ESPECIAL: O que as religiões não querem que você saiba

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MATÉRIA ESPECIAL

 

O que as religiões não querem que você saiba

 

O que é e o que não é o movimento Bnei Noach (também chamado de noaísmo ou de noaítismo)?
E por que este movimento deve ser disseminado?

 

O noaismo ou movimento Bnei Noach da Torá é um caminho de Espiritualidade. Cada não-judeu deveria seguir este Caminho, que é o Caminho traçado para ele pelo CRIADOR.

Cada pessoa é livre para tomar suas próprias decisões. O bom é que você tem as opções para tomá-las. Você pode escolher. Se você erra, é por sua própria decisão. Cada um deve pensar e decidir por si mesmo se ficará como está ou se fará uma mudança em sua vida.

É por isso que difundimos a identidade noaítica. É necessário que ESTE conhecimento também seja difundido. O objetivo é motivar as pessoas a pensar, a investigar e verificar o que lhes está sendo dito.

Acredito que cada pessoa lê o que quer ler. Ela pode escolher visitar um site e ler os posts ou não. Nós, noaítas, ou Bnei Noach, NÃO EVANGELIZAMOS ninguém. “Nós não fazemos proselitismo.”

Esta não é uma nova religião ou seita. Estamos simplesmente dizendo às pessoas para que descubram o que já SÃO por natureza, sua própria identidade, e para que assumam-na responsavelmente. Refiro-me à sua Espiritualidade, sem templos nem pastores nem dogmas. Refiro-me à sua relação com O CRIADOR e à sua missão no mundo, a de construir shalom (harmonia global).

Todos os gentios são potencialmente noaítas. Somos todos filhos de Noah. Mas nem todos nós o sabemos e nem todos nós assumimos nossa identidade e cumprimos o Pacto Noaítico das sete leis universais.

O movimento Bnei Noach NÃO É UMA RELIGIÃO. A religião é uma criação humana e não é compatível com a espiritualidade noaítica. A religião é uma adulteração do código da Lei Divina e, portanto, é abominada pelo CRIADOR. Cada ser humano não tem que seguir NEM UMA religião, apenas conectar-se com A DIVINDADE e promover shalom e os bons valores no mundo.

Um seguidor desta ou daquela religião continuará sendo o que já é: potencialmente um filho de Noé. Mas quando o termo noaíta, ou Ben Noach, é usado, refere-se a um filho de Noé que assume sua identidade e que a vive de forma responsável. Uma pessoa com crenças pagãs não seria um bom filho de Noé, se quisermos chamá-la assim.

O noaismo é o monoteísmo autêntico. Abraham, por exemplo, não pertencia a religião alguma. Ele foi alguém que descobriu o verdadeiro monoteísmo e começou a vivê-lo e a difundi-lo entre todos os que estavam ao seu alcance.

Os hebreus [estavam em um nível de] Bnei Noach até o Pacto do Sinai. É por isso que o judaísmo é outro caminho. É o caminho para aqueles que naturalmente pertencem ao Povo de Israel ou para aqueles que se convertem ao judaísmo. Tanto o judaísmo quanto o noaísmo (o movimento Bnei Noach) defendem os mesmos princípios do verdadeiro monoteísmo da Torá. O povo judeu foi escolhido pelo ETERNO para uma missão especial: ser uma luz para as nações, guardiões da Torá, uma nação de sacerdotes.

Nós noaítas (Bnei Noach) somos ensinados pelo Povo de Israel: por seus Rabinos e Mestres. O Povo de Israel têm não apenas a Torá para os judeus (dos 613 preceitos), mas todo o ensino para os Bnei Noach (noaítas).

Esses são os únicos dois caminhos, que paralelamente levam ao MESMO e ÚNICO D’US.

Por Professor Reuel Rolando

© Professor Reuel Rolando
© Projeto Noaismo Info

Texto recomendado por Rabi Ariel Groisman.

Traduzido do espanhol por Projeto Noaismo Info: © Projeto Noaismo Info

Para a elevação da alma da professora Aurora Rodrigues.

 

A propósito, o próprio Rabi Ariel Groisman explica sobre o desapego à religião:

“Àqueles que estão se aproximando da luz da Torá:
Abandonar a idolatria — de suas crenças, cultos e ambiente — é incômodo (desconfortável) e até doloroso.
Desaprender e se esvaziar disso requer tempo, energia e paciência consigo mesmo.
Libertar-se dos medos fictícios às vezes é assustador.
Mas tudo isto não é nada comparado à liberdade do monoteísmo autêntico, moral e racional, que a Torá instrui para que as pessoas vivam suas vidas cheias de sentido e espiritualidade.
O ETERNO não abandonou o ser humano mergulhado na escuridão. ELE lhe deu a luz da Torá para orientá-lo e caminhar com ELE.”

 

Mas quem é o Professor Reuel Rolando?

“Nasci em 7 de março de 1970 em uma família católica não-observante. Aos 16 anos de idade tive uma experiência espiritual em uma reunião pentecostal à qual fui convidado por um colega de escola. A partir daquele momento, comecei a me consolidar cada vez mais profundamente nas crenças evangélicas, o que me levou a deixar a Igreja Católica. Imediatamente eu me tornei um missionário com todas as letras.

Aos 18 anos eu já era ‘Ministro’ e depois “‘Ancião'”. Com o tempo fui ‘Encarregado de Obra’, até que me tornei ‘Pastor’.

Hoje eu não pertenço a nem uma religião. Apenas acredito no único verdadeiro D’US e procuro cumprir com cada uma de SUAS Leis universais. Minhas convicções são as da Bíblia hebraica, as do judaísmo, mesmo eu não sendo judeu nem pretendendo me tornar um. Sou apenas um gentio que procura agradar ao ETERNO.

Pela idolatria de Jesus, e pela feitiçaria de invocar seu nome para realizar “milagres” e “exorcismos”, eu havia me associado às forças da impureza. Me enganaram ou me enganei, pensei equivocadamente que tudo isso se tratava do CRIADOR. Mas louvo O ETERNO por me libertar através da única Verdade: a Torá.

Hoje, longe da gritaria, do êxtase e das línguas estranhas, ouço uma só língua, a língua sagrada, a língua da Verdade. Sem mistérios nem fábulas. Sem contradições nem complicações. Tudo muito claro e detalhado, para me ajudar em minha correção cada dia e assim eu poder me elevar. E o centro da conversa e da vida em nossa casa hoje é O ETERNO e a Torá.

A Torá nos fala do CRIADOR como O ÚNICO PODER. DELE provém tanto o bem quanto o mal. D’US não tem inimigos e não luta contra ninguém. Tudo o que acontece acontece por SUA Vontade, porque ELE é O ÚNICO REI do Universo. Sustentar que existe uma luta de poderes (entre duas ou mais divindades) e participar dela é pura idolatria e feitiçaria.
Cuidado!”

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SÉRIE: CONHECENDO D’US (Parte 2 – Porque estamos aqui?)

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SÉRIE:
CONHECENDO D’US
(Parte 2 – Porque estamos aqui?)

 

D’US é Perfeito e SUA Existência não requer mais nada. Em outras palavras, D’US é Perfeito e de forma alguma ELE pode ser melhorado pelo nosso serviço [ie. pela nossa devoção]. ELE também não seria de forma alguma diminuído se não houvesse nada no universo além DELE. Então, por que ELE criou o universo? Isto foi para que ELE pudesse conceder SUA bondade aos outros. D’US é O BEM SUPREMO. SUA sabedoria decretou que isto fosse expresso permitindo que os seres criados se aproximassem DELE, da melhor maneira possível. Assim, embora os seres criados não possam se tornar perfeitos, eles podem emular a perfeição se apegando a D’US.

No entanto, D’US não apenas entrega essa conexão a SUAS criações. SUA sabedoria decretou que essa conexão seria mais significativa se as criações a merecessem. D’US fez com que SUAS criações incluíssem tanto aspectos de perfeição quanto de imperfeição. O mundo, portanto, contém tanto coisas que nos aproximam de D’US quanto coisas que nos afastam DELE, e as pessoas têm a oportunidade de buscar o que quiserem. Se buscamos as coisas certas, somos recompensados pela resultante proximidade com D’US.

Uma vez que D’US é a verdadeira perfeição, devemos entender que toda coisa negativa é resultado da falta da influência de D’US. Visto que a proximidade de D’US é a fonte de toda a bondade, segue-se que uma distância de D’US leva ao oposto — quanto mais longe de D’US, mais intensa ou extrema é a imperfeição!

O ser humano é único no fato de estar na encruzilhada entre os aspectos da perfeição e os da imperfeição. Quanto mais buscamos os aspectos da perfeição, mais nos aproximamos de D’US. Fazendo isso, obtemos prazer e perfeição de D’US — uma recompensa que conquistamos! (Infelizmente, se buscamos o caminho oposto, nos afastamos mais de D’US, com o resultado oposto).

Para que o propósito de D’US na criação do universo fosse cumprido, era necessário que o mundo contivesse tanto aspectos de perfeição como de imperfeição, assim como um ser com a capacidade de escolher entre eles. O mundo contém, portanto, muitas coisas de cada tipo, em graus muito variados. O ser humano, sendo a criatura com a capacidade de escolher seu caminho, é o objetivo final da criação; tudo o mais é um meio para atingir o objetivo do ser humano de realizar seu potencial. O trabalho do ser humano neste mundo é aperfeiçoar sua mente e seus traços de caráter. Isto é o que o aproximará de D’US. As coisas que afastarão uma pessoa de D’US são uma preocupação com coisas mundanas e maus traços de caráter.

© Rav Jack Abramowitz

Traduzido do inglês por Projeto Noaismo Info: © Projeto Noaismo Info

O Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info dedica este estudo para a paz dos últimos instantes de vida de uma pessoa muito especial em nossa vida, sem a qual sequer existiríamos enquanto pessoas (I.P.B.)!

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SÉRIE: CONHECENDO D’US (Parte 1 – Aproximando-se de D’US)

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SÉRIE:
CONHECENDO D’US
(Parte 1 – Aproximando-se de D’US)

 

Introdução por Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info

Shalom para todo mundo!

Hoje, 1° de janeiro, é o Dia da Fraternidade Universal.
Nada melhor do que começarmos o ano exatamente tratando do COMEÇO DE TUDO, O INÍCIO DE TUDO, ou seja, da FONTE DE TUDO, A ORIGEM de todas as coisas: D’US.

Diferentemente do Deus das religiões, O D’US da Torá é O D’US do universo, O D’US do mundo, O D’US da humanidade, a saber, O D’US de todas as pessoas: O D’US dos integrantes do Povo de Israel e O D’US dos integrantes dos povos do mundo.
Qualquer pessoa, em qualquer lugar do mundo, em qualquer momento, sem a necessidade de religião alguma, pode estar conectada a ELE e pode inclusive vir a conhecê-LO.

São as religiões (que são todas invenções do próprio ser humano) que dividem a humanidade. Se todos se conscientizassem de que a Moralidade também é Criação de D’US, de que D’US é O CRIADOR da Moralidade e que, portanto, é ELE QUEM Estabelece o que é o certo e o que não o é, e que todos estão sujeitos às mesmíssimas Leis Morais, assim como todos estão sujeitos às mesmas Leis Físicas, haveria realmente uma Fraternidade Universal.

Diferentemente dos livros sagrados das religiões, a Torá (aqui, no sentido de bíblia judaica), a Palavra Original de D’US, começa com D’US e termina com D’US.
Também diferente dos livros sagrados das religiões, O PRÓPRIO D’US Assinou O SEU SANTÍSSIMO NOME PRÓPRIO, PARTICULAR, EXCLUSIVO, na Torá (como veremos futuramente).

Vemos com os nossos próprios olhos como simplesmente acreditar em D’US, na verdade, acreditar em um conceito de um Deus Criador de todas as coisas, não basta para alcançarmos a Fraternidade Universal.
Isto porque ainda assim as próprias pessoas podem interpretar à sua própria maneira o que é que esse Deus quer delas. E com cada pessoa interpretando por conta própria o que esse Deus estabeleceu para elas cumprirem, haverá milhões ou mesmo bilhões de vontades divinas.
Certamente o que D’US exige socialmente de uma pessoa, ELE exigiria de todas.
Portanto, apenas acreditar no conceito de um Deus Criador de tudo não é o suficiente (apesar de já ser alguma coisa), é preciso saber que há de fato O D’US CRIADOR de tudo (o que significa entender que ELE é exatamente O D’US de tudo) e conhecê-LO, para que alcancemos a Fraternidade Universal.

E é exatamente este o propósito desta matéria aqui que será, graças a D’US, uma Série de várias matérias que sairão durante todo o ano, Série esta a que denominaremos:

CONHECENDO D’US,

pois se todos têm a obrigação de cumprir Mandamentos Divinos Universais, para isto acontecer todos têm de primeiro conhecer esses Mandamentos, e para se conhecer tais Mandamentos, então todos têm sim a obrigação de conhecer QUEM os deu, conhecer a D’US.

E para ser possível falarmos tanto de D’US quanto da obrigação universal de se conhecê-LO, excepcionalmente estrearemos esta Série (CONHECENDO D’US) já com duas matérias (prosseguindo, como já dissemos, com a ajuda de D’US, com uma matéria por mês todo o ano).

Boa Série!

 

O judaísmo, diferentemente das religiões, não ensina que apenas os judeus são filhos de D’US. “Os não-judeus também são filhos de D’US.” Declara o Rabi Jack Abramowitz. “Todo ser humano é filho de D’US (metaforicamente falando)”, conclui ele. Para demonstrar isto, o Rabi Jack Abramowitz explica:
“Os sábios de Israel (no Talmud) nos dizem que quando os egípcios estavam se afogando no Mar Vermelho, os anjos queriam cantar canções de louvor a D’US, mas ELE não permitiu que cantassem. ELE disse: “MEUS filhos estão se afogando no mar e vocês querem cantar?” Sim, os egípcios tinham sido os opressores dos judeus, mas ainda eram filhos de D’US, como todos os outros. E ELE Quer o melhor para todos os SEUS filhos, e é por isso que ELE enviou o profeta Jonas para exortar o povo de Nínive a se arrepender.

Então, qual é o seu propósito (o propósito da existência do não-judeu no mundo)? Pelo que entendo, todos nós temos o mesmo propósito: desfrutar deste mundo maravilhoso que D’US nos deu, tentar chegar o mais perto possível DELE e fazer todo o possível para deixar as coisas um pouco melhores do que as encontramos. D’US pode ter dado a judeus e não-judeus ferramentas diferentes para o trabalho, mas eu ainda acredito que nossos objetivos são essencialmente os mesmos.”

Então isto só pode significar que não é necessário ou preciso ou obrigatório tornar-se judeu para se ser filho de D’US, já que todos o são.
E isto só pode significar também que há uma Fonte Comum de Revelação da Vontade de D’US para cada pessoa.
Que Fonte é esta?

O Rav Tzvi Freeman explica:
“Existe o judaísmo e existe a judeidade (ou judaicidade), e eles não são a mesma coisa. Judaísmo é sabedoria para cada pessoa do planeta e ainda muito mais do que isso. Também o chamamos de Torá. [Sim, isso mesmo, judaísmo e Torá são sinônimos.] Torá significa “o ensino”, e é uma mensagem divina para todos os seres humanos contendo os princípios que uma grande parte da humanidade já os aceitou como verdades absolutas. A idéia de que a vida humana é inestimável é um ensinamento originado na Torá, pois está relacionado com o conceito de que todos os seres humanos são criados iguais. [Em outras palavras, trata-se do Ensinamento Inédito na História Humana da “irmandade da humanidade sob D’US.”] Assim também, o direito de cada indivíduo à alfabetização e à educação foi trazido ao mundo através da Torá. E a paz mundial como valor e meta foi pregada exclusivamente pela Torá e seus profetas milhares de anos antes que se tornasse popular no resto do mundo. E claro, a idéia de que há uma única incorpórea EXISTÊNCIA Que criou e mantém toda a realidade, e SE preocupa com tudo o que acontece com cada indivíduo, dando assim a cada pessoa, criatura, evento e objeto um significado, propósito e destino — é um ensinamento principal sobre o qual repousa todo o resto, e o ensinamento central da Torá.”

Conhecendo D’US

A única maneira de se aproximar de D’US é O conhecendo. Muitas pessoas inventam suas próprias noções de D’US, mas tudo o que estão fazendo é imaginando um ser que não existe e chamando-o pelo NOME DAQUELE Que Existe. (Isto será visto posteriormente na seção O que D’US não é.) O verdadeiro serviço de D’US só pode começar quando se investiu o esforço necessário para formar uma idéia precisa DELE (na medida em que tal coisa é humanamente possível). Para este fim, a Torá diz: “Foi-lhe mostrado para que você saiba que Hashem é D’US; não há ninguém além DELE…. Portanto, saiba hoje e coloque em seu coração que Hashem é O D’US, não há outro” (Deuteronômio 4:35, 39). Vemos neste e em outros versículos semelhantes que o conhecimento de D’US é um pré-requisito para os níveis mais elevados de serviço a ELE, uma vez que o amor de uma pessoa por D’US é proporcional ao conhecimento que ela tem sobre ELE. Essa ideia é reforçada por versículos como I Crônicas 28:9, em que o rei David diz a seu filho Salomão: “Conheça O D’US de seu pai e sirva-O com um coração puro… se você buscá-LO, ELE será encontrado por você….”

O Rabi Maimônides lembra que nossa conexão com D’US é o poder do intelecto que ELE nos deu. Está ao nosso alcance fortalecer este vínculo e também enfraquecê-lo. Podemos exercitar este “músculo” usando-o para buscar o conhecimento e o amor a D’US; ele se atrofia quando o usamos para outros propósitos. Mesmo a pessoa mais sábia do mundo é capaz de romper a conexão com D’US quando as circunstâncias exigem que ela se concentre nas preocupações mundanas. É por isso que os piedosos limitaram a quantidade de tempo que eles podiam gastar com coisas temporais, para que D’US pudesse estar constantemente diante deles.

As mitsvot, incluindo coisas como rezar (oração) e ler a Torá, existem para ocupar nosso tempo e encher nossas mentes com coisas divinas em vez de coisas mundanas. Enquanto estivermos cuidadosamente comprometidos com as mitsvot [como nos diz o Rav Shimshon Bisker, o Rabino Supervisor do Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info, os integrantes do Povo de Israel com as 613 mitsvot, e os integrantes dos povos do mundo com as 7 mitsvot universais], estaremos em comunhão com D’US. Se apenas seguimos a rotina, cumprindo mitsvot de maneira mecânica e sem investir o pensamento adequado, pensando em nossos negócios ou outras coisas temporais, então não seremos melhores do que alguém cavando um buraco distraidamente sem pensar em suas ações. Isso não serve para nos elevar ou fortalecer nossa conexão com D’US. Em vez disso, é como Jeremias 12:2 diz: “Você está perto DELE com sua boca, mas longe DELE com seus pensamentos.”

Há, no entanto, uma maneira de corrigir o mau hábito de realizar mitzvot por rotina:
empenhando-se em dar total atenção a tudo o que está sendo lido ao estudar Torá e recitar bênçãos e rezas. Uma vez que você tenha dominado dirigir sua atenção exclusivamente para o serviço de D’US, tome cuidado para evitar que as preocupações mundanas o distraiam. Pensamentos sobre ganhar a vida, pagar as contas etc., devem ser reservados para momentos de negócios e conversação. Há tempo suficiente para tratar de assuntos temporais ao longo do dia, então não há necessidade de deixar que essas coisas interfiram nas horas reservadas para a espiritualidade.

Quando se está sozinho e relaxando, deve-se aproveitar a oportunidade para refletir intelectualmente sobre assuntos divinos. Isto lhe permitirá aproximar-se de D’US e servi-LO da maneira mais elevada possível.

Uma vez que uma pessoa tenha alcançado o verdadeiro conhecimento de D’US, e ela se regozije nesse conhecimento na medida em que D’US está sempre em primeiro lugar em seus pensamentos, então terá alcançado um estado descrito pelo rei Salomão: “Eu durmo mas meu coração está desperto; é a voz de meu AMADO Que chama” (Shir HaShirim 5:2).

© Projeto Noaismo Info
© Rav Tzvi Freeman
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Traduzido do inglês por Projeto Noaismo Info: © Projeto Noaismo Info

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BNEI NOACH GUIA BÁSICO

Bendito é D’US!

O Site Bnei Noach
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GRAÇAS A D’US,

ORGULHOSAMENTE APRESENTA

Graças a D’US, tem uma GIGANTESCA NOVIDADE no Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info!

Chegou um SUPER LANÇAMENTO na nossa Livraria virtual Projeto Noaismo Info!

Agosto foi o mês de aniversário de nosso atual Projeto (pois, na verdade, já atuamos no ensino bnei Noach desde agosto de 2008), e agora, setembro, mês da festividade bíblica universal do Rosh Hashaná (novo ano do calendário da bíblia — Torá), o Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info — que tem o reconhecimento da organização internacional Ask Noah International, e, que conta com a Supervisão Rabínica do ilustríssimo Rav Shimshon Bisker, de Israel, autor de mais de 40 livros (e o responsável pelo Manual Completo de Observância Bnei Noach), rabino responsável, competente e confiável —, depois de 4 meses consecutivos de novidades no Site (incluindo novidades para as crianças), tendo sido a de julho a maior surpresa de todos os tempos — o sorteio de dois ingressos para o Congresso Bnei Noach Brasil do Rabino Eliahu Hasky do Torah Com Você —, agora tem a honra, o privilégio e a bênção de orgulhosamente anunciar e apresentar ao público A MAIOR da maior surpresa de todos os tempos, graças a D’us, o lançamento dos livros IMPRESSOS BNEI NOACH GUIA BÁSICO 1 e BNEI NOACH GUIA BÁSICO 2 DO NOSSO QUERIDO RAV SHIMSHON BISKER. É isso mesmo, a partir de agora a Livraria virtual Projeto Noaismo Info, idealizada pelo próprio Rav Shimshon Bisker, também vende 2 livros de tema bnei-Noach no FORMATO FÍSICO.

Nestes tempos em que estamos vivendo, SÃO EXTREMAMENTE IMPORTANTES E FUNDAMENTAIS esses NOVOS LIVROS IMPRESSOS DE TEMA BNEI NOACH DO RAV SHIMSHON BISKER, DE ISRAEL, PUBLICADOS PELA Livraria virtual Projeto Noaismo Info, pois, infelizmente, aqui no Brasil, como o explica o próprio Rav Shimshon Bisker, o Rabino Supervisor do Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info,
“atualmente encontram-se nos meios de comunicação várias pessoas que propagam o judaísmo de forma deturpada, as vezes com intensões financeiras, políticas ou de poder, ou, simplesmente por falta de conhecimento da transmissão autêntica da Torá”, não sendo diferente a questão do tema de Bnei Noach, o qual
“muita gente escreve sobre o tema de forma muito irresponsável, e me parece importantíssimo publicar” estes dois livros.
Portanto, o objetivo da publicação desses dois livros do Rav Shimshon Bisker para Bnei Noach é exatamente apresentar os Mandamentos de D’US para todos os povos do mundo de modo verdadeiro, autêntico, sem equívocos ou sem distorções por gôsto pessoal ou interesses, pois como o próprio Rav Shimshon explica: “Inclusive já houve casos em que me pediram para mudar Leis para obrigar Bnei Noach a coisas que não é obrigado. É claro que neguei. Disse que as coisas podem ser explicadas com respeito, porém, não podemos mudar o que recebemos de Hashem.”

 

ADQUIRA JÁ OS LIVROS IMPRESSOS “BNEI NOACH GUIA BÁSICO PARTE 1” E “BNEI NOACH GUIA BÁSICO PARTE 2” DO RAV SHIMSHON BISKER, PUBLICADOS PELA LIVRARIA virtual PROJETO NOAISMO INFO.

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Mas…

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Bnei Noach: O Caminho da Torá para os não-judeus

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Em homenagem a F.B., S.M., M.S., S.C., N.O., E.A., R.A., A.G., M.S., A.R., …

A moda de se achar “judeu”

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A moda de se achar “judeu”

 

Por Rabi Itzhak Pollack

 

Há muitas pessoas fazendo testes de DNA para ver a ascendência delas e muitas têm descoberto que é muito provável que tenham tido antepassados judeus. Em relação ao que se pode fazer com essa informação é NADA.
Isso só mostra que os seus antepassados foram judeus, mas isso não faz de você um judeu.

Um judeu não é uma RAÇA, NÃO O É. Se um não-judeu que não tem nada de judeus em seus antepassados decide fazer sua conversão, seus genes não mudam. Ele permanece geneticamente o mesmo, mas reconhecido 100% como judeu.

Se um judeu 100% judeu desde as origens se casa com uma mulher não-judia, a descendência dele perde a judeidade, porque a mãe não o é.

Se eu fizer um teste de DNA em ambos (judeus e gentios), o mais provável é que os não-judeus apareçam com mais traços judaicos do que os próprios judeus.

Além disso, nem os sobrenomes nem a decisão de acreditar em Hashem e menos ainda se sentir judeu transformam o não-judeu em judeu. Os sobrenomes hoje em dia não ajudam em nada. Não se deixe enganar por aqueles que tentam fazer você acreditar que o judaísmo é uma raça. NÃO É. Não se deixe enganar por aqueles que tentam fazer você acreditar que você é judeu simplesmente porque você tem um sobrenome judaico, ISSO É FALSO. Não se deixe enganar por aqueles que lhe dizem que você é uma tribo perdida.* Isso não é verdade. Não busque maneiras de fazer as coisas que no final o levarão a se arrepender dos caminhos equivocados.

 

* Por exemplo, se alguém se diz da “tribo de Efraim”, esta pessoa pode acreditar no que ela quiser, mas não a ajudará em nada sentir-se um Efraim.

[Nota do Site bnei Noach Projeto Noaísmo Info:
E principalmente na Internet tem de se tomar muito cuidado pois também há muitos cristãos se judaizando (e fazem publicações todas aparentemente judaicas) mas que realmente pensam que deixaram de lado um suposto falso Jesus (romanizado) e que aceitaram um suposto verdadeiro Jesus, um Jesus 100% judaico e judeu, porque agora o chamam de Yeshua.]

 

Por Rabi Itzhak Pollack
Traduzido do espanhol por Projeto Noaísmo Info: © Projeto Noaismo Info

© Rabi Itzhak Pollack
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Para aprender mais sobre o tema “Quem verdadeiramente é judeu” assista o vídeo do nosso Rabino, o Rabino Supervisor do Site Bnei Noach Projeto Noaísmo Info, Rav Shimshon Bisker, de Israel

Livros (DIGITAIS) sobre conversão e prática judaica na nossa livraria, a Livraria virtual Projeto Noaismo Info.

Curso Bnei Noach parte 30 – ESPECIAL: LIVRARIA virtual Projeto Noaismo Info

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22a Parte do Curso Bnei Noach

B”H

 

Parte 22 do Mini Curso Virtual Gratuito de Introdução ao Tema de Bnei Noach

⇑ CLIQUE ⇑
PARA ACESSAR A NOVA LIÇÃO (parte/página) DO CURSO

 

O Curso Bnei Noach do Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info é composto de um conjunto de páginas correlacionadas. Cada nova página é uma nova lição. Porém, como página não possui Tag, quando publicamos uma nova página (uma lição nova do Curso) publicamos também um post que direciona para a página em questão, de modo que cada post possui as Tags (assuntos) daquela página.

Shavuot Bnei Noach e 2a Parte do Curso Bnei Noach

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Por  Site Bnei Noach Projeto Noaísmo Info

 

Shalom para todos!

Prezados Bnei Noach, hoje, domingo, 16 de maio de 2021, ao pôr do sol, ou seja, às 18 horas, começa a festividade judaica de Shavuót. Essa festividade, comemorada na Diáspora no 6° e 7° dias do mês judaico de Sivan, é a data na qual os judeus celebram Matan Torá — a Entrega da Torá. Portanto, no nosso calendário não judaico, ela vai do anoitecer de hoje ao anoitecer de terça, 18 de maio de 2021.

 


Observação:
É importante notar, contudo, que a transmissão da Torá não ocorreu em um único dia — mas sim, O ONIPOTENTE a transmitiu a Moshé, que a ensinou ao povo judeu durante os 40 anos de sua permanência no deserto do Sinai.


 

É importante nós Bnei Noach ou noaítas honrarmos a Hashem pela festividade de Shavuót porque, apesar de ser uma festividade judaica, de todas as festividades caracteristicamente judaicas a única que contém também um aspecto universal, não judaico, é essa, Shavuót.

Qual é a relevância para nós deste aspecto universal de Shavuót?

A data de Shavuót significa não apenas o nascimento do povo judeu enquanto nação mas também o nascimento do status de Chassidéi Umót Haolám, ou seja, de piedosos/devotos de Hashém dentre as nações, pois é apenas a partir de Shavuót que uma pessoa nao-judia que aceita as 7 Leis Universais, não porque foram dadas para Adão e Eva na Criação do mundo nem porque foram dadas para Noá e Naamá depois do dilúvio, mas, porque foram dadas pelo PRÓPRIO D’US para Moshé e para o povo judeu na Entrega da Torá no monte Sinai, é que se alcança o maior status que um não-judeu pode alcançar, mais do que ser apenas sábio e justo, como o foram Noá, Eliézer, Jó, alcança-se o status de um Chassíd Umót Haolám, como explicado pelo Rabi Maimônides, o Rambám.
O Rebe diz:
É óbvio que a tarefa de fazer com que o mundo todo seja um lugar [espiritualmente] civilizado não pode ser alcançado unicamente pelo povo judeu. Certamente, nós judeus podemos ajudar, mas a tarefa concreta de civilizar [espiritualmente] o mundo de maneira permanente deve ser levada a cabo pelas próprias nações não judaicas. Elas têm a responsabilidade de fazer deste mundo um lugar [espiritualmente] civilizado para se viver.
Rabi Maimônides enfatiza, ao analisar as Sete Leis Noaíticas, que elas devem fazê-lo com a convicção de que estão cumprindo a vontade de D’US tal como ELE a revelou no monte Sinai; que quando D’US deu todos os SEUS mandamentos para o povo judeu, ELE também deu as Sete Leis Noaíticas para todas as nações do mundo.”

 

E será que há algo que nós Bnei Noach podemos fazer para celebrar Shavuót referente àquilo que nos diz respeito?

Sim, com certeza. Podemos orar, fazer bênçãos, ler a Torá, acender vela para embelezar a casa, fazer refeições festivas, e mais, como nos explica o Rabi Avraham Chaim Bloomenstiel no Curso The Noahide Laws:

Embora Israel fosse a preocupação primária de D’US no Sinai, não era a única preocupação de D’US. Quando ELE ordenou Israel na Torá, ELE também aproveitou a oportunidade para reafirmar as leis noaíticas e ordená-las de novo para o mundo. Ao dar a Torá no Sinai, D’US renovou a esperança no mundo. Isto é confirmado pelo fato de que as leis noaíticas foram re-ordenadas para o mundo no Sinai.
Shavuot, o aniversário da entrega da Torá é o momento de conectar-se com a obrigação de observar as leis noaíticas, aceitá-las novamente e celebrar o fato de que D’US as afirmou de novo no Sinai.
Existe o costume de decorar a Sinagoga [e a casa] com plantas e flores para celebrar a revelação no Sinai, pois quando a Torá foi entregue para o povo judeu, o Monte Sinai — uma montanha deserta e árida — viu-se subitamente coberto de flores, árvores e grama. É apropriado que os noaítas enfeitem seus locais de reunião ou suas casas para a festividade. Uma vez que este é o aniversário da afirmação de D’US das leis noaíticas para o mundo, este é um momento apropriado para aceitar e afirmar as leis noaíticas tanto individualmente como comunitariamente. Esta aceitação pode ser realizada de forma individual ou pessoal (ou seja, não tem de ser perante um rabino nem ter a assinatura de um rabino). No entanto, se alguém desejar recitar um texto, nós sugerimos o do Guia de Bênçãos e Orações Diárias para os Bnei Noach (revisado, aprovado e recomendado pelo Rav Shimshon Bisker, de Israel) (que, inclusive, o livro digital também contêm orações especiais que podem ser recitadas durante esses dois dias de Shavuót — CLIQUE AQUI PARA ACESSAR A PÁGINA OFICIAL DO LIVRO DIGITAL PARA BAIXÁ-LO GRATUITAMENTE).

As orações devem expressar o desejo de que o mundo inteiro reconheça a revelação no Sinai e venha a aceitar as leis noaíticas. As orações também devem incluir pedidos para que se julgue favoravelmente os frutos das árvores, pois em Shavuot o mundo é julgado com base nos frutos. Como tal, é um momento apropriado para orar pelos frutos das árvores.

Também é apropriado estudar as leis noaíticas e [lições] relativas às leis noaíticas e à entrega da Torá até tarde da noite. As orações da manhã também devem ser feitas cedo.

Em resumo:
1. Enquanto os judeus celebram Shavuot como a entrega da Torá, Bnei Noach (noaítas) o celebra como o dia em que as leis noaíticas foram renovadas e um dia de julgamento para os frutos das árvores.
2. O local de reunião ou a casa deve ser decorado com plantas.
3. É o momento de reafirmar e aceitar as leis noaíticas.
4. O estudo da Torá deve ser aumentado neste dia.”

Editado e traduzido do inglês por Projeto Noaísmo Info: © Projeto Noaismo Info

© Rabi Menachem Mendel Schneerson
© Rabi Avraham Chaim Bloomenstiel

© Projeto Noaismo Info

 

E certamente uma maneira de se estudar a Torá e suas leis universais, as Sete Leis de Bnei Noach, é fazendo o Mini Curso Virtual Gratuito de Introdução ao Tema de Bnei Noach. Se você ainda não estudou a primeira parte, estude-a. Se sim, reveja-a. E exatamente hoje, às 18h, graças a D’US, estará saindo a segunda parte. Bom curso.

 

Parte 2 do Mini Curso Virtual Gratuito de Introdução ao Tema de Bnei Noach

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O Curso Bnei Noach do Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info é composto de um conjunto de páginas correlacionadas. Cada nova página é uma nova lição. Porém, como página não possui Tag, quando publicamos uma nova página (uma lição nova do Curso) publicamos também um post que direciona para a página em questão, de modo que cada post possui as Tags (assuntos) daquela página.

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A Disputa de Rambán (Rabi Nachmânides)

O Site Bnei Noach
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A Disputa de Ramban (Disputa de Barcelona)

 

Disputas religiosas entre judeus e seguidores de outras religiões aparecem pela primeira vez nos tempos bíblicos. Avrahám debateu a crença em um D’us com o Rei Nimrod e seus seguidores. O confronto de Eliahu com os profetas de Baal teve elementos de um debate religioso. Numerosos sábios da Mishná e do Talmud foram forçados a participar de discussões religiosas com pagãos ou cristãos de origem judaica. Josefo registrou um debate com o antijudaico grego Ápion, chamando-o de Contra Ápion. Com a ascensão do cristianismo, tais debates tornaram-se mais frequentes, especialmente a partir do século XII. O debate mais famoso foi o da disputa de Rabí Moshé ben Nachmán Gerond, conhecido também pelo acróstico de seu nome, Rambán (não confundir com Rámbam, Rabí Moshé ben Maimón ou Maimônides), e para todo o mundo não-judaico com o nome de Nachmânides (1195-1270)*. Tal debate é único na medida em que foi o mais justo e melhor registrado de todos os incidentes desse tipo.

 

* Rambán nasceu de uma família nobre de renomados e proeminentes talmudistas, no ano 1195. Seu principal mestre de Talmúd foi o Rabí lehudá ben Iakar, e estudou a Cabalá com o Rabí Ezrá e o Rabí Azríel. À idade de 16 anos já dominava o Talmud com todos os seus comentários, e escreveu um comentário-defesa chamado Milchamot.

Quando Rambán tinha 60 anos de idade, um judeu apóstata, disfarçado de católico devoto, Pablo Christiani (ou, Paulus Christianus), desafiou os judeus para uma disputa religiosa. O debate deveria ocorrer em Barcelona, e para obter a presença do Rambán, o Rabino de Gerona — sua cidade natal (Espanha) —, este apóstata induziu Jaime I de Aragón (Aragão) (“o Conquistador”, 1208-1276) a convocá-lo, pelo que, contra a sua vontade, Rabí Moshé se viu obrigado a viajar até a Corte Real de Barcelona. Na verdade, Rambán já tinha um estreito relacionamento com o rei Jaime. O rei Jaime era um homem muito versado que empregava muitos judeus como funcionários e ignorava as exigências papais de se livrar de seus burocratas judeus.

 

Em 1263, na cidade espanhola de Barcelona, Rambán foi ordenado pelo rei Jaime I da Espanha a debater publicamente a religião judaica com oficiais da Igreja (na verdade, da Igreja religiosa católica fundada por Santo Domingo em 1216 e que desempenhou um papel de extrema importância na Inquisição). O rei concordou com o pedido do Rambán de que lhe fosse permitido falar livremente, desde que ele não denegrisse o cristianismo. A disputa se deu em quatro dias entre 20 de julho e 27 de julho de 1263 (a saber, nos dias: 20/7 (sex.); 23/7 (seg.); 26/7 (qui.); e, 27/7 (sex.)). Essas quatro sessões foram realizadas no palácio do rei com a participação de judeus e cristãos, incluindo o rei. Rambán manteve um registro do debate, que sobreviveu. Havia quatro questões principais:

Primeiro, os cristãos tentaram provar no Tanách (bíblia Judaica) que Yeshu (Jesus, o cristão) é o mashíach, e que o mashíach já tinha vindo, e então perguntaram por que os judeus não acreditavam nisso. Rambán refutou suas aparentes provas das Escrituras e argumentou convincentemente que se os judeus da época de Yeshu, que o haviam ouvido e visto pessoalmente, não acreditavam em Yeshu e haviam permanecido judeus fiéis, como se poderia esperar qualquer ação diferente dos judeus 1.200 anos depois?

Segundo, em resposta à crença cristã de que Yeshu é o mashíach, Rambán se referiu a numerosas passagens bíblicas que afirmam que o mashíach trará paz ao mundo e unirá a humanidade para seguir a verdadeira fé [que é o Noaísmo]. No entanto, argumentou Rambán, desde a época de Yeshu o cristianismo não governou o mundo. Além disso, salientara Rambán: “Desde esta época, o mundo foi preenchido de violência e injustiça e os cristãos derramaram mais sangue que todos os outros povos”. Apontou também o fato de que Roma, que outrora dominara o mundo, havia entrado em declínio no momento em que aceitara o cristianismo.

Terceiro, Rambán demonstrou como a crença cristã na Trindade e no nascimento de Yeshu não podiam ser acreditados por nenhum judeu pensante. A Trindade é pura adoração de ídolos, pois é a crença em três pessoas “divinas”, enquanto o nascimento virginal é totalmente estranho à tradição e lógica judaicas. Curiosamente, os missionários cristãos [incluindo atualmente os chamados messiânicos (cristãos travestidos de “judeus”)] ainda tentam convencer os judeus da verdade de sua religião, e a refutação de suas chamadas provas é exatamente a mesma que o Rambán usou há mais de 700 anos.

Quarto, os cristãos argumentaram que a humanidade está condenada ao inferno por causa do pecado de Adám e Chavá, e que somente a crença em Yeshu pode salvá-la desse destino. Rambán argumentou que tal afirmação não poderia ser provada, pois qualquer um pode dizer o que quiser a respeito do outro mundo. A crença em Yeshu não muda o sofrimento e a morte decretada sobre a humanidade neste mundo, o que de fato teria sido uma prova poderosa da veracidade do Cristianismo. Rambán ainda argumentou logicamente que D’us não faria a alma de uma pessoa sofrer por causa dos pecados de outra.

 

No final do debate, o rei presenteou o Rambán com 300 moedas de ouro e declarou que nunca havia ouvido ninguém tão errado defender tão bem seu caso. No entanto, isso não é o fim da história. Uma semana após o debate, o rei veio à sinagoga de Barcelona para dar uma palestra sobre o cristianismo – uma palestra na qual a presença dos judeus era obrigatória. Tendo mais ou menos derrotado a Igreja, Rambán, para escapar da ira católica, teve de fugir da Espanha*. Ele imigrou para Êrets Israel, onde morreu em 1270, à idade de 75 años. Ele foi enterrado em Haifa (Háifa).

Rambán produziu, pelo menos, cinquenta obras, na maior parte comentários sobre o Talmúd e Halachá.

 

* Os inimigos de Israel fingiram ter ganho o debate e, através de sua propaganda maliciosa, espalharam essa notícia distorcida por toda a Espanha. Indignado, Rambán publicou a verdadeira história do debate (o livro “Sefer Havikuach”) e, para dar-lhe veracidade oficial, teve seu texto ratificado pelo monarca. Entretanto, apesar do fato de Rambán não ter publicado nada que não tivesse sido expresso no debate, com o consentimento do rei, ele foi processado pelos influentes frades dominicanos através do papa Clemente IV, e posteriormente condenado ao exílio, por “blasfêmias”. Aos 72 anos, Rambán partiu para a Terra de Israel.

 

Organizado por Projeto Noaismo Info
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Dedicado à A. G. W. T. e família.

Um alerta especialmente para os judeus (Cuidado com os autointitulados judeus messiânicos)

O Site Bnei Noach
Projeto Noaismo Info
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Um alerta do Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info (sitebneinoachprojetonoaismo.info) especialmente para os judeus
(as informações a seguir também são úteis para os não-judeus):

Cuidado com os autointitulados “judeus” messiânicos

 

Por Projeto Noaismo Info (baseado no Rabi Tovia Singer)

 

Você sabia que existe um ramo do cristianismo cujos adeptos não se dizem cristãos, cujos adeptos se dizem judeus, e mais ainda, cujos adeptos se dizem judeus que encontraram e aceitaram o mashíach (messias)? Pois é, existe esse ramo do cristianismo sim. E o que é pior, esse ramo do cristianismo se autoapresenta como judaísmo messiânico.

A questão é, se existe um judaísmo messiânico, esse judaísmo é o próprio judaísmo autêntico, ou seja, aquilo que hoje é chamado de judaísmo ortodoxo. Se existem judeus messiânicos, os verdadeiros judeus messiânicos são os judeus autênticos (lê-se, os judeus ortodoxos). Isso é assim porque o judaísmo ensina a vinda do mashíach e todos os judeus a aguardam. Mas, para criar confusão entre judeus e não-judeus, um certo ramo de cristianismo teve a audácia de se autointitular e se apresentar para o mundo como o judaísmo messiânico, e seus adeptos como os judeus messiânicos. Por isso, cuidado com os autointitulados judeus messiânicos.

A cada ano, 1.000 grupos missionários cristãos evangélicos hebraizados (ou cristãos hebraístas) gastam mais de 300 milhões de dólares visando o povo judeu em todo o mundo, apresentando-se como judeus, para atrair judeus para a conversão. Nos últimos anos, estes grupos missionários conseguiram converter 350.000 judeus em todo o mundo. Eles apresentam o cristianismo sob o disfarce de judaísmo por chamarem seus clérigos ou pastores de “rabinos” e suas igrejas evangélicas de “sinagogas messiânicas”, por chamarem Jesus Cristo de Yeshua HaMashiach e o Novo Testamento de Brit HaChadasha, que significa Nova Aliança, por chamarem sua religião cristã de Judaísmo Messiânico, por não usarem a cruz e usarem símbolos judaicos, e por usarem nomes hebraicos e cantarem canções judaicas tradicionais. Esse ramo do cristianismo, o cristianismo hebraizado ou hebraísta (a que podemos chamar também de yeshuanismo), é composto por cristãos evangélicos. A igreja católica romana não pratíca mais a conversão de judeus.

Denominando a si mesmos de judeus para Jesus, cristãos hebreus, judeus messiânicos, eles celebram as festas judaicas com uma interpretação cristã. Eles realizam os serviços de Shabát, e usam kipá, talít e tsitsít para criarem a impressão de que um judeu pode ser cristão e ainda manter sua identidade judaica. Usando os Rolos da Torá, a iluminação das velas de Shabát (recitando as bênçãos — as bênçãos das velas de Shabát iniciam o dia de se fazer o Shabát), Kidúsh (bênção que inicia o ritual do Shabát) e Hamôtsi (bênção das duas chalót)*, eles fazem com que os judeus não afiliados se sintam confortáveis e bem-vindos em suas igrejas, pois eles sabem que qualquer judeu, mesmo um não afiliado, se sente desconfortável em uma igreja típica (um culto estranho para um deus estranho).

* Daqui depreendemos o motivo dos gentios ex-messiânicos quererem judaizar o movimento Bnei Noach. Eles permanecem judaizados pensando que não há problemas em manterem os rituais judaicos uma vez que já não acreditam mais em Jesus (Yeshua) e nem utilizam mais o seu nome nas bênçãos. (E a questão que surge quanto a isso é: mas se AGORA também sabem que não são judeus, que nunca foram, por que mantêm — querem manter  — os rituais judaicos?)

 

Assim, tais igrejas realmente conseguem a façanha de fazerem não-judeus ignorantes do judaísmo pensarem que são judeus e de fazerem judeus igualmente ignorantes do seu próprio judaísmo pensarem que AINDA* são judeus. Um judeu ex-cristão hebraizado (que abandonou esse ramo do cristianismo depois de uma reunião com o Rabi Dr. Jacob Immanuel Schochet, do Chabad, que também foi o primeiro rabino supervisor da Ask Noah International) admite:
“Os únicos judeus que pareciam aceitar Jesus como o Messias eram judeus ignorantes do judaísmo.” E, “fui forçado a admitir que nem um único judeu dentre as pessoas que afirmavam ser judeus messiânicos jamais soube o que era o judaísmo autêntico.”
Geralmente, tudo o que os judeus ignorantes do judaísmo sabem é que Jesus foi judeu e que os judeus não acreditam em Jesus.

* Segundo a Torá, o nascido de mãe judia que se converte para outra religião deixa de ser judeu.

 

Esses missionários cristãos hebraizados são tão obcecados por quererem converter judeus que recentemente nos EUA e no Canadá eles se apresentaram como judeus ortodoxos e se infiltraram nas sinagogas.

Os missionários cristãos hebraizados podem alegar que existem mais de 300 “provas” bíblicas de que Jesus, chamado por eles de Yeshua, é o mashíach. Um exame cuidadoso dessas passagens, no contexto (e dentro da sua essência natural — judaica), imediatamente refuta esta alegação. Algumas dessas passagens são baseadas em traduções incorretas, a maioria são citadas fora de contexto e são baseadas em raciocínio circular, e algumas são realmente baseadas em textos totalmente fabricados. Assim, 300×0 ainda é 0!

É interessante notar que atualmente quase todos os teólogos cristãos admitem o fato de que o cristianismo original (de quase 100 anos antes da era civil) nasceu dentro do judaísmo e de que Jesus e seus discípulos eram inicialmente todos judeus (eles foram educados segundo as linhas judaicas e se consideravam judeus). Alguns poucos rabinos e judeus afirmam que Jesus é uma mitologia, que ele não existiu de verdade, que ele não foi uma pessoa histórica, e, parcialmente, eles estão corretos (levando em conta que o Jesus eclesiástico do primeiro século da nossa Era realmente não existiu, pois o Jesus em que ele foi baseado, o verdadeiro Jesus, nasceu em 90 antes da nossa Era e morreu em 54 antes da nossa Era. O cristianismo romano modificou a sua data de existência*) (veja:
https://sitebneinoachprojetonoaismo.info/2017/12/20/a-verdadeira-historia-de-jesus-e-do-cristianismo/

e

https://sitebneinoachprojetonoaismo.info/2020/12/24/a-verdadeira-historia-de-jesus-e-do-cristianismo-parte-2/  ).

* Por isso não há historiadores do primeiro século da nossa Era que falam da existência desse Jesus.

 

Por fim, temos a intrigante questão: o cristianismo (não importa qual o ramo, se é o hebraizado ou não) é idolatria? A verdade é que por mais incrível que isso pareça, o culto cristão não se encaixa na definição da Torá de idolatria — culto idolátrico —, embora as crenças tipicamente cristãs possam sim ser classificadas como idolátricas. (Veja

Curso Bnei Noach parte 10

)* ▲. Como resolvemos este impasse? Com a verdade de que, seja o cristianismo, ou, seja qualquer religião gentílica, todas elas são invenções dos próprios humanos (portanto, mentiras, falsidades e enganações — ainda que possuam nelas algum elemento da Verdade) (e não se deve dar origem à religiões, diz-nos Rabi Maimônides) e todos os humanos devem seguir apenas os Mandamentos que O PRÓPRIO D’us do judaísmo, Hashém, deu na SUA Palavra, na Torá, para toda a humanidade através de Moshé no Sinái em 2448 desde a Criação (a Única, portanto, a Verdadeira Revelação Divina). Assim, não importa se alguma religião gentílica ensina as chamadas Sete Leis de Noá (Noé) (do mesmo modo como mencionam os Dez Mandamentos) e se os seus adeptos seguem-nas (porque são ensinamentos de sua religião), isso não é Noaísmo e esses religiosos (sejam cristãos ou yeshuanistas, maometistas, ou outros) não são Noaítas (Noahites, no inglês).

* Por causa disso alguns rabinos se equivocam em suas próprias palavras e acabam afirmando que um gentio pode ser cristão ou que um cristão não necessita abandonar o cristianismo para servir D’us (como uma boa pessoa). Essas afirmações realmente servem apenas para cristãos desavisados ou desatentos (ignorantes por absoluto de Hashém e da Torá). Quanto a que um gentio pode ser cristão, poder e dever são duas coisas distintas. Qualquer um pode qualquer coisa. Não significa que deva. Então, alguém pode ser cristão mas isso não significa que deva ser cristão. Que qualquer pessoa pode ser um bom cristão, qualquer pessoa de qualquer religião, ou sem religião, pode ser uma boa pessoa. Que bons cristãos (mesmo sendo cristãos) serão recompensados (por suas boas ações) por Hashém, quaisquer boas pessoas de todas as religiões, ou sem religião, serão divinamente recompensadas por suas boas ações.
Boas ações não tem nada a ver com princípios de fé corretos.

 

▲ De qualquer modo, veja

O cristianismo e o islamismo segundo a Torá

 

Nós, do Site Bnei Noach Projeto Noaismo, declaramos que somos Noaítas (Bnei Noach, no hebraico), que seguimos o Noaísmo, portanto, não-judeus que devotam Hashém cumprindo SUAS Mitsvót Universais. Não somos cristãos nem somos cristãos hebraizados/hebraístas ou yeshuanistas nem maometistas. Não acreditamos em Jesus ou Yeshua nem em Muhammad (Maomé) ou em quaisquer outros falsos profetas. Não acreditamos no novo testamento ou brit hachadasha nem no Alcorão ou Quran ou em quaisquer outros livros dos outros falsos profetas.

 

Por Projeto Noaismo Info (baseado no Rabi Tovia Singer)

Veja também

CURSO VIRTUAL GRATUITO BNEI NOACH PARTE 26

Site Bnei Noach (BRA)_Bnei Noach_Filhos de Noé_Leis Universais_Projeto Noaismo Info

© Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info

 

O Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info (antigo: “a-fe-original–noaismo.info”) tem o prazer, o orgulho e a honra de apresentar à Comunidade Judaica de Língua Portuguesa o Panfleto:
Sete Respostas Para os Messiânicos.

Acesse o título abaixo da imagem para baixar gratuitamente o panfleto no formato PDF 

 

⇒ 7 Respostas para os Judeus Para Jesus (Jews For Judaism_Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info) ⇐

Site Bnei Noach (BRA)_Bnei Noach_Filhos de Noé_Leis Universais_Projeto Noaismo Info

O Judaísmo Rabínico é autêntico?

O Site Bnei Noach
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O Judaísmo Rabínico é autêntico?

Reflexões sobre a Torá viva

 

O que realmente significa ser fiel a si mesmo e às origens?

 

Por Professora Yael Shahar

 

O Povo do Livro (Não escrito)

Considerando o lugar de destaque da Torá escrita em nossos rituais comunais, muitas vezes surpreende aqueles que conhecem os judeus apenas como “o povo do Livro” que a maior parte da observância judaica não se encontra na Torá escrita. Pelo contrário, a lei judaica é a lei casuística, ou “jurisprudência”, construída ao longo de séculos de circunstâncias e respostas. A compilação quintessencial da lei judaica não é a Torá escrita, mas o Talmúd, um compêndio do tamanho da Enciclopédia Britânica que sintetiza 800 anos de discussões, argumentos, contos populares e até mesmo humor sobre o caminho certo para viver, como nação e como indivíduos.

E o Talmúd, por sua vez, esteve mergulhado por 15 séculos de discussões e respostas às circunstâncias em mudança, até os dias atuais. Assim, pode-se dizer que a Torá escrita é a base da lei judaica, da mesma forma que a Constituição Americana é a base da lei americana.

O que é o “judaísmo autêntico”

O judaísmo que conhecemos hoje — o judaísmo rabínico — seria irreconhecível para um judeu que vivia no tempo dos juízes. Aliás, o mesmo se aplicaria à lei judaica durante a Monarquia Davídica; também poderia ser irreconhecível para aqueles que estavam no Sinai.

Há aqueles que argumentam que este processo de reinterpretação contínua tornou o judaísmo de nossos dias menos “autêntico” do que o dos tempos dos nossos antepassados. Parece haver uma suposição implícita de que a Lei Judaica representada pela Torá escrita é de alguma forma mais autêntica do que a lei rabínica posterior.

Por trás deste argumento está a premissa de que “os rabinos” tinham segundas intenções que os motivou a se desviar da Torá escrita. E, no entanto, não é realmente possível atribuir segundas intenções aos Tanaím – os sábios e gigantes espirituais do período da Mishná – ou Amoraím – do período da Guemará –, simplesmente porque eles nunca representaram uma instituição unificada; a habilidosa redação do Talmúd apresenta uma imagem de unidade que nunca existiu de fato. Os sábios citados no Talmúd representavam diferentes grupos e subgrupos, alguns dos quais ficaram pelo caminho, enquanto outros ganharam o dia.

A lei rabínica é simplesmente a evolução das normas judaicas sobreviventes, incluídas as normas não escritas que se entrelaçaram com a lei escrita, e até podem tê-la precedida. Halachá incorpora não apenas um código religioso, mas também a lei civil, e durante a maior parte da história judaica, continuou funcionando como tal. As comunidades judaicas eram socialmente e legalmente autônomas, e viviam segundo suas próprias leis dentro dos impérios não-judeus maiores. Enquanto elas eram limitadas em alguns aspectos, eram autogovernadas em outros.

Embora grande parte da legislação discutida no Talmúd fosse inaplicável no exílio, sua legislação civil evoluiu para um sólido sistema econômico e social. De fato, uma das coisas mais fascinantes sobre o Talmúd (tal como é atualmente impresso) é que você pode realmente traçar a evolução do nosso atual sistema jurídico judaico lendo “do centro para a periferia” da página impressa: da Mishná para Guemará para Tosafót e comentários posteriores. Bases de dados modernas de responsas, como o Sefaria.org, lhe permitem continuar o processo além dos limites da página escrita, com responsas que chegam até os dias atuais.

A crescente Árvore da Vida

Tudo isto é para dizer que a halachá é um sistema vivo, que respira. Não é por acaso que a Torá é chamada de “árvore da vida”; ela cresce, ainda que lentamente, em resposta às circunstâncias em mudança. Voltando à analogia da lei constitucional dos EUA, podemos realmente dizer que a lei dos EUA não é “autêntica” a menos que descartemos todas as emendas e retornemos à Constituição “pura”?

Em outras palavras, admiramos a “autenticidade” das crianças. Mas o adulto é menos autêntico, simplesmente porque ele tem se adaptado às inúmeras circunstâncias que a vida tem colocado em seu caminho? Alguém diria que a criança é mais autêntica do que, digamos, um estudioso que tem passado toda a sua vida aprendendo e crescendo em seu campo, ou um músico que tem passado toda a sua vida aperfeiçoando sua arte?

Da mesma forma, o judaísmo tal como existe hoje em dia é uma cultura mais madura, tendo lidado com as vicissitudes do exílio e da falta de habitação. Não é menos autêntico do que o dos nossos ancestrais distantes. É o produto das mesmas forças que nos criaram, assim como o judaísmo de nossos ancestrais foi um produto das forças que os moldaram e definiram. Dizer que nosso judaísmo é menos autêntico por se adaptar ao seu entorno é um pouco como dizer que um pardal é menos autêntico que um velociraptor!

O Contrato com a Eternidade

Além do mais, se acreditamos que D’us tem algo a ver com nossa história, devemos ver que a Torá é dada continuamente pela mesma mão que coloca estes desafios em nosso caminho e exige que nos adaptemos a eles. A parte mais radical da frase “Torá miSinai” — Torá do Sinai — não é a noção de que a Torá foi dada de uma vez por todas. Em vez disso, é que, ao aceitar a Torá, concordamos, como nação, em nos associarmos a algo fora de nós mesmos e sermos moldados por essa força, para melhor ou para pior.

Esta é uma forma de parceria muito diferente à do Contrato Social, pelo qual os indivíduos desistem voluntariamente de certos direitos em troca de segurança. No nosso caso, concordamos em nos render, não nos direitos, mas na vontade nacional, e o fizemos cegamente, confiando em que a outra metade da parceria sabe o que está fazendo. Esta pode ser uma das razões pelas quais damos tanta ênfase ao livre-arbítrio no nível individual — porque no nível social, nós nos rendemos quase que totalmente, tendo concordado em seguir as regras que aceitamos com fé cega.

Podemos dizer que a sociedade moldada pelo nosso respeito por essas regras é inautêntica? Nós, como o músico que foi moldado por sua arte, ou o estudioso por seu aprendizado, somos o produto do que temos produzido, sob orientação da circunstância. Nós temos honrado nossa parte da Torá permitindo que ela nos molde como uma nação. Porém, ela tem sido moldada por nós também.

Para as nações, como para os indivíduos, as vicissitudes da vida são parte daquilo que nos torna quem somos; nós internalizamos suas lições e as tornamos parte de nós. Não é que nos afastamos de quem éramos — é que crescemos para abranger cada vez mais o nosso entorno. Ao fazer isso, não nos tornamos “outros”. Pelo contrário, nos tornamos “mais”.

 

Por Professora Yael Shahar

© Yael Shahar

Traduzido do inglês por Projeto Noaismo Info: © Projeto Noaismo Info

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Perguntas sobre judaísmo e noaísmo

O Site Bnei Noach
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Perguntas & Respostas Especial

 

Por Rabi Ari Shvat

 

Pergunta 1:
O que é religião do ponto de vista da Torá?
O que é fé e crença e confiança?
Qual é a diferença e sua relação com a religião?
Por favor me ajude a entender.

 

Resposta:
O judaísmo não é uma “religião”, mas sim um conjunto de ideais e o modo de vida através dos quais D’us pode ser visto pela humanidade através das 613 Mitsvót de cada judeu e, especialmente, através da nação judaica.
Cremos em um Perfeito D’us Monoteístico, cuja perfeição se vê através das ações que ELE nos ordenou fazer para sermos devotos, e acreditamos e confiamos que ELE governa o mundo da maneira perfeita (que inclui nos dar o Livre Arbítrio), e temos fé em que este é o caso, inclusive quando não entendemos.
Isto não é uma fé cega, mas uma confiança baseada em 3.700 anos de ver a grandeza da criação, os benefícios e a genialidade da Torá, e a confiabilidade através da qual ELE administra o mundo dos indivíduos e da história, especialmente a história judaica, lentamente avançando a humanidade para uma maturidade moral, incluindo o nosso Livre Arbítrio.
Em suma, nosso PAI amoroso tem três “papéis” básicos que se harmonizam e interagem: ELE é O CRIADOR, O DADOR da Torá, e O D’us que zela por nós, e dirige a história e a nossa vida cotidiana.

 

Pergunta 2:
É o Noaísmo (ou Noaitísmo*) um ramo do Judaísmo?

* Em inglês, popularmente grafado Noahidism por causa da forma popular Noahide.

 

Resposta:
O judaísmo não é apenas a nossa religião mas também a nossa nação: o povo de Israel. Consequentemente, apenas os membros da nação judaica fazem parte do judaísmo [n.t.: certamente no sentido de Judaicidade]. Por outro lado, apesar de que o papel e a observância dos Noaítas são muito importantes e com o devido respeito que realmente merecem, eles (os noaítas/Bnei Noach) não são parte da nação judaica nem da prática judaica, a menos que desejem se converter.

© Rabi Ari Shvat

Traduzido do inglês por Projeto Noaismo Info: © Projeto Noaismo Info

 

Mais sobre o papel dos judeus e dos bnei Noach no mundo, e o motivo de os Bnei Noach terem recebido “apenas” um conjunto básico de Sete Leis, no livro IMPRESSO lançado pela Livraria virtual Projeto Noaismo Info:
BNEI NOACH GUIA BÁSICO 1, e
BNEI NOACH GUIA BÁSICO 2,
do nosso querido rabino, o Rabino Supervisor do Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info, Rav Shimshon Bisker, de Israel. Adquira-os já!

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Frase: O judaísmo não é uma…

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Frase

“O judaísmo não é uma religião, é uma relação.”
— Rabi Leib Kelemen (ou simplesmente, Lawrence Kelemen)
(Autor de “Permissão Para Crer: Quatro argumentos racionais sobre a existência de D’us”; e, “Permissão Para Receber: Quatro abordagens racionais sobre a origem divina da Torá”*)

 

* Nós, do Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info, graças a D’us, temos a bênção de ter esses dois livros do Rabi Kelemen, adquiridos nas 3a e 4a Edições da Feira do Livro Judaico, em São Paulo. O Site Bnei Noach Projeto Noaísmo Info recomenda esses dois livros para todos os judeus e Bnei Noach (benêi Nôah) e para todas as pessoas, atéias ou de quaisquer religiões.)

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Não são similares as histórias de Moisés e Mohammad?

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Primeira matéria depois que o blog tornou-se site.

 

Na transliteração dos termos hebraicos o “sh” tem som de “CH” (exemplos: “Hashém”, etc.), e, (na transliteração dos termos hebraicos) o “ch” tem som de “RR” (exemplos: “Côrach”, “barúch”, etc.).

 

Não são similares as histórias de Moisés e Mohammad?

 

Por Rabi Shmary Brownstein (Chabad)

 

Pergunta:
No meu entendimento, o islamismo e o cristianismo começaram com um “profeta” divulgando que ele mesmo tivera um sonho em que D’us lhe aparecera e o escolhera como o Seu mensageiro.

Não deu D’us a Torá a Moisés enquanto ele estava no topo do Monte Sinai longe do resto dos judeus que estavam lá em baixo à sua espera? Não é isto similar às histórias de Jesus e Mohammad, já que na verdade não havia ninguém lá para verificar sem nenhum equívoco se D’us havia dado alguma coisa a Moisés?

[Então,] como o judaísmo é diferente?

 

Resposta:
Na verdade, há uma grande diferença entre o judaísmo e as outras religiões. Embora a maior parte da Torá tenha sido dada por D’us a Moisés que posteriormente a transmitiu ao povo, há uma diferença importante. Moisés não teve de convencer o povo de que ele era o profeta de D’us, porque cada um deles ouviu D’us falar com ele quando eles estavam no Monte Sinai.

Nas palavras de Rabi Maimônides (Rambám):
“Os judeus não acreditaram em Moisés, nosso mestre, por causa dos milagres que ele realizou. Sempre que a crença de qualquer pessoa é baseada em milagres, (o compromisso do) seu coração tem suas limitações, pois é possível realizar um milagre através de mágica ou feitiçaria.

Todos os milagres realizados por Moisés no deserto não se destinavam a servir como prova de sua profecia, mas sim foram realizados com um propósito. Era preciso afogar os egípcios, então ele dividiu o mar e os afundou nele. Precisávamos de comida, então ele nos forneceu maná. Estávamos com sede, então ele bateu na rocha (e nos forneceu água). Os seguidores de Côrach (Corá) se amotinaram contra ele, então a terra os tragou. O mesmo se aplica aos outros milagres.

Qual é a fonte da nossa crença nele? A revelação no Monte Sinai. Os nossos olhos viram, e não os de um estranho. Os nossos ouvidos ouviram e não os de outro. Havia fogo, raios e trovões. Ele entrou na espessura da nuvem; a Voz falou com ele e nós A ouvimos: “Moisés, diga-lhes tal e tal coisa …”

Assim, é relatado (em Deuteronômio 5:4): “Face a face HaVaYaH (D’us) falou convosco do meio do fogo”, e afirmado (em Deuteronômio 5:3): “HaVaYaH (D’us) não fez esta aliança com os nossos pais, mas conosco, todos nós aqui vivos neste dia.”

Como se sabe que a revelação no Monte Sinai por si só é a prova de que a profecia de Moisés é verdadeira e inquestionável? É declarado (em Êxodo 19:9): “HaVaYaH (D’us) disse a Moisés: ‘Eis que EU venho a ti, na espessura da nuvem, para que o povo ouça enquanto EU falo contigo, (de modo que) também em ti crerão para sempre.'” Parece que antes de isto acontecer, eles não acreditavam nele com uma fé que duraria para sempre, mas sim com uma fé que teria permitido suspeitas e dúvidas.” – Mishnê Torá, Hilchot Yesodei Hatorá 8:1.

Ao longo de todo o exílio judaico muitos foram céticos de vários ensinamentos rabínicos, como os saduceus e os primeiros cristãos. No entanto, quando se trata da entrega da Torá no Sinai à nação judaica, há uma história indisputada, sem oposição por milênios (não contestada durante milênios).

 

Nota do Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info:
O mais interessante nisto tudo e que quase ninguém pára para pensar é que, por exemplo, tanto o cristianismo quanto o islamismo, e algumas outras religiões (espiritismo…), nem em suas origens nem até hoje nunca negaram que houve mesmo um evento em que o judeu profeta Moshe (Moisés) esteve mesmo com o seu povo, judeu, no monte Sinai, e que O PRÓPRIO D’US falou os Mandamentos Divinos (esta é a versão como todo mundo acha que aconteceu) para todos eles, ou seja, que eles de fato ouviram A PRÓPRIA VOZ DIVINA!
Assim, enquanto que o cristianismo nega o alcorão, e o islamismo, com o seu alcorão, deslegitima o novo testamento como um todo (e até a própria bíblia judaica, apesar de inegavelmente ele estar fundado na Torá e nos profetas judeus), mas nem um dos dois nega a própria História da Entrega da Torá.

E além disso, o mais curioso entre Moisés e Maomé (e Jesus), é que Moisés nunca ensinou para ninguém em absoluto que todo o mundo tinha de se converter à sua Natureza e Identidade Judaica (Judaicidade) para ser um servo de D’US. Ao contrário, ele ensinou que todas as pessoas de todos os povos do mundo, quaisquer pessoas, podem servir a D’US sem se tornarem judeus (agora, alguém pode servir ao deus do conceito cristão sem se tornar um cristão, ou alguém pode servir ao deus do conceito islâmico sem se tornar um muçulmano?). E como se serve a D’US permanecendo um não-judeu? Aprenda como adquirindo agora mesmo OS LIVROS IMPRESSOS lançados pela Livraria virtual Projeto Noaismo Info:
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do aclamado escritor, o Rav Shimshon Bisker, de Israel, ele próprio o Rabino Supervisor do Site Bnei Noach Projeto Noaismo Info.

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Para mais considerações, veja:

 A Verdade Histórica da Revelação Divina no Sinai
https://sitebneinoachprojetonoaismo.info/2015/09/19/a-verdade-historica-da-revelacao-divina-no-sinai/

A Autoria da Torá
https://sitebneinoachprojetonoaismo.info/2015/09/19/a-autoria-da-tora/

Conhecimento e Fé
https://sitebneinoachprojetonoaismo.info/2015/09/19/conhecimento-e-fe/

Os Fundamentos do Judaismo
https://sitebneinoachprojetonoaismo.info/2015/09/19/os-fundamentos-do-judaismo/

 

Rabi Shmary Brownstein para O Website de Judaismo – Chabad

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© Traduzido do inglês por Projeto Noaismo Info: ©  Projeto Noaismo Info

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A Prova da Existência de D’us, Parte 2

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A Prova da Existência de D’us, Parte 2

 

PÊSSACH – A FESTA DA LIBERDADE

O Êxodo do Egito, celebrado na festa de Pêssach, permeia toda a lei e a tradição judaicas. A Hagadá, texto lido durante o Sêder, ensina que em cada geração é dever de todo judeu sentir-se como se ele próprio tivesse saído do Egito.


 

Efetivamente, a Torá nos (a nós judeus) ordena “…para que todos os dias da tua vida te recordes do dia da tua saída da terra do Egito” (Deuteronômio 16:3). Instrui-nos, também, que se acaso nossos filhos nos perguntarem por que seguimos esses mandamentos, deveremos responder: “…pelo que HaVaYaH me fez quando saí do Egito” (Êxodo 13:8).

A lei judaica e seus mandamentos estão vinculados ao Êxodo. O primeiro dos Dez Mandamentos é a afirmação Divina de que ELE é HaVaYaH, nosso D’us, que nos tirou da terra do Egito, da casa da escravidão (Êxodo 20:2). Ao invés de SE declarar como O CRIADOR de todo o universo, D’us apresenta-SE como O responsável por ter libertado o povo judeu da servidão egípcia.

O Talmud menciona que o povo judeu necessita, sempre, de um sinal de seu vínculo com D’us, representado através da colocação dos tefilín e da observância do Shabát (Eruvin 96a). A Torá menciona quatro vezes o mandamento do uso dos tefilín, duas das quais relacionando-o com o Êxodo: “E será para ti como um sinal sobre tua mão e como lembrança entre teus olhos, para que esteja a Lei de HaVaYaH em tua boca; pois com mão forte te tirou HaVaYaH do Egito” (Êxodo 13:9). E, mais adiante: “E será como um sinal sobre tua mão e por meio de filactérios (tefilín) entre teus olhos, porque com mão forte nos tirou HaVaYaH do Egito” (Êxodo 13:16).

O mandamento de guardar o Shabát também é associado com o Êxodo: “Guardarás o dia do Shabát para santificá-lo, como te ordenou  HaVaYaH, teu D’us…E de que servo foste na terra do Egito, e que de lá te tirou HaVaYaH, teu D’us, com mão forte e braço estendido; portanto te ordenou HaVaYaH guardar o dia de Shabát” (Deuteronômio 5:12-15).

É evidente que o Êxodo foi de grande importância histórica para o povo judeu. Mas por que estaria relacionado com os mandamentos religiosos? E por que, milhares de anos mais tarde, somos obrigados a lembrá-lo e a transmiti-lo a nossos filhos?

Lições do Êxodo

Na Torá vemos que D’us apresenta-se sob vários Nomes. Mas há dois destes que são, quase sempre, utilizados: um é Elohím, enquanto o outro é composto de quatro letras hebraicas: yud, hei, vav, hei. Este último Nome, que jamais pode ser pronunciado, nem mesmo nas orações(*), é traduzido como “meu SENHOR” ou “O ETERNO”.

(* A única forma dO NOME autorizada para a pronúncia das quatro letras é HaVaYaH (Havaiá).) 

 

Os nossos sábios assinalam que o nome Elohím tem o mesmo valor numérico que a palavra “natureza”. Isto representa o envolvimento de D’us com o mundo no curso natural dos acontecimentos, quando o homem é julgado com rigor e justiça. O Nome de quatro letras representa o atributo Divino da misericórdia, quando ELE julga o homem, repleto de perdão e de imerecida bondade, realizando milagres e maravilhas.

Uma leitura atenta da Torá revela que apesar da idolatria que predominava no Egito, os egípcios acreditam em D’us. Ao serem surpreendidos com a praga dos piolhos, os conselheiros do faraó aconselham-no com as palavras: “Isto é o dedo de D’us” (Elohím) (Êxodo 8:15). E, no entanto, quando Moisés se encontrou diante do faraó e lhe transmitiu a ordem de D’us de libertar o povo judeu, o faraó lhe responde que como desconhecia HaVaYaH (o Nome de quatro letras), não libertaria o povo de Israel (Êxodo 5:2).

Apesar de os egípcios terem conhecimento da existência de D’us, ainda assim adoravam outros deuses e a própria natureza, por acreditar que cada um desses fosse uma fonte independente de poder no mundo. Até mesmo o Rio Nilo e o faraó eram tidos pelos egípcios como divindades a serem reverenciadas.

Não se trata de simples coincidência o fato de que o D’us dos hebreus tivesse castigado o Egito com pragas relacionadas à natureza. O rio adorado pelos egípcios vira um mar de sangue e suas terras, colheitas, posses e corpos são presa de uma série de catástrofes.

D’us ridiculariza tudo aquilo em que acreditavam. E ainda assim, o faraó não percebe ou finge não perceber que HaVaYaH, D’us de Israel, e o D’us da natureza (Elohím) são UM ÚNICO e MESMO, e que não há outras forças reinantes no mundo. D’us então ordena a Moisés que transmita este aviso ao faraó: “Assim falou HaVaYaH, D’us dos hebreus: Envia o Meu povo para que ME sirva. Porque desta vez EU mandarei todas as Minhas pragas a teu coração, a teus servos e a teu povo, para que saibas que não há como EU em toda a terra. Pois agora poderia estender Minha mão e ferir a ti e a teu povo com a pestilência, e serias aniquilado da terra. Entretanto, por isto é que te fiz ficar, para mostrar-te Minha força, e para que MEU Nome seja anunciado em toda a terra” (Êxodo 9:13-16). A mensagem é clara: o mundo não havia sido criado por D’us para ser abandonado nem tampouco deixado ao acaso das vicissitudes do destino, especialmente quando um perverso faraó acreditava reinar, supremo. Que os maus saibam disto e que a ruína do Egito lhes sirva de lição. E quanto aos bons e justos deste mundo, ainda que temporariamente se vejam cercados de problemas e sofrimento, devem ter a certeza de que D’us está sempre presente, a seu lado, em pleno controle de Seu mundo.

Aí está contida uma lição fundamental do Êxodo. Para que os homens não errassem como o fizeram os egípcios, o primeiro dos Dez Mandamentos é a revelação Divina de que ELE é HaVaYaH que tirou os judeus da escravidão no Egito. Se D’us SE tivesse revelado como O CRIADOR de tudo, poderíamos também acreditar que ELE estivesse confinado a este mundo tão natural por ELE criado. Os relatos celebrados em Pêssach nos lembram que só há Uma Única Fonte de todas as forças existentes no mundo. O mesmo D’us que fez de todos os rios do Egito mares de sangue, ESTE mesmo D’us pode fazer cair de joelhos o mais poderoso dos impérios, ao passo que pode elevar os escravizados e oprimidos às maiores alturas espirituais e materiais. Assim sendo, o Êxodo nos ensina que D’us está contido na natureza e além. ELE é Onipresente, está em todas as partes – nos Céus e, também, como ELE PRÓPRIO ordena a Moisés que diga ao faraó – “no meio da terra” (Êxodo 8:18).  HaVaYaH ouve nossas preces, realiza milagres e está sempre atento aos atos e pensamentos mais recônditos de todos os seres. E, mais ainda, com SUA ubiqüidade, dá forma ao curso dos eventos, ainda que nem sempre nos apercebamos disto. Em verdade, como pregam os místicos, ELE define tudo o que é real: apesar de o homem ser dotado de livre arbítrio, tudo o que ocorre provém de D’us. Não há força, poder ou razão de ser que não seja a SUA. A Torá assim o atesta: “(Pergunta…) se tentou D’us vir e tomar para SI uma nação do meio de outra nação por meio de provas, de sinais e de milagres, como tudo o que fez por vós HaVaYaH no Egito, diante de vossos olhos? A ti foi mostrado para que soubesses que HaVaYaH, ELE é D’us, e não há outro além d’ELE” (Deuteronômio 4:34-35).

Os sinais entre D’us e o povo judeu – o Shabát, a colocação dos tefilín e vários outros – têm uma razão específica para estar correlacionados com o Êxodo. É um lembrete eterno de que D’us preocupa-SE e está profundamente envolvido com os problemas dos homens. E, por isso, há um propósito Divino em se guardar os SEUS mandamentos. Com a libertação do povo judeu do Egito e a subseqüente outorga da Torá, D’us revelou-SE diante de toda uma nação. Com isto, ELE ensinou ao homem que este tem um propósito na vida e, portanto, receberia leis e diretrizes para poder cumprir sua missão pessoal e coletiva. Nós somos obrigados a nos lembrar disto todos os dias de nossa vida.

O dom da liberdade

Logo após libertar o povo judeu do jugo egípcio, D’us lhes outorga a Torá. É importante notar que quando D’us primeiro se manifesta a Moisés, ELE emite a seguinte ordem: “Porque… depois de haveres tirado o povo do Egito, servireis D’us sobre este monte” (Êxodo 3:12). Tratava-se do Monte Sinai, local onde o povo judeu iria receber os mandamentos Divinos, com o encargo de mantê-los e transmiti-los a todas as gerações futuras.

Vemos, na Torá, que da mesma forma como D’us tem vários Nomes, ELE também tem várias formas de descrever SEU relacionamento com o povo judeu. ELE os chama de “Meus filhos”, “Meu primogênito”, entre várias outras formas carinhosas. Mas, também, com freqüência, os declara “Meus servos”. A interpretação para tal é que por tê-los salvo do faraó, D’us tornou-SE o novo Senhor dos judeus. Pois que está escrito: “…EU sou HaVaYaH, vosso D’us, que vos tirei da terra do Egito. E guardareis todos os MEUS estatutos e todos os MEUS decretos, e os cumprireis; EU sou HaVaYaH” (Levítico 19: 36-37). Em outras passagens, D’us dita ao povo judeu que seu propósito na vida é temer e servir ELE: “E agora, ó Israel, o que pede HaVaYaH, teu D’us, de ti? Apenas que temas HaVaYaH, teu D’us, que andes em todos os SEUS caminhos, ames e sirvas HaVaYaH, teu D’us, com todo o teu coração e com toda a tua alma; que guardes os mandamentos de HaVaYaH e os SEUS estatutos que EU te ordeno hoje, para o teu bem” (Deuteronômio 10:12-13).

Teria sido a liberdade adquirida durante o Êxodo uma troca de propriedade, ainda que por um Senhor infinitamente superior? Isto parece contradizer o próprio espírito de liberdade advindo da libertação.

Em verdade, o temor a D’us, da forma como é definido pela Torá e desde que adequadamente aplicado, constitui o próprio significado de liberdade. É a compreensão de que “não há outro além d’ELE” a permitir que o homem seja realmente livre, a optar por não fazer o mal a despeito das forças externas ou impulsos internos que pendam para o outro extremo. Este conceito é ensinado em um relato da Torá: quando o faraó ordenou que todos os recém nascidos judeus do sexo masculino fossem atirados ao mar, duas mulheres hebréias recusaram-se a cumprir a ordem. “E temeram D’us as parteiras, e não fizeram como lhes havia falado o rei do Egito, e deixaram os meninos viver” (Êxodo 1:17). Seus nomes eram Shifrá e Puá, que os sábios identificaram como Yochéved e sua filha Miriam. Como recompensa por terem temido D’us, desafiando a maligna ordem do faraó, ELE as recompensou fazendo delas a mãe e a irmã de Moisés. Este seu filho e irmão tornar-se-ia não apenas o líder do povo judeu em sua libertação do jugo egípcio, mas também o maior profeta de D’us de todos os tempos.

A lição contida neste relato é o segredo da verdadeira libertação do homem. Enquanto o homem temer e obedecer D’us, nenhum outro temor ou receio o deverá abater. Ele é livre para escolher a verdade, a justiça e o caminho da correção, a despeito dos imperativos e ameaças dos faraós de nosso mundo. Assim sendo, não é de surpreender que outros povos historicamente se tenham inspirado no Êxodo em sua luta pela liberdade. Os Estados Unidos, em particular, ao lutar contra os ingleses por sua independência e em sua luta interna pelos direitos civis de seus cidadãos, evocaram a memória do Êxodo dos judeus do Egito. Em referência direta à saída do povo judeu da escravidão para a liberdade, os fundadores da nação americana cunharam a frase: “Rebelar-se contra a tirania é obedecer D’us”.

A obediência a D’us é, de fato, o ponto máximo da revolta contra a tirania. No momento em que o homem percebe que D’us não é apenas Elohím, mas também HaVaYaH, O BONDOSO, AQUELE que controla todas as ocorrências, nesse momento já não há mais nada ou ninguém a temer. Apesar de não o perceber, o faraó nada mais é do que um joguete nas mãos do D’us Vivo de Israel. Isto é ilustrado por um fascinante ensinamento chassídico. A Torá nos conta que antes de lançar a oitava praga contra os egípcios, D’us ordena a Moisés ir ao palácio do faraó e, mais uma vez, exigir dele a libertação do povo judeu. D’us diz a Moisés: “Vem ao faraó” (Êxodo 10:1). A escolha das palavras é estranha; a ordem deveria ter sido “Vá ao faraó”. Os místicos judeus explicam que D’us de fato dizia a Moisés “Vem COMIGO ao faraó. Juntos entraremos no palácio da grande serpente. Juntos descobriremos o segredo mais cuidadosamente guardado pelo mal: o fato de que este mal, de fato, não existe. E quando aprenderes este segredo, nenhum mal há de te derrotar. Quando verdadeiramente absorveres este segredo, tu e teu povo serão verdadeiramente homens livres”.

A suprema libertação

A certa altura do Sêder de Pêssach, abrimos as portas para receber o espírito do profeta Eliahu, ou Elias. Também lhe dedicamos uma taça de vinho – a quinta taça do Sêder. Em seu tempo, o profeta Eliahu declarou a D’us que todo o povo judeu O havia abandonado (Reis 19:10). E, por este motivo, o profeta visita todas as casas nos Sedarim de Pêssach para testemunhar que, apesar dos milhares de anos de exílio e mesmo nas circunstâncias de maior provação, o povo judeu permaneceu fiel a HaVaYaH, e continua celebrando a outorga desse SEU presente – a liberdade.

O profeta Eliahu também visita o Sêder pelo fato de este ser não apenas uma comemoração do passado, mas uma exaltação ao futuro. O Êxodo e todos os seus milagres, a libertação do povo judeu e sua jornada para a Terra Prometida, prenunciam um futuro de uma redenção ainda maior. Há um ensinamento que nos diz que o profeta Eliahu será aquele a anunciar a chegada dessa nova era.

Em nossas orações, denominamos a festa de Pêssach de Zman Heruteinu, a “época de nossa liberdade”. Não nos referimos à mesma como “época de nosso júbilo”. Isto porque, apesar de suas maravilhas e milagres extraordinários, e apesar de ter sido feita justiça, não nos rejubilamos com o sofrimento e a morte de outros povos.

A libertação final, no entanto, será uma era de júbilo perene e ilimitado para todos os povos. Enquanto o primeiro Êxodo só envolveu o povo judeu, o próximo irá incluir o mundo todo(*). Todos os judeus retornarão à Terra de Israel e lá viverão em segurança para sempre. Toda a humanidade somente conhecerá a paz e a prosperidade. Não mais haverá sofrimento individual nem coletivo. Enfermidades, pobreza, ignorância, angústia e mesmo morte serão fenômenos do passado. E aqueles que já deixaram este mundo retornarão ao nosso convívio.

(* Porque o mundo inteiro então não só acreditará na existência do Elohím, mas O conhecerá – o mundo todo conhecerá HaVaYaH.)

 

Ainda iremos nos reunir, todos, em Jerusalém, como proclamamos na conclusão do Sêder de Pêssach. Pois que HaVaYaH nos prometeu, em Miquéias 7:15, …“Como nos dias de tua saída do Egito, EU te mostrarei maravilhas”. Que seja a SUA vontade que isto ocorra de pronto, ainda em nossos dias.

 

Para A Prova da Existência de D’us, Parte 3, veja

· Três níveis de percepção do Divino

A Prova da Existência de D’us, Parte 3

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A Prova da Existência de D’us, Parte 3

 

Três níveis de percepção do Divino

A Hagadá de Pêssach, recitada durante o Sêder, conta a história de como o povo judeu, que começou como uma família de 70 pessoas, se tornou uma grande nação – o Povo escolhido por D’us para receber SUA Torá.


 

A Hagadá nos conta acerca de eventos que precedem e sucedem o Êxodo – a amarga escravidão sofrida por nossos antepassados, as Dez Pragas que venceram o Faraó, o Êxodo, a divisão do Mar e a outorga da Torá no Monte Sinai, entre outros. Mas, o clímax do processo de constituição dos judeus em uma nação ocorreu não em 15 de Nissan – dia do Êxodo e primeiro dia de Pêssach – mas 50 dias mais tarde, quando D’us SE revelou a todos os Filhos de Israel e lhes deu a Torá – um evento que é comemorado na festa de Shavuót.

As festividades de Pêssach e Shavuót são ligadas de forma indissolúvel. Começando na segunda noite de Pêssach e terminando no dia antes de Shavuót, fazemos a contagem do Ômer – um mandamento de grande significado místico. Durante os 49 dias dessa contagem, somos obrigados a trabalhar sobre nós mesmos e a aumentar nossa espiritualidade para que, em Shavuót, o dia cujo tema é nossa dedicação ao estudo e ao cumprimento da Torá, possamos estar em um nível espiritual mais elevado do que estávamos antes do início de Pêssach. O processo do crescimento espiritual que se inicia em Pêssach culmina, pois, em Shavuót.

A seguir analisaremos três marcos no processo que se iniciou quando Moshé foi enviado por D’us para libertar o Povo Judeu e que culminou com a Revelação Divina no Monte Sinai. Tais marcos são as Dez Pragas que se abateram sobre o Egito, a divisão do Mar de Juncos e o recebimento da Torá.

As Dez Pragas

Quando D’us SE faz ver a Moshé e lhe atribui a missão de voltar ao Egito e libertar o Povo Judeu da escravidão, o profeta responde: “Mas eles não acreditarão em mim, nem ouvirão minha voz, pois dirão: ‘HaVaYaH não apareceu a ti!'” (Êxodo, 4:1). D’us então lhe diz que tome seu cajado e o atire ao chão, e, ao fazê-lo, o cajado se transforma em uma serpente. HaVaYaH ordena que Moshé agarre o rabo da serpente, e ele obedece. A víbora volta a ser o cajado. D’us instrui Moshé a realizar esse milagre diante dos judeus para que “… creiam que HaVaYaH, D’us de teus pais – o D’us de Abrahão, o D’us de Isaac e o D’us de Jacob – apareceu a ti!” (Ibid, 4:5). Mas, caso um sinal não fosse suficiente para fazê-los acreditar, D’us dá a Moshé um segundo milagre, dizendo-lhe que se mesmo realizando os dois o povo não desse atenção a suas palavras: “Tomarás das águas do Nilo e derramarás no seco; e as águas que tomarás do rio tornarse-ão sangue no seco” (Ibid, 4:9).

Essa passagem da Torá deixa claro que D’us, que é Onisciente, sabia que a maneira mais rápida de fazer com que o Povo Judeu acreditasse NELE e em Moshé seria através da realização de milagres. Os judeus – escravizados, desesperados e desesperançados – necessitavam de milagres para acreditar que o D’us de seus antepassados não os tinha renegado. E assim, quando Moshé volta ao Egito, ele e seu irmão Aharon reúnem os anciãos judeus, diante de quem Moshé realiza os milagres, segundo as instruções Divinas. Ao testemunhar os milagres, “o povo acreditou, e compreenderam que HaVaYaH visitara os Filhos de Israel e vira sua aflição, e curvaram-se e se prostraram”. (Ibid, 4:31). Quando Moshé e Aharon, então, invadem o palácio do Faraó e exigem a libertação do Povo Judeu, eles não pedem misericórdia nem ameaçam com algum tipo de rebelião. Em vez disso, realizam milagres, exatamente como haviam feito antes perante os judeus. Pois D’us havia dito a Moshé: “E não vos escutará o Faraó, e porei Minha mão sobre o Egito, e tirarei os Meus exércitos, o Meu povo, os filhos de Israel da terra do Egito, com grandes juízos. E o Egito saberá que EU sou HaVaYaH, ao estender a Minha mão sobre o Egito, e tirarei os Filhos de Israel dentre eles”. (Ibid, 7:4-5). De fato, a confrontação entre o líder egípcio e Aharon e Moshé foi um duelo sobrenatural. Para provar ao Faraó que falavam em Nome de D’us, Aharon atirou o cajado de seu irmão e o transformou em serpente. Mas o Faraó chama seus sábios feiticeiros, que conseguem repetir o feito. O rei egípcio pressupõe que Moshé e Aharon são magos como os seus, e não leva a sério sua alegação de que falam em Nome do Altíssimo. É nesse ponto que o episódio das Dez Pragas se inicia.

A primeira delas transformou o Nilo em sangue. Aharon ergue o cajado e toca o Nilo, tornando suas límpidas águas sangue puro. Mas os feiticeiros egípcios conseguem replicar esse milagre, e o Faraó, assim sendo, imagina que Moshé e Aharon apenas executavam mágicas – prática comum no Egito. Os bruxos egípcios conseguem, pois, replicar a segunda praga, mas não a terceira, e dizem ao Faraó que essa última não era magia, mas “o dedo de D’us”. Mas o Faraó supõe que também a terceira deveria ser algum tipo de bruxaria mais elevada e que, certamente, os dois irmãos deviam ser melhores na magia que seus magos. Somente quando a sexta praga, a sarna, na realidade, bolhas que se transformavam em úlceras, causando grande sofrimento físico, assola o Egito, seus bruxos ficam totalmente desmoralizados. Pois, apesar de serem profundos conhecedores da magia negra, eles não conseguem proteger nem a si próprios. Tornava-se cada vez mais claro aos egípcios que Moshé não era um simples mago e que as pragas eram verdadeiramente obra de D’us.

À medida que as demais pragas trazem cada vez mais destruição e miséria ao Egito, os emissários do Faraó lhe imploram: “Até quando isto será um impedimento para nós? Envia os homens, e que sirvam HaVaYaH, seu D’us! Ainda não notastes que o Egito está perdido?” (Ibid, 10:7). Mas foi preciso que viesse a décima e última praga – a morte dos primogênitos – para finalmente quebrar o Faraó. Ele tinha sido alertado várias vezes por Moshé para que tivesse a chance de se arrepender, salvando a si próprio e a seu povo. Bem verdade que D’us endurecera o coração do Faraó, dificultando o seu arrependimento, sendo isto uma forma de punição por suas más ações – mas a porta do arrependimento nunca esteve totalmente fechada para ele. Mas, apesar das pragas e do sofrimento que se seguiu, o Faraó se recusou a ver a Mão de D’us. Suas racionalizações, seu desprezo pelos demais e sua teimosia levaram à sua trágica queda e à destruição de seu poderoso reino.

No que tange ao Povo Judeu, eles observaram as Dez Pragas dizimarem o Egito enquanto permaneciam a salvo. Claramente, isso não foi obra do acaso. Com cada praga que atingia o Egito, os judeus se convenciam de que o D’us de seus antepassados não os tinha abandonado. Tinha vindo resgatá-los da escravidão e do genocídio, e interferia abertamente em Seu mundo para punir aqueles que vitimavam o Seu povo. Vinha salvá-los com Sua mão poderosa e Seu braço estendido.

A divisão do Mar

No entanto, nem as Dez Pragas foram suficientes para convencer os egípcios de que foi D’us – e não Moshé e Aharon – quem viera libertar os judeus. Apenas alguns dias após permitir que o Povo Judeu deixasse o Egito, o Faraó e a totalidade de seu exército saem à caça dos fugitivos judeus para trazê-los de volta. Apesar do terror das pragas, os egípcios estavam tão confiantes na vitória que, nessa saída militar, adornam seus cavalos com ornamentos em ouro, prata e pedras preciosas.

O Povo Judeu havia deixado o Egito no dia 15 de Nissan. Em torno do dia 20, o Faraó e seu exército tinham-nos alcançado. E os judeus se vêem presos em uma armadilha: tinham atrás de si o Faraó e seus homens, e à sua frente o Mar de Juncos. Apesar de tudo o que tinham presenciado no Egito, ficaram desesperados e gritam a Moshé: “Foi porque não havia sepulcros no Egito que nos trouxeste para morrer no deserto? O que nos fizeste, ao nos tirar do Egito?” (Ibid, 14: 11). Cheios de temor, os judeus dizem a Moshé: “Deixa-nos e serviremos os egípcios. Pois nos é melhor servir os egípcios do que morrer no deserto!” (Ibid, 14: 12).

Moshé ora a D’us e ELE lhe ordena: “Toma teu cajado e estende tua mão sobre o mar e fende-o, e que os Filhos de Israel entrem pelo meio do mar, em seco”. (Ibid, 14: 16). As águas do Mar de Juncos se abrem, permitindo que os judeus atravessem. Os egípcios, que claramente não haviam aprendido a lição com as Dez Pragas, saem no seu encalço. Quando o exército do Faraó está no meio do mar, D’us começa a castigá-los. Em pânico, os egípcios exclamam: “Fugirei diante de Israel, pois HaVaYaH luta por eles contra o Egito!” (Ibid, 14: 25). Mas sua sorte já fora selada. Seguindo instruções Divinas, Moshé estende sua mão sobre o mar e, na manhã do 21° dia de Nissan, sétimo dia de Pêssach – que, na Terra de Israel, é o último dia da festividade – as águas voltam a se unir e engolem todo o exército do Faraó.

A divisão do Mar foi o ponto culminante do Êxodo, pois mesmo depois de os judeus terem fugido do Egito, o exército desse país permaneceu intacto e a ameaça da volta à escravidão ainda existia. No mar, os judeus foram perseguidos por uma força militar extremamente poderosa, que facilmente os teria vencido e capturado. Segundo o Midrash, havia 30 egípcios para cada judeu. Somente quando o mar se dividiu e engoliu o exército egípcio foi que o êxodo judeu realmente se completou. No 15º dia de Nissan – dia em que os judeus deixaram o Egito, primeiro dia de Pêssach – D’us puniu o Egito com a 10ª praga, mas os judeus deixaram o país como escravos em fuga. No 21º dia de Nissan, após a divisão do Mar, como vimos acima, os judeus se tornaram um povo verdadeiramente liberto. Contudo, há uma razão mais profunda para a divisão do mar ser mais importante do que as Dez Pragas. No Egito, os judeus presenciaram ocorrências sobrenaturais, mas quando o Mar de Juncos se abriu ao meio, todos os judeus adquiriram a condição de profetas. Está escrito no Midrash que mesmo o mais simples dos judeus “viu no Mar de Juncos o que não fora visto nem pelo profeta Ezequiel”, cuja visão da Carruagem Divina é a base do estudo da Cabalá. No Mar de Juncos, os Céus se abriram; todos os judeus, mesmo as crianças, tiveram uma visão do mundo infinito. Por essa razão foi naquele momento, e não antes – nem mesmo durante as pragas que se abateram sobre o Egito – que “o povo temeu HaVaYaH, e creram em HaVaYaH e em Moshé, Seu servo” (Ibid, 14:31).

Antes dessa experiência profética, os judeus haviam testemunhado vários milagres e maravilhas. Mas sua fé em D’us e em Seu emissário não era absoluta. Como fizera o Faraó, eles também poderiam ter racionalizado sobre o que ocorrera no Egito. Talvez as Dez Pragas tivessem sido uma coincidência – muito pouco provável, certo, mas ainda assim uma coincidência. Talvez houvesse alguma explicação natural para elas terem caído sobre os egípcios e não sobre os judeus. Talvez o Faraó e seus feiticeiros estivessem certos: Moshé e Aharon eram apenas super-magos que tinham conseguido manipular a natureza para destruir o Egito, enquanto protegiam os judeus.

Resumindo, pura e simplesmente, as Dez Pragas não eram prova suficiente – nem para os judeus, que entraram em pânico diante do mar, nem para os egípcios, que foram atrás deles.

Mas, com a divisão do mar, tais dúvidas se desvaneceram. Os egípcios por fim reconheceram A Verdade – infelizmente, quando já era tarde. Para os judeus, não se tratou de mais outro milagre, mas do ponto de partida para o objetivo supremo do Êxodo – o recebimento da Torá – que somente poderia ter ocorrido depois dos Filhos de Israel vivenciarem as revelações espirituais da divisão do mar. No sétimo e último dia de Pêssach todos os judeus se tornaram profetas. D’us SE tornou uma realidade tão palpável que, na Canção do Mar, entoada pelo Povo Judeu em louvor a D’us por sua salvação, as crianças proclamaram: “ESTE é meu D’us!”, indicando claramente perceber a Presença Divina.

A experiência profética que ocorreu no Mar de Juncos preparou os judeus para a Revelação Divina que iria ocorrer no Monte Sinai, apenas 50 dias após o Êxodo.

A Revelação Divina no Sinai

Se o povo vivenciou a visão de D’us durante a divisão do Mar, que necessidade haveria da ocorrência da Revelação Divina no Monte Sinai?

São muitas as respostas, mas talvez a principal seja que é extraordinariamente difícil negar um evento testemunhado por milhões de pessoas. Um único indivíduo pode fabricar ou imaginar uma história, e as pessoas podem optar por acreditar ou não em suas palavras. Mas é muito difícil convencer terceiros da veracidade de um evento envolvendo milhões de pessoas se tal evento não ocorreu.

Se não tivesse ocorrido a Revelação Divina no Sinai, seria possível questionar a origem Divina do judaísmo. Poder-se-ia alegar que Moshé foi um grande líder carismático, um mago; mas jamais um verdadeiro profeta de D’us. Poder-se-ia mesmo acusá-lo de ser um impostor ou simplesmente desacreditá-lo, rotulando-o de um esquizofrênico que, no entanto, acreditava ter ouvido o chamado da Voz de D’us. Mas, quando até o mais simples dos judeus se tornou um profeta à beira do Mar de Juncos e, em especial, quando todos eles – (três) milhões de pessoas – ouviram a Palavra de D’us aos pés do Monte Sinai, não mais havia lugar para dúvidas sobre a origem da Torá. Isto explica por que até mesmo os maiores oponentes de Moshé, como seu primo Côrach, não puderam negar ser ele um verdadeiro profeta de D’us. Durante sua longa jornada de 40 anos pelo deserto, muitos judeus falsamente acusaram Moshé de crimes terríveis – nepotismo, roubo, até mesmo de adultério – mas eles nunca ousaram sugerir que ele fosse impostor, charlatão ou alucinado. Pois que eles, afinal, tinham presenciado a Revelação de D’us e quando ELE PRÓPRIO chamou Moshé para ascender ao Monte Sinai para receber a Torá. D’us SE assegurou de que seria impossível alegar que SUA Torá era um relato de ficção. E é por essa razão que mesmo os maiores inimigos do Povo Judeu, mesmo aqueles que quiseram converter todos os judeus, nunca negaram a verdade histórica do judaísmo. (Veja

https://sitebneinoachprojetonoaismo.info/2016/09/05/nao-sao-similares-as-historias-de-moises-e-mohammad/   . )

Uma segunda razão para a Revelação Divina no Monte Sinai é que D’us transmitiu ao Povo Judeu os meios de se conectarem a ELE – e isto é feito através da Torá. Se ELE jamais SE tivesse revelado, as pessoas alegariam que a Torá era criação de Moshé. No Monte Sinai, D’us fez o Povo Judeu jurar que iria preservar a Torá: assim sendo, SUA Lei não poderia ser descartada com um código de leis criado pelo homem.

Através da Torá, D’us nos permitiu conectarmo-nos com ELE. Um homem pode considerar-se sábio e espiritualizado. Mas, pelo fato de ser finito, não pode compreender os Desígnios de D’us. O homem requer que D’us lhe aponte o que fazer. No Monte Sinai, D’us nos jogou uma corda que nos permite manter uma conexão com ELE. Quando estudamos a SUA Torá, absorvemos uma centelha de SUA Sabedoria Infinita. Quando realizamos SEUS mandamentos, tornamo-nos instrumentos no cumprimento de SUA Vontade na Terra. E quando estendemos a mão para ajudar os outros, tornamo-nos agentes da bondade e plenitude Divinas no mundo.

Cinquenta dias após deixarem o Egito, os judeus ouviram a Voz de D’us que lhes falava. O MESTRE do Universo proclamou os Dez Mandamentos que são o núcleo dos 613 Mandamentos da Torá. Quem lê a Torá em hebraico sabe que os Dez Mandamentos foram dirigidos na 2ª pessoa do singular. No Monte Sinai, D’us não SE dirigiu ao Povo Judeu como um todo. ELE falou pessoalmente a cada um de nós, pois a alma de cada um de nós esteve presente no Monte Sinai quando D’us SE revelou aos Filhos de Israel. E cada vez que abrimos a Torá, cada vez que a estudamos e praticamos o que nos ensina, estamos revivendo aquele dia tão monumental na história da humanidade.

A percepção do Divino

A Torá é eterna e é uma lição para todo judeu. Com efeito, a raiz da palavra Torá é Hora’á, que literalmente significa “instrução”. Cada vez que estudamos um trecho da Torá, devemos tirar uma lição do mesmo. Quais são, portanto, as lições transmitidas por nosso estudo dos três marcos que vimos acima: as Dez Pragas, a divisão do mar, e a Revelação Divina no Sinai? Estes marcos representam três estágios na percepção que a pessoa tem de sua relação com D’us. O primeiro ocorre quando se vivencia um milagre – um evento muitíssimo improvável: uma cura milagrosa, um socorro financeiro quando mais se necessita, a salvação em momento de extrema dificuldade, uma coincidência extraordinária ou qualquer evento que nos leve a crer que o mundo não funciona por si só. Os milagres servem para nos lembrar que há “Alguém” que rege os acontecimentos e que nos guarda. A isso o judaísmo chama de Divina Providência.

Mas os milagres são apenas o primeiro estágio de conscientização sobre o Divino, pois dificilmente causam uma impressão duradoura. A pessoa pode ficar grata e se sentir inspirada por um milagre, e isto pode fazê-la reconhecer o envolvimento de D’us em sua vida, mas, mais cedo ou mais tarde, poderá vir a acreditar que o milagre foi apenas uma grande coincidência. Os egípcios testemunharam eventos sobrenaturais – as Dez Pragas – mas os racionalizaram como coincidências infelizes ou mágicas usadas para manipular a natureza. No que tange aos judeus, apesar dos milagres que presenciaram, foi somente no Mar de Juncos que eles finalmente “creram em HaVaYaH e em Moshé, SEU servo”.

O segundo estágio da ligação com D’us é simbolizado pelo episódio no Mar de Juncos. Como está escrito no Talmud, nós, judeus, talvez não sejamos todos profetas, mas descendemos dos profetas. Todos nós, em maior ou menor grau, possuímos um pequeno dom para a profecia. Todos tivemos experiências espirituais. Para alguns, pode ser algo simples como receber uma mensagem em um sonho que se torna realidade; para outros, pode ser um sexto sentido aguçado; e para poucos judeus privilegiados, pode ser algo tão dramático como ver almas ou vivenciar uma experiência de quase-morte, em que a pessoa tem uma visão do mundo futuro. Uma experiência genuinamente espiritual causa uma impressão bem mais acentuada do que um milagre, pelo fato de ser muito mais difícil de atribuí-la a uma coincidência. Um milagre é uma improbabilidade estatística, mas uma percepção do mundo espiritual é algo vivenciado. É um evento que transforma a vida de quem a percebe.

Contudo, podemos perguntar-nos: como podemos saber se uma experiência espiritual não é produto da imaginação ou de um alucinógeno? Como diferenciar um profeta de um esquizofrênico? No antigo Israel, quem alegava ter recebido uma mensagem profética era rigorosamente examinado por verdadeiros profetas e sábios para verificar de quem se tratava – profeta ou louco. Uma experiência espiritual tem valor quando serve de ponto de partida para se chegar a um nível mais alto de conscientização do Divino, o que é alcançado através do estudo e da prática de SUA Sabedoria e Vontade.

O fato de uma pessoa realizar milagres não significa nada; afinal, os feiticeiros idólatras egípcios eram magos de grande alcance. E mesmo as vivências espirituais genuínas, por mais fascinantes que sejam, não conseguem mudar o mundo. A pessoa pode meditar e mesmo levitar dias inteiros, mas, com isso, não fará deste um mundo mais Divino. Por outro lado, aquele que se dedica a estudar a Sabedoria Divina e a verdadeiramente cumprir a Vontade Divina, praticando atos de santidade e bondade, faz muito mais do que meramente tocar os Céus: essa pessoa traz os Céus para a Terra. O homem pode ser um milagreiro, profeta ou sábio – pode estar na mais alta das montanhas e compreender tudo o que pode ser compreendido – contudo, ele nada mais é do que um ser humano finito, com os pés no chão. Acima dele está um D’us Infinito, que é desconhecido, impalpável e que não pode ser compreendido. Como pode, então, o homem finito, por maior que seja, alcançar O INFINITO? Sua própria libertação e a única libertação do mundo inteiro se dão quando O Altíssimo chega aqui embaixo e lhe diz, e diz a todos nós: “Estudem isto. Façam aquilo. E através de seu estudo de Minha Sabedoria e seu cumprimento de Minha Vontade vocês estão ligados a MIM”. Quando isto acontece, o homem e D’us se unem a um tal ponto em que não mais existem o finito na Terra e O INFINITO nos Céus. E passa a existir apenas UM.

 

Para A Prova da Existência de D’us, Parte 4, veja

· As Dez Pragas do Egito