razão qualquer, decida entregar a verdade.
Uma pessoa pode mentir sobre uma questão privada – algo que ocorreu quando não havia ninguém por perto e que, portanto, não pode ser comprovado nem negado – e os demais podem optar por acreditar ou não nela. De igual maneira, um grupo de pessoas que se conhecem podem inventar uma história e, enquanto esta for convincente e não houver discrepâncias significativas entre os relatos de cada uma delas, poderão convencer muitos outros de sua veracidade.
No entanto, é muito difícil mentir acerca de um evento que envolveu milhares de pessoas. O que dizer então de milhões de pessoas, especialmente quando há testemunhas independentes a corroborar o que houve e o que não houve?
Exemplificando: se alguém alega ter visto uma nave espacial alienígena, as pessoas podem acreditar ou não. Mas se um jornalista escrever que uma nave alienígena aterrissou nas areias de Copacabana nas comemorações do Réveillon de 2015, diante dos olhos das 2 milhões de pessoas que lá estavam presentes, seu artigo seria considerado uma piada ou uma obra de ficção. Por outro lado, quando muitas pessoas – que nunca se encontraram e nunca se comunicaram – relatam a mesmíssima história, não importa quão inacreditável a história seja; é muito difícil pensar que seja uma invenção. Pois, se aquela gente toda não se conhecia, nunca se falou nem nunca se comunicou – como e quando poderiam ter maquinado a mesmíssima mentira?
A corroboração de testemunhas oculares é, portanto, nosso critério mais confiável para apurar a verdade acerca de um evento. Isso se aplica a qualquer evento histórico – quer tenha acontecido há um dia, meio século ou três milênios atrás. Por exemplo, a grande maioria dos judeus vivos, hoje em dia, não viveu o Holocausto, mas há esmagadoras evidências que corroboram sua veracidade.
Como o Holocausto envolveu milhões de pessoas – um número incontável de sobreviventes que nunca se encontraram ou se falaram, mas que contaram histórias tristemente semelhantes – é praticamente impossível que tenha sido uma invenção. Mesmo se a Alemanha e o restante do mundo negassem o Holocausto, nós, judeus, saberíamos que essa tragédia ocorreu, pois nós não tomamos conhecimento da barbárie, pela primeira vez, através de um livro ou de visita a um museu. Contaram-nos em casa, quando pequenos. Muitos de nós somos filhos e netos de sobreviventes, ou no mínimo conhecemos judeus que sobreviveram ao inferno do Holocausto. Assim como nossos pais e avós nos contaram sobre o assassinato dos seis milhões, nós, também, iremos ensinar aos nossos filhos e netos sobre a barbárie. Talvez haja pais judeus que, por uma razão qualquer, não queiram contar aos filhos sobre o Holocausto. Mas é praticamente impossível que um evento dessa magnitude, e que envolveu tanta gente, não seja lembrado e transmitido por uma geração inteira de judeus e que seja, portanto, esquecido.
Mas e se alguém fizesse alegações que não negassem nem menosprezassem o Holocausto, mas exagerassem o ocorrido? E se, por exemplo, um historiador escrevesse um livro alegando que durante a 2ª Guerra Mundial, os judeus que viviam nos Estados Unidos também tivessem sido mandados aos campos de extermínio? Nós acreditaríamos nele? Certamente, não. E seria fácil refutar suas alegações. Pois se os judeus americanos tivessem sido enviados aos campos durante a 2ª Guerra Mundial, os sobreviventes teriam contado os horrores a seus filhos. Se os judeus que viviam nos Estados Unidos durante a Guerra considerassem absurdas as alegações do historiador, saberíamos que são falsas. E mesmo se nenhum deles estivesse vivo para refutar essas alegações, o que teríamos que fazer para verificar a verdade seria colher o testemunho de seus filhos ou netos. Tivessem seus pais sido perseguidos ou estado em campos de concentração, eles o teriam testemunhado, ou no mínimo, ouvido falar disso.
Daqui a uma geração talvez já não haja sobreviventes vivos do Holocausto. Nossos filhos e netos talvez não possam mais ouvir os testemunhos orais dos sobreviventes, mas eles poderão conhecer o Holocausto através dos filhos e netos dos sobreviventes. Assim como temos certeza de que a geração que viveu o Holocausto não nos mentiu, nossos descendentes podem estar certos de que não mentiremos para eles. Um indivíduo e mesmo um grupo seleto de pessoas pode fabricar uma história e convencer o mundo todo de sua veracidade. Mas é muito difícil, impossível, talvez, que uma geração inteira invente uma história, concorde em mentir a seus filhos e garanta que a verdade nunca venha à tona.
A Revelação no Monte Sinai: fato ou mito?
À luz do que discutimos acima, é evidente que a Revelação Divina no Sinai foi necessária e a razão para ser o fundamento do judaísmo.
Se D’us apenas SE tivesse revelado a Moshé, como no episódio da sarça ardente, isso seria um evento privado – algo que não poderia ser comprovado nem refutado. E ainda que um grupo seleto de pessoas testemunhasse que tivessem estado presentes quando D’us SE revelou a Moshé, isso não significaria que nós teríamos que crer em seu testemunho, pois é possível que um grupo pequeno de conhecidos pudesse maquinar uma mentira e evitar que a verdade viesse a público.
No entanto, quando um evento ocorre diante de uma multidão, sua veracidade se torna muito mais difícil de ser negada. Entre os três milhões de judeus que estiveram no deserto, havia muitíssimos que não se conheciam e que nunca haviam falado entre si. Indo mais além, como relata a Torá, a geração que deixou o Egito rebelou-se com frequência contra Moshé. Seria possível que todos eles se tivessem unido para engendrar uma mentira? E se Moshé, sozinho, tivesse inventado essa história sobre a Revelação Divina – como teria conseguido convencer todos os judeus a segui-lo? De alguma maneira, apesar de toda a desunião e rebeldia dos judeus do deserto, apresentou-se apenas uma Torá. A versão do que ocorreu no Sinai é uma e única.
Mas mesmo se os três milhões de judeus fossem totalmente submissos a Moshé e tivessem concordado com suas, digamos, maquinações, como se explica que ninguém se tenha entregado e dito a verdade, especialmente após sua morte? Por que os judeus no deserto não contaram a seus filhos que o relato da Revelação Divina tinha sido inventado e que eles, portanto, não tinham que se preocupar em seguir as Leis da Torá? Se mesmo uma minoria deles tivesse dito a seus filhos que o relato da Revelação Divina era mera lenda, a verdade teria vindo à tona, mais cedo ou mais tarde.
Mas, no entanto, durante mais de 3.000 anos desde que a Torá foi escrita, ninguém, nem mesmo os ateus ou os que criticam a Bíblia, alegaram que haja uma tradição entre os judeus de que Moshé tenha inventado a história sobre a Revelação Divina e tenha forçado os judeus a dar continuidade à mesma. A razão para tal, como vimos acima, é que é muito difícil mentir sobre um evento público que envolveu milhões de pessoas. Se tal evento nunca ocorreu, é quase impossível convencer as pessoas de sua ocorrência. Mas por outro lado, tendo ocorrido, é quase impossível negar sua veracidade.
A título de discussão, suponhamos que a Revelação Divina no Sinai seja ficção, e não um fato. Se tal fosse o caso, haveria duas possibilidades de como chegou a ser aceita como verdade histórica pelo Povo Judeu.
A primeira é que o relato tivesse sido inventado pelos judeus no deserto. Ou os judeus inventaram a história ou Moshé o fez e todos os 3 milhões lá presentes pactuaram em manter a mentira ao ponto de transmiti-la a todos os seus descendentes. A segunda possibilidade é a de que a Torá tivesse sido dada, de alguma forma, ao Povo Judeu, algum tempo depois que os judeus se tivessem estabelecido na Terra de Israel, e que, com o passar dos anos, tivesse sido aceita como teológica e historicamente precisa.
Analisemos a primeira hipótese. Teriam todos os judeus concordado em contar a mesmíssima história, da mesmíssima forma? Por que é que ninguém fez da sua própria maneira, escrevendo sua própria Torá – uma que levasse seu próprio nome e não o de Moshé? E se todos os judeus conspirassem para contar uma mentira, será possível que ninguém deixasse escapar a verdade? Será que os judeus todos mentiram a seus filhos, contando-lhes que D’us SE revelara a eles quando na realidade ELE não o havia feito?
Consideremos o segundo cenário hipotético: alguns séculos após o estabelecimento dos judeus na Terra de Israel, a Torá é difundida entre a população e é bem aceita – os judeus creem em seus relatos, inclusive no maior de todos, o da Revelação Divina no Sinai. Mas, se assim fosse, não seria o caso de os judeus se perguntarem: “Por que meus pais e avós nunca me falaram desses eventos tão extraordinários?”
Exemplificando por que esta teoria é insustentável: suponhamos que um pergaminho religioso fosse escavado hoje, em Israel, e que nele constasse um relato de que após a construção do Templo Sagrado de Jerusalém pelo Rei Salomão, tivesse havido uma segunda Revelação Divina: D’us aparecera a todo o povo e lhes havia dado outros 100 mandamentos. Será que nós acreditaríamos na veracidade histórica desse relato? A maioria de nós não acreditaria, porque não há menção dessa ocorrência na tradição judaica: nunca a ouvimos de nossos pais, nem eles a ouviram dos seus pais, e assim por diante. Se um evento de tal magnitude tivesse ocorrido ao longo da História Judaica, certamente teria sido transmitido de geração em geração.
Consideremos: há pouco mais de dois milênios, um pequeno frasco de óleo que deveria ter queimado por um dia ardeu durante oito dias. Nos últimos dois mil anos, essa história tem sido recontada de geração em geração. Nos últimos dois mil anos, os judeus de todo o mundo vêm acendendo as velas de Chanucá e contando os milagres do óleo. Seria concebível que uma explícita Revelação Divina – que é muito mais grandiosa do que o milagre de Chanucá – tivesse sido esquecida e “relembrada” gerações mais tarde, quando não mais fosse possível corroborar o que de fato ocorreu no Monte Sinai?
As alegações de um evento monumental, tal como a aparição de D’us perante todo o Povo Judeu, não pode ser inventada nem aceita como verdadeira a menos que haja uma tradição de que tenha mesmo acontecido. Não é concebível que os judeus acreditassem no relato da Torá acerca da Revelação Divina no Sinai, a menos que o tivessem escutado de seus pais e avós, ao longo de sua vida. Assim sendo, a única possibilidade real da Revelação Divina no Sinai ter sido lenda é se Moshé e toda aquela geração que ele conduziu tivessem podido engendrar essa incrível história e convencer a geração seguinte de sua real ocorrência.
De fato, o argumento que empregamos para refutar a hipótese de que a Torá, de alguma forma, surgiu em meio ao Povo Judeu e foi aceita como a Verdade nem mesmo é necessário, pela seguinte razão: até mesmo os críticos da Bíblia estão de acordo em que o Livro de Yehoshua (Josué), que faz clara referência à Torá e a Moshé, foi escrito no mais tardar um século após a entrada dos judeus na Terra de Israel. Mesmo esses críticos foram forçados a admitir que, quando muito, uma geração se passou entre a entrada dos judeus na Terra e a composição do Livro de Yehoshua. Isso significa que a Torá não poderia ser um texto que foi entregue ao Povo Judeu um século ou mais após sua chegada a Eretz Israel.
Assim sendo, a primeira geração de judeus que leu a Torá não teve que ficar imaginando se seus relatos eram fato ou ficção, ou se eles tinham sido precisamente transmitidos de geração em geração. Para corroborar se a Torá era historicamente precisa, bastava eles perguntarem a seus anciãos. E ainda que nenhum mais dos que tinham testemunhado a Revelação Divina estivesse vivo, seus filhos e os filhos de seus filhos, estariam. Eles não tinham estado presentes quando D’us SE revelara no Sinai, mas tinham ouvido aquele relato em primeira mão. E, portanto, a única possibilidade de tudo aquilo ser uma lenda era se toda aquela geração de judeus conduzida para fora do Egito por Moshé tivesse mentido a seus descendentes.
Mas, será possível que os judeus tenham engendrado toda essa história e mentido a seus descendentes? Será possível que a Torá seja um livro de mitos que os judeus, por uma razão qualquer, tenham aceitado como a sua Verdade? Será possível que houve, realmente, uma grande conspiração no deserto? Será possível que o povo pensou ter testemunhado uma Revelação Divina, mas que tudo não tenha passado de uma ilusão?